SIMAS
Sentei em uma cadeira me sentindo relaxado pela primeira vez naquele dia. Serena estava me perseguindo incansavelmente de novo, mesmo após eu esclarecer inúmeras vezes o que significávamos, ou deveríamos significar, um para o outro.
— Simas! Onde você está!? Não terminei de treinar com você!
— Não se preocupe, querida, eu vou chamá-lo e duvido que ele não responda.
Estremeci ao ouvir a voz da minha mãe. Ela não era nada fácil, talvez pior que o meu pai já que eu era incapaz de discutir com ela.
— Simas, é melhor aparecer ou eu...
— Está me procurando, mãe? — Perguntei e saí do meu esconderijo.
Serena logo sorriu e abraçou meu braço com carinho. Eu apenas respirei fundo sabendo que não adiantava afastá-la.
Minha mãe também estava sorrindo provavelmente contente com a cena à sua frente. Desde que eu era só um rapazinho ela e tia Bia, mãe da Serena, viviam dizendo como seria maravilhoso que eu casasse com a Serena.
Mas isso era impossível. Ela atualmente tinha 15 anos e eu 20, ou seja, ela era uma menininha e eu um homem feito. Não havia qualquer possibilidade de amor ou atração entre nós, não da minha parte pelo menos.
Já Serena deixava claro o quanto me estimava. Às vezes era sufocante ao ponto dela invadir meus aposentos e eu não ousava ser muito bruto, afinal ela era uma garotinha e melhor amiga da Tata, minha irmã mais nova.
— A Serena estava procurando por você, vocês combinaram de estudar russo juntos, não? — Minha mãe perguntou.
— Eu acho que um professor particular seria mais qualificado, ela não consegue aprender comigo — Sorri forçado e puxei meu braço do aperto da Serena, mas ela continuou me segurando.
— Que professor seria melhor que o meu filho!? Você é inteligentíssimo! — Minha mãe retrucou. — Vá ensiná-la.
— Mas...
— Simas, eu prometo me concentrar — Serena pediu e me olhou de um jeito triste.
Eu definitivamente não teria pena dela por causa daquele olhar. Isso não funcionava mais como antigamente.
Serena agora era uma jovem e não mais uma criancinha, ela deveria se comportar de forma adequada ao lado de um homem, mas nunca pensava nas suas ações o que me irritava profundamente.
— Tudo bem, eu vou ensiná... Serena! — Eu a afastei quando ela se inclinou e beijou meu rosto.
— É só um beijo de amigos, meu filho, você não vai morrer — Minha mãe me olhou entediada. — Não esqueçam de comer alguma coisa enquanto estudam, estou indo ver a Julieta, os hormônios da gravidez estão enlouquecendo o Joshua.
Assenti tentando esconder o quão irritado eu estava. Assim que minha mãe virou o corredor, eu puxei meu braço com força das mãos da Serena.
— Vamos estudar, mas mantenha uma distância respeitável — Avisei.
— Não sei porque você me odeia tanto — Ela fez manha. — Você costumava ser tão legal comigo...
Suspirei cansado. Ela ocasionalmente reclamava que eu havia mudado e de fato eu tinha mudado, mas a culpa não era apenas minha.
Eu e Serena tínhamos crescido juntos já que nossos pais eram melhores amigos, mas com o passar dos anos ela parou de me ver como um amigo mais velho. E desde que alcançou a idade para casar, 15 anos, ela tem dito que casaria apenas comigo. Mas eu não estava interessado nela, em ninguém na verdade.
Meu sonho era ter meu próprio negócio, eu amava os números, tudo que os envolvia, e amava dinheiro também. Eu pensei que poderia seguir esse meu sonho, mas quando a Tata cresceu e entendeu o peso que era ser o governante do reino, ela decidiu deixar esse fardo para mim.
Já fazia dois anos que eu e meu pai brigávamos por isso, pois eu me recusava a aceitar o título de príncipe herdeiro. Por mim podíamos passar a coroa para o meu primo Danton, filho da minha tia Julieta.
Mas meu pai era tradicional, assim como meu avô, e mesmo que minha mãe fosse mais mente aberta, ela também acreditava que eu deveria ser o rei por ser o único filho homem do meu pai e o primogênito da família. Se meu tio Adam não fosse rei de Gloenia, talvez Vincent, meu primo, quisesse assumir Fasnar...
— Simas! — Serena gritou fazendo eu despertar dos meus pensamentos.
— O que você quer? — Perguntei impaciente.
Ela colocou as mãos nos meus ombros e se inclinou quase tocando seu nariz no meu.
— Você estava distraído, estava pensando em que princesa? — Ela perguntou num tom ameaçador. — Ou talvez em alguma plebeia... Vamos, diga!
Apenas a ignorei e fiz cócegas em sua cintura para que ela me deixasse em paz. Serena riu e finalmente se afastou.
— Por que acha que eu estava pensando em alguma mulher? — Questionei. — Pareço mulherengo?
— Parece — Ela respondeu. — Meu pai disse que os quietos são os piores.
Isso me fez rir um pouco. Tio Bernard às vezes falava coisas que nem eu entendia.
— Então você deveria procurar um garoto bem falante, da sua idade de preferência.
— Você quer tanto assim que eu case com outra pessoa? — Serena me perguntou num tom de chateação.
— Sim, Serena, não somos compatíveis — Falei cansado. — Vamos estudar logo? Eu tenho coisas a fazer.
Serena assentiu, mas não parecia tão animada quanto antes. Eu não senti pena, nem fiquei surpreso, ela sempre agia dessa forma quando eu era sincero. Mas eu não podia mentir sobre algo tão sério, apesar de não amá-la como mulher, eu ainda a amava muito como uma boa amiga.
— Mais tarde podemos jogar, eu, você, Tata e Danton — Tentei animá-la um pouco.
— Eu quero — Ela sorriu sinceramente de novo e eu sorri por vê-la melhor. — Mas eu quero ser sua dupla.
— Vamos ver isso depois — Resmunguei e ela riu.
SIMAS
Bati na porta duas vezes antes do meu pai autorizar que eu entrasse.
— Sabe que não precisa bater, Simas — Ele disse calmamente enquanto lia um livro.
— Pai, o que deseja? — Perguntei após fazer uma reverência.
— Ceci me falou sobre sua viagem.
Sorri ansioso. Eu havia pedido para a minha mãe tentar convencer meu pai a me deixar ir para a Inglaterra estudar Administração.
— O que acha, pai? Eu posso ir?
— Eu achei ótimo, na sua idade eu tive que aprender com meu pai sobre como cuidar das economias de Fasnar — Ele me olhou e sorriu. — Se não fosse por sua mãe, eu teria falido o país.
— Pai, eu não acho que eu vá ser rei — Falei cuidadosamente, pois não queria irritá-lo.
— Então não precisa ir para a Inglaterra, pode ficar conosco em Fasnar e abrir seu negócio — Ele retrucou. — Com seu dinheiro, claro.
Respirei fundo. Eu não tinha dinheiro e nunca tinha trabalhado na vida. Meu conhecimento em finanças era apenas administrando alguns negócios do palácio, mas o dinheiro não era destinado para mim.
De qualquer forma, eu era um príncipe e nada me faltava, porém, eu não tinha como abrir um negócio e vender meus bens como relógios ou roupas caras seria inaceitável para os meus pais.
— Por que o senhor não permite que eu seja feliz? — Perguntei frustrado. — O senhor sempre diz como ser rei nunca foi sua vontade e...
— Não é questão de vontade, é questão de dever! — Meu pai me interrompeu. — Se deseja ir para a Inglaterra para estudar e cuidar do nosso povo, ótimo! Está aprovado! Se for para continuar com seus pensamentos egoístas, nossa conversa acaba aqui.
Apesar de estar velho, meu pai era um homem conservado para sua idade, não era fácil aos cinquenta e dois anos ter o corpo tão forte quanto o de um soldado.
Mas eu também era um homem agora, eu já tinha vinte anos e não seria intimidado por ele.
— Eu vou para a Inglaterra, o senhor queira ou não!
— Como irá, Simas? — Ele desdenhou. — Não pense em pedir para a sua mãe.
— Eu vou pedir para o meu tio já que a mãe está presa nessa base militar que chamamos de casa.
— Você está sendo infantil, nossa casa é amorosa e você sempre foi muito bem...
— Amorosa!? Talvez um dia tenha sido, talvez o seu casamento com a mãe seja e eu realmente não sei como conseguiu uma mulher tão boa — Retruquei e meu pai me olhou surpreso. — Mas atualmente tudo o que eu vejo é alguém que nem queria ser rei me obrigando a ser!
— Simas FitzClarency! — Meu pai gritou, mas eu o ignorei e saí da sala.
Eu estava com tanta raiva. Nem se minha mãe pedisse ele autorizaria a minha viagem, e se ela não conseguia isso, ninguém em todo o reino conseguiria.
Só me restava falar com o meu tio, mas ele morava longe demais para conversarmos dessa forma.
Meu pai felizmente não foi atrás de mim, ao contrário da minha mãe, quanto mais irritado ele estivesse menos ele falava. E eu tinha herdado isso dele, pelo menos evitava conflitos piores.
Tomei um susto quando duas mãos delicadas cobriram meus olhos, mas logo respirei fundo já imaginando quem era.
— Serena, sério...
— Serena? Vocês são um casal agora?
Segurei as mãos da Adelina e me virei para ela. Minha prima sorria com diversão, o mesmo sorriso debochado da tia Malena.
— Adelina! Quando chegaram? — Perguntei animado. — Tio Adam veio!?
— Claro que veio! Nosso priminho está perto de nascer, esqueceu!?
Tia Julieta estava grávida de oito meses e eu havia esquecido que o tio Adam e a tia Malena viriam passar o último mês de gravidez da tia Julieta conosco.
— Se afaste do meu noivo — Escutei alguém gritar, alguém não, Serena.
Fechei os olhos tentando não me irritar mais do que já estava. Tentei pensar apenas na boa notícia de que o tio Adam estava no palácio.
— Ah, é apenas a sua prima — Serena se aproximou e então olhou para as minhas mãos segurando as da Adelina. — Esse tipo de comportamento não parece apropriado.
— Ele é todo seu, não estou interessada nesse tipo de casamento — Adelina disse enojada e puxou suas mãos das minhas.
— Francamente, Serena, eu e ela somos primos — Falei incrédulo. — E eu não sou seu noivo, aliás.
— Então por que está se explicando para ela? — Adelina colocou lenha na fogueira.
— Exatamente, ele me deve muitas explicações — Ela continuou me encarando.
— Vou deixar os noivos conversarem, o papai estava falando de você o caminho todo, Simas, ele quer ver você — Adelina me avisou. — Bom te ver, Serena, mais tarde quero saber sobre o romance de vocês.
— Adelina, não vá...
Minha prima me ignorou e saiu andando.
Serena cruzou os braços igualzinha a tia Bia quando ela estava brava conosco por bagunçar na casa dela. Confesso que senti um pouco de medo, Serena era muito tranquila e alegre, mas quando ficava irritada as coisas não terminavam bem.
— Eu estou em um péssimo momento agora, Serena, nos vemos mais tarde.
— Você vai casar com ela?
— Com quem?
— Adelina.
— Ela. É. Minha. Prima — Falei pausadamente para ver se o cérebro de ervilha dela assimilava.
— Você me tratava como irmã e olha como estamos agora.
— Mas ela tem meu sangue nas veias dela, você não.
Serena sorriu maldosa. Me amaldiçoei mentalmente, eu sempre acabava dizendo alguma coisa errada que a fazia criar mais fantasias sobre nós dois.
— É por isso que você é tão minha irmã quanto ela — Sorri e belisquei de leve seu braço, hábito que ela detestava e já estava me olhando com raiva. — Pois, você eu escolhi como irmã, ela foi só acaso.
— Então se ela não tivesse seu sangue... Simas!
Saí correndo antes que aquela maluca inventasse mais alguma coisa. Felizmente o vestido pomposo dela e seus saltos não me alcançavam.
Assim que a despistei fui procurar meu tio. Meu objetivo agora era partir para a Inglaterra.
SERENA
— O que será que o papai vai anunciar? — Tata cochichou.
— Espero que meu noivado com seu irmão.
— Eca.
Revirei os olhos. Tata tinha só 13 anos e só fazia um ano que ela tinha virado mocinha, ela não entendia como um casamento era importante na vida de uma senhorita.
Olhei para Simas que estava sorrindo bastante, o que me preocupava um pouco já que ele quase nunca sorria à toa e também nosso noivado não seria uma boa notícia para ele.
Eu era bem consciente do tipo de relacionamento que nós dois tínhamos, mas eu não conseguia encontrar ninguém mais compatível comigo do que ele e é claro que o mesmo valia para ele.
— Obrigado por virem todos, especialmente você, Julieta — Tio Thomas sorriu para sua irmã. — E Josh por possivelmente aturar as reclamações dela até o palácio.
Os adultos riram e eu os imitei ao ver Simas sorrindo um pouco, apesar de não ver muita graça no comentário do tio Tom.
— Tom, se você nos reuniu aqui para me irritar...
— Julieta, mantenha a calma ou seu bebê pode nascer rebelde que nem o meu — Tia Ceci brincou.
Dessa vez eu realmente ri com os adultos já que ela estava falando do meu Simas. Ele de fato era um pouco rebelde.
— Eu só estava brincando — Tio Tom disse sem graça. — Eu os reuni aqui, pois quero anunciar que meu filho será o futuro rei de Fasnar.
— O que!? — Simas levantou da mesa de repente.
— Simas, lembre-se do que conversamos — Rei Adam o alertou sobre algo.
Fiquei curiosíssima. Sobre o que haviam conversado?
— Danton, o que o seu tio disse para o Simas? — Perguntei para Danton que estava sentado ao meu lado.
Pelo menos sentar na mesa dos jovens tinha essa vantagem. Minha mãe estava longe demais para lembrar que eu não deveria cochichar enquanto um adulto falava.
— Como vou saber? — Ele retrucou e voltou a comer. — Coisa de adulto.
Observei enojada Danton falar comigo com a boca aberta cheia de comida. Como esse menino podia ser príncipe? E pior, filho de uma dama tão distinta quanto a tia Julieta? Mesmo que o tio Joshua fosse de família humilde, ele ainda era tão educado quanto meu pai.
— Feche a boca para mastigar — Eu o repreendi.
Ele sorriu e abriu a boca mais ainda mostrando tudo que estava comendo. Quase vomitei.
— Eu lido com ele, amiga — Tata me defendeu.
— Não, não faça... — Suspirei cansada quando Tata mastigou porcamente e mostrou sua comida para Danton que riu sem parar.
Olhei para Abby FitzClarency, a filha do rei Adam e da rainha Malena, mas ela estava entretida com suas bonecas. Uma garotinha de 10 anos não saberia o que o Simas tinha conversado com seu pai...
Respirei fundo me sentindo injustiçada por Adelina poder comer com os adultos. Ela era apenas um ano mais velha que eu, por que eu deveria aturar os pirralhos?
Eu amava a Tata, ela era minha melhor amiga, mas às vezes ela agia como um menino e isso era constrangedor.
— Danton, Thalia, parem com isso.
Olhei em direção da voz e encontrei Vincent, o filho mais velho do rei Adam.
Ele era três anos mais velho que eu e tinha atingido a maioridade no começo do ano. Eu fui ao seu aniversário de 18 anos e até dançamos juntos algumas músicas, eu na intenção de causar ciúmes do Simas, já Vincent era gentil por natureza.
— Me faça parar — Thalia o desafiou.
— Você não quer andar a cavalo comigo amanhã? — Ele perguntou sorrindo.
— Quero! — Ela se rendeu. — Vamos apostar corrida!
— Combinado — Ele concordou e então olhou para mim. — Senhorita Serena, gostaria de ir conosco?
— Ela não gosta dessas atividades, é igualzinha ao meu irmão — Tata respondeu por mim.
Sorri sem graça por ter que recusar seu convite. Eu de fato não via graça em correr em cima de um cavalo. Nesses eventos eu e Simas sempre ficávamos sentados juntos, ele lendo e eu apenas o acompanhando.
— Do que gosta então? — Vincent puxou a cadeira ao lado da Abby e sentou. — Abby, você não vai comer seu jantar?
A garotinha assentiu e deu uma garfada no seu prato, mas sem soltar sua boneca de pano. Adorável.
— Eu gosto de passear, ver o mundo — Respondi e sorri ao lembrar de algo. — Uma vez no meu aniversário de doze anos, Simas me levou para ver uma cachoeira.
Naquela época eu estava começando a nutrir sentimentos românticos por ele. Mas era impossível que ele gostasse de mim já que enquanto eu tinha 12, ele já tinha 17.
Mas atualmente eu já tinha 15 e era uma bela senhorita, senão a mais linda de Fasnar. Era possível que ele gostasse de mim mesmo que um pouquinho.
— A senhorita continua próxima do Simas — Ele comentou curioso. — Estão em um relacionamento?
— Sim... E não — Respondi sem graça. — É complicado.
— Espero que ele tenha dado a palavra dele então, deve ser difícil esperar tanto tempo pelo amado.
— Esperar?
— Sim, Simas irá para a Inglaterra estudar por cinco anos.
Eu o encarei desacreditada no que estava ouvindo. Eu sabia que esse era o sonho do Simas, afinal eu sabia tudo sobre ele, mas como ele podia me abandonar dessa forma!? Como ele não tinha me contado!?
Levantei extremamente abalada e fui até a mesa dos adultos. Todos pararam de conversar e me encararam confusos.
— Serena, gostaria de dizer algo? — Tio Tom perguntou sorrindo.
Parei ao lado do Simas e o puxei com força o obrigando a levantar. Ele me olhou surpreso.
— Serena, o que...
— Como você pôde decidir isso sem falar comigo!? — Perguntei magoada. — Cinco anos, Simas, você ficará longe por cinco anos!
— Vocês estão namorando? — Tia Julieta perguntou empolgada.
— Não — Ele respondeu e tirou minha mão do seu braço. — Serena está apenas fazendo uma cena de novo.
— Uma cena!? É isso que pensa dos meus sentimentos!? Um teatro!?
— Serena, querida, acalme-se — Tia Ceci pediu enquanto minha mãe levantava pronta para me tirar de lá.
Mas eu não havia terminado de falar. Como o Simas podia ser tão insensível comigo? Tudo bem não me amar, mas ele sequer pensou em como eu me sentiria se ele fosse embora!?
— Eu vou conversar com ela, tio e tia — Simas disse constrangido ao ver que meu pai também estava de pé. Ele segurou minha mão. — Um minuto.
Saímos do salão de jantar, eu praticamente sendo guiada por ele já que as lágrimas me impediam de ver o caminho a minha frente.
— Serena...
— Você não pensou em mim — Falei sentindo minha garganta trancar. — Você alguma vez nesses dias em que planejou essa viagem... Mesmo que pouco, pensou em como eu me sentiria?
Simas me olhava preocupado, mas não havia amor, talvez pena, mas nenhum carinho ou saudade. Ele nunca havia gostado de mim nenhum pouco sequer.
— Eu já disse inúmeras vezes que não a amo dessa forma, por que você não entende?
— Porque eu o amo profundamente, Simas FitzClarency! E só você não vê o quão sincero é o meu amor! — Gritei.
— Serena, você é só uma menina, você não sabe o que é amor! — Ele respondeu no mesmo tom. — Eu não vou discutir isso com você, é o meu sonho e vou realizá-lo independente do que sinta.
Solucei alto. Ele estava dizendo com todas as letras que não se importava com meus sentimentos.
— Simas, você realmente...
— Sim, eu nunca te amei e nunca vou te amar — Ele disse num tom frio. — Me esqueça de uma vez por todas.
Saí correndo para qualquer lugar distante o suficiente do garoto que eu amava há quase três anos.
Naquele dia eu tomei a decisão de nunca mais amar Simas FitzClarency, não importava o quanto meu coração doesse. Ele nunca mais teria meu afeto.
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