Minha mãe nunca mais olhou na minha cara, o que eu fiz para merecer isso? Tudo. Mas para entenderem melhor, vamos voltar a 5 anos atrás no dia que conheci Fernando Andrade ...

Lá estava eu discutindo novamente com minha mãe, só que dessa vez não era uma discussão qualquer, ela queria obrigar-me a aceitar o maldit& namoradinho dela, meu pai morreu não faz 3 anos e ela já vem com um novo namorado, ela é sem coração, odeio ela e tudo que a envolva. Vocês devem pensar " nossa, mas ela é sua mãe, você não pode sentir uma coisa dessa pela sua própria mãe " viva a minha vida e saiba que sim, eu posso sentir isso, o ódio por ela cada dia cresce mais, e ela me sujeitar a aceitar esse seu namorado Fernando, já foi o limite para mim. Hoje esse namoradinho dela virá, ela falou com todas as palavras " fique apresentável e mostre a educação que lhe dei " não sei o que se denomina apresentável para ela e a mesma nunca me deu educação, então já sabe o que vai da né.

— Já chega Ana Clara, você mora na minha casa, portanto eu mando em você e tenho a autoridade aqui. Seu rosto estava vermelho de raiva

— Se meu pai tivesse vivo, talvez, escute bem, TALVEZ, você ainda teria o mínimo de autoridade sobre mim, mas como esse não é o caso, e mortos não ressuscitão. Você Madonna Morais, não tem nenhuma autoridade perante mim, e aliás, eu moro na " sua " casa porque não tenho outro lugar para morar, e pelo que eu bem me lembre, meu PAI comprou a casa, não você.

Ela segura meu braço com força, não dou o gostinho a ela por muito tempo, retiro seu braço bruscamente do meu, a fazendo grunhir de dor — Eu não ouso bater em você por uma razão, eu ainda tenho o mínimo de respeito pelo título de mãe que você carrega, mesmo não demonstrando ser uma mãe para mim durante anos. Depois da morte do meu pai, você se tornou miserável, deplorável até. Falando isso, saiu sem olhá-la. Caminho até meu quarto e fecho a porta com força, as lágrimas descem pouco a pouco pelo meu rosto, só Deus sabe o quanto Madonna foi cruel, sua atenção sempre foi voltada ao emprego, e agora ... agora só a vejo falar nesse namoradinho, e eu? como fica ...

A raiva sobe a minha cabeça, dou um murro forte na porta — Eu te odeio. EU TE ODEIO MADONNA. grito em plenos pulmões enquanto mais lágrimas desciam pelo meu rosto, eu chorava tanto que sinto meus olhos arder, ela não merece o pingo de amor que tenho por ela. Pensando assim, vou até o banheiro e limpo meu rosto — De agora em diante, vou mostrar a ela quem é Ana Clara, e é melhor ela estar preparada, porque o bixo vai pegar. Sorrio enquanto olhava-me pelo reflexo do espelho

( ... )

Falta pouco para o namorado da querida Madonna chegar, começo a me preparar-me, pego um vestido de festa, ele é bem decotado e mostrava muito. Qual é o contrário de Apresentável mesmo? Há é, essa roupa é o contrário. Olho-me no espelho — Estou uma gostosa. Sorrio diabolicamente, quero ver Madonna pirar, surta perde toda a sanidade que ainda lhe resta. Vou mostrar a ela que também sei brincar.

Escuto a voz de Madonna, estava mais amigável que o normal, isso significa que seu namorado já chegou — Lá vamos nós. Desço as escadas e vou em direção a sala — Me chamou mamãe. Ela sorrir vitoriosa quando escuta minha voz, mas logo seu sorriso some quando seus olhos pousam na roupa que estou vestida.

Sua raiva estava nítida mas ela parecia conter, aparentemente esse Fernando é importante para ela, porque se fosse outra pessoa ela gritaria aos prantos " filha ingrata " e bla bla bla, o teatrinho de sempre.

— Madonna, eu pensei que sua filha fosse uma criança. Escuto uma voz rouca atrás de mim, por alguma razão inexplicável acabo me arrepiando. Viro-me para saber quem é o dono daquela voz, e acabo por me surpreender, pensei ser um homem da idade de Madonna, mas para o meu espanto ele parecia ser novo.

Ele olha-me dos pés a cabeça, seu olhar sobre mim deixa-me desconfortável. Acabo por tossir para chamar sua atenção para meu rosto — Fernando, não? Me chamo Ana Clara, e com toda a certeza, não é nada prazeroso conhece-lo. Minha mãe encara-me furiosa — Haha, minha filha é uma peça, ela gosta de brincar. Ela força um sorriso

Ele olha-me fixamente nos olhos — Ana Clara, é um prazer conhece-lá. Porque meu nome saiu tão sutil de sua boca?

_____

Ana Clara

Me chamo Ana Clara, vivo uma vida de merd& com uma mãe que nem ao menos se importa comigo, tenho 18 anos e estou a cursar administração em uma universidade de Brasília, tenho bastante amigos pois sou bem extrovertida, minha vida se resumi em universidade, trabalho e casa. Finais de semana eu dou algumas fugidinhas ate a balada, mas nem sempre.

Madonna

Me chamo Madonna e odeio com todas as minhas forças aquela pirralha ingrata, deveria ter abortado mas não o fiz pensando que a mesma poderia me trazer algo de bom, mas não veio nada além de ingratidão por parte dela. Tenho 38 anos e sou modelo, já tenho uma grande fortuna, não minha, é claro, do meu falecido marido, que descanse para sempre.

Fernando

Me chamo Fernando, tenho 28 anos e sou dono de muitas empresas em Brasília, algumas foram passada para mim pelo meu pai, minha família tem uma grande influência em Brasília, então quase todos já ouviram falar dos Andrade. Tenho um filho de 4 anos, sua mãe o deixou comigo depois que ele completou 3 anos, falou que o garoto era insuportável e que eu o merecia, desde então nunca mais a vi.

— Ela é mais nova do que aparenta. Madonna fala olhando para mim

— tenho 18 anos. Reviro os olhos — Você falando assim da a entender que sou menor de idade, mas não sou. Sento-me em umas das cadeiras vazias que havia perto da mesa de jantar, Fernando continuava a me olhar. Tudo estava silencioso até escutarmos um grito de uma criança — Papai. Era um menino, ele aparentava ter no mínimo 3 anos por ser bem pequeno. Fico surpresa quando o garotinho abraça Fernando, minha mãe não me falou que esse homem tinha um filho, isso acabou de ficar um pouco mais interessante, afinal, eu amo crianças.

— Desculpe senhor, o garoto escapou dos meus braços. Um homem de terno adentra a cozinha ofegante

— Tudo bem Wagner, ele pode ficar aqui comigo. Falando isso o homem de terno se retira.

O pequeno se senta nas pernas de seu pai todo sorridente — Fernando, eu não preparei muita comida. Madonna olha para a criança, dava para perceber que ela não queria o menino ali.

Pego o meu prato e levo até ele — Não tem problema, ele pode comer a minha comida. Coloco o prato perto do pequeno e vejo seus olhos brilharem de felicidade — Nossa, obrigada moça. Fala com um sorriso largo no rosto.

Madonna olha-me com raiva. Percebo Fernando me devorar com os olhos, só então que dou conta, estava muito curvada o que dava uma visão melhor dos meus seios, ainda mais com esse vestido todo decotado. Destancio-me envergonhada — E posso saber o que a senhorita vai comer? Madonna pergunta fingindo estar preocupada

— Não estou com tanta fome. Dou de ombros e caminho até meu quarto, não queria ficar ali nem mais um segundo, aquele homem olhava-me com um olhar estranho, eu não vou mentir, eu também fiquei o olhando durante algum tempo. Fernando é um homem bonito e aparenta ser jovem, por isso fiquei muito surpresa pelo fato de ser pai.

( ... )

Acabo acordando no meio da noite, estava chovendo, levanto-me da cama e olho a hora no despertador, era [00:00]. bocejo — Nossa que cede. Começo a descer as escadas e vou até a cozinha a procura de água, abro a geladeira, não acendi a luz pois sei onde fica tudo nessa casa, e além de mim, só tem a mocreia da Madonna, mas essa aí não acorda nem se tiver acontecendo um Apocalipse. Enquanto bebia a água, sinto um frio na nuca — Acordada a essa hora? Dou um pulo quase derrubando toda a água no chão — Inferno, quer me matar do coração. Viro-me e dou de cara com Fernando, o que esse homem ainda faz aqui.

— Você se assusta fácil. Ele fala pegando o copo da minha mão e bebendo a água que havia nele

— Oh, você é um folgado. Bato forte em seu ombro — E, aliás, o que você ainda faz aqui? Coloco meus braços sobre o peito e o encaro

— Sua mãe convidou-me para dormir aqui. Ele se aproxima de mim me encurralando atrás da geladeira — Se você ousar se aproximar mais eu grito. Ele rir — Porque você fala isso se por dentro você quer fazer outra coisa com a boca. Fernando aproxima sua boca do meu ouvido me causando arrepios, ele cheira meu pescoço e começa a passar a mão pela minha barriga, minha respiração fica cada vez mais acelerada a medida que ele vai me acariciando com aqueles dedos longos, começo a ceder aos seu toques, mas derrepente escuto o barulho de passos e empurru-o para longe, o mesmo fica desnorteado mas logo se recompõe quando escuta os passos se aproximarem.

— Papai. A pequena criancinha entra esfregando os olhos obviamente com sono, quando percebe que estou ali corre até mim — Moça legal, pensei que avia ido embora.

— Eh não... eu moro aqui. Falo um pouco desconfortável, quem não ficaria, se não fosse por esse pequeno eu estaria fazendo outra coisa nessa cozinha além de beber água.

_____

Oliver Andrade

Idade: 4 anos

Saiu da cozinha depois de falar um pouco com aquela fofura, descobri que ele só tem 4 anos e seu nome é Oliver, ele é bem simpático e educado. Preparo-me novamente para dormir, amanhã iria começar as aulas, uma triste realidade, mas se eu querer ser alguém na vida tenho que me esforçar pelo menos. Me jogo na cama e começo a reflito sobre a vida, eu não sei o que eu quero me formar, gosto de artes, tecnologia, e por aí vai, não sei qual deles me chama mais atenção. Madonna quer que eu me torne médica porque assim poderei ganhar mais dinheiro, mas isso é porque ela pensa que eu irei dar tudo o que eu receber a ela — ah Ana Clara, você também mostrou ser muito fraca, deveria colocar madonna em seu devido lugar. Meu inconsciente grita.

Fecho os olhos e começo a imaginar madonna com uma cabeça de cachorro e sendo levada direto para o canil, começo a rir do cenário que criei — Madonna, au au.

( ... )

Acordo com meu celular tocando sem parar — aff. Bufo, pego o celular na força do ódio — ANA CLARA FALANDO.

— aí caramba, quer estourar meu tímpanos. Felipa fala irritada. Eu e ela nos conhecemos quando me mudei para essa casa, nós duas tínhamos cinco anos na época, ela era minha vizinha, atualmente mora em outra cidade mas ainda mantemos contato uma com a outra.

— fala diaba. Levanto e olho a hora no celular, ainda eram [5:20], essa desgraçad& me acordou a essa hora — Felipa é melhor ser algo importante sua cabeça de pik&, eu estava num momento tão bom com a minha cama.

— É algo que você vai gostar muito.

— Fala.

— Euzinha vou estudar na UNIG. Ela fala toda empolgada

— Espera aí, eu também vou estudar lá.

— Eu sabia que você iria estudar lá, madonna não lhe colocaria em uma universidade inferior.

Perco todo o meu brilho quando escuto o nome de madonna — É, ela não colocaria.

— Espero cair na mesma sala que a sua. Mudando de assunto, porque você não me visita, em sua doida?

— Isso se resume em duas coisas, sem tempo e sem paciência.

— Eu moro em bom jesus, outra cidade, não em outro país, amiga para você vir aqui só leva 37 minutos, e isso ainda é de carro.

— Não tenho carro.

— Pega o da sua mãe.

— Não tenho mãe.

— Quê?

— Há, desculpa, estava no automático. Com certeza não estava — Eu não tenho carteira de habilitação. Isso era pura verdade, nunca me preocupei em tirar carteira de habilitação, até porque tenho um motorista particular.

— Há, que saco ...

— Eu vou lhe visitar no sábado, meu motorista vai me levar.

— esta bem, o bom é que vamos estudar na mesma escola, vamos se ver todos os dias.

— Nossa, ver essa sua cara de bund& todos os dias é demais. finjo repugnância

— Aí, essa doeu em.

Nós duas ríamos de algumas piadas sem sentido, logo chega a hora de me preparar para ir para escola, depois de falar um pouco mais, desligo a chamada e começo a me arrumar.

Look:

— E lá vamos nós novamente. Bufo frustrada, espero que lá tenha o mínimo de disciplina.