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O Professor Dos Meus Sonhos

Capítulo 1

O alarme do despertador começou a tocar fazendo o som de uma música chata ecoar por todo o quarto semi-escuro, os lençóis são jogados para o chão e Alice põe uma perna para fora da cama na intenção de levantar-se, mas como todas as manhãs, não era assim tão fácil. Se escuta um forte suspiro de tédio, e as tentativas para despertar cessaram.

Uma hora depois, Alice acorda com o seu aparelho celular tocando sem parar em cima da mesinha de cabeceira, ela olha a hora no relógio e toma um baita de um susto, praticamente pulando da cama e entrando no banheiro para tomar um rápido banho.

Quando terminou sua higiene matinal, Alice retornou para o quarto de toalha, e só assim atendeu o celular que continuava a todo vapor, tocando sem parar.

Alice📱 - Alô!

Tom 📱 - Nossa, antes tarde do que nunca! Pensei que você estava morta, já estava pensando em ligar para os bombeiros ou ambulância.

Alice 📱 - Engraçadinho você! Só perdi a hora, nada demais.

Ela abriu o armário e escolheu uma calça jeans e camiseta básica, jogou em cima da cama e pegou o pente para pentear os cabelos ainda úmidos.

Tom 📱 - Não, não é nada demais, Alice! Esse atraso se estende faz uns quatro ou cinco meses.

Alice 📱 - Vai ficar me dando sermão? Você está igualzinho ao meu pai.

Se escuta um riso do outro lado da linha.

Tom 📱 - Queria saber o que tanto você faz a noite acordada.

Alice 📱 - Acho que você não vai descobrir nunca! (risos)

Tom 📱- Não duvide do detetive que tem dentro de mim.

Ela jogou a toalha na cadeira e vestiu rapidamente a roupa, pegou os livros e colocou todos dentro da bolsa, calçou o tênis e saiu do quarto a caminho da cozinha pegando uma maçã e posteriormente saindo do seu apartamento descendo os degraus da escada.

Alice 📱- Uma curiosidade, você leu o jornal de hoje?

Tom 📱 - Você sabe que não leio jornal.

Ela sai do prédio, se aproxima de um jeep antigo que estava estacionado rente a calçada, abre a porta e sorri.

Alice - Pois você deveria ler!

Tom a olha e desliga o celular logo em seguida, dá partida no carro e Alice entra, colando o cinto de segurança.

Tom - Mais uma vez, VOCÊ ESTÁ ATRASADA!

Alice - E vamos nos atrasar mais ainda se você não atolar o pé no acelerador.

Ele revira os olhos e segue caminho para a universidade, onde ambos estudavam, mas em cursos diferentes. Alice coloca os óculos escuros para disfarçar as olheiras e tomba o rosto para o lado encostando no vidro da janela do carro.

Alice Ross, 22 anos de idade, estudante de psicologia na universidade de Harvard, localizada em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos. Morava sozinha há uns três anos, porém nas férias sempre ia passar o natal ou outras datas comemorativas com a sua família que moravam em outra cidade. Também mantinha o trabalho em segredo, que exercia na madrugada, assim perdendo algumas noites de sono.

Quando chegaram na faculdade, Tom estacionou o carro no estacionamento e ambos se apressaram para os seus determinados cursos.

Tom - Te vejo na hora do almoço!

Alice - Certo!

Eles se separam na escadaria, Alice sobe correndo e chega no terceiro andar praticamente sem fôlego, olhando o longo corredor vazio que ficavam as salas.

Alice - Droga, droga...

Ela começa a dar alguns passos lamentando em voz baixa, chega na porta da sala e abre, todos viram os rostos para olhá-la, inclusive o professor que estava escorado na mesa segurando um livro.

Brandon - Vejo que esse hábito de chegar atrasada já faz parte da sua rotina.

Ela engole a seco extremamente envergonhada, pois alguns alunos riram ao fundo.

Alice - Desculpe professor, prometo que isso não acontecerá mais.

Brandon - Creio que não, pois da próxima vez, não assistirá a minha aula.

Ele continuava olhando-a por cima dos óculos de grau, fecha o livro e dá a volta na mesa esticando o braço na direção do assento vazio que tinha no fundo da sala.

Brandon - Sente-se!

Ela fez positivo com a cabeça e adentrou a sala passando pelas fileiras das cadeiras, enquanto algumas pessoas a acompanhavam com a visão até finalmente sentar-se.

Brandon - Próxima semana, como vocês sabem, começarão as provas e será aí que o bicho vai pegar.

Garota - Ah não, professor! Eu tenho certeza que irei me ferrar.

Brandon - Não se estudar.

Todos sorriem com descontração, menos Alice que tirou o caderno da bolsa e abriu o notebook. Voltou a sua visão para o professor, na realidade ela nutria uma paixão secreta não correspondida por Brandon, era o tipo de homem que deixava qualquer mulher sem reação, não era atoa que todas as alunas compartilham do mesmo pensamento em relação a ele.

Alice sabia que era um amor impossível, que jamais ele a olharia com outros olhos, ele nunca deu liberdade para aluna nenhuma, primeiro pela ética, segundo que Brandon estava noivo de uma professora que trabalhava na mesma faculdade, e pelos boatos iriam se casar em uma semana.

Alice - Eu tenho que tirá-lo da minha cabeça, ele nunca olhará para mim, nunca!

Ela falava em pensamentos.

De repente, o cansaço de noites em claro começa a se manifestar em seus olhos, pesando as pestanas. Alice mira novamente no professor, a voz dele a cada segundo se distancia, sua visão lacrimeja deixando um tanto quanto embaçado os seus olhos tristonhos, até que a cabeça dela vai tombando para frente e encostando em cima dos braços por cima do notebook.

Algum tempo depois, Alice acorda ainda com o corpo muito mole e quente, ergue a cabeça e olha tudo em sua volta, para a sua surpresa a sala se encontrava completamente vazia.

Alice - Oh, não!

Lamentou ter dormido mais uma vez durante a aula do professor, xinga a si próprio, fecha os olhos em derrota, abre e nota um bilhete branco do bloco de notas pregado na sua mesa.

Brandon 📄- "Assim que acordar do seu sono rotineiro, dirija-se a sala do professor de psicologia!

Chateada, amassa o papel na mão, levanta-se e guarda o notebook dentro da bolsa, fecha o zíper e põe no ombro saindo apressadamente pelo o corredor, não haviam alunos transitando, apenas o zelador da instituição limpando o chão com a vassoura, um carrinho ao lado com produtos de limpeza e um rodo encostado no canto.

Zelador - Boa tarde!

Alice - Boa tarde?

Ela verificou a hora no relógio, já era final do dia.

Alice - Poxa!

Zelador - Algum problema?

Ela parou próxima e olhou para o homem ainda atordoada, não acreditando que dormiu tanto tempo assim.

Alice - É, boa tarde!

Ela volta a andar e descer as escadarias.

Capítulo 2

Brandon estava em pé próximo a janela que dava a área externa, abre um pouco as cortinas com os dedos e aproxima mais o rosto com meio sorriso aparente, contemplando alguns alunos se divertindo com uma bola no gramado.

Brandon Ramsey, 33 anos de idade. Herdeiro de uma indústria farmacêutica, uma empresa de capital aberto. É psiquiatra e psicólogo, professor de psicologia na universidade de Harvard, uma das melhores do mundo. Apesar de ter muita grana e ser milionário com os negócios da família que passou de geração para geração, ele não seguiu de perto o desejo de seu pai, escolheu sua profissão e trabalha por amor. Atualmente, Josef Ramsey, seu pai, encontrava-se muito doente.

* Olá!

Uma voz feminina incrivelmente sedutora se manifesta chamando a sua atenção para a porta.

Brandon - Já está indo, Nina?

Ele se aproxima da noiva e lhe dá um selinho nos lábios.

Nina - Sim, espero ir com você, tá de carro?

Brandon - Não, de moto!

Ela leva as mãos no rosto dele e acaricia.

Nina - Detesto você de moto, sabe disso, né?

Brandon - Sim! (Risos)

Eles se aproximam para mais um beijo rápido e um pouco formal, já que ambos estavam em um ambiente de trabalho.

Nina - Janta comigo hoje?

Sussurrou com uma voz fraca meio sedutora.

Brandon - Não sei, meu pai piorou e...

Ele dá uma pausa e engole a saliva que saia grossa.

Nina - Oh, meu querido!

Brandon - A cada dia o meu pai tá ficando pior, eu não sei mais o que fazer...

Nina - Acho que tá chegando a hora dele.

Ele a olhou e franziu a testa.

Brandon - O que disse?

Ela pigarreia e limpa a garganta.

Nina - Bem... eu quis dizer que seu pai...

Ele a interrompe.

Brandon - Não continue.

Um pouco chateado com o rumo da conversa, Brandon se afasta e retorna para a janela, cruza os braços na frente do corpo e fecha os olhos.

Nina - Perdão, eu não queria te magoar.

Brandon - Mas você não disse nada de mais, eu ainda tenho esperanças, ou pelo menos acredito.

Nina deu alguns passos ao seu encontro e o abraçou por trás como uma forma de carinho e conforto.

Brandon - Depois que eu visitá-lo dou uma passada na sua casa.

Nina - Vou preparar um jantar incrível, você vai amar a nossa noite.

Nesse momento ambos se afastam pois escutaram batidas na porta, Brandon autoriza a entrada e Alice entra toda sem jeito segurando o bilhete amassado na mão.

Alice - Perdão, é que eu... bem...

Brandon - Sim, pedi a sua presença aqui depois da aula.

Alice olha para a professora Nina que era de outro curso, as duas se encaram por alguns longos segundos.

Nina - Bom, já vou indo!

Brandon - Ok!

Ela abre a porta e sai os deixando a sós.

Alice - Estou aqui professor!

Brandon - É, estou vendo!

Ele puxa a cadeira e senta-se apoiando uma perna em cima da outra.

Brandon - E então?

Alice - Eu...

Ela não consegue dizer nada, então apenas balança a cabeça em negação, olha para o lado e depois mira na janela.

Brandon - O que está acontecendo? Não é a primeira vez que você chega atrasada na minha aula e dorme durante…

Alice - Eu geralmente não durmo durante a noite professor, é complicado.

Ele leva a mão embaixo do queixo e gira um pouco a cadeira para o lado.

Brandon - Ano que vem você vai para o último ano, só não sei se vai passar, suas notas deram uma caída drástica.

Alice - É que eu trabalho a noite, por isso as vezes eu durmo.

Ela suspira, ele amassa os lábios, um pouco mais interessado no restante, mas Alice não continuou.

Brandon - Trabalhando a noite? E...

Alice - Eu prometo que irei melhorar, é só uma fase!

Ele iria perguntar mais algumas coisas, mas percebeu que Alice não queria se aprofundar no assunto.

Brandon - Pode ir!

Alice - Até amanhã!

Ele não respondeu, apenas confirmou com um balançar de cabeça. Alice saiu da sala e da instituição, caminhou pelo gramado e sentou embaixo de uma árvore, dobrou as penas e mirou no nada. Uma buzina de carro chama a sua atenção, Alice olha mais a frente e vê o amigo com carro parado a esperando.

Tom - Vai ficar sonhando com o professor de psicologia ou vai entrar nesse carro para comermos algo?

Ela arregala os olhos e levanta-se rápido indo ao seu encontro.

Alice - Você enlouqueceu?

Tom - O que eu falei? Só disse a verdade!

Alice - Para!

Ela dá a volta e entra no carro.

Alice - Eu sabia que não poderia confiar em você.

Tom - Calma garota, não tinha ninguém por perto.

Alice - Droga!

Ela joga a bolsa entre as pernas e fecha a cara enquanto olhava através da janela, seus olhos estavam lubrificados por lágrimas.

Tom - Qual é, Alice! Eu estava brincando, você sabe disso.

Ela deu de ombros, piscou as pestanas e fez algumas lágrimas solitárias deslizarem pela sua face rosada e doce.

Tom - Desculpa!

Alice - Tudo bem.

Ela limpa as lágrimas com os dedos e sorri um pouco sem jeito.

Alice - Vamos comer, eu estou morrendo de fome.

Tom - Hambúrguer?

Alice - É, pode ser!

Eles vão para um fastfood bastante conhecido, entram na fila do drive thru e pedem seus pedidos para levar e comer em casa.

...

Já tinha anoitecido, Brandon para a moto em frente a uma mansão gigantesca e luxuosa, tira o capacete e fica olhando fixamente para os portões, baixa a cabeça um pouco frustrado. Os portões são abertos e um segurança sai sorridente.

* Senhor!

Brandon - Boa noite!

Segurança - Vai entrar, senhor?

Brandon - É, vou!

Ele gira a chave da moto dando partida e entra na mansão, passa pelo o imenso jardim, área da piscina até chegar perto da porta principal. Olha tudo em volta e desce da motocicleta, sobe os degraus e entra um pouco impaciente sendo recebido por uma funcionária antiga que morava na casa há anos.

Antonieta - Filho, que bom que veio!

Exclamou com alegria no rosto.

Brandon - Como você tá?

Ele a abraçou e lhe beijou no topo da cabeça com carinho.

Antonieta - Não estou muito bem, seu pai... ele...

A voz falta e Brandon sente as lágrimas da senhora umedecer sua camisa.

Brandon - Vou vê-lo!

Antonieta - Ele está com a enfermeira no quarto.

Ele olha a escada, amassa os lábios e sobe os degraus sem muita pressa, apenas não queria ver o pai doente em estado terminal. Era muito mais que doloroso, chegava a ser insuportável tal visão.

Capítulo 3

Ao entrar no quarto, Brandon para, logo após dar um passo à frente, fecha os olhos e abaixa a cabeça novamente depois de presenciar a cena triste do pai deitado naquela cama. Uma enfermeira estava sentada numa poltrona confortável ao lado, lendo uma revista perto de um abajur com pouca iluminação, apenas o suficiente para a leitura.

Enfermeira - Senhor!

Exclamou já se levantando e encostando a revista do lado.

Brandon - Como ele está?

Ele se aproxima da cama e fita os remédios que estavam em cima da mesinha do criado mudo e começa a ler cada um deles, mesmo com um pouco de dificuldade por está sem seus óculos de grau, em alguns momentos semicerrou os olhos na tentativa de ler as minúsculas letras.

Enfermeira - O médico acabou de sair, bem...

Ele vira o rosto olhando para a mulher que estava em pé próximo a janela, com os braços esticados na frente do corpo, digamos que um pouco retraída.

Brandon - Vamos lá fora um pouco.

Ela confirma com a cabeça e ambos saem do quarto para falar no corredor daquela ala.

Brandon - E então?

Enfermeira - Seu pai está nas últimas senhor, a demência piora ainda mais o quadro de saúde dele, infelizmente.

Brandon - Não, não!

Ele leva as mãos a cabeça e caminha até o meio do corredor, para, e encosta a testa na parede em derrota ou decepção, era um misto de sensações que se passavam na sua cabeça e corpo.

Brandon - Ligue para o médico dele, quero que ele volte para falar comigo.

Enfermeira - Mas o doutor acabou de sair.

Ele a olha.

Brandon - Não importa, ligue para ele e peça para vir até aqui agora.

Enfermeira - Sim, senhor!

Ele caminhou de volta para o quarto e segurou a maçaneta, mas antes de entrar ficou alguns segundos pensativo.

Brandon - Vou entrar para ficar com ele, preciso de um tempo sozinha com o meu pai.

Enfermeira - Ah, claro! Pode deixar, eu não atrapalharei o momento.

Ele amassou os lábios um no outro e entrou, encostou a porta delicadamente e caminhou lentamente até a cama, ajoelhou ao lado e segurou a mão do pai.

Brandon - Meu pai...

Por mais que Brandon tentasse a todo custo ser durão, ele sabia que era somente um casulo das suas reais emoções. Por dentro o seu corpo doía e tremia igual mil facadas no estômago, era como se tudo tivesse fugindo do seu autocontrole, mas a calmaria que ele mantinha era invejável até para si próprio.

Brandon - Sinto sua falta, das nossas conversas no jardim depois da meia noite, sempre com uma caneca de chá de camomila.

Ele suspira profundamente e deixa uma lágrima escorrer para a bochecha e se perder na linha do pescoço.

Brandon - Lembro que a mamãe brigava por ficarmos até tarde conversando, ela nos olhava da varanda e balançava a cabeça, logo depois descia e se juntava a nós.

Ele dá meio sorriso de canto de boca lembrando do passado, olha para o pai novamente que continuava de olhos fechados, respirava tão baixinho que Brandon conseguia sentir o ar da respiração próximo ao seu rosto.

Brandon - Queria tanto que o senhor pudesse me entender, o que dói mais em mim e o seu esquecimento.

De repente, Brandon sente o seu pai apertando a sua mão, ele arregala os olhos surpreso e fita o pai abrindo as pestanas praticamente em câmera lenta.

Brandon - Papai, você me entende?

Com uma voz extremamente fraca e cansada, Josef tenta mexer os lábios com dificuldade na tentativa de formar uma palavra.

Josef - A sua mãe...

Seu pai mira em qualquer lugar no quarto e fixa a visão no nada.

Brandon - Meu pai, o que disse?

Josef - Sua mãe está tão... tão bela hoje.

Brandon - O quê?

Ele acha estranho as palavras do pai, pois sua mãe havia falecido há anos.

Josef - Ela está linda!

O homem continuava mirando o nada, Brandon percebe e leva a visão para o lugar do quarto que seu pai olhava, mas não havia nada.

Brandon - Ele tá tendo alucinações!

Falou em pensamentos.

Josef - Cuide-se meu filho, nem... nem sempre as pessoas... são como demonstram ser.

Seu pai falava com muita dificuldade, puxando muito ar.

Brandon - O senhor me reconhece?

Josef estava olhando diretamente nos olhos do filho agora.

Josef - Sim, meu filho, Brandon!

Bastou esta palavra para acontecer o último suspiro forte, Brandon apertou a mão do pai e não se conteve na emoção, ele sabia que o pai havia partido.

Brandon - Meu Deus, meu pai!

Ainda ajoelhado rente a cama, Brandon apoia o rosto no peitoral do pai e chora, chora da dor da perda, da saudade que irá sentir e que já estava corroendo, também chora pois toda a dor acabou e seu pai não sofrerá mais. Esse era o fim do grande empresário, Josef Ramsey.

Batidas na porta, a funcionária fiel de anos do seu pai entra segurando uma bandeja de prata trazendo um copo de água. Mas ao perceber que o bom patrão havia falecido, Antonieta não segurou a emoção.

Antonieta - Oh, não!

Com o susto, a mulher derrubou a bandeja no chão, que de imediato emitiu-se um barulho de prataria e vidro quebrando. A emoção foi tão grande que Antonieta caiu sentada no carpete áspero, sendo amparada pela enfermeira.

O médico também chegou às pressas e entrou no quarto correndo, parou ao fitar a cena de Brandon ajoelhado perto da cama com o rosto no peito do pai. Ele apenas lamentou, pois já sabia que Josef faleceria a qualquer momento.

Brandon - Fiz o certo?

Médico - Sim! Foi o último pedido do seu pai, morrer em casa!

Brandon - Quando a demência não tinha afetado o suficiente para esquecer tudo, ele sempre falava que não queria morrer no hospital, me fez prometer.

O médico se aproximou e tocou o ombro de Brandon, deu algumas batidinhas o consolando da melhor maneira possível.

Brandon - Já sabíamos que isso aconteceria, só não queria aceitar.

Ele não comentou nada a respeito do pai ter lembrado dele, apenas quis guardar aquele momento em sua memória. O médico assinou o atestado de óbito e começou a resolver algumas questões burocráticas, logo o advogado da família chegou junto com a Nina.

A noite estava sendo muito dolorosa para Brandon, depois de ficar um bom tempo ao lado do corpo do pai, finalmente ele saiu do quarto e foi para o jardim, queria ficar um pouco sozinho e colocar suas ideias no lugar, pois a noite seria muito longa.

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