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Meu CEO, Meu MAFIOSO

Capítulos 1

...Eros...

...O sol dominical invadia meu quarto, colorindo tudo com uma luz dourada. Após me preparar para o dia, desci para tomar café, a mente já maquinando a aventura que me aguardava. Uma visita ao meu amigo Leonardo e a promessa de um passeio no shopping. A adrenalina pulsava em minhas veias, a antecipação do internato que logo me acolheria temperando meus pensamentos....

...Combinamos de nos encontrar às 15 horas, e a cada minuto que passava, a ansiedade aumentava. Meu pai Lorenzo, sempre atencioso, nos deixou no shopping, e Leonardo e eu mergulhamos no universo de opções cinematográficas....

...Enquanto ele se concentrava na escolha do filme, meu corpo pedia um breve descanso no banheiro. Ao retornar, uma voz familiar me chamou a atenção:...

...— Eros? Você deixou cair algo....

...Virei-me, com o celular grudado na orelha, deparando-me com um jovem da minha idade. Loiro de olhos claros, seu estilo mesclava rock com um toque nerd, e em seus olhos, uma aura intrigante me convidava a desvendar seus mistérios....

...Aproximo-me sorrindo, e ele retribui com um leve aceno de seus lábios. Ao estender a mão para pegar meu crachá de estudante, inadvertidamente toco a sua, e sinto um calafrio percorrer meu corpo....

...— Obrigado – murmuro, ainda surpreso com a inesperada conexão. – Se não fosse por você, teria que correr atrás disso de novo. Conseguir um da instituição não foi fácil....

...Ele apenas sorri, enquanto coloca as mãos nos bolsos da jaqueta....

...— Tudo bem, Eros Santoro....

...Impressionante. Ele já havia decorado meu nome....

...Agradeço mais uma vez, seus olhos fixos nos meus, e me viro para ir em direção ao cinema. Mas antes que meus pés me levem embora, ele segura meu ombro e começa a andar ao meu lado....

...— Meu nome é Miguel Falconer....

...— Legal, Miguel. Bom saber seu nome também. – respondo, um sorriso tímido se formando em meus lábios....

...Miguel sorri de volta. — Eu também vou estudar nessa instituição....

...Paro de andar, perplexo com a coincidência. Uma onda de empolgação toma conta de mim....

...— Espero que sejamos amigos então....

...Olho para o relógio, a culpa me consumindo por estar atrasando....

...— Desculpe, tenho que ir, meu amigo está me esperando. Marcamos de ver um filme....

...Mas antes que eu me afaste, ele me faz uma pergunta inesperada....

...— Posso ter seu número? Se não for inconveniente....

...Fico sem palavras por um instante, mas por que não? Seremos colegas de escola, afinal. Digito meu número em seu celular, e ele imediatamente me envia uma mensagem no WhatsApp. Salvo seu contato e me preparo para ir embora....

...— Agora realmente preciso ir, Miguel. Te vejo amanhã, tudo bem?...

...Com um gesto inesperado, ele joga uma mecha do meu cabelo para trás da orelha....

...— Até amanhã, Eros Santoro....

...Seu sorriso me acompanha enquanto me apresso em direção ao cinema. Que cara bonito e misterioso. Será que ele...? Não, homens não fazem isso. Cantar outros em público? Impossível. Devo estar carente. O que me deu em pensar que um cara como o Miguel estaria dando em cima de mim?...

...Sei que sou bonito e tudo mais, e o Miguel também, então não. Ele não faria isso. A menos que fosse gay. Será que ele é gay?...

...Mas eu não sou gay. Até onde sei, sou hétero. Certo?!...

...A dúvida paira em minha mente enquanto eu me dirijo ao cinema. Tudo na minha frente se torna um borrão, meus pensamentos consumidos por um turbilhão de emoções. Miguel Falconer, você agora estará fixado na minha mente....

...Miguel...

...Meia hora antes, meu celular vibrou com uma mensagem do meu amigo de infância, Raul Ferrari: "Shopping, bora?"...

...Raul e eu somos unha e carne desde que nascemos, ou talvez até antes. Nossa amizade é mais forte que qualquer elo sanguíneo, e ele sempre esteve ao meu lado, em cada mudança de escola, em cada novo país....

...Começamos juntos no exterior, explorando os Estados Unidos e depois a Inglaterra. Agora, no ensino médio, decidi voltar ao Brasil para concluir meus estudos na Royal Academy, e adivinha quem veio comigo? Sim, o inseparável Raul....

...Embora sejamos como irmãos, não existe sangue entre nós. Somos cúmplices, confidentes, parceiros de todas as horas....

...Com o celular em mãos, respondo à mensagem de Raul: "Te vejo lá."...

...Chegando ao shopping, me dirijo ao banheiro. Ao sair, um rapaz da minha idade passa por mim, deixando cair algo no chão sem perceber. Observo-o enquanto ele segue em frente, alheio ao objeto perdido....

...Aponto meus olhos para o objeto e vejo que se trata de um crachá da Royal Academy com o nome "Eros Santoro". Uau! O nome combina perfeitamente com o rosto angelical do rapaz na foto....

...Chamo-o e ele se vira, nossos olhares se encontrando por um breve momento. Cara, eu não sou de fazer isso, juro! A única pessoa que já despertou esse tipo de admiração em mim foi o Raul, mas esse Eros......

...Me belisco mentalmente. Não pode ser. Não posso estar me atraindo por outro homem, ainda mais depois dos pensamentos que tenho em relação ao Raul....

...Eros me encara com um sorriso encantador, revelando covinhas que o fazem parecer um deus grego do amor. Tento me controlar e estendo a mão para entregar-lhe o crachá. Ele faz o mesmo, e nossos dedos se tocam, provocando uma sensação estranha, como um déjà vu....

...Eros pega o crachá, agradece e, antes de ir embora, menciono que também vou estudar na Royal Academy. Ele demonstra entusiasmo com a possibilidade de sermos amigos, e meu coração dispara. Mais do que amigos? Me belisco novamente. O que está acontecendo comigo? Essa sensação só surgia quando eu......

...Antes que Eros se afaste, tomo a iniciativa e peço seu número de celular. Ele parece surpreso, mas me fornece o número sem hesitar. Afinal, seremos colegas de escola, então por que não dar início à amizade agora mesmo?...

...Ele digita seu número em meu celular e, sem pensar duas vezes, faço algo que o Raul costuma fazer comigo: coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha de Eros. Ele cora levemente, vira o rosto e diz que precisa ir....

...Despeço-me dele, observando-o enquanto se afasta em direção ao cinema....

...Ah, Eros. Espero que você seja meu novo colega de quarto e, quem sabe, um grande amigo. Ou talvez algo mais......

...Raul...

...Domingo. A névoa da preguiça dominical se mistura com a iminência do retorno às aulas. A mesmice que se repete ano após ano, apenas amenizada pela presença de “Miguel”. Abro o WhatsApp e lá está sua mensagem: “Bom dia!”, um farol de alegria em meio ao mar de tédio. Miguel, a razão que me faz arrastar os pés até a escola, o motivo do meu olhar vigilante, o amigo que desejo proteger e, confesso, a companhia que tanto anseio. No fundo, gosto dele. Romanticamente e perigosamente....

Capítulo 2

...Raul...

...A dúvida me corrói: devo me declarar hoje? A insegurança me invade, mesmo com a solidez da nossa amizade. Cresci aprendendo a ser um homem de convicções firmes, moldado pelos ensinamentos dos meus pais, os renomados “Ferrari”. Mas Miguel tem o dom de me desconcertar, de me tirar do eixo....

...Decido convidá-lo para o cinema. Um convite prontamente aceito, selando nosso encontro....

...Chego ao cinema e me dirijo ao hall de entrada, aguardando Miguel. De repente, um garoto distraído esbarra em mim, nossos olhares se cruzando por um breve instante....

...— Me desculpe! – ele se apressa em dizer, seus olhos fixos nos meus....

...Ao contrário do meu costume, não sinto raiva. Em vez disso, retribuo seu olhar com um sorriso....

...— Sem problemas, solzinho. – respondo, notando um leve rubor em suas bochechas....

...Ele parece sem graça diante da minha resposta....

...— Valeu, cara....

...Com a atenção voltada para o cinema, pergunto:...

...— Vai ver qual filme?...

...Ele me encara novamente....

...— Acho que Top Gun....

...Observo-o com atenção, apreciando seus traços e sua expressão. Há algo cativante nele que me desperta a curiosidade....

...— Escuta, se estiver sem companhia, quer ver o filme comigo e com meu amigo?...

...Ele sorri, revelando covinhas que o tornam ainda mais fofo. Uma vontade incontrolável de apertar suas bochechas toma conta de mim....

...— Meu amigo está me esperando. Mas obrigado pelo convite. Preciso ir agora....

...Ainda o encarando, aceno em concordância. — Tudo bem, sol. Te vejo por aí... – balanço a mão em sua direção....

...Ele se vira novamente. — Por que você está me chamando de sol?...

...Mantendo um sorriso largo, respondo: — Porque você não me disse seu nome....

...Ele sorri de volta. — E você não me disse o seu....

...Com um sorriso de canto nos lábios, aproximo meu rosto do dele, inclinando-me o máximo possível. Com nossos rostos a poucos centímetros de distância, lanço todo meu charme ao fitá-lo. — Meu nome é Raul Ferrari, baby....

...Ele dá dois passos para trás, desviando o olhar novamente. — Eu, eu me chamo Eros....

...Eros, hein? Um nome que combina com um deus do amor. Gostei!...

...Ele se vira. — Prazer em te conhecer, Raul, mas eu preciso ir, estou atrasado....

...Dessa vez, deixo-o partir, observando suas costas se distanciarem no horizonte. Miguel se junta a mim. — O que vocês estavam conversando?...

...O encaro. — Por quanto tempo você estava observando?...

...Ele me encara. — Desde o momento em que ele esbarrou em você....

...Eita!...

...Eros...

...Depois da conversa peculiar com o tal Miguel, continuei caminhando meio sem jeito, lançando olhares furtivos para trás. Foi quando esbarrei em outro cara....

...Diferentemente do anterior, este era mais alto e musculoso, com uma expressão que não transbordava simpatia. No entanto, sua beleza era inegável, tão estonteante quanto a do outro....

...Lá estava eu novamente, enaltecendo as qualidades de outro homem. Meu Deus, o que estava acontecendo comigo? Será que aos 17 anos eu estava me descobrindo gay? Quais eram as chances?...

...Ou talvez fosse normal admirar a beleza masculina. Por exemplo, meu amigo Leonardo também era uma figura marcante, mas nunca senti nada por ele ou o elogiei mentalmente da forma como estava fazendo agora, observando os braços do cara à minha frente. Uma tatuagem incrível adornava sua pele, combinando perfeitamente com seu estilo despojado de roupas largas e de marca. E seu sorriso, largo e cativante, era impossível de ignorar....

Capítulo 3

...Eros...

...E ele me chamava de sol, solzinho... interessante....

...Apresentei-me e ele fez o mesmo. Raul Ferrari. Uau, até o nome combinava com ele. O cara realmente tinha presença....

...Enfim, em apenas um dia, dois homens me deixaram sem jeito, me fizeram corar. Algo que nunca havia acontecido antes....

...Despedi-me do outro cara e apressei os passos em direção ao cinema....

...Leonardo me avistou. — Anda, Eros. O filme vai começar....

...Corri para alcançá-lo!...

...Miguel...

...Por um golpe do destino, percebo que o caminho que sigo é o mesmo que o de Eros....

...Intrigado e ao mesmo tempo empolgado, decido acompanhá-lo, observando cada movimento, cada gesto. Uma súbita vontade de convidá-lo para assistir ao mesmo filme que eu e Raul me invade, mas uma dúvida persiste: será que Raul aprovaria essa iniciativa?...

...Ele costuma brincar que sou antissocial, mas a verdade é que prefiro manter uma certa distância das pessoas, já que a companhia de Raul me basta. No entanto, parece que ninguém compreende nossa relação, inclusive nosso amigo em comum, Max, que insiste em acreditar que não aprecio a presença de Raul. Mal sabem eles que é apenas o meu jeito reservado de ser....

...Raul, por sua vez, também possui um lado introspectivo. Ele não faz amizade com qualquer um, sendo tão seletivo quanto eu. No entanto, sou eu quem, injustamente, carrego o rótulo de antissocial....

...Ao observar Eros esbarrar em Raul, meus sentidos ficam em alerta, pronto para intervir caso necessário. Porém, para minha surpresa, vejo Raul sendo extremamente simpático, até mesmo atribuindo um apelido ao Eros. Um gesto que, até então, era reservado apenas a mim e ao seu irmão mais novo. Essa atitude me deixa intrigado. Será que Raul também se encantou pelo Eros, assim como eu?...

...Quando Eros se afasta, me aproximo de Raul. — O que vocês estavam conversando?...

...Raul me encara, surpreso com minha pergunta. Ele quer saber há quanto tempo estou observando, e respondo que desde o momento em que eles se esbarraram....

...Ele passa o braço em meu ombro e me beija no rosto, fazendo-me corar enquanto viro o rosto para o outro lado. — Por que você faz isso, cara?...

...Raul se aproxima lentamente, seus lábios roçando de leve em minha orelha enquanto sua voz ecoa suavemente. — Você nunca deixou claro que não gosta disso....

...Caramba!...

...Meu coração deu um salto. Por que não consigo simplesmente rejeitá-lo? Será que, no fundo, há algo mais entre nós além da amizade? Uma dança estranha se desenrola: Raul flertando e eu fingindo não gostar, enquanto ele parece se divertir com meu desconcerto. Será que estou, de fato, apaixonado por ele?...

...Outro beijo em meu rosto, e meus olhos se fixam nos dele. — Você não tem vergonha de fazer isso em público?...

...Com um sorriso travesso, ele afasta uma mecha do meu cabelo, seus olhos penetrando os meus. — Claro que não, Miguelzinho. É você!...

...Um rubor toma conta das minhas bochechas ao ouvir esse apelido carinhoso. Ele me guia com o braço em meus ombros, em direção ao cinema. — Aqui, comprei os ingressos. Top Gun é do seu agrado, não é?...

...Sem encará-lo, apenas assinto. — Sim, você me conhece....

...Ele se aproxima, seus lábios roçando levemente meu pescoço enquanto me conduz para dentro do cinema escuro. Escolhemos as poltronas vazias na parte superior....

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