...Amores, bem vindos a mais uma história, deixando claro que as minhas histórias sempre envolvem assuntos delicados, tratados explicitamente (hot, violência, palavrões), caso você não se sinta confortável com esse tipo de conteúdo, não siga em frente....
...Outra coisa que quero ressaltar, é que, aqui é apenas ficção, portanto caso não esteja gostando do assunto retratado, abandone a obra; um escritor adora sempre ler comentários, críticas e elogios, mas peço respeito a todos que forem comentar algo....
...*A obr**a já está concluída, então... Seja bem vindo, e sinta-se a vontade para deleitar-se com essa bela história*!...
...Informações adicionais, você pode conseguir no grupo de fãs do Novel ou no grupo do whatsapp, basta me mandarem o nome do livro que estão lendo, no meu número 74988133290, me siga também no Instagram @autorabiamorais_...
...A você que escolheu ler, acomode-se no sofá, pegue uma caneca de chá de camomila, e vamos lá!...
...Att: Bia Morais❤✍️💃🏻...
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PERSONAGENS...
Pedro Henrique Jones, 30 anos, 1,85 de altura. Herdeiro e CEO do império Jones, que hoje conta com mais de dez lojas espalhadas pelo país, e duas filiais em Portugal. Era um homem sorridente, amável com todos, mas uma decepção amorosa o fez se tornar um homem frio, com coração de gelo, demonstrando um resquício de amor apenas pelo seu filho Noah, de três anos.
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Thawany Menezes, 29 anos, 1,76 de altura. Segunda filha de uma família de classe média, sempre lutou com garra para conquistar tudo o que sonhava, sendo na maior parte das vezes, discriminada por não atender aos "padrões" de beleza. Nunca teve um relacionamento fixo, boa parte deles, apenas a usam e jogam fora, fazendo assim, com que ela perca as esperanças pela raça humana do sexo masculino.
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Noah Felipe Jones, 3 anos, filho do Pedro. Uma criança sorridente, mas muito carente, a ausência de uma mãe na sua vida, e a pouca presença do pai, o torna uma criança reclusa.
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PRÓLOGO...
PEDRO...
Sinto todo o meu corpo dolorido, exausto, implorando para que eu pare por pelo menos duas horas e vá dormir. Mas não posso fazer isso, preciso ficar acordado, assim os monstros do meu passado não voltam para me tirar o sono.
Tiro alguns minutos para pegar mais um café na cozinha, mas assim que passo pelo quarto do Noah, encontro a porta aberta, percebo que ele não está na cama. Entro procurando por ele, mas não o vejo.
— Noah! Cadê você, filho?!
Procuro por ele em todos os lugares, mas não o vejo em nenhum lugar. Ouço um choro baixinho vindo da sala, então corro até lá e encontro ele encolhido com a sua manta e o seu dinossauro de pelúcia.
— Oh, filho... Não assusta o pai assim não...
— Dicupa papai...
— Tá tudo bem, vem aqui.
Pego ele no colo e subo as escadas com ele nos meus braços, passo direto para o meu quarto e deito com ele no meu peito. O Noah é uma criança brilhante, mas devido o que a sua mãe fez, acabei negligenciando ele durante os seus primeiros meses de vida.
Hoje tento o máximo que consigo, ser presente na vida dele, mesmo nem sempre conseguindo, mas faço o que posso. Faço carinho nos seus cachinhos castanhos como os meus, e aos poucos ele dorme, acabo dormindo abraçado ao meu filho.
No outro dia acordo cedo e já começo a minha rotina: academia, café da manhã, acordo o Noah e arrumo ele, me arrumo em seguida e dou o café dele. Eu não quis colocar ele numa escola, acho ele muito novo para ir a escola, mesmo que seja apenas para que ele faça algum amiguinho.
Arrumo a bolsa dele com os seus lanches, uma roupa extra e os seus brinquedos preferidos. Pego a minha maleta, e saio de casa com o meu pequeno no colo.
Vocês devem se perguntar, e onde você deixa ele? Fica comigo, oras. Ele passa boa parte do dia brincando na minha sala, mas acabo dando pouca atenção a ele devido aos inúmeros papéis que me aparecem durante o dia todo, sem contar os clientes que só aceitam ser atendidos por mim.
Preciso de uma babá...
Chegamos na loja e assim que entro, cumprimento uma das atendentes, essa já deu em cima de mim milhares de vezes, até tenta conquistar o Noah, mas ele rejeita qualquer tipo de contato feminino que não sejam as tias, ou avós. Nem da prima ele não é tão próximo.
Deixo ele no cantinho dele e começo a trabalhar, o dia hoje vai ser cheio, fechamento de coleção, as últimas peças da coleção chegam hoje para análise e estou temendo me decepcionar. Sou muito exigente, e se houver uma única peça que não seja como o desenho, mando refazer inteira.
— Papai... Lance.
— Aqui, filho — entrego o pote com as frutas preferidas dele e volto a minha atenção aos papéis.
No horário do almoço, saio com ele para almoçar no restaurante da minha irmã, pois é... A Ana abriu um restaurante. Se formou em gastronomia no mesmo ano de casamento, o papai e a mamãe ajudaram ela a abrir o restaurante e hoje, o local é um dos pontos alimentícios mais famosos da cidade.
Chego no lugar e logo uma das garçonetes vem me atender, como venho aqui todos os dias, todos já me conhecem. Sigo até uma mesa não fundos, e a moça já traz uma cadeira alta para o Noah.
— Vai querer o de sempre?
— Sim. Vai querer o quê, meu amor?
— O do papai — ele fala todo sorridente.
— Espertinho — a garçonete sorrir para mim, mostrando todos os dentes, tenho nojo de gente assim — traga dois pratos desse. Não tem problema ele não comer todo, eu como.
— Papai... Xixi...
— Oh, filhão, vem aqui.
Pego ele no colo e assim que cruzamos o salão, já voltando para a mesa, o Noah acaba batendo a mão no copo de uma moça, o que faz tanto nós dois, quanto ela, nos sujarmos com o líquido.
— Oh, filho... — ele se esconde no meu peito — está tudo bem moça? Precisa de ajuda?
— Está tudo bem... — ela sorri, mas o sorriso não chega aos olhos, faço um sinal para a balconista.
— Coloque o pedido dela na minha conta e prepare outra bebida igual a que o Noah derramou, por favor.
— Senhor... Não... Não precisa.
— Por favor, aceite. É só uma gentileza. O meu filho quem derrubou, e ainda sujou a sua roupa... — ela olha para a própria blusa, uma blusa verde, que acaba marcando um pouco o seu sutiã, agora que está molhada — aqui, use o meu paletó até ter onde trocar de blusa.
Ela fica um pouco envergonhada, mas acaba aceitando.
— Obrigada... Na verdade só vou aceitar porque estou indo para uma entrevista de emprego... Se não... Eu não aceitaria. Como posso devolver?
— Pode deixar fom a minha irmã. Ela é a dona do restaurante — dou um sorriso para essa moça, pela primeira vez em anos, consigo sorrir para uma mulher genuinamente — preciso ir. Tenha um bom dia, senhorita. E boa sorte na entrevista.
Ela agradece e ouço quando uma das mulheres que tem no restaurante, falam que a moça era uma farsante que planejou tombar comigo só para tentar conseguir alguma chance comigo.
Hipócritas. Aquela pobre moça não teve culpa nenhuma, sei quando alguém está sendo sincera, e aquela mulher... Nela há apenas bondade.
THAWANY...
Chego até a loja onde me indicaram para entrevista, não faço ideia de quais vagas estão oferecendo, mas estou aceitando qualquer emprego que me derem, na situação em que me encontro ultimamente, até como faxineira eu trabalho.
A fachada de metal com as letras escritas em dourado, várias janelas de vidro tão limpos que nem parece que estamos no centro do Rio de Janeiro.
"Joias Jones", entro na loja e o ambiente é frio comparado ao calor que faz lá fora, tudo tão é brilhante, que chega a ofuscar a visão. Uma moça bem vestida, pele negra, vem até mim com um sorriso no rosto. Ok... Essa é nova.
— Boa tarde senhorita. Posso ajudar?
— Eu vim para uma entrevista de emprego... Me disseram que estavam contratando.
— Ah, sim. Por aqui, por favor.
O seu sorriso brilhante como as joias do lugar me fazem sentir ainda mais inferior do que sou, perto dessas pessoas do preço de cada uma dessas peças.
Acompanho a moça por um corredor que é completamente diferente de toda a loja, acredito que estejamos indo para a parte "secreta" de toda loja. Chegamos até uma salinha onde vejo mais duas mulheres, ambas com um ar esnobe, nem parecem estar aqui a procura de emprego.
— Pode esperar aqui com as outras candidatas, o senhor Jones em breve chamará vocês para a entrevista.
Assinto e vou me sentar próximo as outras, mas assim que me aproximo delas, ambas viram a cara para mim e começam a cochichar. Odeio esse tipo de gente.
No meu antigo trabalho era assim também, poucas pessoas me respeitavam pela minha condição financeira, ou pelo meu corpo. Digamos que tenho um manequim diferente das moças de altura média e vestimenta de no máximo 40, já se achando acima do peso.
Sou uma mulher bem acima da média... Uso o roupas plus size... Tenho quase 1,80 de altura... E ainda sou de uma família de classe média. Então, sou praticamente uma aberração no ponto de vista das mulheres magras.
Ajeito o paletó do rapaz do restaurante, sentindo o perfume delicioso dele. Ficou perfeito em mim, até parece que é meu. Pego o meu celular na bolsa e olho o horário, passa um pouco da 13... Tenho que buscar a minha filha na creche às 17, então espero que dê tempo.
Fico balançando a perna, ansiosa. E logo sinto o perfume do paletó ficar mais forte, olho na direção do corredor e vejo o rapaz do restaurante vir todo elegante com o filho dele caminhando ao seu lado.
Os seus olhos encontram os meus e se abrem um pouco mais. A minha respiração está totalmente paralisada. Nem me lembro a última vez que fiquei assim. O menino que me derramou o meu suco, abre um sorriso lindo na minha direção, e quando o pai dele passa por nós, me cumprimenta.
— Oi moxa bunita. Dicupa pelo xuco.
— Tá tudo bem, pitico. Só espero que o seu papai não fique zangado por eu aparecer na entrevista com a roupa suja de suco.
Ele dá risada e segue o pai até a sala. Poucos minutos depois, ele começa nos chamar, chama primeiro as duas moças que estavam aqui antes de mim. E por último, eu. Quando entro na sua sala, ele está massageando o pescoço enquanto o pequeno brinca dentro de um cercadinho com vários brinquedos.
— Olá... — ele abre os olhos e me encara, abrindo um sorriso.
— Bem-vinda, senhorita. Sente-se por favor — me sento a sua frente e o filho dele sai do cercadinho vindo até mim com um desenho — filho...
— Obrigada, pequeno — faço carinho nos cachinhos dele e ele sorri para mim, um sorriso banguela e sapeca, até parece a minha pitica — você é um fofo.
— Bigado, a vovó diz que sou igual o papai — ouço o senhor Jones dar risada.
— É mesmo? Então ela deve ter razão.
Olho para o homem a minha frente e ele muda um pouco a expressão. O menino volta a brincar e eu olho para o desenho, não tinha muito sentido, mas só em ele ter feito e me entregar, já ganhou meu coração.
— Tem experiência com criança? — ele me pergunta desviando o olhar do filho.
— Tenho uma filha de quatro anos. Mas trabalhava como professora infantil até alguns meses atrás.
— Porque parou?
— Armaram contra mim. Não tive como me defender e acabei perdendo a minha licença para ensinar. Para completar... O pai da minha filha está querendo a guarda dela.
Ele está me olhando diferente agora. Como se pudesse ler através dos meus olhos.
— Sabe qual é a vaga a qual estou procurando um funcionário?
— Não, senhor... Apenas soube que estavam procurando por pessoas e arrisquei.
— Tenho duas vagas disponíveis... Uma como atendente de uma das lojas de São Paulo, e a outra... Como babá do meu filho Noah. Olhei o seu currículo, senhorita Menezes... E pela forma como foi carinhosa com o meu filho, cogitei lhe dar a vaga de babá... Mas...
— Eu entendo. Perdi a minha licença para ensinar crianças da idade do seu filho e ainda corro o risco de perder a minha filha. Acredite... Eu também não confiaria a minha filha a uma pessoa com o histórico que tenho...
Ele suspira e eu me levanto de onde estou, tiro o paletó e deixo na cadeira, saio da sala com os olhos lacrimejando. Por conta de um mal entendido causado por outra pessoa, hoje não passo de um fracasso humano.
Sempre fui desprezada por ser quem sou. E hoje... Corro o risco de perder a minha filha por causa de pessoas sem coração.
PEDRO...
A forma como a moça saiu da minha sala me fez ficar estático. Eu não pretendia descartar ela. Pelo contrário, eu quero dar uma chance a ela. O Noah nunca deu ousadia a nenhuma mulher, e olha que muitas tentam chegar até mim, por meio dele.
— Papai, puquê a titia foi embola?
— Eu não sei, filho...
— Vai atlas dela. Eu fiz oto desenho plá ela papai.
— Vamos juntos então, filhão. E o que você acha de pedir a ela para cuidar de você?
O Noah abre um sorriso enorme e corre até a porta, mas como ele não chega na maçaneta, ele tem que esperar eu abrir. Assim que abro, ele corre pelo corredor, e pelo visto, encontra a "titia" já saindo da loja.
Vou até a porta onde posso ver ela fazendo carinho no meu filho que está fingindo um choro, ator? Imagina, aprendeu com o papai dele. As atendentes se prontificam para ir até ele, mas faço sinal para que fiquem onde estão.
— Calma, pequeno. Não precisa chorar. O que aconteceu?
A calma com que ela fala com ele, me faz questionar como alguém como ela, perdeu o emprego e ainda está correndo o risco de perder a guarda da filha.
— Titia eu fiz oto desenho plá voxê.
— Deixa eu ver — ela pega e sorri olhando para o papel, não faço ideia se ela entende algo dos rabiscos que o Noah chama de desenho, mas pelo sorriso dela... — é lindo.
— Titia, voxê pode cuida de mim? O papai tlabalha muinto e não dá atenção plá mim.
Nossa, filho, precisava isso tudo? Vou te mandar para a Globo... Fico assistindo a cena, quieto no meu canto. A Thawany olha ao redor e encontra o meu olhar, pisco para ela, e vejo o seu rosto ficar um pouco mais corado.
— Você quer que eu seja sua babá? — o Noah inclina o rosto um pouquinho para a esquerda e depois olha para trás.
— Papai — ele vem até mim e me faz abaixar até ficar da altura dele — ela peguntou se quelo ela seja minha babá... — ele faz uma carinha fofa e eu não resisto a esse meu filho — babá não é aquele negoxo que sai da boca quando tá domindo?
Dou risada do que ele diz e pego ele no colo, dou um beijo nele e chamo a senhorita Thawany.
— Pode me acompanhar de volta? Acho que não terminamos a nossa conversa.
Ela assente e me acompanha, quando entramos mais uma vez na minha sala, eu fecho a porta e a conduzo até a área onde o Noah fica brincando. Me sento no chão com o Noah no meu colo e ele vai para o colo da moça.
— Você não me deixou terminar de falar... Eu não ia dispensar você. Pelo contrário, quero te dar uma chance de cuidar do meu pequeno... Ele tem razão quando diz que trabalho muito, a atenção que dou a ele é pouca, e... Ele precisa de alguém que faça isso.
Ela está brincando com os cabelos do Noah, vejo tanta bondade nela...
— Não quero que faça isso por pena, senhor...
— Não é por pena, Thawany. Bondade irradia de você, e não acredito que você seja uma loba em pele de cordeiro, capaz de fazer mal a uma criança tão pequena quanto o meu filho — ela me olha e os seus olhos estão com um brilho diferente — ele não gosta de mulheres — aponto para o Noah que está tranquilo brincando com a moça — sempre que alguma tenta brincar com ele, ele se esconde em mim, ou corre para longe. Já você... Ele correu para você, até te chamou de bonita.
— Ele é uma criança linda. E muito educado por sinal. O senhor e a sua esposa estão fazendo um bom trabalho — travo a mandíbula quando ela diz a palavra esposa, ela levanta o olhar e vê a minha expressão — disse algo errado?
— Está tudo bem. Bom, aceita o emprego de babá do meu filho?
— Claro... Mas... Até que horas tenho que ficar com ele? É que a minha filha sai da creche às 17... Então, eu teria que ficar com ela no trabalho, ou procurar alguém para ficar com ela.
— Não se incomode de pagar alguém para ficar com ela. Pode levar ela com você, o Noah não tem muitos amigos, será uma amiguinha para ele — ela sorri para mim — Thawany, uma última coisa... — ela assente — quero que me permita investigar você... Ouça, é...
— Uma questão de segurança. Eu entendo. Eu poderia ter omitido o que me levou a ser demitida... Poderia ter, até mesmo, escondido o fato de que não posso mais lecionar, e que posso chegar a perder a guarda da minha filha... Então... É compreensível o senhor fazer isso. Sou sincera e detesto meias verdades.
Assinto olhando para ela, essa mulher parece uma muralha, mesmo com tudo o que aconteceu na vida dela nos últimos meses, ela parece ser indestrutível. Levanto do tapete criativo e volto para a minha mesa, envio uma notificação para o meu advogado e peço que redija um contrato para a Thawany.
Mando um e-mail para o meu investigador e peço a ele que faça uma investigação pente fino na vida dessa mulher, e que, o que puder descobrir sobre os motivos que levou ela a perder o emprego.
Irei descobrir tudo que puder a respeito dessa mulher, e que Deus me ajude a não estar enganado, mas... Se eu descobrir que alguém fez tamanho mal a uma mulher como ela, eu irei fazer pagar.
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