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Amor Abandonado

Capítulo 1

— Senhora, os nossos exames indicam que a sua parede uterina está incrivelmente fina, o que torna a situação do feto bastante delicada. É crucial que você se alimente bem e faça atividades físicas. - Explicou o médico, estendendo um pedaço de papel para Alícia Rech. — Aqui, pegue isso e compre o seu medicamento.

— Entendido, doutor. - Ela respondeu, cuidadosamente pegando a receita do médico.

O médico enfatizou:

— Por favor, assegure-se de cuidar bem de si mesma. Isso é uma questão muito séria. Uma parede uterina fina pode aumentar o risco de aborto espontâneo e muitas mulheres que, passaram por isso enfrentam uma graves problemas.

— Obrigada, doutor. Vou me cuidar bem. - Alícia assegurou, com um sorriso decidido nos seus lábios.

Durante os três anos de casamento, ela vinha esperando ansiosamente por esse bebê e estava determinada a fazer tudo que estivesse ao seu alcance para protegê-lo.

Depois de sair do consultório, Alícia pegou o medicamento e entrou no carro. O motorista deu partida no carro e olhou para ela através do retrovisor.

— Senhora, o vôo do senhor Lehmann está previsto para chegar às três da tarde. Ainda temos vinte minutos. Devemos seguir para o aeroporto agora?

— Sim, vamos ao aeroporto.

A ideia de se reunir com o seu marido em poucos minutos aqueceu o seu coração, provocando um sorriso.

Seu marido, Richy Lehmann, estava ausente em uma viagem de negócios por quase um mês e ela vinha sentindo sua falta terrivelmente.

Durante a viagem de carro, ela se pegou revisando constantemente o relatório de gravidez, acariciando suavemente a sua barriga.

Em apenas oito meses, ela e Richy dariam as boas-vindas ao precioso bebê deles neste mundo. Ela mal podia esperar para compartilhar a notícia maravilhosa com ele.

Assim que chegaram ao aeroporto, o motorista estacionou o carro estrategicamente e virou-se para ela:

— A senhora vai ligar para o senhor Lehmann agora?

Alícia olhou a hora no seu relógio e ligou para o marido, mas ele não atendeu.

— O vôo dele deve estar atrasado. Vamos esperar um pouco mais. - Ela sugeriu.

No entanto, após uma longa espera, Richy ainda não apareceu.

Alícia ligou novamente, mas mais uma vez, não obteve resposta.

— Vamos continuar esperando.

Atrasos de vôos eram comuns e, às vezes, podiam se estender por algumas horas.

Duas horas depois, ela ligou de novo. O celular foi rapidamente atendido:

— Richy, você já pousou?

Houve uma pausa inesperada, seguida por uma voz feminina desconhecida:

— Desculpe, Richy está no banheiro. Ele ligará para você mais tarde.

Antes que Sabrina pudesse responder, a ligação foi abruptamente encerrada.

Ela olhou confusa para o celular.

Até onde ela sabia, Richy não tinha uma assistente o acompanhando nessa viagem. Alícia aguardou ansiosamente a ligação dele, olhando fixamente para a tela em branco do aparelho.

Dez minutos se passaram sem que Richy retornasse a ligação.

Depois de esperar por mais cinco minutos, Alícia ligou mais uma vez.

Após uma longa espera, o celular foi finalmente atendido por uma voz masculina familiar:

— Alícia?

— Richy, onde você está? Estamos te esperando no aeroporto.

Houve uma pausa do outro lado da linha.

— Desculpe, esqueci de ligar o meu celular após pousar. Já saí do aeroporto.

A alegria de Alícia desapareceu instantaneamente.

— Então, vou te esperar em casa. Preciso conversar com você sobre uma coisa.

— Eu também tenho algo para conversar com você. - Ele respondeu cecamente.

— Tudo bem, vou pedir ao cozinheiro para preparar a sua refeição favorita para o jantar. - Ela respondeu contente.

— Jante sem mim. Tenho outros compromissos e voltarei para casa mais tarde.

Tentando esconder a sua decepção, Alícia apenas concordou.

Enquanto ela estava prestes a desligar a chamada, a voz da mulher pôde ser ouvida novamente:

— Richy, me desculpe. Esqueci de te dizer que Alícia ligou.

O coração de Alícia disparou e uma ruga de preocupação apareceu na sua testa. Mas o que veio a seguir foi duro para ela ouvir:

— Tudo bem não é significante.

Justo quando ela estava prestes a perguntar a Richy sobre a mulher ao celular, a ligação foi encerrada.

Olhando para a tela do celular, Alícia franziu os lábios desapontada. Ela virou-se para o motorista e pediu que ele a levasse para casa. O motorista notou o desconforto da patroa e fez o que ela pediu. Apesar da turbulência emocional, Alícia obrigou-se a comer pelo bem do seu bebê que estava por vir.

A TV estava ligada na sala de estar.

Sentada no sofá com uma almofada nos seus braços, ela frequentemente checava o relógio, sem nenhuma disposição para assistir à televisão.

Por volta das dez horas, a fadiga tomou conta e ela adormeceu.

De repente, ela se sentiu sendo carregada.

Semiconsciente, ela detectou um cheiro conhecido misturado com um leve cheiro de álcool.

— Richy? - Ela murmurou.

— Sou eu. - Richy respondeu.

— Você bebeu? - Ela perguntou.

— Bebi um pouco com um amigo.

O som abafado da água descendo no banheiro preencheu o quarto. Alícia franziu o rosto, tendo o seu descanso perturbado.

Uns minutos depois, alguém deslizou para a cama e uma mão pousou na cintura dela, deixando uma sensação formigante na sua pele.

— Hmm... Hoje não... - De olhos fechados, Alícia preguiçosamente afastou a mão dele.

No fundo, ela temia causar danos a si mesma. Ele tocou na coxa dela com a sua mão quente, era viciante o toque dele. Ele levou a mão para trás, a colocando nas suas costas.

— Vá dormir. - Richy resmungou.

A sonolência apoderou-se dela e ternamente a levou para um sono tranquilo.

Quando a manhã chegou, Alícia abriu os olhos e descobriu um espaço vazio ao lado dela na cama.

Somente os lençóis ligeiramente amassados evidenciaram o retorno de Richy para a casa na noite passada.

Ela ficou levemente irritada consigo mesma e se perguntou por que havia caído no sono tão cedo.

No entanto, não importava. Ela ainda poderia compartilhar a novidade com ele mais tarde.

Após terminar a sua rotina de higiene matinal, Alícia foi até o guarda-roupa e escolheu um terno branco para Richy. Considerando a alegre notícia da sua gravidez, ela optou por uma gravata listrada em vermelho e cuidadosamente colocou na cama.

Richy estava de pijamas, relaxando no sofá depois da sua corrida matinal. Ao notar a esposa descendo as escadas, ele largou os papeis que segurava e sugeriu:

— Hora do café da manhã.

Logo após terminarem de comer, Alícia reuniu coragem e falou com a sua voz cheia de esperança e felicidade:

— Richy, eu tenho uma novidade para contar.

Capítulo 2

Certamente, o anúncio de um bebê traria alegria, não traria?

— Certo, tenho algo para compartilhar com você também. - Ele confessou.

— Tudo bem, você primeiro. - O sorriso caloroso e doce dela carregava um toque sutil de timidez.

— Alícia, vamos nos divorciar.

Richy se levantou, então pegou um documento do sofá e entregou para ela. — Este é o nosso acordo de divórcio. Leve o tempo que precisar para lê-lo cuidadosamente. Se tiver alguma dúvida ou exigência, avise-me.

O coração de Alícia deu um salto quando ela olhou atônita para ele.

Por um momento, a sua mente ficou em branco, duvidando dos seus próprios ouvidos. O tempo parecia se arrastar antes que ela conseguisse balbuciar:

— Divórcio?

Ele estava sugerindo um divórcio?

O que o fez querer se divorciar do nada?

Ela foi pega de surpresa.

— Armaram para nós dois naquela noite. Fomos forçados a nos casar e não tornamos o casamento público. Como não existe amor entre nós dois, é melhor acabar com isso. - Richy explicou casualmente, com se estivesse discutindo tarefas mundanas.

Alícia empalideceu.

Ela sentiu um aperto no seu coração, dificultando a sua respiração.

Não podia ser.

Ela amava-o há nove anos.

Desde o momento em que ela se juntou à família Lehmann aos dezesseis anos de idade, até os três anos de casamento, seu amor por ele apenas crescia, cada vez mais forte.

Ela queria esse casamento, que não foi imposto-lhe.

Entretanto, para ele, a união estava longe de ser perfeita.

Ela acalmou a sua respiração, ao mesmo tempo em que lutava para engolir o nó em sua garganta.

Olhando diretamente para ele, ela tentou manter a sua voz firme.

— Os úItimos três anos não foram bons? Você tem certeza de que quer se divorciar de mim?

O seu coração doía ao pronunciar essas palavras.

— Eu já tomei a minha decisão.- Ele respondeu torcendo o nariz para ela.

— Mas os seus avós..

— Eu me viro com eles. - Ele disse confiante.

— E se eu estiver...- Ela queria contar que estava grávida.

Sem paciência, ele a interrompeu:

— Graziela retornou.

As palavras atingiram o coração de Alícia como uma facada.

Atordoada, ela aceitou o acordo de divórcio e disse:

— Está bem. Vou analisá-lo.

Forçados a se casar?

Não existir amor?

Isso não passava de desculpa. A última frase de Richy revelou o verdadeiro motivo por trás da sua decisão: Graziela estava de volta.

Nos últimos três anos, mesmo que Richy e Alícia não tivessem oficializado o seu casamento publicamente, eles compartilharam uma vida juntos como um casal normal.

Todas as manhãs, ela cuidadosamente escolhia o terno e a gravata para ele, e então eles se dirigiam juntos para o trabalho.

No final da tarde, durante reuniões de negócios, ele sempre arrumava um tempo para ligar e compartilhar os acontecimentos do dia com ela. À noite, eles encontravam conforto nos braços um do outro. Às vezes, tomavam banho juntos, e sempre selavam a noite com um doce beijo antes de dormirem.

Em datas especiais, como aniversário deles e Dia dos Namorados, ele surpreendia-a com presentes atenciosos. Além de estar sempre disposto a satisfazer os seus desejos, não importando quais fossem, ele também era um homem romântico, que cumpria todas as expectativas de um parceiro ideal.

Realmente, ela envolveu-se profundamente nessa onda de felicidade, acreditando que os seus dias seriam sempre preenchidos com essa alegria.

Mas então, Graziela reapareceu.

E com isso, Alícia podia sentir o fim iminente do seu casamento feliz.

Foi a voz de Graziela que ela ouviu pelo celular no dia anterior?

Eles já estavam em contato?

Eles teriam passado um mês inteiro juntos, enquanto ele estava supostamente viajando a negócios?

Eles voltaram ao país juntos?

Richy passou a noite anterior com ela?

Alícia sentiu-se mergulhada num abismo de desespero ao pensar nessas questões. Richy despedaçou o seu coração.

— Não se preocupe, Alícia. Mesmo depois do divórcio, eu a considerarei como a minha irmã, minha família.

Irmã?

Eles foram casados e dormiram na mesma cama por três anos para, no final, ele dizer que a via como uma irmã?

Como ela poderia aceitar isso?

— Vamos falar sobre isso mais tarde.

Alícia desviou o olhar com um sorriso sarcástico nos lábios.

Richy ajustou o seu colarinho e a encarou profunda e intensamente.

— Aliás, o que você estava queria me dizer?

Alícia folheou casualmente o acordo de divórcio, com um leve sorriso adornando o seu rosto.

— Não era importante. Os designs para a próxima temporada já foram lançados. Eu estava planejando discutir uma ideia com você, mas consegui pensar em algo sozinha.

Não havia mais necessidade de contar-lhe que ela estava grávida.

— Certo, obrigado pela sua dedicação.

Alícia era a diretora de marca do Grupo Lehmann e Richy tinha uma fé inabalável na sua competência. Ela era uma especialista nessa área de trabalho. Qualquer produto que ela tocasse, fossem joias, roupas, videogames ou dispositivos tecnológicos, se tornaria extremamente popular.

— Estou apenas fazendo o meu trabalho. Agora, se me der licença, preciso ir trabalhar.

— Alícia respirou fundo, se recompôs e começou a se afastar, mantendo uma aparência calma.

— Nós vamos juntos. - Richy subiu as escadas para trocar de roupa depois da sua declaração.

Alícia parou, sentindo um nó na garganta, e os seus olhos encheram-se de lágrimas.

Como ele conseguia permanecer tão imperturbável, pedindo o divórcio e, ao mesmo tempo, a convidando para saírem juntos?

Não existia amor da parte dele.

— Não é preciso. Já que estamos indo em direção ao divórcio, é melhor você ter cuidado para não ser visto comigo.

Com isso, Alícia saiu rapidamente, impulsionada pelo medo de perder a compostura na frente dele.

Ela simplesmente não podia deixar isso acontecer, pois, estava bem ciente de que ele concordara em se casar com ela depois daquela noite apenas por acreditar que ela não causaria problemas e nunca se rebelaria.

Porém, ela não pôde evitar se sentir culpada pelo seu filho não nascido, que estava destinado a crescer sem o pai.

Enquanto ela se afastava, Richy franziu a testa.

Quando chegou à garagem, ela entrou em seu carro, mas em vez de ligar o motor, abriu o Facebook.

Após um pouco de navegação casual, ela encontrou algo inesperado.

Capítulo 3

Richy e a maioria dos seus amigos não eram muito ativos nas redes sociais, mas havia algumas exceções no seu círculo social.

Matt Bennet era uma delas.

Alícia deparou-se com uma postagem dele num jantar, com a legenda:

"Bem-vinda de volta ao país, Graziela! Um casamenta está a caminho!"

Ele tinha adicionado um emoji festivo no final.

A localização mostrava o clube que eles geralmente frequentavam.

Uma lágrima caiu sobre a tela do seu celular.

Agarrando o seu celular, Alícia foi invadida por uma profunda tristeza que a deixou sem fôlego.

Pelo visto, Richy havia levado Graziela para encontrar os seus amigos assim que ele desceu do avião.

Todos sabiam que o coração dele ainda pertencia a ela e desejavam o melhor para eles.

Mas Alícia não sabia de nada.

Nos últimos três anos, apenas a família Lehmann sabia do casamento deles.

Richy raramente a apresentava a seus amigos. Mesmo em encontros casuais, todos a conheciam apenas como a filha adotiva dos pais dele.

— Senhora Rech? - O motorista encontrou Alícia na garagem, intrigado ao vê-la no carro por tanto tempo.

O ignorando, ela rapidamente limpou as lágrimas, ligou o carro e partiu. Alícia não traria suas emoções para o trabalho, que era a única coisa possível para distraí-la nesse momento.

Ela enviou o plano para o e-mail de Richy, que imediatamente respondeu com a sua frase curta e habitual:

"Aprovado. Monitore a execução."

Alícia enviou uma resposta afirmativa e rapidamente delegou a tarefa.

Após um longo dia de trabalho, ela recebeu uma mensagem de Richy:

"Estou ocupado esta noite. Volte para casa sem mim."

Alícia apertou os lábios, uma dor aguda irradiando de seu coração. Com os dedos trêmulos, ela respondeu que estava tudo bem.

Antes, talvez por conta do cargo dela como gerente sênior no Grupo Lehmann, ele sempre a informava sobre as pessoas com quem se encontraria. Porém, nesses últimos dias, ele a vinha ignorando, dizendo somente que estava ocupado.

Acontecia que ele estava ocupado se encontrando com Graziela!

Richy enviou outra mensagem:

"Comprei um presente para você durante minha viagem de negócios e acabei me esquecendo de entregar. Está na minha mala. Pegue-o assim que chegar em casa."

Alícia respondeu simplesmente:

"Tudo bem."

Richy sentiu uma estranha irritação ao ver a resposta curta dela. Ele se reclinou sobre sua cadeira e massageou as sobrancelhas franzidas.

— Senhor, a senhorita Slang chegou. - Taylor Miller, assistente de Richy, anunciou, batendo na porta.

Ao deixar o escritório, Alícia ouviu uma conversa entre os funcionários.

" A mulher que visitou o senhor Lehmann é a namorada dele?"

"Ela é tão gostosa! "

"Uma pena que esteja usando máscara."

"Você acha que ela se parece com Graziela Slang?"

"Eu nunca constatei o chefe tão feliz com a chegada de uma mulher mascarada"

"A estrela de cinema? De jeito nenhum! Ela não estava filmando no exterior?"

"Ela e o senhor Lehmann formam um belo par!"

— Senhorita Rech! - Alguém avistou e a cumprimentou, seguido do restante do pessoal, que parou de fofocar.

Com o olhar baixo e um tom impassível, Alícia respondeu:

— O expediente já acabou. Podem continuar.

Com isso, ela acelerou o passo, firme mas urgente. Seus olhos estavam vermelhos por segurar as Iágrimas e seu coração pulsava de dor.

Ela precisava fugir, com medo de enfrentar um espetáculo desolador.

Graziela veio encontrá-lo na empresa?

Mas eles não estavam divorciados ainda. Richy sequer sabia que ela ainda estava na empresa?

Os cochichos atrás dela recomeçaram, contudo, agora o foco era em outro tópico.

"A senhorita Rech é deslumbrante. Mas ela é tão intimidadora, assim como o Senhor Lehmann. Eles realmente parecem irmãos."

— A senhorita Rech, é irmã do senhor Lehmann?Um novato perguntou.

— Pff! Adotada, provavelmente. O inútil do pai dela pressionou o pai do senhor Lehmann para adotá-la. De que outra maneira ela teria ingressado no Grupo Lehmann?

"Quem te disse isso?"

"Uma pessoa do departamento de relações públicas."

"Para ser honesta, a senhorita Rech é bastante agradável."

No estacionamento subterrâneo, Alícia afivelou o cinto de segurança e, quando levantou o olhar, viu um casal.

Richy estava elegante, com o traje branco que ela havia escolhido para ele naquela manhã.

Ao lado dele estava uma mulher, usando máscara e boné. Ela segurava carinhosamente o braço dele, conversando animadamente.

Ele inclinou a cabeça levemente, ouvindo atentamente suas palavras,

Com uma expressão suave e serena.

A mulher divertidamente empurrou de leve o braço dele enquanto caminhavam e sorriam um para o outro. Richy assentiu com um sorriso suave, parecendo dizer:

— Está bem.

De fato, o seu primeiro amor havia retornado.

A gravata vermelha que ele vestia fez o coração de Alícia doer. Ela havia escolhido em comemoração ao bebê que estava a caminho.

E agora, ele a usava num encontro com o seu primeiro amor.

Alícia estava completamente inundada de emoções, chorando amargamente enquanto uma tristeza profunda abraçava seu coração.

Durante os três anos de casamento, ela nunca havia presenciado Richy sendo tão carinhoso. Ele só era carinhoso quando bebia e fazia sexo com ela ou quando precisava dela para enganar os seus avós fazendo-os parecer um casal perfeito.

Ela costumava encontrar consolo na ideia de que talvez ele fosse assim por natureza, mas as ilusões que criava para si mesma eram tão convincentes que acabou se tornando vítima delas.

Agora, ela estava testemunhando a ternura dele, mas estava direcionada à outra mulher.

O carro de Alícia estava no campo de visão deles, mas Richy não o reconheceu, nem sequer a viu no veículo.

Na mansão...

— Está de volta, senhora Lehmann. O que gostaria de... - A governanta se interrompeu ao perceber as lágrimas que rolavam pelo rosto de Alícia, que fugiu para o quarto antes que a funcionária pudesse dizer mais alguma coisa.

Alícia encostou-se contra a porta fechada, sentindo a garganta apertada de dor.

As lágrimas, que haviam sido represadas por tanto tempo, finalmente transbordaram, embaçando a sua visão e escorrendo por suas bochechas.

Ela sentia o seu coração pulsando de dor, em uma agonia pura.

Alícia, era uma filha de pais divorciados, ela compreendia profundamente as dificuldades de crescer num lar com apenas um dos pais. Portanto, não desejava que isso acontecesse com o seu próprio filho, e ansiava por dar a ele uma infância feliz.

Mas quem poderia orientá-la nesse dilema?

Depois de um longo período, a governanta bateu suavemente na porta do quarto.

— Senhora Lehmann, é hora do jantar.

Após um momento, Alícia respondeu com um simples "ok" e foi ao banheiro para lavar o rosto.

Ao sair, lembrou-se da mensagem de Richy sobre trazer um presente da sua viagem de negócios.

O que poderia ser?

Ela encontrou a bagagem e abriu, encontrando um disco autografado pelo seu cantor favorito.

Não era nada de ouro ou uma jóia.

Alícia segurou o disco contra o peito, sentindo um calor a aquecer por dentro. Pelo menos, ele se lembrava das suas preferências e tinha pensado em trazer um presente.

Ele não falhou completamente, não é?

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