Nick

Era mais uma noite de rolê e bebedeira com os meus amigos. Combinamos de quando terminasse a faculdade pela tarde, iríamos direto para uma boate estilosa que tinha próximo inaugurada recentemente. Aproveitamos que a Abgail estava sofrendo por um amor não correspondido e ajuntamos todos para beber.

Raramente eu bebo, mas quando pego é difícil parar. E como se você fosse um fumante e ficasse longe da droga até certo ponto de querer enfiar a cara de vez por ser tão viciante. Acabo me afastando dos meus amigos depois que o som fica mais alto, diante do balcão pedi mais uma dose de Tequila. Então sinto uma respiração no ouvido e alguém me convidar para dançar pondo as mãos em meu ombro. Sinto uma sensação passar arrepiando o meu corpo, mas logo caio dentro depois de ter tomado o gole de Tequila.

Freneticamente podia-se dizer que eu já estava bêbado, a pessoa que me chamou para dançar era um homem que colou o corpo no meu e apertou minhas cintura com suas mãos fortes.

Só então ele cochicha uma safadeza no meu ouvido e começa a descer a mão até chegar na minha bunda.

Não achei legal, ele não me causava uma sensação boa. Bati minhas mãos na dele e tentei o afastar, mas ele insistia em querer ficar grudado em mim mesmo eu não querendo.

Só então acabo falando grosso e alto.

— ME SOLTA PORRA.

Não tinha como as pessoa notarem o que estava acontecendo por causa do som alto, enquanto isso eu tentava tirar as mãos dele de cima de mim porque eu não estava querendo nada com ele.

Só então escuto uma voz rouca, grossa e firme.

— Ele mandou soltar, vaza caralho.

Mesmo não enxergando muita coisa, o homem que conseguiu expulsar o bastardo de agora a pouco, tinha os olhos azuis, cabelos castanhos e tinha um corpo daqueles. Além de ser um pouco alto que eu.

É como se no momento eu sentisse uma sensação de estar seguro, ele parecia transmitir uma áurea boa para mim. Então eu me aproximo dele que me puxa pelos braços.

— Você quer?

Sua voz soa pelo meu ouvido e eu apenas confirmo, o álcool deve ter virado meu raciocínio mesmo.

\*\*\*

Puta merda, minha cabeça está doendo pra caralho. Acordo em uma quarto que tinha uma decoração bonita e elegante. A cama era de casal, então já sabia que não era a minha.

Quando vou para me levantar, sinto uma dor interna vindo da minha lombar. Recapitulando o que fiz ontem, lembro que fui beber com meus amigo e... Não pode ser. Não consigo lembrar o que aconteceu depois mas, já sei o que houve com o meu corpo para estar assim.

Quero saber quem foi o desgraçado que me detonou ontem. Aí, aí, aí. Só consigo murmurar isso enquanto visto minhas roupas espalhadas por todo o quarto. Se eu fosse uma mulher, teria logo que tomar uma pílula do dia seguinte para não correr o risco de engravidar.

Encima da mesinha que ficava o abajur, pego um papel que nele havia escrito " Foi ótima a noite, não se preocupe com a conta do motel que eu já paguei".

Ele ainda tem coragem de deixar um papel para mim? Em falar nisso, tenho que acabar minha ressaca agora antes de ir para a faculdade pela tarde.

Mando mensagem no grupo " Cadê vocês seus malditos! ".

Ate então eles não respondem, apenas a Nina perguntando onde eu estava porque ela foi parar em um motel também. " Mesmo lugar que você " dou a resposta e vou embora do motel. Pelo menos ele teve a decência de pagar a conta. Mas a pergunta que eu quero uma resposta é: Quem foi que esteve comigo na boate e que me levou para a cama?

Volto de novo para o motel e na recepção pergunto para uma moça que estava atendendo.

— Você sabe me dizer quem foi que pagou a conta do motel e saiu antes de mim?

— Me desculpe senhor, mas não posso revelar isso. Ele pediu para que eu não falasse e que você por si só se lembrasse.

" Que estupido!" Penso enquanto digo um tabom para a mulher da recepção que fica me olhando com desejo no olho e eu vou embora.

Nem me apresentei ainda, meu nome é Nick, sou bastante animado e divertido, minha pele é branca mas não tanta, sou de 1,65 de altura. Adoro jogar qualquer jogo, sou um pouco ciumento, já namorei com algumas mulheres e homens mas nunca fiquei a sério, e vou levando uma vida de Universitário com o meu sonho de ser médico.

Meus pais morreram quando eu tinha 18 anos em um acidente de carro, na época fiquei muito deprimido quase tendo uma depressão e passei a morar com a minha avó que me deu muito carinho.

Quando eu ainda estudava no ensino médio, pela tarde eu trabalhava de garçom em um restaurante. Todos de lá admiravam as minhas habilidade e bom trabalho. Com isso consegui ajuntar dinheiro para estar pagando os primeiros meses da faculdade que estou fazendo agora com muito orgulho. Conheci uns colegas legais que agora são os meus amigos e estão sempre disponíveis para ajudar uns aos outros.

Essa é uma possível representação minha.

Nick

Quando deu o horário para o intervalo, fui para a mesa que ficava nos pátios com o Matthew para revisarmos a última matéria antes do teste. Mesmo eu tendo entendido, fiquei com algumas dúvidas que eram as mesmas das de Matthew.

Enquanto o meu computador ligava, encosto o banco mais perto dele.

— Você também não foi parar em algum motel naquela noite?

Ele me olha e nega.

— Eu estava sóbrio, apenas dançando com uma garota daqui da faculdade. Ela estava bêbada e querendo me beijar tentando me levar para um motel.

— E você não foi porquê? Lembro que você sempre sempre se considerou um pegador de primeira.

Ele me joga um olhar contraditório.

— Nick eu disse isso, mas eu não ficaria com alguém para no outro dia se arrepender da noite passada e eu arcar com as consequências se a pessoa lembrar com quem ficou.

— Cara você é bem chato, falei apenas na brincadeira. Já que você estava sóbrio, quem ficou comigo na noite de ontem?

Matthew fez que não ia falar, então o pressionei.

— Não vou falar Nick, você tem que assumir a responsabilidade dos seus atos.

— Você é bem chato sabia?

Acabo me estressando com ele já que não quer me falar, depois que estudamos pegamos a outro aula. Não consegui me concentrar tentando lembrar quem foi o cretino que fiquei na noite de ontem, até agora não me veio a lembrança e isso está me enchendo o saco.

Acabando a aula, volto para minha casa na moto que comprei depois de ter ajuntado bastante dinheiro.


Aproveitei para dar uma limpeza no meu apartamento que estava parecendo a casa do drácula que foi abandonada à séculos. Mas também, eu estava ficando mais era na casa dos meus amigos, por isso acabei ficando atoa para cuidar do lugar de onde eu vivo.

Dei uma grande faxina e fiquei bem exausto. Foi um trabalho dobrado que eu nunca imaginaria ficar tão exausto. Viver sozinho em casa não é fácil, estou experimentando isso. Seria tão bom se tivesse quem fazia a comida para mim comer.

Acabo pedindo um delivery de comida chinesa, fácil e prático. Amanhã vou fazer umas compra de macarrão instantâneo, pelo menos isso.

Enquanto isso ligo a televisão e logo já de cara aparece um programa erótico, pulo de canal porque não gosto muito de ver já que não é eu que tou fazendo, brincadeira. Eu gosto mais de filmes de ação e tiro, vou ver se meu amigo que é um policial arruma um tempo de me ensinar tiro ao alvo assim como ele me prometeu.

Mesmo assistindo e comendo, acabo me sentindo solitário. Sinto falta da minha avó que teve quer morar em outro país por causa de problemas na saúde. Para onde ela foi morar os recursos são melhores do que aqui.

Na casa dos meus amigos a gente tirava conversa fora até certas horas, agora que estou sozinho em meu apartamento as coisas ficaram bem diferentes. O silêncio toma conta do lugar quando um dos vizinhos de outros quartos não põem um som para farrear nas sextas-feiras.

Vejo as mensagens que os meus amigos mandaram no grupo, até que perguntam onde eu estou por não ter me pronunciado em resposta nas mensagens. No momento não consigo pensar direito porque vários pensamentos vem a minha cabeça.

Muitas das vezes eu pareço bem feliz na frente de todos, mas acontece que tem um vazio dentro de mim como se me faltasse algo. Em certos momentos algumas coisas, pode ser pequena, atinge o meu emocional e eu acabo entrando em ansiedade.

Contudo, nunca me cortei porque sempre tive no pensamento que meus pais se estivessem aqui, não gostariam que eu fizesse isso. Não consegui comer a comida toda, então vou até a frente do apartamento para jogar no lixo quando vejo um cachorro olhando para mim e a comida. Ele deve estar com fome, pego e ponho em um cantinho para ele comer e depois volto para dentro.

Caí na cama, depois de ficar acordado até certas horas consigo dormir.

Nick

Tive pesadelos a noite quando eu sonhei perdendo os meus pais. Foi horrível quando me vi todo cheio de sangue e ser o único que havia sobrevivido.

Isso só resultou em me deixar deprimido logo pela manhã, não comi nada e apenas me arrumei para ir a Universidade. Passava a de amanhã até às 4h da tarde na faculdade e todas as segunda-feira até quarta-feira trabalhava pela noite no shopping como funcionário de limpeza. Precisava do dinheiro para estar pagando as mensalidades e também atender minhas necessidades, minha vó até se propôs em me ajudar mas, como o valor da cirurgia junto com as consultas no hospital eram altas, o dinheiro se acabava quase todo.

Meus amigos já me aguardavam na entrada da Universidade e já perceberam como eu estava.

— O que houve Nick?

Pergunta Nina analisando minha estatura.

— Apenas não tive uma noite boa, logo volto ao normal. Não se preocupem comigo.

— Como não cara? Você é nosso melhor amigo, conta o que aconteceu!

Fala o Pedro enquanto nos sentamos nas mesas do pátio enquanto não batia o sino para ir às salas.

Contei a eles sobre o assunto e eles me deram apoio falando para mim não ficar pensando nisso e deixar a maldita cena no esquecimento. Só pensar no quanto os meus pais estão felizes com eu progredindo na vida, apenas isso.

Depois dos conselhos e apoio que recebi a conversa já se distorce para outro rumo quando Evandro que era o mais velho com apenas um ano de diferença diz olhando para mim.

— Olha cara, você precisa arrumar um namorado ou namorada sabia disso?

— O que isso tem haver?

— Você precisa ficar apaixonado para ver se assim sua mente esteja pensando em outras coisas. Ficar solteiro toda vida também não rola né?

— Seria até bom, o problema é achar a pessoa certa.

— Nisso eu concordo. Diz Abgail por causa da sofrência com o amor não correspondido.

Enquanto a gente conversava, Caetano que também era o nosso melhor amigo do grupinho, aparece todo ofegante enquanto falava:

— Vocês não vão acreditar no que eu tenho a dizer.

— Desenrola cara.

Abgail diz já querendo logo saber da novidade.

— Sabem os alunos dos superiores que estavam ausente na viagem?

— Sim sabemos. Respondo.

— Então, os top 3 voltaram mais elegantes do que nunca já roubando a atenção dos outros universitários.

Não fico nem surpreso, antes mesmo eles já eram bastante populares. Dessa vez devem ter ficado mais ainda, porém não me importo. São apenas um bando de ricos que só pensam em si mesmos o tempo todo.

Quando fomos para nossa sala, só vi o bando de pessoas ao redor daqueles metidos de uma quinta, dou uma suspirada depois de entrar na sala. Enquanto o professor explicava os conceitos do corpo humano, quais eram os órgãos mais importantes, quais não poderiam ser perfurados, acabei ficando com sono. Então pedi para que me deixasse ir ao banheiro lavar o meu rosto, eu já não estava mais aguentando lutar contra o sono em plena terça- feira. Olha que a semana só estava começando.

Vou caminhando para o banheiro masculino e escuto algumas vozes, eram de outros dois homens que pareciam ser do superior.

Aqui os que já estão no segundo ano da faculdade são considerados superiores por já estarem em um nível mais avançado, tendo várias áreas com diferentes tipos de profissão que você queira estudar. Por isso é um escola que tem 6 andares incluindo também o terraço onde geralmente fico quando não vejo sentido algum no porquê ainda estou vivo.

Leonardo

Sou conhecido como um dos top 3 mais populares na Universidade por causa dos meus pais serem estupidamente ricos e que bancam minha faculdade de medicina, mas na real minhas habilidades são mais destinadas a área de designer. No entanto vou terminar a faculdade de medicina e depois que eu me formar, farei o curso para ser designer.

Aqui na Universidade são divididas três turmas para cada área, dos meus amigos eu só fiquei com Benjamim e Miguel na minha turma. O restante deles são de engenharia civil.

Por mais que muitos acham bom ser popular, as vezes acho essa ideia horrível por causa que só tenho más impressões em relação a alguns que acham que eu amo ser metido, mas é pelo contrário. Minha mãe exige que eu seja um nariz empinado e que eu subestime os outros por não serem da mesma classe social que nossa família.

Meu pai é mais de boa, não tem essa ganância toda com dinheiro e quer que eu siga o que achar melhor na vida fazendo escolhas certas.

Depois que perdi três namoradas por causa do meu ciúme obsessivo que tenho, fui tentar esquecer isso indo a uma boate que foi aberta recentemente aqui perto da Universidade.

Sou considerado hétero, porém acabei fazendo uma coisa inesperada que depois fiquei confuso se me arrependi ou não. Dormi com um homem que quase foi levado por outro cara forçando a barra, aquela noite foi minha primeira vez com um homem. Lembro perfeitamente quem era, só não quis me revelar e deixei um recadinho a ele também dizendo que havia pagado o motel. Isso era só para esquecer as mandracuras, ainda me considero hétero. Penso que só foi um deslize meu por causa do álcool que sucumbiu meu juízo perfeito. Pretendo nunca mais fazer uma coisa dessas novamente.

Como não me apresentei, sou o Leonardo com altura de 1,69, meu corpo é definido, tenho olhos azuis e cabelos claros lisos, não sou considerado fácil de pegar, sou obsessivo com as coisas que quero só para mim e mais ninguém, encaro os problemas de frente, sou honesto e nunca fui covarde na vida.

Essa é uma possível representação minha.

Falei com o professor que precisava ir no banheiro, meu amigo Patrício mandou uma mensagem para mim encontrá-lo lá porque tinha algo para falar comigo.

Ficamos conversando sobre a festa que Estella estava querendo dar na casa dela convidando o pessoal da Universidade que ela conhecia. Ele falou para a gente levar bebidas, porque a festa seria bem picante e cheia de desafios pelo meio.

Seria uma oportunidade para mim tirar uma casquinha com algumas minas sem compromisso, apenas diversão que seria meu segundo sobrenome.

De repente entra um dos Universitários que já reconheci pelo olhar que foi com quem dormi, não me contive e fechei a cara para ver que eu não estava surpreso com a presença dele. Logo ele abaixa a cabeça indo até a pia lavar o rosto.

Termino de conversar com Patrício e logo voltamos para nossas salas. Quero saber agora porque a imagem daquele cara não sai da minha cabeça.