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Proprietário Do Meu Corpo

Capítulo 1

Lucy Month, tem 19 anos. Perdeu os seus pais muito jovem num acidente de carro e desde então, passou a viver com a sua tia, a única que quis ficar com ela devido à pequena fortuna que os pais da mesma deixou.

Nicola Miller tem 27 anos, matou os seus próprios pais quando tinha 15 anos e não se arrepende do que fez pois, ele apenas fez justiça por tudo o que os seus pais o fizeram passar. Atualmente é o homem mais bem-sucedido do país, o CEO e mafioso que todas as mulheres desejam...

●●●

Lucy estava no seu quarto lendo um livro velho, que ela havia encontrado na lata de lixo jogada no meio da rua. Ela já havia lido aquele livro umas três vezes, mas como não tinha um celular e nem nada do tipo para se distrair, o jeito era ler aquele livro. Com um suspiro longo, ela levantou-se e resolveu adiantar os preparativos do jantar, tal que a sua tia havia planejado, pois dizia que naquela noite, as suas vidas mudariam para a melhor.

Aos 10 anos, ela perdeu os seus pais num acidente duvidoso, todos diziam que o carro ficou sem freio e como a estrada estava molhada devido a forte chuva que estava tendo, eles perderam o controle do veículo e bateram em um muro. O acidente foi tão violento, que deixou os corpos dos seus pais em pedaços. Após o enterro dos seus pais, a sua tia Margareth, ficou responsável por ela e quando ela fizesse 18 anos, teria o direito de ter posse dos bens dos seus pais, como casa e uma pequena fortuna que eles juntaram com muito esforço para mandar ela para uma boa faculdade.

Desde então, ela vem sofrendo nas mãos da sua tia, que na frente dos outros é um amor de pessoa, mas por trás, é um monstro. Na cozinha, Lucy bebia água enquanto esperava o tempero ficar no ponto ideal para ela misturar o macarrão. Ela tentava agir normal mesmo com todo aquele sofrimento causado por sua tia, mas quanto mais ela tentava pensar positivo, mas os seus neurônios a faziam pirar.

Quando ela menos esperou, a sua tia entrou em casa sendo acompanhada por um homem elegante e intimidador. Ela ficou assustada, pois ela havia chegado muito cedo e o jantar ainda não estava pronto. Cheia de medo, ela apressou-se em continuar a preparar o jantar. Ao colocar o macarrão no tempero, ela paralisou ao ver a sua tia na cozinha, ao lado daquele belo homem que tinha um olhar inelegível em seu rosto.

— Lucy, venha comigo. Deixe o macarrão aí, eu cuido disso depois! — Falou Margareth, muito animada.

Lucy concordou, ela desligou o fogo e seguiu para a sala junto com a sua tia e o homem desconhecido. Ao estarem todos sentados, Margareth perguntou com um sorriso exagerado;

— O senhor aceita algo? Uma água, suco, um café…

— Não tenho tempo para perder com besteira Margareth. Só vim aqui buscar o que me pertence.

A voz fria e rouca do homem fez Lucy gelar, a sua voz saiu tão fria que deixou o ambiente gelado. Ele tinha um olhar maldoso, era nítido que ele nunca havia recebido amor ou ganhado um, pois aquele olhar era de um homem sem vida, sem expectativas para uma vida amorosa e feliz. Margareth sorriu sem jeito, ela fez sinal para Lucy levantar e assim ela fez, ficou ao lado da sua tia e a mesma disse;

— A Lucy é uma boa menina, ainda é bv e virgem, nunca teve nenhum tipo de contato com homens. O senhor ficará satisfeito com ela!

O homem levantou-se, olhou para Lucy dos pés à cabeça e notou que o olhar da jovem emitia tristeza e confusão. Ele então a puxou pelo braço, fazendo ela gritar e tentar se soltar, mas tudo que ela fazia para tentar se livrar do seu aperto, era inútil.

— Espero que ela seja melhor que você.

O homem então saiu da casa arrastando Lucy, que gritava querendo uma explicação para tudo aquilo. " Porque estou sendo levada embora? O que eu fiz?! " ela se perguntava enquanto via a sua tia a encarando com um sorriso vitorioso no rosto.

— Me solta! Me deixe em paz!

Lucy gritou, mas o homem apenas a jogou dentro do carro e entrou logo depois. Ele mandou o motorista prosseguir caminho e Lucy tentou sair do carro, mas ele a puxou pelo cabelo e disse num tom de voz fria;

— Ou você fica calada, ou eu mesmo te calo com um murro!

Lucy tratou de obedecer, ela ficou bem afastada dele. O caminho todo Lucy foi orando entre lágrimas de desespero, ela pedia para Deus não deixar que nada de ruim lhe acontecesse e principalmente, que aquele homem impiedoso não tentasse contra a sua vida.

— Senhor Miller, chegamos. — Pronunciou-se o motorista.

Nicola Miller é um homem poderoso, tem tudo que quer e deseja, não deixa nada passar despercebido e quando algo sai do seu acordo, ele simplesmente o corta antes de se tornar uma dor de cabeça maior. Tem as mulheres mais belas da Itália, todos os dias tem uma mulher diferente na sua cama, mas nunca se sente satisfeito pelo carinho que recebe das belas moças.

Ele sente que falta algo na sua vida e mesmo sabendo o que falta, ele simplesmente opta por fingir que não sabe o que ele precisa para acabar com a sua solidão, tal que lhe dar aflição. Nicola desceu do carro puxando a Lucy pelo braço, ele nem se importou de perguntar se estava a machucando, mesmo sabendo que o seu aperto era doloroso para a pobre jovem.

Lucy percebeu que estava na frente de uma enorme mansão que ficava escondida no meio da floresta. Ao redor não havia mais casas, apenas mato e nada a mais. Ela sabia que ali não teria escapatória, pois além de estar no meio do nada, a mansão era bem guardada. Havia vários seguranças armados ao redor da casa, eles pareciam estar preparados para tudo.

— Jeff, leve a garota para o quarto e a tranque lá.

— Certo senhor.

Jeff era o mordomo, ele é um homem de aproximadamente 48 anos. Casado com Luciene Monne a 20 anos e tem uma filha chamada Petra, de 19 anos. É um senhor amoroso, respeita todos os seus amigos e até aqueles que ele não conhece. Jeff sorriu para a Lucy, ele gesticulou para ela o seguir e assim ela fez.

O pulso dela estava vermelho e doloroso, ela mal conseguia mexer. Jeff subiu de elevador com ela e então perguntou;

— Desculpe a pergunta, mas quantos anos a jovem tem?

— 19 anos…

— Oh, tão jovem. — Franze as sobrancelhas — Sinto muito por tudo que está passando, não posso imaginar o quanto dói minha jovem, mas saiba que sempre terá um ombro amigo aqui.

— Obrigada — Suspira — eu ainda não sei exatamente o que aconteceu, pois…foi muito rápido. Talvez eu realmente tenha sido vendida para esse homem impiedoso e agora temo pelo o que ele possa fazer comido.

— O senhor Miller, ele pode ser estérico às vezes, mas se você souber lidar com ele, tenho certeza que ele agirá bem com a senhora.

— Desculpe senhor Jeff, mas aquele homem não é piedoso! Eu duvido que um dia ele possa ser piedoso com alguém, ele é um monstro, apenas isso!

Jeff suspirou, mas não disse nada. Apenas a levou para o quarto. No quarto, ela ficou surpresa com tamanha beleza e organização. Era a sua primeira vez estando dentro de um quarto luxuoso e belíssimo.

— Tratarei de trazer o seu jantar, mas antes tome um banho. Sei que não vai te deixar feliz ficar aqui, mas pelo menos tente não desapontar o chefe, se você tem amor a vida, não fará nada que o deixe agitado.

Jeff saiu do quarto trancando a porta, Lucy suspirou em frustração e chorou. Ela realmente tinha sido vendida, mas a ficha ainda não caiu. Porque a sua tia fez isso? Ela nunca desapontou a sua tia em nada, sempre fazia as coisas na hora certa e mesmo assim foi vendida?

Lucy entrou no banheiro, ela olhou-se no espelho e notou o quão desprezível estava. As suas olheiras eram enormes e o cansaço era nítido na sua face. Ao estar sem roupas, ela entrou no box e ligou o chuveiro. Lucy estava presa em pensamentos, quando ouviu o som da porta do banheiro sendo aberta.

Ela rapidamente desligou o chuveiro e encarou a porta do box, que estava aberta e assustou-se ao ver o Nicola ali no banheiro. Lucy escondeu os seus s#ios e intimidade usando as suas mãos e gritou para ele sair do banheiro, mas ele apenas entrou no box e a pressionou contra a parede, deixando o seu corpo exposto para ele.

Lucy começou a chorar, ela nunca havia ficado pelada na frente de um homem e aquilo estava sendo constrangedor demais.

— Por favor…por favor senhor…não faça nada comigo — Chora.

— Não farei nada, não ainda — Aproxima o rosto do pescoço dela — Irei apenas ter certeza que você ainda é virgem.

— O-o que?! Espera…

Lucy começou a se mexer quando sentiu as mãos do Nicola no meio das suas pernas. Ela fechou os olhos entre lágrimas e soltou um grito de dor quando foi invadida por dois dedos dele. Nicola sentiu todo o seu corpo arrepiar, quando as paredes apertadas da intimidade dela apertaram os seus dedos.

Nicola simplesmente perdeu o controle, ele tirou os seus dedos de dentro dela e tomou posse dos lábios vermelhos e carnudos da Lucy, deixando ela mais assustada ainda. Lucy se debateu nos braços dele, ela socava os seus largos ombros enquanto tentava se soltar do seu aperto.

A língua do Nicola invadiu os lábios dela e com muito esforço, ela conseguiu o chutar, fazendo ele se afastar enraivecido. Nicola desferiu um tapa no rosto dela, depois apertou o seu maxilar e disse num tom de voz rouca e carregada de ódio.

— Eu mando em você Lucy, então trate de colocar na porra da sua cabeça que eu sou o seu dono e que você não passa de um objeto sexual, sua p#ta!

— EU NUNCA SEREI O SEU OBJETO SEXUAL, NUNCA, SEU NOJENTO! — Gritou em meio às lágrimas de ódio, medo e nojo.

Aquela afrontação dela só serviu para deixá-lo mais irritado ainda. Nicola desferiu mais dois tapas no rosto dela, fazendo ela cair de joelhos no chão entre lágrimas de dor. Ele soltou um xingamento e disse, antes de sair do banheiro;

— Você não sairá deste quarto, e nada de comida para você! Enquanto você não me obedecer, vai viver na merda!

Lucy bateu no chão do banheiro, ela estava frustrada com tudo aquilo. Não conseguia acreditar que aquele homem era pior do que ela imaginava.

Capítulo 2

...Autora Narrando...

Lucy havia passado dois dias presa naquele quarto, sem poder sair nem para respirar o ar puro da selva. Nicola, ordenou que ela ficasse à base de água e pão, nada a mais, nada a menos. No terceiro dia, ela havia recebido a visita do senhor Jeff, ele entrou no quarto com uma bandeja cheia de aperitivos, fazendo os olhos da morena brilharem.

— Trouxe algo para você, minha jovem. — Falou Jeff, enquanto se animava com a empolgação da garota a sua frente. — O senhor Nicola, não estava tão certo desta decisão, mas consegui mudar a opinião dele e o mesmo ordenou que fizéssemos uma boa refeição para a senhorita.

— Ele…mandou vocês fazerem isso? — Perguntou confusa — Senhor, Jeff, tem certeza que ele não irá me punir depois?

Jeff sorriu, ele negou com a cabeça e mandou ela comer, pois a mesma não se alimentava bem a dias.

— Não se preocupe, minha filha. O senhor Nicola está de bom humor hoje.

— Bom humor? Haha, quem morreu? — Brincou ela, enquanto enfiava dois pedaços de pão amanteigado na boca.

— O senhor Nicola vai ser pai, soubemos da notícia esta manhã.— Falou contente.

— Pai? Quem foi a maluca?

O senhor Jeff ficou desconfortável, ele deu um sorriso sem graça e respondeu, enquanto ficava de pé.

— A minha filha, eles tiveram um caso e isso resultou em um bebê. Não são um casal e estão longe de ser um, mas acredito que a vinda desta criança mude o jeito que o senhor Nicola pensa.

— Desculpe, não quis insultar a sua filha. Espero que eles sejam felizes e que esse lunático me solte, me deixe ser livre…

— Não creio que ele faça isso — Suspira — o senhor Nicola, tem uma pequena obsessão pela senhorita, creio que ele não a deixará isso tão fácil assim.

— O que ele viu em mim? Eu sou apenas uma pobre coitada que não tem onde cair morta…sou um nada…um nada…— Fala com o olhar vazio.

— Bom, não pense assim. Agora precisa terminar de comer, o senhor Nicola, mandou um costureiro de alta sociedade para tirar as suas medidas. A senhorita não tem roupas pra usar, e precisa estar à altura do senhor Nicola.

— Senhor Jeff, o senhor sabe de alguma coisa, mas não que me contar, certo?

— Não tenho liberdade para falar sobre assuntos pessoais, senhorita. Não vai demorar para você saber o que está acontecendo. — Sorri para ela — Coma, tome um bom banho, que daqui a trinta minutos eu voltarei aqui para buscá-la.

— Certo…,mas uma vez, obrigada pela refeição.

— Só fiz o meu trabalho, senhorita.

Jeff saiu do quarto e Lucy suspirou, ela encarou toda aquela comida e voltou a comer. Tudo estava delicioso, o bolo era tão fofo e recheado que ela gemia a cada garfada que dava nele. Ao terminar de comer, ela descansou a comida e depois foi para o banheiro, escovou os dentes e tomou um banho rápido, pois não teria tanto tempo para se aprontar.

Lucy pegou um vestido que a esposa do senhor Jeff lhe deu, pois ela não tinha nada para usar além da sua roupa velha. Ao estar quase vestida, alguém abriu a porta, deixando a Lucy assustada, pois ela só imaginou que deveria ser o Nicola, já que é ele que tem essa mania de entrar nos quartos sem bater na porta ou avisar que está entrando no quarto.

Ela virou-se furiosa, mas logo o seu olhar de raiva mudou para medo. Quem havia entrando no quarto não era o Nicola, quem entrou foi um homem que ela nunca havia visto antes. O homem tinha um olhar maldoso, o cara fechou a porta usando o pé, ele se aproximou da Lucy e a mesma afastou-se dele com medo e espanto.

— Qu-quem…é você? E o que quer aqui?! — Perguntou apavorada.

— Eu sou o ceifador, e vim ceifar a sua vida!

O homem disse e correu na direção dela, fazendo ela cair no chão devido ao susto. O tal "Ceifador", começou a enforcar ela, fazendo ela se debater debaixo do corpo musculoso e pesado dele. Lucy via toda a sua vida passar diante os seus olhos, quanto mais as suas vistas ficavam turvas, mas vontade de sobreviver ela sentia.

Lucy chorava de desespero e medo, o homem a encarava com um sorriso macabro nos lábios, ele estava adorando ver aquela cena. Lucy estava morrendo, quando o Nicola chegou no quarto as pressas e atirou diversas vezes na direção do homem, fazendo ele cair sem vida ao lado do corpo dela.

Ela não conseguia se mexer, pois estava sem fôlego e forças. Nicola aproximou-se da Lucy, ele a pegou no colo e perguntou se ela conseguia ouví-lo. Lucy começou a chorar, pois ela jurava que iria morrer nas mãos daquele homem. Lucy abraçou o Nicola, ela chorou nos braços dele, enquanto o mesmo não sabia o que fazer ou dizer.

— Aa…você está fora de perigo agora, não chore…— Falou ele.

— Mãe, o que acontec…AI MEU DEUS…TEM UM HOMEM MORTO AQUI! — Gritou Petra, enquanto chorava.

— Tirem ela daqui, todo esse nervosismo pode fazer mal ao bebê. — Disse Jeff.

— O seu pai está certo filha, você não pode ver isso. — Falou Luciene, enquanto puxava a sua filha para fora do quarto.

— Senhor Jeff, cuide do corpo e dona Luciene, cuide da Lucy. Eu vou descobrir quem deixou esse homem entrar aqui!

— Certo, senhor Nicola. — Se aproxima da Lucy — Vamos querida, vou te levar para outro quarto e te dar um banho bem relaxante.

Lucy foi tirada dos braços de Nicola, ela seguiu para fora do quarto abraçada com a dona Luciane. Já no novo quarto, Lucy entrou na banheira e Luciane começou a lavar o cabelo dela, enquanto cantarolava uma bela canção, com o intuito de amenizar a tristeza da jovem.

— Então, sente-se melhor agora? — Perguntou Luciane.

— Sim, obrigada pelos cuidados, senhora Luciane.

— Não fiz nada demais querida, faria isso por qualquer outra pessoa — Sorri — isso não acontece com frequência, então não se preocupe e nem tenha medo de ficar sozinha. Ninguém vai te fazer mal aqui, o senhor Nicola irá cuidar bem de você, assim como todos nós.

— Aquele homem trabalhava aqui?

— Não, nunca o vi aqui. É muito estranho, como ele conseguiu entrar aqui sem que ninguém o visse? — perguntou Luciane, enquanto secava o cabelo da Lucy.

— E…se alguém o deixou entrar?

— Faz sentido, ele não conseguiria entrar aqui sem ajuda. Preciso falar com o senhor Nicola a respeito desta dúvida, já volto minha filha!

Luciene saiu do quarto às pressas, ela temia que não conseguisse ver o Nicola antes dele sair da mansão, já que o mesmo precisava resolver algumas coisas fora da cidade e só voltaria dois dias depois.

— Senhor Nicola, espere aí! — Gritou ela, enquanto corria na sua direção.

— O que houve? — Perguntou ele.

— Nada senhor, eu estava conversando com a senhorita Lucy e ela me disse algo bem questionável…

— O que ela disse?

— Bom, o homem não teria como entrar aqui sem a ajuda de alguém, provavelmente alguém daqui o deixou entrar senhor.

— Já sei quem foi, a pessoa já foi levada para receber a devida punição.

— Quem foi?

— Um segurança, ele disse que o homem alegou ser o novo jardineiro, por isso o deixou entrar.

— Meu Deus, que perigo!

— Todos que forem entrar aqui agora, vão ter que mostrar a identidade e conversas que tiveram conosco a respeito de trabalho ou algo que envolva o trabalho.

— Certo, o senhor tem razão. Isso não pode ocorrer novamente.

— A Lucy tem que ser bem cuidada, ela será a dona desta propriedade em breve e eu não quero que nada e nem ninguém faça mal à ela!

— Pode deixar, senhor.

Capítulo 3

...Lucy Narrando...

A noite chegou com rapidez, abrir a janela do meu mais novo quarto e fiquei na sacada, sentada na mesa que tem aqui. Encarei o céu escuro sem estrelas, devido ao tempo frio e chuvoso, as estrelas estão sendo escondidas pelas nuvens pesadas, impedindo-nos de vermos as belas estrelas.

Suspiro cansada, a minha vida virou uma bagunça e agora eu não sei o que fazer. Realmente fui vendida como um objeto para um homem que eu nem conhecia e que provavelmente só quer me usar e nada além disso. Querer ter uma vida feliz e de paz é pedir demais? Eu acho que não…

— Com licença, minha mãe mandou eu lhe chamar para jantar. — Falou Petra.

— Obrigada, já desço…

— Você nem se tornou a dona da casa ainda…,mas todos te tratam como alguém especial — Diz ela, enquanto me encarava com um olhar inelegível — Bom, só espero que eu não atrapalhe você, já que estou grávida…

— Não me importo com nada disso, nem com status ou algo do tipo. Só quero ter a minha liberdade, não quero ser mulher de ninguém e nem pretendo ser. Pode ficar com o Nicola, eu não quero ter nada haver com aquele homem!

— Haha, não é tão fácil assim, você acha que eu já não tentei tê-lo só para mim? Chega até ser engraçado, você chegou basicamente ontem, eu estou aqui há mais de dois anos e não consegui fazer o que você fez em menos de uma semana. — Diz com rancor.

— E o que eu fiz exatamente? Pode me explicar?

— Não se faça de boba garota, isso pode colar com os meus pais, mas isso não cola comigo! Eu sei o que você é, você é apenas uma garota aproveitadora que quer tudo e finge não querer nada!

— Se você veio aqui apenas para me insultar, é melhor você se retirar, pois o meu ouvido não virou penico para ficar ouvindo um monte de bosta!

— Mais cedo ou mais tarde todos vão saber quem é você de verdade e pode apostar, eu vou rir e rir muito de você, pois Lucy, a sua hora vai chegar e eu vou estar lá!

— Digo o mesmo, você parece ser doce por fora, mas por dentro é podre!

— Irei me retirar agora, pense num jeito de sumir daqui, este lugar não pertence a pessoas como você!

Petra saiu do quarto como se nada tivesse acontecido, eu apenas fechei os olhos e tentei esquecer tudo que me foi dito. Não posso deixar ela me humilhar assim, se ela que tanto jogar esse joguinho de gato e rato, iremos jogar!

(***)

Os dias se passaram num piscar de olhos, durante esses dois dias eu não tive paz, Petra fazia de tudo para me colocar para fora desta casa, acredita que ela até mentiu? Ela simplesmente mentiu, dizendo que eu havia brigado com ela porque ela colocou muito açúcar no meu chá, sendo que nem isso eu fiz!

Não sei o motivo, mas dona Luciane não acreditou na sua filha, ela apenas pediu desculpas para mim e disse para eu ter cuidado, pois a Petra sabe ser manipuladora quando quer. Eu tenho aliados aqui, e sei que conseguirei sair de todas as presepadas que a Petra me causar.

Após o jantar, me despedir de todos e seguir para o meu quarto. Fechei a porta, fui até o banheiro e fiz as minhas necessidades antes de ir para a cama. Fiquei lendo um livro com apenas a luz fraca do abajur, acabei perdendo a hora e quando me dei conta, já era onze horas da noite e praticamente todas as luzes da mansão estavam apagadas.

Guardei o meu livro, e quando estava prestes a desligar a luz do abajur, percebi uma silhueta masculina no meu quarto e isso me fez gelar na mesma hora. Trêmula e com medo de ser outro assassino, perguntei num sussurro;

— Quem…está aí?

— Que mal agradecida você, nem me agradeceu após eu ter salvo a sua vida!

A voz de gozação do Nicola me deixou irritada, eu acendi a luz do quarto, iluminando assim aquele homem alto e loiro, que usava apenas uma calça moletom branca, deixando o seu físico à mostra. Com muita dificuldade, eu conseguir desviar o meu olhar do seu corpo e comecei a falar.

- Porquê simplesmente não bate na porta antes de entrar? Por acaso é um ladrão? Pois nem vi a hora que você entrou aqui!

— Não fuja do assunto, meu anjo. Vim aqui atrás do meu agradecimento, espero que você me dê algo bom o suficiente para eu não me arrepender da minha escolha.

— Desculpe, eu não costumo ser mal agradecida! — Suspiro — Obrigada, senhor Nicola, por ter salvado a minha vida…— Forço um sorriso.

— Eu não quero isso.

— Ahn? Eu já dei o meu agradecimento, o que mais o senhor quer de mim?!

— Um…tão inocente ela — Riu, enquanto se aproximava da minha cama sem desviar o seu olhar de mim — um simples agradecimento não vai me satisfazer Lucy. Em breve, você será a minha mulher e dona de tudo isso, não vai matar se a gente dormir juntos antes do casamento!

— Sua mulher? Casamento? Que merda você está falando?! Por acaso se drogou?

Fico de pé, encaro ele com um olhar confuso e o mesmo revirou os olhos, sentou-se na cama e disse;

— Quando a sua tia me ofereceu você como uma moeda de troca, eu percebi que você seria uma esposa ideal, já que eu preciso de uma esposa para continuar com os meus planos malignos. Eu não podia deixar aquela bruxa te vender para outro homem, eu precisava de você, por isso aceitei a oferta dela e depois dei um fim naquela broaca, pois ela errou feio quando cogitou em te entregar para outro homem.

— Você…Está dizendo que matou…a minha tia? — Pergunto assustada.

— Você é burra por acaso? Não foi isso que eu acabei de dizer?! — Se irrita.

— Eu não vou me casar com você, se case com outra pessoa…que tal a Petra? Ela é linda e futura mãe do seu filho, ela seria a esposa ideal para você!

— Petra? Tá de brincadeira? Eu quero é você Lucy, e não a Petra!

— Você é chato… — Me dou por vencida.

— Você terá uma vida boa se casando comigo, terá tudo do bom e do melhor e — Sorri — terá um marido atraente e bonito, um que estará disposto a te satisfazer todos os dias!

— E quem disse que eu te acho atraente? Você é feio, não sei como não enxerga isso! — Minto, pois estou com raiva.

— F-feio? Você deve estar precisando de um óculos! Olhe bem para mim Lucy — Fica na minha frente, me dando a visão do paraíso…por acaso…ele está sem cueca? — Diga se você ver alguma imperfeição em mim.

Nicola chegou bem perto de mim, tão perto que fez eu ficar sem reação. Os olhos dele são tão sexys, a boca, os braços cheios de veias….e esse corpo…porque ele tinha que ser tão perfeito?! As mãos do Nicola foram para a minha cintura, e com esse toque os meus olhos se encheram de água, e se ele fizer aquilo novamente?

— Calma, eu não vou te machucar — Sussurrou próximo aos meus lábios — apenas deixe eu matar essa vontade, garanto não tocar você sem a sua permissão.

— N-não…não podemos…— Tento me afastar, mas ele me agarra e me prende contra a parede.

— Somos solteiros e em breve seremos um casal, que mal há nisso?

— Nicola…

Nicola beijou-me com urgência, como se ele dependesse daquele beijo para sobreviver. Tentei não corresponder, mas o gosto dos seus lábios me fez ceder e eu deixei-me levar por sua pegada espetacular. Talvez não seja errado, eu não o seduzir e não o procurei, ele que me procurou e se deixou seduzir sozinho.

Petra que me derrotar, que me pôr para fora daqui. O que será de mim se eu sair daqui? Não tenho uma casa e muito menos dinheiro para sobreviver neste mundo, eu estou sendo bem cuidada aqui e não posso deixar esta oportunidade fugir das minhas mãos. O Nicola será meu, e a Petra reconhecerá o seu lugar, ou eu não me chamo Lucy!

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