Los Angeles, Califórnia - Segunda-feira 06:00 AM
Um pequeno arco íris entrou pela janela do quarto, após formar um prisma quando entrou em contato em um enorme espelho, fazendo-o refletir diretamente na minha cama king size, e me fazendo acordar do meu belo sono de beleza. Isso que dar esquecer de dormir com a máscara de olhos rosa felpuda.
Foi um alívio acordar, na verdade eu estava sonhando um sonho terrivelmente estranho na qual, eu me via totalmente sozinha em uma espécie de quarto branco. Eu chamava pelos meus pais, mas eles não me ouviam porque havia um espelho entre nós, impedindo que me ouvisse gritar socorro. Um total terror. Só de lembrar me causa calafrios.
Levantei e abri ainda mais as cortinas, fazendo o lindo sol da Califórnia aquecer o meu imenso quarto branco ouro. Respirei fundo ao ver o lindo jardim que dava em frente a varanda do meu quarto.
- Bom dia, senhorita. - Robert acenou para a minha janela, enquanto cuidava das flores, cantarolando alguma música country.
- Bom dia, Robert! Não vai enjoar dessa música nunca, cowboy?
- Nunca, Chloezinha. O convite para conhecer a minha fazenda ainda está de pé e os cavalos estão à sua espera - Ele diz entre sorrisos.
- A Fazenda não é a minha cara, só se tiver uma sela rosa.
- Até glitter vai ter - Gargalhou.
- Não vou pisar minhas botas de grife em merda de vaca, Robert - Brinquei. - Até mais tarde.
Enquanto estava voltando para o quarto escuto o meu celular tocando e corro para pegá-lo me deitando na cama de bruços e vejo o nome Mari na tela do celular.
- Já acordou? Já fez a primeira publicidade do dia? Eu me mato para deixar tudo em ordem e nem para você fazer as coisas no horário você faz - Gritou.
- Bom dia, Mari. Acordou estressada?
- Estressada? Não seja engraçadinha, Chloe Dixon.
- Eu já estava me organizando para começar a publi, não se preocupe Mari.
- Perfeito. Não esquece, depois da aula venha direto para o estúdio você tem fotos com o Dylan para um catálogo de casal. Beijinhos, tchau.
Mari é a responsável pelas minhas redes sociais e a razão pela minha agenda continuar em ordem, ela não admite que nada saia fora do horário e em relação a isso ela pega muito no meu pé.
Fui em direção ao meu banheiro, tomei um banho quente, escovei os dentes, penteei bem os cabelos, aponto de não deixar nem um fio fora do lugar, apesar do meu cabelo ser super cacheado e volumoso, insisto em deixa-lo o mais liso que eu conseguir indo ao salão sempre. Hidratei bem o rosto e passei um pouco de corretivo nas olheiras gritantes. Coloquei o mesmo pijama de seda lilás de quando acordei e peguei o meu celular iphone de ultima geração.
Abri o meu celular e fui direto para o Instagram fazer a minha publicidade dos mais novos cosméticos a qual sou filiada.
*Story insta
Bom dia, belo mundo. Olha só essa pele e esse cabelo... nem parece que acabei de acordar, por isso que só indico para vocês o melhor produto - Mostrado um pequeno frasco de vidro - agora estou de saída para a escola, ate mais que vocês tenham um dia perfeito, Beijinhos e até mais. S2
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E é assim que uma blogueira começa o dia todas as manhãs. Indicando produtos a qual nem uso e que não fazem efeito algum na minha pele ou no meu cabelo, mas se é isso que tenho que fazer, faço sem receio algum.
Eu estava de férias curtindo na minha casa de veraneio em um condômino de luxo em Miami Beach com as minhas melhores amigas e hoje estarei voltando para o primeiro dia de aula e terei que conseguir conciliar publicidades com escola.
Volto para o closet e coloco meu fardamento escolar a qual eu e as minhas amigas fizemos uma modéstia customização, nada demais...
- Toc toc - Lucy diz dando batidas na porta do quarto.
- Ah... é você Lucy, entra. Já estou de saída - Pegando a melhor mochila que combinasse com o meu tênis Gucci.
Lucy trabalha conosco antes mesmo de eu vir ao mundo e se tornou governanta da casa ao decorrer dos anos, praticamente foi quem me criou e me ensinou a amar, meus pais só viajam e sempre que tento pedir só mais um pouco de tempo deles, eles alegam que tu que eu temos é graças a essas viagens de ultima hora que eles fazem e que são 'obrigados a fazer'.
- Chloe, vim avisar que o seu café está pronto - Abrindo uma fenda na porta ao me ver atenta para a mesma.
- Obrigada gatinha. Bom dia - Dando um beijo em seu rosto ao passar por ela.
- Bom dia, minha menina - abrindo um sorriso largo.
- Onde está papai e mamãe? - Perguntei descendo cuidadosamente as escadas.
-O senhor Murilo e a senhora Paula tiveram que sair bem cedo hoje, mandaram te avisar que vão passar uma semana fora - Me olhou com pena.
- Como sempre... - Digo afastando a cadeira para sentar.
- Você sabe... seus pais são muito importantes para a sociedade - Me aconselhou de pé na minha frente.
- É o fardo de ser filha de um juiz e uma advogada que nunca tem tempo para a única filha que eles têm! saber Lucy... Ás vezes eu preferia ser sua filha - Digo dando uma mordida no bolo de chocolate.
- E ser pobre, Chloe? - Dando um meio sorriso.
- Ah é, não tinha lembrado disso - Brinquei - Claro que eu não me importaria né, Lucy.
Ela apenas sorriu .
- Você não estava de dieta? - Ela perguntou depois de me ver pegar mais uma fatia de bolo encharcado de brigadeiro.
- E estou, Lucyzinha - Dando lhe uma lambida nos dedos - Se a Mari não sonhar eu estou - sorri - Você não vai conta, vai?
- Eu não - Gesticulou costurando a boca - Você está magrinha mesmo.
- Eu estou, não estou!?
Ela assentiu depois de ficar vermelha de rir de mim atacando pão, bolo e tudo que tivesse de calorias na mesa do café.
Não dói nada papai e mamãe passar no meu quarto antes de ir para essas viagens misteriosas... pior que já estou acostumada com isso. Você já tomou café? - Perguntei olhando para ela.
- Ainda não, só como depois de você. - Lucy diz com as mãos para trás.
- Que besteira, senta pra comer comigo. - Ordenei puxando a cadeira para que ela sentasse ao meu lado.
- Ah, não, seus pais não permitiam isso. Eu não estou com fome - Olhou para o chão.
- Não estou vendo eles por aqui - Olhei ao redor - Senta! Cadê o Robert? Ele já comeu?
- Não!
- Senta - Afastando a cadeira para frente após ela sentar - Robert - Gritei.
Em alguns segundos ele chegou na cozinha correndo.
- Oi, Chloe.
- Senta para comer! - Ordenei.
- Vou lavar as mãos - Ele correu indo até a pia.
Sem cerimônia alguma, após lavar as mãos sentou na mesa, tirou o seu chapéu de cowboy e começou a comer. A Lucy comia delicadamente, mas o Robert estava na cara que ele estava com muita fome e aquilo me deixou mal me fazendo questionar o porquê deles só comem depois de mim.
- Como sei que você ama o leite da Gertrude, ordenhei ela hoje de manhã para trazer para você - Robert diz entre um gole de café.
- O leite da Gertrude são os melhores de sua fazenda - Dei um gole enorme no leite que me deixou com um bigode sujo de leite.
- Até queijo ele trouxe - Lucy diz levando uma xicara de café para a boca.
- Eu sei que você gosta, então eu trouxe.
- Obrigada, eu nem sei o que seria de mim sem vocês.
Os dois se olharam simultaneamente. Eu não tenho certeza, mas eles parecem se gostar muito, não sei o porquê de nunca terem dito algo sério. Eles formariam um casal lindo e fofo.
Eu sou grata pelo carinho que eles me dão, porque sem eles eu não teria afeto e ficaria metade do tempo sozinha, meus pais só vivem trabalhando e viajando a negócios quase nunca estão em casa, nós comunicamos mais no celular do que pessoalmente, as vezes eu me considero apenas um negócio deles a qual eles só ver quando querem e fazem uma espécie de manutenção a qual se aplica a me deixar confortável em relação a dinheiro já que é mínimo que eles podem fazer já que nunca perguntam como me sinto ou como foi o meu dia.
- Cuidado para não se atrasar - Lucy me lembra do horário da aula.
- A partir de hoje não precisam mais esperar eu terminar de comer para vocês comerem, ok? Estão com fome podem comer. Acho que essa comida vai me fazer mal - Coloquei a mão na barriga após sentir a mesma roncar - Até mais tarde.
-Espera - Lucy exclamou vindo atrás de mim.
- Quê? - Perguntei.
- Minha querida, sua boca está suja de chocolate - Limpando a minha boca e bochecha com um pano branco que tinha um cheiro adorável de rosas.
Vou em direção a para garagem subterrânea que temos na casa.
Logo de cara vejo o Sérgio que cuida dos 20 carros que temos na garagem.
- Tudo em ordem homem de preto? - Perguntei tirando sarro dele que estava até com óculos escuros.
- Tudo certo, garota Pink - Abrindo a porta do carro - É para ir te buscar?
- Não, pode deixar que eu vou dirigindo no meu carro novo.
- ok! - Sérgio diz fechando a porta do carro.
As pessoas que trabalham aqui são mais minha família do que meus próprios parentes. Apesar de eu não conhecer nada sobre as suas vidas fora do trabalho.
...Blue...
Segunda feira - 06:00 AM
Eu poderia tentar pregar o olho pelo menos uma horinha e talvez sonhar com as Deusas Afrodite e a Atena juntas que não seria nada mal ou até mesmo acordar um pouco depois das 09:00 da manhã, mas acabei de chegar do hospital com a minha avó que tropeçou no tapete velho da sala que ela insiste em não jogar fora por ser do meu falecido avô e acabou cortando a testa ficando a madrugada inteira de observação.
Dormi vinte miseráveis minutos depois que cheguei do hospital, mas acordei com o meu bulldog de três patas lambendo a minha cara. Enquanto uns dormem demais, outros dormem de menos.
Procurei o meu calção no meio de várias outras roupas amarrotadas no meu armário de madeira que tem uma porta caindo os pedaços e que sempre adio para consertar.
- Obrigado Cronos por me acordar para o primeiro dia do ensino médio - Bufei indo até janela que dava para a casa dos vizinhos ao lado de casa.
Cronos deu duas latidas com a língua para fora, buscou a sua vasilha e me olhou com os olhos saltados como se estivesse dito: por nada, coloca logo a minha ração seu humano idiota.
- Ei, Lucky! - Gritei após colocar a cabeça para fora da janela.
Lucky continuou olhando para a tela do computador vidrado com um Hip hop pulsado nas caixas de som enorme a qual ele juntou moedas por moedas o ano passado inteiro.
Pego três pedrinhas a qual eu cato todos os dias para tacar na sua janela, porque basicamente todos os dias são iguais e ele nunca escuta o meu chamado.
- Babaca!! - Murmurei depois de jogar três pedrinhas uma atrás da outra.
Ele gesticulou alguma coisa no seu quarto, mas eu não entendi porque ele continuou com a janela fechada e com o som alto. Gesticulei apontando para que ele abrisse a janela para ouvir. Ele continuou fazendo uma careta idiota tentando intender.
Perdi a paciência e desci as escadas só de calção e a minha mãe estava preparando o café na cozinha.
Blue 🐸
Tentei não fazer barulho ao pisar no chão para que ela não me impedisse de sair antes de tomar café, mas o Cronos cruzou as minhas pernas me fazendo cair no chão.
- Filho! Para onde vai com essa pressa? - Minha mãe, a mais linda Deusa do olimpo, pergunta assustada.
- Vou falar com o Lucky...
- Mas... Não vai tomar café? Cuidado para não perder o ônibus.
- É rapidinho - Bato a porta e saiu.
Piso em uma pedra pontuda e lembro que nem calcei uma sandália. Custava baixar a droga da janela? Lucky, seu filho de uma mãe, me perguntei atravessando o gramado de casa.
Abri a porta da casa do Lucky e mais uma vez tentei subir para o andar de cima sem fazer barulho, porém a Sol prima do Lucky estava fritando ovos e me viu antes mesmo de pisar as escadas.
- Ah, oi Blue - Virou- se para mim com um sorriso contagioso - Por que ainda não está pronto? você não vai faltar o primeiro dia, vai? - Me olhou do pé a cabeça.
- E aí, Sol - Olhei as escadas depois de ver mais alguém descer - Vou sim. Não posso faltar o primeiro dia, não é mesmo?
Ela negou soprando uma franja loira da testa.
- Você está horrível - Lua me provocou colocando a sua trança estilo boxeadora para trás do ombro.
- Não posso te dizer o mesmo. Você é horrível todos os dias - Subi as escadas.
Bati na porta do quarto do Lucky várias vezes antes de resolver abrir. Ele estava no banheiro e o som estava enlouquecedor, então deslizei o botão até que ficasse quase imperceptível de ouvir. Comecei a abrir todas as gavetas de sua escrivaninha procurando algum jornal.
- Ei! - Reclamou Lucky do banheiro - Quem baixou o som? Lua eu já te disse para não entrar no meu quarto você não viu a placa escrito "Não entre"? - Saiu do banheiro com a boca cheia de espuma de pasta de dente - Ah, é você Blue, pensei que fosse a enxerida da Lua...
- Não. Cadê o jornal desta manhã? Alguma noticia nova?
- Nenhuma. São muito espertos, não será tão fácil entrar no sistema sem ser visto - Me entregando um Jornal.
Folhei algumas folhas e não achei nada do meu interesse e se tem uma coisa que gosto é de acompanhar jornais e noticiários.
- É, não tem nada - Sentei na cama.
- Você não vai pra escola? - Ele me olhou agachando colocando uma meia naquele pé fedido.
- Sim, vou.
Olhei para o espelho e lembrei que eu não estava pronto para a escola e ainda mais vim na casa do Lucky sem camisa e descalço com baba seca no canto da boca.
- Corre ou vai perder o ônibus - Lucky me alerta.
- Droga!!!
Corri rápido até em casa que mais pareceu uma eternidade. Tomei um banho gelado, coloquei uma calça e um moletom preto e desci para a cozinha.
- Vem, comer - Minha mãe ordena.
- Não vai dá tempo! - Abrir a porta para sair de casa.
- Jacobs Blue, sente-se nessa mesa e tome o seu café agora - Ela diz com uma cara não tão agradável.
Então dou meia volta, tiro a minha bolsa das costas e coloco no sofá e caminho até a geladeira, pego leite e misturo em um cereal matinal.
- Blue olha, olha que menina linda - Alice diz apontando para a tela do tablet.
Sentei ao lado de Alice a minha irmãzinha de 6 anos que assistia uma menina falando o quanto é linda e o quanto os produtos caros que ela usa são bons e blá, blá, blá. Só criancinhas para cair nessa besteirada toda, tá na cara que ela passou um monte de farinha no rosto antes de postar algum vídeo, afinal o efeito das redes sociais é nítido.
- Você viu, Blue, como ela é linda? - Alice insiste colocando a tela encostada no meu nariz.
- Sim, Alice - Confirmei.
Linda? É muito é feia, mimada. Típica garota padrão igual a todas as outras garotas espalhadas por aí.
- Filha, deixa eu ver, o Blue ainda está dormindo - A mãe diz se esticando para ver o celular.
- Ah, é a Chloe. Nossa! ela cresceu, tá tão linda.
- Você conhece, mãe? - Alice pergunta com os olhos arregalados.
- Ela é a amiga do Blue, não é filho? - Ela falou em um tom provocativo.
- Não mesmo. Me dá aqui esse celular, esqueceu que não pode comer enquanto assiste? - Peguei o tablet para que ela parasse de assistir essa menina.
- Mãe, que horas você chegou? - Olhei para o seu uniforme e o seu rosto cansado.
- Na verdade.. - Sentou-se com um prato de ovos - Acabei de chegar e já fui preparar o café. O meu plano para hoje é deixar a Lice na escola, arrumar a casa e dormir a tarde inteira. - Soltou o ar pelo boca.
- Não precisava, dona Márcia, eu posso preparar o meu café da manhã - Toquei a sua mão - Pode deixar que eu busco a Alice na escola, Beleza??
- Tá bom filho. Vi que deixou a tabela de horários dos remédios da sua avó na porta da geladeira. Obrigada.
- Eu quero customizar a minha farda igual ao da Chloe, mamãe - Alice disse sorrindo.
- Depois, tá bom? Depois... - Nossa mãe explicou.
- Não temos dinheiro - murmurei.
- BLUE - Me repreendeu.
Revirei os olhos e deixei o prato na pia.
Minha intenção é voltada para a porta quando o Lucky colocou a cabeça na porta e gritou:
- Ônibus a vista, capitão. Bom dia, Tia Márcia.
- Bom dia, Lucky.
- Tchau mãe, tchau Alice - Dando-lhe um beijo na cabeça das duas - Tchau vó - Gritei.
Corri junto com o Lucky até a parada do ônibus escolar que ficava na esquina do quarteirão e os alunos já estavam subindo e por pouco não o perdemos.
A escola é longe e não passaria outro ônibus a tempo e teríamos que ir a pé ou de bicicleta e mesmo assim chegaríamos atrasados e suados
Boa leitura✿
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