...Apresentando os protagonistas:...
*Eu mesma criei as imagens dos personagens abaixo, na minha visão eles tem as seguintes características na fase aborrecente.
...Essa história começa bem antes, em dois tempos distintos......
...A imponente fachada da prestigiosa escola erguia-se majestosamente sobre uma colina, cercada por um mar de verde que se estendia até onde a vista alcançava. Daniel Souza sentia seu coração pulsar forte no peito, uma mistura de nervosismo e excitação diante da nova jornada que estava prestes a iniciar....
...O jovem, com seus olhos vivazes e a mochila repleta de expectativas, atravessava os portões daquela instituição que mais parecia um castelo. O uniforme impecavelmente alinhado, composto por blazer e gravata, indicava o padrão de excelência que ali reinava....
...— Droga, estou atrasado pra caramba!...
...O primeiro dia não estava sendo tão tranquilo quanto Daniel imaginava. Ao tentar seguir as instruções para chegar à sala de aula, ele se perdeu nos corredores labirínticos da imensa escola, onde as paredes pareciam testemunhas silenciosas de séculos de aprendizado....
...— Maldito ônibus, saiu atrasado......
...O sol já começava a banhar o corredor com uma luz dourada quando Daniel finalmente encontrou a sala. O professor, de olhar severo, observava cada aluno que adentrava com um misto de autoridade e expectativa. Daniel era o último a chegar, e sentia os olhares de seus novos colegas sobre si....
...— Parece até que tem alguma coisa no meu rosto. — Murmurou consigo mesmo....
...Apenas um banco vago restava no fundo da sala, ao lado de um jovem que compartilhava a mesma expressão de quem havia corrido para chegar a tempo. Era Guilherme Alves, um rapaz de porte altivo e olhar perspicaz. Assim que os olhares se cruzaram, uma breve troca de sorrisos de compreensão selou uma conexão instantânea entre os dois....
...— Pelo menos alguém é receptivo aqui. — pensou Daniel....
...A desculpa mútua foi dita com um misto de risos nervosos, e logo perceberam que compartilhavam mais do que apenas um atraso. Eram colegas de turma, destinados a trilhar esse novo capítulo juntos....
...Com uma reverência respeitosa ao professor, os dois se dirigiram aos últimos assentos da sala. O caminho até lá parecia curto, mas o destino havia reservado um encontro que mudaria o curso de suas vidas....
...Sentando lado a lado, Daniel e Guilherme trocaram olhares novamente, como se o universo conspirasse para uni-los naquela escola exclusivamente para garotos. A partir daquele momento, estavam unidos não apenas pelo atraso, mas por um destino que prometia algo a mais entre eles....
...— Prazer, sou Daniel — sussurrou ele, as palavras fluindo suavemente....
...— Guilherme — respondeu em igual tom, criando um vínculo instantâneo....
...Riram juntos, a risada cúmplice como se fossem velhos amigos....
...Horas se passaram, e o toque final das aulas anunciou o término do dia letivo. Enquanto caminhavam lado a lado, uma descoberta surpreendente os aguardava: compartilhavam o mesmo dormitório. Lá, em cada quarto, duas camas aguardavam ocupantes. Não apenas colegas de classe, mas agora, também, colegas de quarto....
...— Estamos em maus lençóis se dependermos um do outro para não nos atrasarmos novamente — comentou Daniel, com um sorriso luminoso....
...Guilherme concordou, passando afetuosamente o braço pelo ombro de Daniel, como se a amizade entre ambos já tivesse atravessado décadas....
...Ao adentrar o dormitório, a admiração brilhava nos olhos de Daniel. O ambiente era um oásis de conforto e elegância, com móveis de madeira polida e detalhes finamente trabalhados. As cortinas, suavemente iluminadas pelo sol da tarde, dançavam graciosamente com a brisa que adentrava pela janela....
...Daniel sentiu-se como se estivesse em um mundo novo e deslumbrante, e mal podia conter a empolgação diante daquele espaço, enquanto observava os detalhes refinados....
...— Incrível, não é? Parece um quarto de realeza! — Daniel comentou, seus olhos percorrendo cada canto....
...Guilherme riu, concordando....
...— É, eles capricham por aqui. Mas e você, de onde veio?...
...Sentando-se na beira da cama, Daniel olhou para Guilherme....
...— Eu sou bolsista que veio de uma cidadezinha pequena. Minha família não tem muitos recursos, mas eu sempre sonhei em estudar aqui....
...Guilherme, intrigado, arqueou as sobrancelhas....
...— Um bolsista? Impressionante. As provas para entrar aqui são difíceis pra caramba!...
...Daniel sorriu....
...— E você? De onde vem?...
...Guilherme suspirou, olhando para o horizonte além da janela....
...— Venho de uma família abastada, donos de várias empresas pelo país. Estudar aqui é quase uma tradição, mas a pressão é grande, sabe?...
...Daniel assentiu com empatia....
...— Deve ser difícil. Mas acredito que você está aqui por...
... seus próprios méritos....
...Antes que Guilherme pudesse responder, um momento de silêncio caiu sobre o quarto. Foi então que ele falou mais sobre sua família....
...— Meus pais são os Alves, donos de uma rede de telecomunicações. Talvez você já tenha ouvido falar....
...Os olhos de Daniel se arregalaram, surpresos....
...— Espere, você é filho dos Alves? Meus pais trabalham para sua família!...
...Guilherme ficou surpreso. — Sério? Bem, parece que o mundo é mesmo pequeno, não é?...
...Os dois riram, percebendo que a vida havia um encontro que jamais poderiam ter previsto. Ali, naquele quarto majestoso, começava uma amizade que iria transcender as barreiras das origens e classes sociais, unindo Daniel Souza e Guilherme Alves naquela renomada escola....
...Apresentando os personagens adultos:...
...Atualmente......
...Daniel já contava com trinta e sete anos, à beira dos quarenta, quando decidiu retornar ao Brasil após longos anos na Austrália. A família havia se mudado abruptamente para o outro lado do mundo devido à doença de sua mãe, que exigia tratamento no país cujo clima se assemelhava ao de sua terra natal. Deixando para trás sua escola, amigos e um amor de juventude havia sido uma experiência marcante e desafiadora. Porém, o amor e a responsabilidade com a família falaram mais alto, levando-o a cruzar oceanos em busca de um tratamento para sua mãe....
...Desde a partida apressada de sua antiga escola, ele teve que concluir o ensino médio em um país estrangeiro. Felizmente, sua proficiência em inglês facilitou sua adaptação, e sua habilidade em fazer novas amizades o ajudou a superar os desafios. Concluiu o ensino médio, ingressou em uma renomada universidade australiana e realizou seu sonho de se tornar jornalista, trabalhando diante das câmeras....
...Enquanto isso, seus pais se separaram após a mudança, e Daniel, ao descobrir segredos de família, optou por sair de casa cedo e viver de forma independente. Sua inteligência e sagacidade abriram portas e ele fez contatos valiosos que impulsionaram sua carreira e seus objetivos....
...Entretanto, o tempo passou e, desde os dezesseis anos, ele não voltava ao Brasil. Um dia, sentindo-se cansado da vida na Austrália, decidiu encerrar sua carreira naquele país e dedicar-se a construir seu nome no Brasil, sua pátria. Era o momento de tentar reestabelecer o contato com parentes e possivelmente reencontrar velhos amigos que havia perdido ao longo dos anos....
...Daniel desembarcou no aeroporto de São Paulo e imediatamente se sentiu em casa, como se estivesse retornando a um lugar do qual jamais deveria ter saído. Contudo, ele ponderou que se não tivesse dado esse passo, talvez não teria alcançado o crescimento e as experiências que conquistou no exterior....
...— Às vezes, é preciso um pouco de loucura para buscar algo novo, mesmo que signifique deixar para trás o que já conhecemos. — Refletiu consigo mesmo....
...Recordou-se dos tempos anteriores à sua partida para a Austrália. Sua família vivia com dificuldades em uma casa de dois cômodos, compartilhando espaço com dois irmãos mais velhos. No entanto, ao mudarem-se, seus pais e irmãos conseguiram oportunidades melhores. Daniel, por sua vez, escolheu trilhar seu próprio caminho, enfrentando adversidades e privações até alcançar a posição almejada. Não que fosse rico agora, mas soube administrar seu dinheiro com sabedoria ao longo dos anos, valorizando cada centavo conquistado e demonstrando responsabilidade em seus gastos....
...— Agora, Brasil... Ah... Táxi....
...Acomodando-se no banco de trás, ansioso, Daniel deu instruções ao taxista, e em breve estava a caminho da antiga casa onde passara sua infância....
...Antes de seu retorno, Daniel cuidou de todos os detalhes. Sentia uma forte saudade daquele lugar, simples mas aconchegante, em uma região tranquila e repleta de árvores. Ao pesquisar sobre o local, percebeu que pouco havia mudado desde que partira. A casa estivera aos cuidados de uma prima distante que já não residia ali, permanecendo fechada por um tempo....
...Seus planos envolviam a reforma do local ou, eventualmente, a compra de um apartamento, assim que conseguisse um emprego como jornalista em alguma empresa. Era o recomeço que almejava....
...Ao chegar ao endereço desejado, Daniel foi envolvido por uma onda de nostalgia....
...— Há coisas que nunca mudam, não é mesmo? — Murmurou para si mesmo, contemplando o lugar....
...Sua prima havia preparado tudo conforme combinado, e Daniel, exausto da viagem, não hesitou em se jogar na cama e adormecer, ainda cochichando....
...— Amanhã mesmo tenho uma entrevista de emprego, preciso recuperar minhas energias....
...Na próspera "CRN" Clareza Rede de Notícias, uma empresa que havia sido criada há quase cinco anos e que gozava de muito sucesso, o relógio já marcava tarde da noite. O CEO, Guilherme Alves, um homem de trinta e sete anos, exalava uma aura de elegância, exibindo uma aparência cuidada, físico malhado e vestimentas impecáveis. Ele liderava a reunião com sua equipe para debater as transformações em curso na empresa, as melhorias planejadas e as novas contratações necessárias para o telejornal do meio dia....
...Enquanto Mônica, uma dedicada funcionária que também atuava como sua secretária, apresentava os currículos dos potenciais candidatos por meio de slides, Guilherme escutava atentamente e analisava cada perfil....
...— Agora, nosso próximo candidato é um tanto surpreendente. É um nativo do Brasil, mas viveu por muitos anos na Austrália. Ele fala ambos os idiomas fluentemente e traz um histórico impressionante como âncora em diversos horários. Seu nome é Daniel Martins. — Mônica introduziu o candidato....
...Ao ouvir o nome Daniel, uma onda de lembranças do passado inundou a mente de Guilherme. Embora houvesse um tempo desde a última vez que se viram aos dezesseis anos, ele se perguntava se aquela era a mesma pessoa. Afinal, reconhecê-lo agora na rua seria um desafio....
...— Inclua-o na lista de entrevistas para amanhã também... — Determinou Guilherme....
...Mônica, ao receber a aprovação, passou para a próxima candidata....
...— Esta é Viviane Monteiro. Trabalha no meio da mídia desde a infância, é formada em jornalismo e acumula experiência em diversas empresas de telecomunicações do Brasil. Além disso, seu nome já é bem conhecido no setor....
...Guilherme identificou um perfil muito promissor e deu o aval para que ela também fosse entrevistada no dia seguinte....
...— Ótimo, por hoje é tudo. Nos vemos amanhã....
...Levantando-se com elegância, ajeitando sua vestimenta, Guilherme deixou a sala antes dos outros, deixando para trás uma aura de confiança e sofisticação. As estagiárias, um tanto sem fôlego, observavam o CEO com admiração, impactadas pela presença marcante e atraente do homem à sua frente....
...— De fato, por que o Sr. Alves ainda não se casou? Ele é tão encantador. Nunca se envolveu em escândalos e tem uma reputação impecável. Como é possível que nenhuma mulher o tenha conquistado até agora? — Indagou uma delas, perplexa....
...Mônica ainda observava a silhueta do CEO desaparecendo nos corredores. Em seguida, respondeu com um tom pensativo:...
...— Aquele homem é como uma muralha de gelo. Em muitas das festas de negócios que eu o acompanhei, várias mulheres tentaram se aproximar, mas ele sempre as tratou com indiferença, como se fossem invisíveis....
...As estagiárias trocaram olhares intrigados, e uma delas, movida pela curiosidade, ousou perguntar algo que pegou todos de surpresa:...
...— Será que o CEO é homossexual?...
^^^Essa indagação ficaria suspensa no ar, pairando pelos corredores até ser discutida mais tarde.^^^
...Antes......
...No dia seguinte, Guilherme acordou antes de Daniel e o chamou uma hora mais cedo do que o combinado....
...— Vamos, preguiçoso, levanta daí......
...Daniel murmurou sonolento: — Já estamos tão íntimos a ponto de usar apelidos agora?...
...Guilherme riu suavemente. — Se prepare, pois apelidos são só o começo. Vou tomar banho primeiro....
...Daniel permaneceu na cama, coberto pelo edredom, aguardando seu amigo terminar o banho. Quando Guilherme saiu do chuveiro, Daniel observou que, apesar de terem a mesma idade, seu amigo exibia um corpo mais musculoso do que o dele. Por algum motivo, ao vê-lo apenas com uma toalha envolta da cintura enquanto secava o cabelo, Daniel experimentou um desconforto inesperado e virou-se rapidamente para encarar a parede....
...Ele questionou a si mesmo: — Por que me senti envergonhado ao vê-lo desse jeito, quando estou acostumado a ver meus irmãos seminús?...
...Repentinamente, ele pulou da cama e correu para o banheiro, deixando Guilherme confuso com a súbita pressa. Será que a necessidade de usar o banheiro bateu à sua porta? Guilherme ponderou, enquanto ria com a situação....
...Minutos depois, Daniel gritou do banheiro pedindo a toalha, pois, apressado, esqueceu-se de pegá-la antes de entrar no box, e sairia encharcando tudo, o que era algo que ele detestava....
...Guilherme abriu a porta do banheiro bruscamente e se deparou com Daniel nu, empurrando o box. Inicialmente, ficou parado, observando seu amigo naquela situação inusitada. Daniel, corado de vergonha, também ficou imóvel, até que se virou e puxou a toalha das mãos de Guilherme....
...Notando a vergonha que Daniel estava sentindo, Guilherme não resistiu à tentação de provocá-lo....
...— O meu é maior!...
...Daniel enrolava-se na toalha enquanto ouvia a provocação do amigo, não resistindo à brincadeira....
...— Ah é... Mentir é feio!...
...Ele se apoiou na parede, com os braços cruzados e as pernas cruzadas, fechou os olhos e, em tom de brincadeira, retrucou:...
...— Quer ver e comparar?...
...Daniel saiu do box e empurrou Guilherme para fora do banheiro, trancando a porta logo em seguida....
...— Não enche!...
...Ao ser empurrado para fora do banheiro e ver a expressão séria do amigo, Guilherme não conseguiu conter uma risada....
...Minutos depois, Daniel saiu do banheiro e encontrou Guilherme já pronto, esperando por ele....
...— A essa velocidade, só chegaremos à aula no Natal....
...Ele olhou para o relógio na parede e percebeu que, se não se apressasse, chegaria atrasado novamente. Rapidamente se vestiu, calçou os tênis, pentou o cabelo, pegou a mochila e correu para a porta. Enquanto tocava a maçaneta, Guilherme começou a rir dele....
...— Qual é a graça? Não vê que estamos atrasados?...
...Guilherme se levantou da cama e foi até o amigo....
...— Você é muito engraçado, é muito fácil zoar você....
...Daniel estava confuso....
...— O que?...
...Guilherme percebeu que os botões do blazer e a gravata estavam mal colocados. Ele puxou Daniel para o meio do quarto e, de forma inesperada, começou a arrumar os botões nas casas certas. Em seguida, virou Daniel para o espelho e posicionou-se atrás dele, ensinando-lhe como fazer o nó na gravata....
...Enquanto Guilherme arrumava-o, Daniel sentiu um calor que parecia percorrer sua pele. Ele se perguntava o motivo daquela sensação e por que ela não surgia quando estava com seus irmãos ou com outras pessoas. Era uma sensação diferente, desconhecida, e o desconforto que a acompanhava, surpreendentemente, tinha um toque de prazer....
...Seus pensamentos foram abruptamente interrompidos pela voz grave e suave de Guilherme. — Vou te chamar de "Senhor Atrasado". Além disso, eu adiantei o horário do relógio para ver como você reagiria....
...Daniel empurrou Guilherme e correu para conferir a hora no celular. Realmente, seu amigo havia lhe pregado uma peça....
...— Poxa, Guilherme, quase tive um ataque cardíaco....
...Enquanto ele ria discretamente, pegou sua mochila e seguiu em direção à porta....
...— Anda, senão ficaremos perdidos de novo na escola....
...Ainda reclamando do amigo, Daniel pegou suas coisas e seguiu Guilherme para mais um dia de aula....
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