Lia Davilla (18)
Minha mãe sempre me disse para não brincar com fogo. Eu nunca entendi muito bem o significado dessa frase, até o dia em que perdi minha liberdade.
-Você tá me irritando além da conta, você quer que eu te mate? - meu rosto virou para o lado, devido ao golpe que recebi do homem na minha frente.
Eu o conheci aos doze anos.
Seis anos atrás, ainda me lembro do olhar culpado que minha mãe tinha vendo os capangas desse homem me colocando em um carro, enquanto ela recebia uma quantia de dinheiro.
Eu era pequena, mas não ingênua.
Minha mãe me vendeu para o Ferdinando, também conhecido como Nando, o homem que tornou minha vida miserável.
- Vá para o inferno, Nando! - respondi entre dentes.
- Você...! – ele levantou o punho para me bater de novo, mas ele parou e se afastou, dando alguns passos para trás enquanto praguejava com raiva.
A sala ficou em um silêncio profundo por um bom tempo, até que Nando vira o olhar para mim e se aproxima.
- Essa será sua última chance – ele diz em um tom ameaçador, se abaixando até minha altura e segurando minhas bochechas com uma mão – Se eu receber outra reclamação ou devolução de você... - Ele puxa uma pistola e acaricia meu rosto com ela, o metal frio da arma me arrepia de medo – Não vou ter piedade de você... Entendeu, minha ovelhinha?
A maioria que visse como eu não tenho medo de responder a esse canalha, provavelmente pensaria que minha vida não importa muito para mim.
Mas, na verdade... eu quero ter esperança de que algum dia me libertarei de tudo isso e serei livre.
Eu quero viver.
-Sim, senhor... - respondi, e ele sorriu satisfeito.
- Isso é bom, fico feliz que você tenha concordado. - Ele balança levemente meu rosto antes de soltá-lo e se levantar do chão.
- Tara! - fechei os olhos com força diante do grito poderoso de Nando, a porta não demora para se abrir.
-Diga, senhor?
- Prepare ela, garanta que cubra o golpe no rosto e leve ela de volta para as outras, daremos a ela uma última chance.
- Como quiser, senhor.
Nando acaricia minha cabeça e me obriga a levantar o olhar para ele.
- É melhor você rezar para ser escolhida... porque você sabe o que vai acontecer se você voltar, não é? – ele ameaça com sua pistola, enquanto sorri de forma nojenta.
Engoli com dificuldade, mas concordei com a cabeça. Ele então, se afasta de mim e sai do quarto, batendo a porta com força.
- Vamos lá - Tara agarra meu braço com força e me leva até a penteadeira, onde todas as maquiagens estavam.
Ela e nenhum dos que trabalham para o Nando são diferentes dele. Todos me detestam porque faço o chefe se irritar, e se ele está irritado, tudo fica pior.
-Aqui, vista isso - Ela joga no meu peito a lingerie que eu usaria para aquela noite.
Fui ao provador e troquei minha lingerie pela nova.
-Se apressa! Tá quase na hora!
Assim que Tara gritou, eu já estava vestida, então saí do provador e me aproximei dela, que me pegou pelo braço e me arrastou para fora do quarto.
Chegamos bem a tempo, quando Nando já estava se apresentando no palco.
- Esta noite, cavalheiros, tenho o prazer de anunciar que temos as mais belas, jovens, atraentes e... virgens do país. Melhor, peguem suas carteiras, porque estou certo de que só de olhar para elas vocês ficarão satisfeitos!
Olhei atrás das cortinas, vendo uma grande quantidade de homens sentados nas mesas, prontos para gastar seu dinheiro conosco. E eram sempre os homens mais ricos do país.
- Além disso, esperamos que nosso convidado de honra decida participar pela primeira vez, isso sim, seria uma surpresa. Agora, sem mais delongas, que comece o leilão!
A plateia começou a aplaudir e murmurar empolgada. Tara apareceu ao meu lado e me forçou a voltar para o meu lugar e esperar minha vez.
A primeira garota subiu ao palco e rapidamente atraiu a atenção de muitos na plateia, mas acabou indo embora com um homem idoso que já tinha feito ela sentar em seu colo uma vez.
Fiz uma careta de nojo, mas respirei fundo tentando me acalmar.
Aqui, se tiver sorte, vai sair com alguém que seja pelo menos agradável de se olhar, mas senão, terá que aguentar quem te escolher.
Pouco a pouco, as outras foram sendo leiloadas até que finalmente...
-E agora, cavalheiros... a última da noite...
- Vai logo - Tara me empurra e eu subo no palco.
Eu tinha subido aqui tantas vezes que só de ver as reações da plateia, sabia que me reconheciam. Todos faziam caretas de desaprovação e ninguém mais ficava surpreso comigo.
- Ahem... Cavalheiros! – Nando pigarreou - Eu sei que todos já conhecem a fama dela, mas... Ei! Pensem nisso, se conseguirem domar essa garota selvagem, vocês não só terão o corpo dela, mas também serão reconhecidos por isso. Ela não é para os fracos! O que acham, cavalheiros? Alguém interessado?
Senti minha respiração prender, quando todos continuaram sem falar nada. Os sussurros pela sala eram desconcertantes.
Embora eu odeie a ideia de acabar sendo comprada com qualquer um desses degenerados, prefiro isso a ser morta por não dar mais lucro.
Nando me olha com raiva, e eu apenas abaixo meu olhar.
- Hum... acho que eles precisam de um incentivo. Por que você não se movimenta um pouco mais, ovelhinha?
O olhar intimidador de Nando me obrigou a fazer o que ele disse.
Eu reprimi uma careta, mas então, suspirei, fechei os olhos e desci até o chão, sentando minha bunda sobre meus calcanhares e abrindo as pernas para a plateia.
Isso é mais humilhante do que apenas estar aqui...
- Todos concordamos que ela é realmente uma beleza, certo?
Eu podia ver a tentação e o desejo no rosto daqueles homens só em olhar para mim. Alguns nem tentavam esconder suas ereções, mas também pareciam indecisos por causa da minha má fama.
- Então, se ninguém a quiser, o leilão fechará em...
Eu não pude mais esconder meu medo, olhei suplicante para Nando, mas ele nem se virou na minha direção.
- Três... dois... um...
- Três mil dólares.
Todos se voltaram surpresos para o homem que havia feito a primeira oferta por mim. E era o mesmo homem que havia comprado outras três garotas.
-Três mil dólares... Alguém mais quer competir? – Nando falou.
- Cinco mil.
- Dez mil dólares.
O homem que começou os lances estava agora disputando contra outro, ambos pareciam dispostos a gastar muito em mim.
- Sessenta mil dólares – O primeiro homem sorriu enquanto o outro ficou em silêncio.
- Sessenta mil... Alguém dá mais? Dole uma... Dole duas...
Eu abaixei a cabeça, fechando os olhos. Estava aliviada por salvar minha vida, mas de que adianta se tenho que agradar a um homem que vai me tratar como se eu fosse sua escrava sexual?
Eu queria chorar ali mesmo.
- Dez milhões.
Todos os que estavam presentes quase desmaiaram com aquela oferta, inclusive eu.
Alguém realmente acha que eu valo dez milhões de dólares?
Isso é loucura!
- Vendida – Nando bate imediatamente o martelo na mesa com um sorriso de orelha a orelha – Que surpresa! Isso é um novo recorde! Parabéns ao nosso convidado de honra pela sua compra.
Levantei o olhar para o camarote VIP. Eu não podia ver o homem que me comprou, mas conseguia ver os seguranças ao lado dele, até que um deles desceu e se aproximou de mim.
- Venha comigo – o segurança falou seriamente.
Eu não disse nada, apenas o encarei por um momento antes de me levantar e segui-lo.
O homem que iniciou os lances olhou irritado para o camarote, mas quando olhou para mim, seu olhar assustador me fez dar um salto e me aproximar um pouco mais do segurança. Virei o rosto e desviei o olhar daquele homem enquanto caminhávamos até a porta de saída.
- Isso é tudo por hoje, cavalheiros – parei de ouvir Nando quando passei pela porta com o segurança, que a abriu para mim.
- Por aqui – o homem de terno preto indicou, enquanto continuava caminhando.
Eu olhava o tempo todo para a porta do camarote, mas ela nunca se abriu, nem quando saímos do local onde os leilões eram realizados.
Ao sair, estava tudo escuro porque já era noite, ao mesmo tempo que o vento frio golpeou meu corpo quase nu.
Me abracei enquanto começava a tremer de frio, mas então senti algo sobre meus ombros.
Olhei para o lado e vi que o segurança tinha colocado um casaco sobre mim.
Vários guardas estavam nos esperando do outro lado da rua, um carro muito luxuoso estava rodeado por outros carros pretos ultra modernos.
Pensei rapidamente que aquele carro super luxuoso deveria ser do homem que me comprou e acreditei que me fariam entrar nele, mas em vez disso, me fizeram entrar em um dos carros dos seguranças.
"Entre", disse o guarda abrindo a porta traseira.
Eles fecharam a porta quando entrei e depois, entraram também.
Olhei para os guardas quando ligaram o motor e o carro começou a se mover.
- E o... bem, o chefe de vocês... Onde está ele? - Perguntei nervosa.
- Ele tem assuntos mais importantes para cuidar agora. – um deles respondeu.
Queria fazer mais perguntas, como para onde estavam me levando ou se eu o veria em algum momento, mas o clima estava tão pesado que eu estava com muito medo de abrir a boca novamente.
Baixei a cabeça e me recostei no banco. Comecei a brincar desconfortável com meus dedos das mãos, enquanto sentia o carro seguir.
Olhei pelo canto do olho, para os homens de preto ao meu lado, que estavam sérios e não diziam uma única palavra. Então, suspirei fundo e concentrei minha atenção melhor na paisagem.
Ficamos no carro por tanto tempo que eu já estava quase adormecendo, mas então o carro parou e os homens saíram, chamando minha atenção.
Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, a porta ao meu lado se abriu, revelando o mesmo guarda de antes.
-Vamos, chegamos.
Eu engoli em seco, mas saí do carro e o guarda fechou a porta atrás de mim.
E logo, fiquei paralisada ao ver o que tinha na minha frente. Uma mansão gigantesca e bonita, parecida com um palácio, se estendia em um lindo gramado cheio de árvores.
Havia até uma fonte de água com uma escultura de anjinhos de pedra, assim como muitos homens de terno preto fazendo a segurança dos portões.
“Uau...” murmurei chocada.
Nunca imaginaria que um dia estaria em um lugar como esse. Todos os idiotas que me compraram antes, não tinham uma casa assim, nem sequer chegavam perto.
Quem é o homem que me comprou? Como ele tem tanto dinheiro?
- Venha por aqui.
O guarda me trouxe de volta à realidade quando passou ao meu lado e me fez andar.
Parei de babar diante da grande mansão à minha frente e o segui.
Passamos pelo jardim da frente até a porta principal, que foi aberta de dentro, por duas mulheres com uniforme de empregada.
A mansão por dentro era tão bonita quanto por fora. Sem dúvida, esse lugar parecia ser o cenário de um filme.
Como acabei aqui?
Eu sabia que era por causa do leilão, mas...por que o dono dessa mansão decidiu me comprar?
Eu, uma simples garota sem muito a oferecer.
O que esse homem realmente quer comigo?
Entre aqui.
O guarda abriu a porta de um dos muitos quartos do corredor.
Eu entrei tímida e surpresa. Estava tão bem decorado e pelo cheiro de perfume masculino que emanava do ar, pude identificar que esse era o quarto do dono.
Levei um susto quando a porta se fechou, olhei para trás e não havia mais ninguém dentro do quarto.
- Será que vão me deixar aqui sozinha...?, pensei.
Suspirei profundamente enquanto me cobria melhor com o casaco do guarda.
Olhei ao redor, me aproximei de um canto onde havia uma mesa com vários enfeites que embora fossem pequenos, poderiam valer mais do que eu.
Apesar de esse homem ter me comprado por dez milhões de dólares, não acredito que valo tanto. E não digo isso porque minha autoestima seja baixa, mas sim, porque... Que pessoa no mundo vale isso?
- Isso é incrível – Murmurei novamente enquanto continuava a explorar o quarto luxuoso.
Encontrei uma estatueta de cristal com a forma de um lobo correndo. Passei delicadamente meus dedos por ela, fascinada pelos detalhes perfeitos que tinha.
- O que você está fazendo? – Uma voz grave e intimidante me assustou.
Me virei rapidamente para trás, sem perceber que aquele movimento faria com que eu derrubasse a estatueta de cristal.
No entanto, arregalei os olhos quando uma mão a segurou antes que caísse no chão.
Fiquei olhando para a mão grande segurando a estatueta e segui o olhar quando ele a levantou e a colocou ao lado de sua cabeça para mostrá-la.
Minha garganta ficou seca e minha respiração parou ao vê-lo.
Era completamente o oposto do que eu imaginava.
O homem que irradiava segurança e domínio, não parecia ter mais de vinte e sete anos. Estava muito bem vestido, destacando a elegância com o terno que era sob medida ao seu corpo.
Seus cabelos castanhos combinavam com seus olhos cor de mel e suas sobrancelhas grossas e bem desenhadas, davam um ar determinado ao seu olhar intenso.
Enquanto eu, estava usando apenas uma lingerie, descalça, com apenas um casaco, vinda de um esgoto.
- Cuidado, você poderia ter se machucado se isso tivesse quebrado – ele disse, calmamente.
O quê?
Quase quebrei algo que provavelmente vale mais do que eu e ele se preocupa se eu me machuquei?
-D-Desculpe... – eu disse abaixando rapidamente a cabeça.
Eu me sentia tão pequena na frente dele, e não era apenas pela sua altura.
Olhei de relance e vi que ele estava colocando a estatueta de volta no lugar.
- Apenas tenha mais cuidado - Ele disse.
Ficamos em um silêncio desconfortável por um tempo.
Eu só podia ver que ele ainda estava de frente para mim, mas não tinha coragem de levantar a cabeça para olhar para ele.
Até que vi sua mão se aproximando do meu rosto e ele segurou meu queixo para levantar meu olhar.
Eu fiquei ainda mais tensa quando ele se aproximou mais de mim.
Ele me olhava como se quisesse analisar cada detalhe do meu rosto. Seu olhar desceu dos meus olhos para os meus lábios, que ele acariciou com o polegar.
- Tão linda... - ele disse.
Eu fiquei vermelha e então, desviei o olhar e ele me soltou sem reclamar. Manter contato visual com ele estava me deixando nervosa.
Ouvi um suspiro vindo dele, mas logo ele se afastou de mim.
Olhei pelo canto do olho, enquanto ele tirava seu elegante casaco e o colocava sobre o encosto de um sofá. Ele arregaçou as mangas da camisa até o cotovelo e desabotoou dois botões, deixando a mostra seu incrível e definido peitoral musculoso, que, sinceramente, me deixou ainda mais desconfortável.
Esse homem realmente é muito atraente, mas eu estava com muito medo para pensar nisso naquele momento. Eu apenas tentava adivinhar o que ele faria comigo agora.
A maioria dos homens que me compravam queriam ir direto para o ato, alguns até tentaram me drogar para que eu não oferecesse resistência e fosse mais "dócil".
Ele se aproximou de um móvel e retirou das prateleiras algumas taças e uma garrafa de bebida.
Será que ele quer me embriagar?
- Quantos anos você tem? - Fiquei alerta ao ouvi-lo, mas continuei com a cabeça abaixada.
- Mhm...D-dezoito...
- Você já bebeu antes?
Ele virou, se apoiando no móvel e segurando uma taça na mão.
-N-não... nunca experimentei...
Ele me encarou como se estivesse analisando minhas palavras, olhou para a segunda taça vazia e suspirou.
- E suponho que agora você não queira experimentar – disse mais para si mesmo do que para mim.
Ele bebeu um gole novamente, mas depois se afastou do móvel e foi até a grande cama do quarto, se sentando na beirada.
- Venha.
Engoli em seco e, após hesitar por um segundo, me aproximei com passos trêmulos, já sabendo o que iria acontecer.
Fiquei na frente dele. Ele apenas me observou por um momento.
- Tire o casaco - ele indicou o lugar ao seu lado com um gesto.
Concordei sem palavras, afinal, era a única coisa que eu poderia fazer agora, obedecer.
Minhas mãos tremiam, mas mesmo assim eu tirei o casaco e o deixei onde ele indicou.
Fiquei apenas de lingerie na frente dele e apesar de ele já ter me visto assim junto a vários outros homens, eu me senti envergonhada e com vontade de me cobrir de novo, principalmente por causa do olhar intenso dele.
Ele observou meu corpo de cima a baixo enquanto bebia. Sua expressão era rígida, apesar de eu perceber que ele engolia de forma mais pesada do que antes. Ele deixou a taça ao lado da cama.
Tomei um susto quando ele me pegou de surpresa e me colocou sobre seu colo, apoiando meus joelhos na cama e minhas mãos em seus ombros.
Ele não disse nada, apenas moveu suas mãos ao redor da minha cintura, contornando minhas curvas com os dedos.
Suas mãos grandes e ásperas provocaram arrepios na minha pele, pude ouvir um gemido rouco ecoar do seu peito, enquanto ele aproximava o nariz do meu cabelo.
Ele ergueu o olhar e ficou novamente tão perto do meu rosto que nossas respirações se misturaram.
Passei a língua nervosamente pelos lábios, mas ele estava mais interessado em acariciar meu corpo.
Então ele levantou uma de suas mãos e acariciou levemente meu braço, enquanto a outra passava da minha cintura para minhas costas.
Pensei que já tinha me preparado mentalmente para aceitar isso, mas... estava com medo. Não pude evitar, fechei os olhos com força e desviei o rosto para o lado.
Senti meu lábio tremendo levemente e tentei controlar isso, mas não conseguia, ainda mais quando ele estava tão perto de mim e claramente com intenções de fazer aquilo agora.
- Muito bem... você tem o banheiro e o closet à sua esquerda, pegue o que precisar.
Hein?
Ele apertou minha cintura e me deu um leve empurrão para me encorajar a sair do colo dele, o que eu fiz, embora estivesse surpresa.
Ele se levantou, pegando a taça vazia e foi em direção ao móvel.
Olhei para a esquerda, havia duas portas uma em frente à outra.
Olhei novamente para ele, mas ele estava se servindo de mais bebida, de costas para mim.
Apertei minhas mãos geladas e caminhei em direção a uma das portas. Abri e me deparei com o banheiro.
Antes de entrar, olhei para trás, e vi que ele me observava enquanto bebia devagar.
Com vergonha, entrei no banheiro mais rápido que o normal, querendo escapar do seu olhar. Quando fechei a porta, apoiei minhas costas nela e respirei profundamente.
Esse cara... O que ele está planejando?
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