Doze anos atrás

Me levanto como de costume bem cedo, a vida no campo fez com que eu me acostumasse assim. Quando éramos crianças ao cantar do galo já estávamos de pé, bebendo leite direto da vaca e ajudando com as tarefas de meu pai.

Estou feliz e completamente realizada pois daqui a poucos dias estarei casada com o homem da minha vida.

Ele é lindo e apaixonante, sempre carinhoso e gentil. Nós apaixonamos na infância e este amor só cresceu desde então.

Hoje iremos fazer uma das viagem que mais gostamos, para casa de campo. Lá é um lugar maravilhoso tem um grande lago bem na entrada onde sempre pescamos.

_ Vamos querida já esta tudo arrumado, João Miguel diz me puxando para seu abraço por minha vez me conforte nos braços do homem da minha vida, _ Te amo princesa ele diz carinhosamente e me beija suavemente.

Quando por fim conseguimos nos afastar seguimos para o carro e iniciamos nossa viagem.

Na estrada temos um pouco de dificuldade de prosseguir, está chovendo e isso dificulta muito a visão de João Miguel.

_ Acho que deveríamos esperar a chuva parar e só então continuar, João Miguel diz já preocupado com a intensidade que se faz o tempo.

_ Eu concordo, digo apenas isso só que o destino estava contra nós.

_ O acostamento ali, grito a ele. E quase quase conseguimos.

Mais um caminhão desgovernado vem em nossa direção quando o vemos ou melhor vemos as luzes fortes dos seus faróis já é tarde de mais.

Colidimos de frente.

Minha cabeça dói muito ouço de longe a voz de João Miguel que chama meu nome, mais depois o silêncio. Já não o ouço mais. Será que estou morta.

Não, não estou mais em breve iria desejar estar.

_ João Miguel, João Miguel, meu amor fala comigo grito mais ele não responde, meu corpo todo doi e não consigo me mecher minha visão começa a ficar embaçada e já não consigo me manter acordada.

Quando acordo estou em um quarto completamente escuro e frio, as roupas que estavam se foram e estou apenas com um vestido branco.

_ Eu morri.

_ Não, você não está morta querida. Ouço uma voz familiar que acende então um pequeno abajur.

Pisco meus olhos algumas vezes me acostumando com a claridade então o vejo.

_ Fernando, oque faz aqui. Pergunto confusa. _ onde estamos finalizando tentando me levantar mais não consigo.

_ Minhas pernas, porque não consigo me mover, digo já em lágrimas.

_ Acalme-se Mary, logo você conseguirá andar ele diz apenas isso, sai e quando retorna me traz alguns comprimidos.

_ Onde estamos Fernando, cadê o João Miguel. Pergunto insistentemente mais ele não responde.

_ Vamos beba, vai curar sua dor. Ele diz apenas isso. E assim faço. Após tomar os comprimidos volto a perguntar.

_ Me diga Fernando, fale que João Miguel sobreviveu me diga que ele está bem. Digo quase que implorando por sua resposta. Qualquer coisa séria melhor do que este vazio está incerteza.

_ Malú, querida o João Miguel meu doce irmão ... Ele faz uma pausa e vejo seus olhos encherem de lágrimas.

_ Ele faleceu Maria, nosso querido João Miguel está morto.

_ Não... Digo já aos prantos.

Estás poucas palavras são capazes de destruir meu coração por completo.

Não pode ser, não consigo imaginar um mundo onde ele não esteja.

Fernando acabará de cravar uma faca em meu coração, me amargurando para sempre.

Já não quero viver não quero nada, apenas a morte seria capaz de curar minha dor.

_ Eu quero morrer, quero ir junto com ele...

Só que está não era uma opção, não para Fernando.

_ Acalme-se querida, isso irá passar ele diz se aproximando. Mais não, não irá.

Sinto apenas uma agulhada no braço e após isso a escuridão total...

Quando por fim acordo estou em um quarto diferente, ele é muito bonito e sofisticado.

Seria o quarto perfeito, o quarto dos sonhos de qualquer garota. Só que não o meu.

O único quarto que desejaria estar era no dele. Do meu homem do meu noivo.

Meu noivo morto.

As lembranças as palavras de Fernando voltam como bomba em meus ouvidos causando meu desespero.

_ Acalme-se Mary, ouço sua voz e agora sua mão toca meu ombro.

_ Não me toque, não fale comigo você me drogou seu Idiota.

Eu grito e ele me olha tristemente.

_ Foi o melhor Querida, ele diz calmamente.

_ Eu quero voltar, quero vê-lo. Digo e vejo seu rosto mudar. Ele agora está sério a minha frente.

_ Você tem certeza que a última lembrança que quer ter de João Miguel seja dentro de um caixão, ele diz firmemente.

E ele tem toda razão. Não!

Está não é a última lembrança que terei dele e sim de seu rosto lindo, de seu sorriso e daquele último e inesquecível beijo.

Sim, é está lembrança que levarei comigo.

_ Você está certo Fernando, obrigado por cuidar de mim. Digo e o abraço.

Fernando e eu sempre fomos amigos e ele me conhece bem, só quer meu melhor.

_ Sempre irei cuidar minha pequena, ele diz quase que igual ao modo que João Miguel se referia a mim e isso faz com que minhas lágrimas voltem desenfreadamente.

Ele me abraça, só que estes braços este consolo não é o bastante.

Preciso de João Miguel assim como preciso do ar para viver.

Como preciso de sangue em minhas veias e de meu coração batendo. Mais como ele bateria se oque o movia era aquele grande amor.

Deito na bela e confortável cama e por mais que eu queira dormir não consigo.

🍃Fernando 🍃

Desde que coloquei meus olhos nela, neste anjo em forma de gente eu me apaixonei.

Meu primeiro beijo foi com ela, assim como o dela. Fui o primeiro a ter seus lábios e serei o último.

Meu querido irmão sempre teve tudo sempre foi o preferido em tudo, sempre conseguia tudo e era o centro das atenções.

Ele me tirou o amor de meus pais, de Mary.

Me tirou tudo.

Mais com a ajuda de Louise irmã de María consegui pegar ao menos algo de volta.

Ela sempre foi minha, não dele.

Sei que ele poderia ter morrido naquele acidente mais nem os laços de sangue foram capazes de me fazer desistir. Pois meu amor por María é maior, muito maior.

Seus olhos estão vermelhos e cheios de lágrimas mais de qualquer modo sei que elas irão embora e só restará nos dois longe de tudo e todos ela irá me amar.

Eu sei disso.

A deito em meu colo e acaricio seus cabelos tentando fazer com que ela se acalme não demora para ela se entrega e se deixar levar ao momento, e com meus carinhos seus olhos começam a se fechar

Vejo que consegui acalma-la a cubro com um edredom quentinho e deixo que ela descanse.

Amanhã será um novo dia, de uma nova vida.

Nossa vida juntos...

💞Mary 💞

As luzes fortes da manhã invadem o quarto me fazendo despertar, sonhei a noite toda com João Miguel e sinceramente não sei se um dia superarei está perda.

Me levanto e vejo ao pé da cama uma roupa que com certeza é destinada para mim.

Fernando tem sido um cavalheiro e tão atencioso nestes últimos dias, sei que seus sentimentos por mim são fortes desde aquele primeiro e único beijo que demos ainda jovens más não consigo retribuir.

Não consigo olhar para ele e me ver ao seu lado pois sou de corpo e alma de João Miguel.

Entro naquela roupa e enquanto me olho no espelho tento desesperadamente me encontrar, encontrar aquela mulher forte e feliz que habitava dentro de mim. Só que não restou nada, nem ao menos um vestígio da mulher que um dia fui.

Fernando me observa atentamente enquanto desço as escadas

_ Que bom que já está de pé, ele diz deixando de lado seu rosto sério e me recebendo sorridente já com a mesa posta e o café preparado.

Apenas sorrio sem jeito. Não quero o magoar.

Não seria justo, não com ele.

Sento a sua frente e juntos tomamos o café, não quero comer apenas um café forte e sem açúcar tão amargo quanto a minha vida.

_ Onde estamos, pergunto e vejo seu rosto mudar radicalmente. Como que se não quisesse que eu saiba. _ Não podemos fugir para sempre um dia teremos que voltar e encarar a realidade finalizo meu raciocínio..

_ Não se você não quiser querida, estou aqui e podemos ficar aqui para sempre. Ele diz com tanta certeza que me faz parar e pensar.

Porque não ?

Para que voltar ?

Se lá só terei lembranças tristes de um amor impossível, de um amor que se foi e só deixou saudades. Tudo teria remédio, uma traição poderia ser perdoada uma briga poderia ser resolvida más a morte, há está não tem jeito. A morte é cruel e irremediável.

_ Então ficamos, por mais um tempo. Digo e agora seu rosto está feliz. Ao menos alguém poderá ser.

_ Tenho uma surpresa está noite, claro se estiver à-vontade ele diz calmamente.

_ Claro, preciso sair repondo apenas isso antes de me levantar e voltar a minha vida chata e monótona de sempre.

Fico aqui o dia todo enquanto Fernando sai para trabalhar, apenas leio assisto TV e me deito.

Sou apenas uma mulher triste que apenas come bebê e dorme, daqui uns dias estarei uma bola pesando uns cem quilos.

Me levanto e decido correr, olho por todos os lados mais nada aqui é familiar.

As ruas são chiques e diferente do interior onde vivemos. Não há fazendas nem campos.

Olho as placas todas escritas em outro idioma, não consigo nem imaginar muito menos ler oque está escrito nelas.

Só que uma em especial da para reconhece.

Não, não pode ser.

Fernando realmente pirou, ele não me tirou apenas do hospital e da cidade ele me tirou do país.

E isso realmente é estranho.

Após correr um pouco volto para casa, e por lá fico a espera dele.

Porque assim que ele chegar irá ter que me explicar que diabos fazemos na Itália.