NO DIA DE SUA MORTE.

Cansada de escrever o que sentia ela, decidiu apenas guardar para si mesma; quando outras pessoas perguntavam para ela o que tinha em seu diário ela sempre— respondia "meus segredos e dores" e para que a pessoa não insistisse mais ela completava com "não vale apena ler, se você não vai entender". A verdade era que aquele diário era mais importante do que tudo para ela e havia mais informações sobre sua vida do que seus amigos e parentes sabiam, numa noite fria de Novembro dia 01 às 22h, bateram em sua porta...

- Quem está aí? - ela perguntou, mas não houve resposta. E novamente tornaram a bater, ela acionou os alarmes mesmo sabendo que sua casa era afastada de tudo e que os policiais demorariam a chegar.

- Quem está aí? Fale ou chamarei a polícia. - ela disse, mas sem respostas. Ela pegou seu diário e o escondeu em um lugar na casa onde ninguém o encontraria.

Quando ela voltou para a sala a porta dos fundos estava aberta, ela caminhou devagar até a cozinha e depois de olhar para um lado e para o outro e não ver ninguém ela fechou.

- Deve ser apenas o vento. - ela disse para si mesma na intenção de se acalmar.

-Hora hora, que casa linda essa que você comprou...

Ela deu um pulo assustada, e foi caminhando devagar até a sala; e lá estava ele, sentado na poltrona com uma xícara de café na mão direita, ele estava com a barba por fazer, seu cabelo liso estava totalmente bagunçado e sua calça e seu tênis estavam sujas de barro.

-Como conseguiu me encontrar? - ela perguntou pegando um taco de baseball em baixo da pia da cozinha.

-Hora essa Samantha, não foi assim tão complicado também, você ainda tem contato com o pessoal da faculdade pelo que posso ver - ele disse soltando a xícara na mesinha e indo até os retratos na parede. - foi uma época realmente maravilhosa não acha? - ele olhou para ela sorrindo docemente por alguns segundos ela esqueceu que ele era uma ameaça.

-Sim, foi! Mas o destino não foi tão cuidadoso com todos nós. - ela olha para ele e a expressão no rosto dele muda de sorridente para sério.

- Você sabe o que me levou a isso Samantha, eu não tive escolha - ele disse indo na direção dela. - Você não me deu outra escolha, eu estava disposto a qualquer coisa por você e vc me traiu - ele gritou dando um murro na porta.

Assustada com a atitude dele ela deu um passo para trás, mas manteve o rosto sem expressão, ela era fria, misteriosa e esperta; ele parou quando viu o que ela estava segurando, seu sorriso largo e assustador que ela levou anos para esquecer.

- Eu não vou machucar você Samantha, não, eu não quero machucar você. - ele disse se aproximando.

- Jonathan por favor me deixe em paz, já expliquei tudo a você, eu não traí você, nunca tivemos nada e...

-Nada? - ele pergunta confuso. - Samantha, e nossas noites juntos? Nosso natal? Isso é nada?

- Jonathan por favor não se aproxima, nós não estávamos namorando, não tenho nada com você, por favor me deixe em paz.

Ele para por um momento, como se aquilo que ela disse tivesse afetado ele de uma forma inexplicável, ele começou a ficar agitado abaixando a cabeça e mexendo no cabelo sem parar, e quando voltou a olhar para ela já estava louco, tinha perdido a razão, ele foi na direção dela e ela já estava pronta para se defender quando ouviram o som do carro da polícia chegar, ele sacou a arma na direção dela, e disparou o tiro, fugindo pelo mesmo lugar de onde tinha entrado, deixando ela sangrar até morrer.

ANOS DEPOIS DO ASSASSINATO.

Sábado dia 12 de Janeiro 07:45, eu estava arrumando minhas coisas para a viagem, Louis me fez prometer que eu não voltaria enquanto tivesse uma história interessante em mãos. Ele queria que eu descobrisse quem matou uma professora chamada Samantha Celestia e por quê, quais eram seus amigos próximos e o que eles sabiam sobre ela. Louis era muito rígido sobre conteúdo e livros, mas era um homem vaidoso e carinhoso também, era dono da prince publishing e passava a maior parte do tempo procurando mais e mais conteúdo para os livros, mas com os problemas que ele enfrentava na família na maioria das vezes cabia a mim cumprir o papel de supervisora o que não tem muito haver comigo; ele tinha 20 anos quando construiu seu primeiro negócio, nós nos conhecemos através de uma amiga dele eu tinha 19 na época que ela se interessou em um dos meus livros, pelo o que parece ele achou meu livro bastante interessante e quis publicar na revista dele e como todos já o conhecia achei interessante começar uma carreira dalí. Hoje em dia a Prince Publishing já tem vários funcionários, e o Louis está para fazer mais um grande avanço, agora com 26 anos ele está prestes a assinar um contrato muito importante e que para esse contrato dar certo só dependia da minha viagem.

Já estava dando 10:00 quando acabei de arrumar tudo, pequei meu bloco de notas, notebook, celular, caneta, lápis e tudo o mais que eu iria precisar, ouço a porta bater e fecho a mala levando ela para a sala, caminho até a porta e vejo Louis esperando impaciente do lado de fora.

- Oi Louis - cumprimento abrindo a porta, ele me olha um pouco corado desviando o olhar. - o que houve? Ainda são 10 da manhã.

-Desculpa mas estou ansioso demais e não consegui ficar em casa. - Louis se tornou um grande amigo meu, diria até que somos melhores, mas ele sempre ficava sem jeito perto de mim e eu fingia não notar isso. - Posso entrar?

- Claro, fique a vontade - falo dando espaço para ele passar. - você está estranho, aconteceu alguma coisa? - pergunto fechando a porta.

-Na verdade sim, mas não quero falar disso. - ele diz indo até minha mala e olha para mim - vai levar apenas uma mala?

- Você me deu um prazo pequeno Louis, não tem porque eu levar muita coisa, e tudo o que eu preciso está aí, posso comprar mais coisas quando eu chegar lá.

- ah, sim, ótimo. Tem café? - ele pergunta indo para a cozinha.

-Tem sim, vou acabar de me arrumar e já venho lhe fazer companhia. - falo subindo as escadas para o meu quarto.

Quando volto para o primeiro andar Louis está sentado no sofá balançando a perna impaciente, me pergunto até quando ele vai ficar assim sem me dizer nada; ele levanta o rosto para me olhar e dessa vez eu que fico tímida.

-Exagerei? - pergunto colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Você está linda, é... Então, quando nós conhecemos você estava cm 19 anos e lembro que foi a Lilly quem nos apresentou... - ele faz uma pausa. - agora com 22 anos, não só suas escritas mas você também está impecável sem dúvidas.

Fico surpresa com o seu comentário e sorrio para ele, Louis é realmente um homem incrível, não sabia tanto sobre ele mas o que ele me mostrava já era o suficiente para que nossa amizade fosse a frente. Louis era um cara um tanto misterioso e não tinha muitas informações sobre ele em lugar algum, esse homem é misterioso o suficiente para chamar atenção de algumas mulheres da cidade.

-Obrigada pelos elogios Louis, bom, acho que estou pronta para ir. - falo enquanto caminho até a mala. Ele fica parado entre a mala e eu, olho para ele e ele está me observando com carinho no olhar.

-Sabrynne - ele diz meu nome com uma emoção que não consigo compreender - sei que tem uns dias que não nos falamos pois estive ocupado, mas quero que saiba que você é muito importante para mim. - ele vem se aproximando e beija minha testa, e logo depois me dá um abraço que eu não estava esperando. - Tome cuidado e não hesite em me ligar. - ele fala lutando contra si para me soltar, seguro firme em sua mão e olho em seus olhos.

-Eu vou ficar bem, tá?! - falo para tentar tranquiliza-lo. - eu vou voltar e vou voltar com uma matéria maravilhosa para a revista.

- Se não conseguir não tem problema, com tanto que volte bem e viva. - ele sorrir docemente e se afasta de mim, deixando eu pegar a mala e me acompanha até a porta.

Depois da minha despedida com Louis eu entro em meu carro e coloco a mala no banco de trás indo ao destino da cidade Darijo Srna. Onde minha maior aventura vai começar, estou ansiosa e por outro lado bastante pensativa sobre o que acabou de acontecer, meu chefe indo se despedir, carinhoso como nunca, isso realmente não combina com ele. O que será que me aguarda? Lá vamos nós.

Samantha estava arrumando suas coisas para a faculdade de jornalismo, estava animada para reencontrar seus amigos novamente; seu amigo Jackson sempre mandava cartas e uma rosa colada delas, sempre escrevendo como estava sendo suas férias e como ele estava louco para ver todos novamente. Lydia por outro lado estava sempre fazendo chamadas e story no Instagram, amava aparecer e as vezes era um tanto sem noção para perceber coisas que literalmente estava na cara, apesar de seus defeitos ela também sabia ser meiga e uma amiga conselheira (quando o assunto era homem então nem se fala). Jonathan não era de escrever, tão pouco fazer chamadas de vídeo, mas sempre visitava Samantha durante a tarde e durante a noite para verem filmes de suspense e terror, faziam uma bagunça na cozinha e morria de rir de sua amiga se assustando por absolutamente nada. Eram 22h da noite e Samantha estava pronta para deitar quando bateram na porta, ela já sabia quem era, saiu da cama aos pulos e foi correndo abrir a porta.

-Jonathan, que visita maravilhosa - diz abrindo a porta para seu amigo que sorrir de canto para ela.

-Como minha melhor amiga está? - ele pergunta abraçando ela. - quase não consegui vir aqui hoje, caramba você mora longe de tudo. - ele diz aos sorrisos.

-Gosto assim, nenhum vizinho para me perturbar e o silêncio da noite é maravilhosa. -Samantha fala puxando seu amigo para o sofá. - que filme veremos hoje?

-Que tal um filme mais.... Picante? - ele diz com malícia.

-Interessante, vamos ver se tenho aqui. - quando ela se levanta para ir até a tv ele se levanta e puxa ela para si. -Jonathan ?

Ele ignora o frio na barriga que sente e a beija, ele a puxa para mais perto passando a mão pelo seu corpo e desce beijando seu pescoço, Samantha suspira ofegante e chama pelo nome dele, ele tira a camisa e ela fica alguns segundos admirando seu abdômen quando ele a puxa para si novamente ele se senta no sofá e ela em seu colo.

- Não devíamos fazer isso, não quero que leve isso para o lado pessoal e crie expectativas. -Samantha fala um pouco ofegante.

- Relaxa um pouco, prometo não levar pro lado pessoal. - ele diz sorrindo com malícia para a amiga.

Já eram quase 11h da manhã quando a claridade tomou conta do quarto de Samantha, ela abriu os olhos e se virou para o lado, quando percebeu que seu amigo não estava mais ali e no lugar onde ele dormiu só se encontrou uma carta que dizia...

"Espero que tenha gostado tanto quanto eu da nossa noite juntos, saí mais cedo para correr, mas nos veremos hoje na faculdade sem falta. Com amor: j.K"

Ela sorriu para a carta e pensou em cada detalhe do que aconteceu e desejando que a noite não tivesse passado tão rápido. Samantha se levanta e toma banho, começa a se arrumar, escovando os dentes e arrumando seu cabelo, suas roupas já estavam separadas, ela apenas as veste, pegando a chave de seu carro.