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Um Segredo Entre Nós!

Prólogo

Todos nós experimentamos amores que vêm e vão, e raramente estamos preparados para as reviravoltas que o destino nos reserva. Afinal, não dispomos de uma bola de cristal para antecipar o que está por vir. A filosofia talvez não seja meu ponto forte, e é possível que eu precise melhorar a perspicácia. A cidade onde vivemos está situada perto do Polo Norte, no meio do Oceano Pacífico, é uma pequena ilha que abriga aproximadamente 612.500 habitantes. No inverno, é comum a queda de neve, embora não seja um evento diário. Em uma semana com sete dias, apenas em dois deles é provável que haja neve, o que torne a interferência significativa uma tarefa difícil. Então, resta-nos aguardar e ver quais surpresas os próximos dias trarão. Sentada no banco de trás de um táxi, me perco em pensamentos e na decisão que acabei de tomar, ciente de que o destino é uma incógnita.Estive casado há oito anos, desempenhando a função de diretora-chefe de uma empresa de cosméticos. Tudo parecia estar indo bem, e vivíamos em uma bela casa em um dos bairros mais desejados da cidade. Eu estava, aparentemente, feliz. No entanto, havia uma questão que atormentava a minha felicidade: a incapacidade de engravidar, apesar de todos os esforços meus e do meu marido. Foi então que, em um determinado dia, minha sogra me telefonou com uma revelação surpreendente. Ela afirmou que havia uma maneira de termos um filho, o que me fez pensar inicialmente em adoção. No entanto, ela impôs uma condição: meu marido não poderia descobrir.Ela explicou que ambos passaram por exames que revelaram que meu marido era estéril, e revelou isso a ele poderia abalar sua masculinidade. Esta era a minha única oportunidade, já que a família estava ansiosa por um herdeiro para manter a linhagem. Minha sogra me trouxe o contato de uma clínica especializada em procedimentos de fertilização in vitro. A notícia me chocou e me deixou cheia de compreensão, mas sua insistência gradualmente me levou a concordar com seu desejo.

-Como foi? - Perguntei ao cruzar a porta do consultório médico.

-Correu bem. - Respondi sem demonstrar muita emoção.

-O procedimento já foi realizado? - Minha sogra segurou um dos meus braços, arqueando as sobrancelhas. Balancei a cabeça afirmativamente.

-Senhorita Mabel, devo avisar que deve retornar em 15 dias para verificar se o procedimento foi bem-sucedido ou não... - O médico falou atrás de mim.

-O que? - Minha sogra parecia assustada. - Não podemos saber de imediato?

-Não, senhora, esse procedimento é bastante complexo, e o resultado pode ser positivo ou negativo. - O médico explicou.

-Quero pedir uma coisa... - Minha sogra disse ao médico.

- Ninguém pode descobrir, absolutamente ninguém. Ela entregou um envelope ao médico e me cedeu para fora da clínica.Primeiramente, é importante que você compreenda o poder e a influência dessa família. Aqui na cidade, eles estão entre os mais ricos da região, graças ao fato de que meu sogro é dono de uma das empresas mais importantes do país e do mundo. Eles têm a habilidade de subornar e influenciar todos ao seu redor. Com meu marido como único filho deles e prestes a assumir o negócio da família, a pressão por um neto era ainda maior, motivada principalmente pela busca desenfreada pelo dinheiro. Ao voltar para casa naquele dia, foi um erro terrível. Assim que entrei, parei-me com roupas femininas espalhadas pelo chão. Peguei uma peça e percebi que não era da minha coleção. Com o coração apertado, segui o rastro das roupas até chegar à cena da traição: meu marido na cama com outra pessoa.

-Não posso acreditar... - Sussurrei para mim mesma.

-Bel? - Ele disse, claramente surpreso, enquanto empurrava a mulher que estava deitada em seu peito.

-Saia! - Gritei para a mulher, que me olhou com medo. - Saia! - Repitir.

Ela se declarou às pressas e fugiu. Não sei para onde ela foi, e honestamente, não queria saber. Minha cabeça estava em turbilhão, e eu me senti na cama, cobrindo o rosto com as mãos. O silêncio no quarto foi ensurdecedor. Meu marido permanentemente deitado na cama.

-Bel... - Ele tentou pronunciar meu nome com dificuldade. - Eu posso explicar...

-É melhor você não dizer nada... - Falei, ainda com o rosto coberto pelas mãos. - Nós devemos terminar.

O termino foi rápido, sem discussão. Simplesmente peguei minhas coisas e parti, sem revelar para ninguém para onde estava indo. Tomei uma decisão e não me importei com as consequências. Voltei para o meu antigo apartamento e para a minha antiga vida.Eu acreditava que nada mais aconteceria, absolutamente nada. Mas...

Fugindo deles

A neblina estava tão baixa que o taxista mal enxergava um palmo à sua frente, e a previsão do tempo não errou quando disse que essa manhã tivemos muita neblina, com pancadas de chuva previstas para o decorrer do dia. Para evitar o trânsito matinal, saímos cedo de casa, mas parece que todos os trabalhadores tiveram a mesma ideia, resultando em um trânsito infernal. Enquanto isso, o som do táxi tocava uma salsa suave, e eu não sabia se isso me irritava ou me acalmava. Percebi que o motorista tinha um estilo fora de moda, suas roupas e até mesmo o corte de cabelo justificado ter saído diretamente dos anos 60. Dei um sorriso para ele quando ele olhou para mim através do retrovisor. Finalmente, cheguei ao meu escritório por volta das 9h30, atrasada por 30 minutos. Antes de entrar na minha sala, dê uma olhada no ambiente. Minha sala tem um design moderno, com paredes brancas destacadas por detalhes em preto, móveis em tons de bege e amplas janelas adornadas com cortinas. Algumas plantas decoram os cantos da sala, proporcionando um toque de vida ao ambiente. À esquerda da minha mesa, as grandes janelas oferecem uma vista deslumbrante dos altos edifícios da cidade, enquanto à direita, tenho uma vista para o grande parque ecológico da cidade. Meu prédio tem uma espécie de estar cercado por essas duas obras notáveis, a criação divina e a obra humana, proporcionando um ambiente de trabalho único. Meu escritório está localizado no último andar de um prédio de 16 andares. Ao chegar à minha mesa, notei vários papéis empilhados, e comecei a analisá-los cuidadosamente, pensando em possíveis propostas e tarefas a serem cumpridas ao longo do dia.

-Bom  dia, senhora Mabel. – Juan disse ao entrar na minha sala.

Juan é um dos designers da minha empresa, responsável por criar logotipos para produtos, como batons, shampoos, cremes para a pele, entre outras coisas. Eu o conheci quando estava viajando para a Suécia em busca de um novo aroma para um dos nossos perfumes. Nos tornamos grandes amigos, e eventualmente ele se mudou para cá. Fiz um gesto para que ele entrasse, e ele ficou parado na minha frente por alguns minutos.

-Pode falar, Juan, estou ouvindo. – Disse, sem tirar os olhos dos papéis que ocupavam minha mesa.

-Preciso mostrar o novo logotipo da linha de shampoos para bebês. – Ele disse, com um sorriso no rosto.

Uma simples menção da palavra "bebê" fez um arrepio percorrer a espinha. Lembrei do procedimento médico que foi feito alguns dias atrás. O médico me disse para não pensar nesse assunto e que talvez o procedimento não seja certo. No entanto, e se desse certo? O que eu faria? Meus pensamentos foram interrompidos quando Juan bateu na mesa.

-Senhora?-Deixe-me ver. - Digo, pegando o tablet da mão de Juan.

-A ideia é que, na hora do banho, a criança brinque com o produto, tornando mais fácil para a mãe dar o banho. - Ele explicou.

-Mas isso não vai fazer com que uma criança tente ingerir o produto?-Para evitar esse risco, pensamos em projetar a embalagem com uma tampa dupla. - Ele parecia animado.

-Bem, a ideia é boa, mas lembre-se de que estamos lidando com bebês, então todo cuidado é um pouco. - Digo, entregando uma pasta de volta.

-Senhora, tenho mais uma pergunta... - Ele disse. - Por que a senhora veio de táxi hoje? Você nunca mais usou táxi desde que se casou. É uma regra da sua família, não é? Por que hoje abriu uma exceção?

Na família do meu marido, existe uma regra que só permite o uso de táxi em casos de extrema urgência. Por isso, temos três motoristas à disposição para evitar qualquer imprevisto. Como mencionei, Juan é meu amigo próximo e me conhece muito bem, então ele avisa imediatamente que algo estava errado.

-Preciso contar uma coisa... - Digo.

-Eu sabia que algo tinha acontecido.

-Eu saí de casa. - Digo, e ele me olha surpreso.

-Como você conseguiu se libertar da situação? - Ele ainda parecia surpreso. - Eu sei que não devemos falar assim, mas como você conseguiu? Pelo que eu sei, eles costumam dificultar a vida das pessoas quando não seguem as regras deles.

-Acho que a minha sogra ainda não sabe que eu saí.

-Como assim ela não sabe?

-Eu encontrei meu marido com outra pessoa, e...-Eu sabia que ele não prestava. - Ele me interrompeu.- Sempre achei que ele fosse um cafajeste. Nunca tive uma boa impressão dele. - Ele disse com raiva. - Ele te fez alguma coisa?

-Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, eu decido sair de casa. Estou até com medo de encontrá-lo novamente, inclusive sua mãe.

-Você precisa tomar cuidado. Todos aqui sabem o quão gananciosos e perigosos eles podem ser. - Ele expressou sua preocupação.

-Você está falando assim, parece que eles vão fazer algo comigo. – Estou ficando nervosa agora.

-Onde você está?

-Estou no meu apartamento antigo.

-Saia de lá o quanto antes. – Ele disse em desespero.

-Porque? – Perguntei, confusa.

-O primeiro lugar que eles vão verificar será o seu apartamento antigo.

-E para onde eu deveria ir?

-Vá para o meu antigo apartamento, fique a duas quadras daqui. – Ele estava claramente apavorado.

-Por que você está tão assustado? – Pergunto, também começando a ficar apavorada.

-Ouvi dizer que eles chegam ao extremo de matar alguém que não atinge as ordens deles. Tenho medo de que isso aconteça com você.

Fiquei apavorada e me levantei rapidamente da minha mesa. Juan veio correndo atrás de mim e, juntos, entramos no elevador. Naquele momento, liguei para a portaria do meu prédio, ansiosamente para saber se alguém tinha me procurado. O porteiro confirmou que minha sogra havia estado lá e acabado de sair. Preocupada, olhei para Juan, e nós seguimos para o estacionamento, onde ele tinha seu carro. Durante todo o trajeto até seu antigo prédio, Juan esteve ocupado ligando para o porteiro, pedindo que verificasse se tudo estava em ordem no meu apartamento. Mais tarde, ele pediu para falar com o porteiro, e eu me senti atordoada com a situação. A cada semáforo que passávamos, minhas preces eram constantes, pedindo para que nada de ruim acontecesse. Finalmente, chegamos ao prédio, e eu pedi ao porteiro que me avisasse se minha sogra aparecesse por ali. Subi as escadas o mais rápido que consegui e peguei minhas coisas. Você deve estar se perguntando porque estou tão desesperada. A família do meu marido, como mencionei antes, é extremamente poderosa e costuma conseguir o que deseja, independentemente do custo. Se for necessário eliminar alguém do caminho ou levá-lo à falência, eles farão de tudo para garantir que isso aconteça. Eu sempre soube disso, mas nunca imaginei que pudesse fazer algo contra mim. Não sei se vão fazer, mas não quero estar aqui para descobrir.

Casa de Juan

O apartamento de Juan era modesto e reservado, uma clara diferença em relação ao meu, que estava localizado em uma área mais movimentada e luxuosa da cidade. Seu edifício era menor e menos chamativo em comparação com os altos prédios modernos que cercavam o meu. Os prédios ao redor eram bem cuidados, mas a área era mais tranquila e menos agitada do que a que eu estava acostumada. Quando chegamos, Juan estacionou o carro do lado de fora e foi até a portaria do edifício, enquanto eu observava tudo de dentro do carro. Várias vezes, ele foi indicado para mim, talvez para mostrar ao porteiro que eu estava com ele e que eu era bem-vinda. Parecia que ele estava fornecendo algumas informações adicionais ao porteiro. Não demorou muito e os dois se aproximaram do carro, indicando que tudo estava em ordem. A sensação de segurança e descrição do local era reconfortante, dadas as questões delicadas em que me encontrava

-Este é o Anthony. – Disse Juan, abrindo a porta para mim. – Ele cuidará de você quando eu não estiver por perto.

Anthony era um rapaz jovem, de cabelos lisos e pretos. Sua pele era parda, com olhos puxados e um sorriso branco como a neve. Quando me aproximei, ele fez uma saudação com a cabeça e imediatamente pegou minhas coisas que estavam no porta-malas. Juan precisou retornar à empresa, mas deixou claro que eu poderia ligar para ele a qualquer momento. Anthony gentilmente me transferiu até o apartamento localizado no bloco C, no terceiro andar. Havia um total de 8 blocos no complexo, cada um com 6 apartamentos. O meu esteve a apenas uns 3 minutos de caminhada do local onde estávamos. Anthony me mostrou as instalações e todos os reparos que eu poderia fazer. Ele também me explicou o funcionamento do prédio e como chamar os porteiros em caso de necessidade.

-Então, senhora, acredito que seja tudo. – Disse ele, indo em direção à porta. – O senhor Juan me instruiu a manter sua presença aqui em segredo. Vou informar aos outros porteiros.

-Agradeço pela descrição.

-Se precisar de alguma coisa, é só chamar.

Depois que Anthony saiu, fiquei andando pelo apartamento por alguns segundos antes de começar a organizar minhas coisas. Não demorei muito para que eu as arrumasse nos espaços disponíveis. Os móveis eram todos de Juan, pois não tive tempo de trazer os meus. O apartamento era claramente a cara dele, com vários quadros, livros e uma paleta de cores consistente. Em contraste, o meu antigo apartamento costumava ser dominado pela cor rosa.

-Nossa, preciso de um banho. – Digo para mim mesma. 

Dirijo-me ao banheiro e ligo o chuveiro, na esperança de que a água quente chegue mais rapidamente. Vou pegando minhas coisas para o banho, mas quando estou prestes a entrar, percebo que a água está gelada. Com um suspiro de frustração, visto uma roupa novamente e vou até o interfone.

-Porteiro? – Digo, tremendo de frio.

-Sim, senhora? – Uma voz grave responde.

-A água do meu apartamento não quer esquentar.

-Qual é o número do seu apartamento, senhora?

-Bloco C, número 3.

-Tem alguém a caminho.- Ele respondeu e eu desligo. 

Não demorou muito para que Anthony chegasse.

-Boa tarde novamente, senhora. – Anthony estava sorrindo ao entrar. Vim para concertar o chuveiro.

Fiz um gesto para que ele entrasse, embora estivesse desconfortável com o frio que me envolvia. Anthony parecia animado, o que me surpreendeu, dado o desconforto que eu estava sentindo. Senti-me na sala e aguardei. Às vezes, parecia que o mundo estava conspirando contra mim, pensei com amargura. Cerca de uma hora e trinta minutos depois, Anthony aparece na sala, todo molhado, como se tivesse tomado um banho. No entanto, ele ainda mantinha um sorriso no rosto.

-Pronto, senhora, o chuveiro está quentinho e pronto para ser usado.

-Vejo que você o testou primeiro. – Dei um sorriso.

-Sim, tive que trocar o banheiro inteiro, por isso demorou um pouco.

-Não posso deixar você sair assim, espere um minuto. – Fui até meu quarto e peguei um roupão. – Aqui, use isso. – Entreguei a ele.

-Não precisa, senhora. Isso acontece com frequência por aqui. – Ele tentou devolvê-lo.

-Faço questão que você use, depois pode me devolver.

-Obrigado. – Agora ele estava visivelmente tímido. O roupão ficou curto nele, já que era alto demais. – Vou indo, senhora, qualquer coisa pode me chamar.

Fiz um sinal com a cabeça, e ele partiu. Meu celular começou a tocar, e eu o peguei rapidamente. Era Juan.

-Senhora, você está bem? – Ele disse em um tom baixo.

-Estou sim. – Respondi.

-Sua sogra e seu marido estiveram aqui e causaram um escândalo. Eu disse a eles que você está viajando e não sei quando volta.

-Eles parecem bravos?

-Sim.- Sussurrou.

- Envie todas as informações por e-mail. Vou trabalhar daqui e preciso que vá até meu apartamento e pegue o restante das minhas coisas. Eu vou te ligar caso precise de algo, está bem?

-Ok, senhora, vou providenciar tudo.

-OK. – Desliguei o telefone.

Minha noite foi terrível. Passei horas no banheiro, vomitando e sofrendo com constantes dores . Mandei mensagens para Juan, mas ele não respondeu. Não pude chamar minha mãe, pois ela poderia ser seguida pela minha sogra, que provavelmente já deveria ter informado a ela sobre o meu desaparecimento. Talvez eu não tenha sido muito clara sobre a família do meu marido. Além de serem poderosos, eles têm ligações com um lado obscuro, que se escondem sob uma fachada respeitável. Como eu era uma pessoa que não podia expressar minha opinião, muitas vezes eu apenas observava em silêncio.Uma vez, lembro-me de ouvir meu sogro extremamente irritado porque alguém estava ameaçando tomar seu lugar na empresa. Ele comentou que gostaria que essa pessoa desaparecesse e, se possível, que sua vida fosse encerrada. Duas semanas depois, o corpo daquela pessoa foi encontrado no rio, e o caso encontrou sem solução. Fiquei chocada e comentei isso ingenuamente com meu marido, que me respondeu com uma ameaça: "Se você abrir a boca, você será na próxima." A partir daquele dia, eu nunca mais fui a mesma. Passei a observar tudo de longe, mas nunca me atrevi a questionar ou desafiar. E é por isso que estou me escondendo agora. Eles podem me encontrar, e eu nem quero pensar que não possa acontecer comigo. Vi o sol nascer pela janela, meu corpo estava em frangalhos e mal consegui ficar em pé. Ouvi alguém destrancar a porta e fiquei apavorada, sem me mover, esperando o pior. Foi então que Juan entrou, me viu naquele estado e correu em minha direção.

-O que aconteceu, senhora? – Disse ele apavorado.

-Eu não sei, só passei a noite vomitando. – Respondi.

-Será que é alguma virose? – Ele foi até a cozinha e pegou um copo com água. – Você precisa se manter hidratada, caso isso for uma virose

-Você tem certeza de que ninguém te seguiu?

-Claro que não, eu vim de ônibus. - Disse ele.

-Juan, tenho medo de fazer algo com meus pais.

-Não precisa se preocupar, cuidei disso. Fui até seus pais e os mandei para a casa da minha família. Vim perguntar se você gostaria de ir também.

-Acho muito arriscado, Juan, e meu passaporte ficou na casa deles.

-Mas, senhora, acho que além da traição, tem algo a mais...

Antes que eu pudesse explicar, alguém bateu na porta.

-Quem é? – Ele perguntou encostando a cabeça na porta.

-Sou eu, senhora. Anthony. Vim trazer o roupão que me emprestou. – Disse ele.

-Você mal chegou aqui e já está se envolvendo com o porteiro?

-Cala a boca, Juan. – Digo, indo até a porta. – Ele veio aqui para restaurar o chuveiro e acabou se molhando todo. Então, emprestei a ele um roupão. – Abro a porta.

Anthony não estava trabalhando no momento, a julgar pelas roupas casuais que usava. Tinha um sorriso encantador nos lábios, e um perfume amadeirado cruzou minhas narinas, fazendo meu estômago revirar. Não perdi tempo e corri o mais rápido possível para o banheiro, onde vomitei o que ainda restava no meu estômago.

- Vixe, essa virose está bem brava, senhora. Será que é por conta da água? - Gritou Juan quando estava no banheiro.

-Eu irei verificar isso, senhora? - Anthony disse. - Talvez a senhora não esteja acostumada com a água daqui.

-Seria melhor pedir água mineral. -Disse Juan.

-Vou providenciar isso, senhor Juan. - Escutei a porta fechar, e Juan se mudou do banheiro.

-A senhora está bem? - Disse ele do outro lado da porta. - Se continuar assim, iremos ao hospital.

-Eu acho, Juan, que isso não é virose. - Respondi, tentando entender o que estava acontecendo.

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