07:00 AM – Los Angeles
Em um dia ensolarado em Los Angeles, o céu irradia um azul profundo e sem nuvens, enquanto o sol brilha intensamente, espalhando uma sensação de calor reconfortante por toda a cidade.
Neste mesmo dia, uma grande empresa de tecnologia avançada inicia um novo projeto. Projeto este que será desenvolvido para incluir novas funcionalidades, além da tecnologia celular. Carros automáticos estão chegando e, nesta semana, Jeon Jungkook, o CEO, irá receber os empresários que vão influenciar e colaborar neste emocionante novo empreendimento.
Entretanto, Kim Taehyung, seu braço direito e melhor amigo dentro da JK ENT, está retornando de Hollywood com o intuito de apresentar os documentos e análises da reunião que participou em nome da JK ENT.
O homem de vinte e cinco anos deslumbra suas vestes ao entrar no edifício luxuoso, com a cabeça erguida e uma postura impecável, além de um sorriso agradável em seu rosto, mostrando-se sempre simpático com os clientes e funcionários.
— Senhor, senhor! — ofegante, um funcionário se aproxima de Jungkook.
— Diga, por que tanta pressa? — o homem para e espera o outro falar.
— Sinto muito lhe dizer, na verdade acho que todos sentimos — o funcionário está um pouco trêmulo, enquanto o olhar de preocupação de Jungkook contrasta com o medo do funcionário.
— Diga-me, o que houve?! — sua voz se exalta, esperando uma resposta.
— Kim Taehyung teve um acidente… — ele disse com a voz tremula, temendo a reaçao de Jungkook.
O olhar de choque e os olhos arregalados de Jungkook aumentam gradativamente a cada palavra que o outro homem diz.
— O quê?! — a única palavra que o Jeon consegue dizer em meio ao pavoroso momento.
O chão se abre sob os pés do homem, o tragando para um abismo de angústia e desespero. Ele nunca, em seus piores pesadelos, imaginou que receberia uma notícia tão devastadora, especialmente vinda de um amigo tão próximo e importante em sua vida e carreira. O que será de Jungkook e da JK Entertainment sem Taehyung?
O impacto da notícia é como uma poderosa onda que o atinge em cheio, deixando-o paralisado em meio à situação, enquanto um turbilhão de emoções toma conta dele. Um sorriso incrédulo se forma em seus lábios trêmulos, uma mistura perturbadora de choque e negação.
— Não, mas... — sua voz falha, e um riso desesperado escapa de seus lábios trêmulos. — Isso não é possível... Como? — ele implora com os olhos marejados, buscando desesperadamente por uma resposta que possa trazer de volta seu amigo querido.
A dor é palpável em cada fibra de seu ser, e a incerteza do futuro torna-se quase insuportável naquele momento de agonia.
— Não sabemos exatamente… Mas o carro acabou pegando fogo e... — o homem hesita, sua voz embargada pela tristeza. — Nos desculpe senhor, é tudo que sabemos. Acabou passando na televisão.
Uma manhã de segunda-feira, propícia para iniciar a semana mais produtiva e cheia de planos, tornou-se uma manhã de dor lancinante.
Jeon colocou uma mão trêmula na cabeça, passando os dedos entre os fios de cabelos, tentando em vão encontrar palavras que pudessem aliviar a dor que tomava conta de todos os seus sentimentos.
Entre soluços e ofengante, Jungkook conseguiu pronunciar:
— Como... Como isso pode ter acontecido? Ele estava tão bem, e... — lágrimas caiam descontroladamente, tornando a frase quase inaudível entre os soluços. — Isso é mentira! Não, não pode ser! Não consigo acreditar que ele se foi! — Jungkook gritou, sua voz carregada de incredulidade e angústia, ecoando a dor compartilhada por todos os funcionários presentes no local.
As palavras se perderam no ar, misturando-se com a tristeza e a dor que enchiam a sala. O silêncio pesado envolveu a todos, enquanto a ausência do amigo querido tornava-se quase insuportável.
Os rostos dos funcionários refletiam o choque e a tristeza diante da perda irreparável. A tragédia havia deixado um rastro de sofrimento que, naquele momento, parecia impossível de ser superado.
Os olhares de dó faziam a cena ficar cada vez mais deplorável para Jungkook, ele sentia-se humilhado, furioso e incrédulo com a morte repentina de seu melhor amigo e companheiro fundador da JK.
O dia se passou de forma irregular, estava tudo fora de si, cada erro feito na empresa fazia com que Jeon se culpasse mais. Se sentia perdido no meio daquele mero escritório onde havia duas mesas.
Ele imaginava os barulhos irritantes de teclas sendo pressionadas, se imaginava no tempo em que reclamava com Jungkook por isto, se perguntava o motivo disso ter acontecido.
Tudo era irreal para ele agora, nada mais importava.
20:00 PM – Los Angeles
Na noite do mesmo dia, Jungkook chega em casa abalado; o dia não transcorreu como ele esperava e até o momento não conseguiu entrar em contato com a polícia para obter mais informações sobre o caso de Taehyung.
Ele deixa o molho de chaves em cima do balcão da cozinha e se dirige até a geladeira, abrindo-a e vendo-a cheia de comida, mas o apetite não aparece. De repente, uma voz familiar surge, pronunciando palavras que ele costumava ouvir:
— Jungkook! O grande empresário da maior empresa de tecnologia! — Taehyung dizia com entusiasmo, fazendo questão de repetir com muito orgulho sobre seu amigo de infância.
Essa voz, agora ecoando apenas em sua mente, traz à tona lembranças de tempos mais alegres e descomplicados, um contraste doloroso com a realidade cruel que enfrenta neste momento.
Jungkook sente-se tomado por uma mistura avassaladora de emoções: saudade, tristeza e gratidão por ter compartilhado uma amizade tão especial com Taehyung. As palavras do amigo, mesmo que apenas na memória, trouxeram um breve alívio, mas também aprofundaram ainda mais a dor de sua ausência.
Nada será como antes, e o vazio em seu coração parece insuperável.
O jovem adulto pegou uma garrafa de vinho e o telefone, indo diretamente para o quarto. Ao chegar, ligou o telefone e colocou uma música que era a preferida de ambos. A melodia e a letra fazem Jungkook cantarolar e dançar sozinho com o copo de vinho em mãos.
— Você nunca será esquecido, Tae... — diz enquanto gira e dança.
Cada giro ele se imaginava com Taehyung, ouvindo as risadas e piadas sem graça que o mesmo fazia, sentindo o cheiro do perfume de fragrância cara.
A noite passa, a garrafa seca e o sono chega. Ao deitar-se na cama, Jungkook olha para a janela de seu quarto e aponta para as estrelas.
— Qual delas será você…? — diz com a voz falha, de tanto beber, enquanto seus olhos se fecham e ele adormece facilmente pela embriaguez.
Certamente, os dias que virão não serão fáceis; os meses e os possíveis anos da empresa não terão mais a mesma felicidade e espontaneidade sem Taehyung.
Para Jungkook, tudo o que ele mais amava se foi, e o "eu te amo" foi perdido sem ser ouvido pelo amigo.
06:00 AM – Los Angeles
A noite passa e o dia começa nublado, mas uma vibração diferente do despertador acorda o jovem, que se desperta lentamente, resmungando de sono.
— Hnm.. alô? — diz sonolento.
— Senhor Jungkook? — uma voz masculina diz do outro lado da chamada.
— Sim?
— Sou um agente da polícia e estou entrando em contato pelo número que você nos disponibilizou. — essas palavras despertam Jungkook instantaneamente, fazendo-o prestar mais atenção na ligação.
— Por favor, prossiga. — sua voz ficou firme.
— Venha hoje às 7 na delegacia de Los Angeles. Temos documentos encontrados no carro que capotou e algumas notícias relevantes. — diz o agente e espera uma resposta de Jungkook.
— Chegarei no horário. — ao responder, ele sente a ansiedade tomar conta de seus pensamentos.
O dia, que já começava com um clima sombrio, agora parece envolto em uma atmosfera de incertezas e expectativas. Jungkook se prepara para o que está por vir, ao mesmo tempo em que a lembrança de Taehyung paira constantemente em sua mente, deixando-o ainda mais inquieto.
O coração acelera, ele sabe que a visita à delegacia pode trazer respostas sobre o trágico acidente que transformou sua vida para sempre.
06:00 AM – Los Angeles
Após receber a resposta, Jungkook agradeceu ao agente, mas ao encerrar a chamada, uma sensação de melancolia o invadiu. A dor pela perda de Taehyung ainda estava fresca, e a busca por respostas se tornou seu único motivo para seguir em frente.
O jovem levantou-se completamente da cama e arrumou-a, logo pegando a garrafa de vinho e o copo nas mãos para levá-los à cozinha.
Naquele momento, a casa de Jungkook estava envolta em um profundo silêncio. Os sons do cotidiano haviam se dissipado, deixando um vazio que ecoava pelos cômodos. O tic-tac do relógio na parede parecia mais alto do que nunca.
Ao descer as escadas, ele deixou os objetos na pia e, em seguida, pegou o telefone, ligando para a empresa.
— Senhor Hong?
— Sim? — Hong o respondeu.
— Preciso que avise aos outros que chegarei mais tarde na empresa, mas continuem trabalhando. Assim que eu chegar, irei revisar tudo.
— Sim, senhor. — disse Hong do outro lado da chamada.
Ao desligar, uma respiração profunda foi solta por Jeon.
Ele olhava para a cozinha e não sentia apetite desde a manhã em que recebeu a notícia devastadora.
— Por quê, Taehyung? Por que logo você? — disse de cabeça baixa e com o telefone ainda em mãos.
Era como se a atmosfera inteira estivesse imersa em reverência, enquanto Jungkook se encontrava em um momento de reflexão profunda, buscando algum consolo nas lembranças e tentando encontrar respostas para que tudo fosse apenas uma brincadeira de mal gosto.
Ele balançou a cabeça, tentando afastar pensamentos tristes, e a levantou, indo em direção ao quarto para tomar um banho e se arrumar para ir à delegacia.
No banheiro, a água morna do chuveiro caía sobre seus ombros tensos, trazendo um leve alívio para a dor que carregava dentro de si. Sem conseguir conter, Jungkook deixa as lágrimas caírem de pouco em pouco.
As lágrimas se misturavam com as gotas de água que escorriam pelo seu rosto, formando um rio de angústia que se perdia no ralo. O som dos soluços ecoavam no banheiro, refletindo o desespero que o consumia.
— Isso não pode ser verdade! — ele gritou agoniado, sua voz embargada pelas lágrimas e pela dor que se apossava dele.
Cada palavra era uma súplica desesperada para negar a realidade que agora o sufocava.
Jungkook agarrou-se à parede do chuveiro, como se precisasse de algo para se segurar, enquanto a melancolia o envolvia como um manto escuro. Lentamente ele escorregava ficando de joelhos no chão.
De joelhos no chão, ele se sentia frágil e vulnerável, como se o mundo tivesse desabado sobre seus ombros. Cada lágrima era uma expressão dolorosa de sua perda, e cada grito era um desabafo desesperado em meio ao silêncio da casa.
Ao sair do banheiro, devastado, Jungkook parou em frente ao espelho, encarando seu reflexo. Os olhos vermelhos e inchados mostravam a intensidade de sua dor, mas também revelavam a determinação que ardia em seu interior.
Ele respirou fundo, buscando forças para enfrentar o que estava por vir.
O jovem se arrumou como sempre, para deixar sua imagem entrelaçada à de alguém forte e agradável, o que ele definitivamente não sentia.
Sua vestes eram como máscaras que ele tentava encaixar para ter um traje falso de si mesmo. Por último, um sorriso simpático, mas forçado.
Com passos pesados, Jungkook deixou sua casa, carregando consigo a luz do dia nublado, que refletia bem a sua melancolia.
Entrou em seu carro e deu partida à delegacia. A viagem não foi longa, em apenas alguns minutos o homem já estava na porta da recepção.
— Com licença. — ele caminha até a recepcionista e termina sua fala: — gostaria de falar com o Agente Yoongi Min.
— Claro. Irei chamá-lo. — ela discou um número e falou com a outra pessoa da chamada. — Certo. — disse e olhou para Jungkook — Qual o seu nome, senhor?
— Jeon Jungkook — respondeu rapidamente.
— 'Jeon Jungkook', senhor Yoongi. Ah, claro. — desligou a chamada. — Bem, ele está vindo, senhor. — sorriu simpática e ele retribuiu, esperando ansioso.
De repente, um homem fardado e com aparência jovem sai de uma sala e chama Jungkook para acompanhá-lo. Ele vai até o homem, e ambos entram.
— Será rápido, mas quero dizer que lamento muito por sua possível perda. — disse Yoongi, com um tom solene em sua voz.
"Possível"? Jungkook o olhou confuso, buscando entender o significado por trás dessa palavra.
— Agradeço. Mas como assim, "possível"? — perguntou, esperando uma resposta que pudesse lhe dar uma esperança.
Yoongi suspirou, hesitando antes de explicar a situação delicada.
— Possível porque, até o momento, não encontramos o corpo dele. Temos apenas algumas digitais e documentos que pertenciam a Taehyung. — explicou o homem, enquanto olhava compreensivamente para Jungkook.
A notícia deixou Jungkook ainda mais angustiado e confuso. A possibilidade de Taehyung ainda estar vivo era um raio de esperança em meio à escuridão da perda, mas também trazia um misto de emoções e perguntas sem resposta.
Ele se agarrou a essa pequena chance de que seu amigo pudesse estar bem, mas ao mesmo tempo, sentiu o peso da incerteza que o atormentava.
Jungkook deu uma tosse falsa, tentando disfarçar a ansiedade que o consumia, antes de continuar sua fala:
— E então... os documentos. Como os encontraram se disseram que o carro explodiu?
— Os documentos estavam um pouco mais distantes da explosão, não sabemos ao certo como, mas acreditamos que Taehyung fugiu assim que a explosão aconteceu. — respondeu o agente Yoongi, com uma expressão séria, compartilhando as informações disponíveis.
— Fugiu!? — Jungkook disse impulsivamente, incapaz de conter sua surpresa e esperança diante da revelação. Porém, ele rapidamente se acalmou e reformulou sua pergunta. — Fugiu? Como? Por quê?
O agente respirou fundo, preparando-se para explicar o que sabiam até aquele momento.
— Ainda não temos todas as respostas, mas acreditamos que ele pode ter saído do carro antes da explosão ocorrer. Infelizmente, não temos certeza do motivo exato. Estamos conduzindo uma investigação minuciosa para esclarecer os fatos e entender o que aconteceu naquela noite. — explicou.
A resposta do agente trouxe um misto de alívio e apreensão a Jungkook. Saber que Taehyung pode estar vivo lhe deu uma esperança renovada, mas também aumentou o dilema de não saber onde ele poderia estar ou por que teria fugido.
— Entendo... — apoiou o queixo em cima de suas mãos cruzadas sobre a mesa.
— Você conhece alguém que odeie o Taehyung, que possa chegar a fazer algum mal à ele? — a pergunta foi feita e Jungkook ficou em silêncio.
Ele parecia pensar em algo e em alguém, mas nada veio em sua mente.
— Me desculpe, senhor... Mas Taehyung, desde quando éramos novos, era doce, gentil e simpático. Poucas vezes o vi discutir com alguém além de mim. — suspirou assim que terminou de falar, ele estava cansado de tanto pensar.
A sala estava preenchida com uma atmosfera tensa, onde cada palavra dita ecoava como um eco no coração de Jungkook.
— Bem, já que é assim, vamos aos documentos encontrados. — o agente respirou fundo e pegou os pacotes, despejando-os em cima da mesa. — Como eu havia dito, seria rápido. Aqui está, todos eles ficaram com você.
Ao sair da sala junto do agente Yoongi, o olhar determinado de Jungkook expressava sua vontade inabalável de descobrir a verdade e trazer Taehyung de volta, caso houvesse qualquer possibilidade.
Ele sabia que enfrentaria obstáculos e desafios, mas a amizade profunda que compartilhavam era uma força motriz que o impulsionava a seguir em frente, mesmo diante da incerteza sombria que pairava sobre o destino de seu amigo.
07:00 AM – Los Angeles
Passou-se apenas uma hora desde todo o ocorrido, e Jungkook saía da delegacia com uma pasta de documentos em mãos, ansioso para examiná-las. O homem abriu a porta de seu carro e adentrou no mesmo, colocando a pasta no banco do passageiro ao seu lado.
Ele tentou hesitar e tentar continuar sua jornada até a empresa, mas a curiosidade era mais forte. Seus olhos se dirigem para as pastas e rapidamente ele as devora com as mãos.
Ele sabe que não pode encontrar nada relevante dentro, mas a sua angústia diz que ele precisa ver, buscar e retirar um motivo para tudo isso acontecer da noite para o dia.
E assim faz, porém não encontra nada, apenas as cópias do que já existem no seu escritório. Decepcionado, joga os documentos para o outro banco, batendo com as mãos no volante diversas vezes.
Mais uma vez os seus olhos começam a arder e as lágrimas cobrem sua visão, deixando-a embaçada.
– Droga! – grita, com a cabeça entre as mãos no volante. – Por quê?! Por quê!?
Jungkook não consegue tirar da mente que ele não é nada sem Taehyung do seu lado. Seu fiel escudeiro e amigo em todas as situações parte de repente.
Seu sentido de vida fora perdido, nada mais faz sentido, tudo acabou neste mesmo instante. Diante de seu sofrimento, no silêncio abafado do carro, o telefone de Jeon toca, mostrando ser Hong.
O jovem limpou o rosto e deu uma respirada funda, limpando a garganta e logo atendendo o telefone:
— Senhor, desculpe-me lhe incomodar... – disse o mais velho com a voz aveludada e preocupada.
— Sim? — perguntou Jeon, com a voz trêmula.
— Precisamos do senhor aqui na empresa, você tem condições de vir? — disse Hong, sua voz transparece compreensão.
— Claro. Estou indo. — respondeu Jungkook, enquanto mentalmente fazia uma pausa na investigação em prol das responsabilidades na JK ENT.
Ele desligou a chamada, com uma sensação de frustração e impotência, mas sabendo que precisava deixar os documentos para depois. Logo, deu partida no carro, acelerando pelas ruas em direção à empresa.
Naquela manhã, a luz do sol começava a esquentar, espalhando tons suaves de laranja e rosa no horizonte. O ar fresco da manhã invadiu o interior do carro de Jungkook enquanto ele dirigia pelas ruas, levando consigo a sensação de um novo dia cheio de possibilidades e descobertas.
O tráfego da cidade começava a se intensificar, com pessoas indo e vindo em sua rotina diária. Jungkook mantinha seu olhar fixo na estrada, mas sua mente vagava entre os pensamentos sobre Taehyung.
— Para onde você foi? — murmurou pensando alto enquanto uma música qualquer tocava.
Seus dedos dançavam encima do volante vendo o silêncio do carro que era preenchido pelo som suave do rádio, mas mesmo a música não conseguia acalmar a inquietação que o dominava.
Ao chegar na empresa, o prédio imponente se erguia diante dele, refletindo a grandiosidade do negócio que construíra. Jungkook respirou fundo antes de sair do carro, preparando-se mentalmente para enfrentar as questões que o esperavam.
Caminhando do estacionamento até o prédio, ele somente pensava em como o dia estava desconexo. O jovem nunca havia se imaginado longe de seu braço direito, que o ajudou a fundar a JK ENT. Um grande desconforto tomou conta de Jungkook.
Entrando no edifício, cumprimentos e olhares preocupados de funcionários se misturavam, mostrando que a notícia do acidente de Taehyung já havia se espalhado entre toda a equipe.
— Senhor. — Do outro lado, Hong chega o chamando com papeis em mãos. – Por aqui.
Jungkook o segue sem dar importância aos de mais na recepção e chega até o elevador que Hong se encontra.
– Você está... bem? – o mais velho pergunta.
O jovem demora para responder, e olhando fixo para a porta, responde:
– Não. Mas posso fingir que sim. – continuou encarando a porta.
O elevador chega no andar do escritório de Jungkook e ambos caminham até a sala do mesmo. Ao entrar, Hong começa:
– Então... Sabemos que a empresa está chegando em um próximo nível e que isso é muito importante para o senhor, mas... Não me leve a mal. – ele coçou a nuca.
– Diga senhor Hong, o que foi?
– Você vai precisar de um novo secretário. – disse Hong, surpreendendo Jungkook, que arregalou os olhos, incrédulo com o fato de que em poucas horas já haviam encontrado outro homem para cuidar do setor.
– O quê? De onde você tirou isso? – disse com a testa franzida e um tom de sarcasmo.
– São pendências, senhor... Neste momento acredito que não irá dar conta e para que descanse bem, após a notícia de Taehyung, é bom ter alguém aqui.
Sua mandíbula se aperta, os punhos se cerram e uma fúria contida toma conta de seus pensamentos. Ele se levanta abruptamente, batendo a palma da mão na mesa com tanta força que os objetos ao redor tremem.
– Você está com dó de mim? – seus olhos faíscam de raiva enquanto ele encara Hong com uma expressão gélida, não deixando dúvidas de sua completa desaprovação.
— Me desculpe, senhor, mas acredito que você irá precisar dele, ao menos por esta semana. — respondeu Hong, tentando explicar a decisão tomada.
— Onde você estava com a cabeça, pensando que eu precisaria de outro Secretário? – riu sínico.
– Senhor, eu acho que é o melhor a se fazer. — ponderou seus pensamentos.
— Impressionante como são... — disse e sorriu incrédulo — O Taehyung morreu e já estão atrás de outra pessoa para ocupar este lugar?! Mas o que é isso!? — gritou.
Seu corpo estava fervendo de furor, sem saber como reagir a tamanha audácia.
– Vá embora, saia da minha sala. – disse ríspido.
– O quê? Mas eu só pensei que
– Agora! – gritou, assustando e fazendo Hong sair da sala o mais rápido possível.
A dor de cabeça se intensifica, transformando-se em uma martelada incessante que parece perfurar seu crânio. O brilho intenso do sol invade o escritório, atingindo seus olhos sensíveis e fazendo-o cerrá-los com força.
Ele cambaleia até a janela e puxa as cortinas, deixando a penumbra acolhedora envolver o ambiente. Com as têmporas latejando, ele se afunda na cadeira, sentindo a umidade do suor em sua testa e o batimento acelerado de seu coração.
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