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Escravos Do Amor

capítulo 1

Por favor senhor, não tenho como arcar com esse valor. Isso levaria a empresa a falência e nem teria como pagar meus funcionários...eles dependem de mim para sobreviverem, por favor...reconsidere.

Nick olha com muito desprezo para o homem a sua frente implorando.

E não sente nada a respeito.

Levanta-se e o encara com desdém.

- pouco me importa. Não vou dar nenhum dia a mais para que quite minha divida. E quanto a seus funcionários...acha mesmo que não dormirei tranquilo essa noite? Engana- se meu caro. Não sentirei nem um pouco de clemência por eles. E nem por você.

Jonas é um homem de meia idade, viúvo e tem uma filha adolescente. Pobre Lívia...não poderá defendê-la como sempre o fez por causa desse homem sem nenhum sentimento evidente.

- Então? Quando poderei contar com o meu pagamento...integral.

- Juro Nicolas,se eu tivesse como fazê-lo...não te imploraria...estou desesperado por isso...não terei ao menos onde morar...até minha casa irei perder para tentar ao menos...dar uma parcela da dívida e...

- O que acha que está fazendo? Não te propus parcelamento. Não sou uma instituição financeira! Quero o que me deve e fim! Qual parte não entendeu?

- Eu tinha um acordo com seu pai.

- Meu pai está morto! Deve satisfação a mim...e ninguém mais, e estou ficando de fato muito zangado. Então...ou paga  o que deve-me, ou daqui sairá direto para a cadeia...a escolha é sua.

Esse ser não tem coração?

Como pode tratar as coisa assim como mera troca de moedas?

- Jonas, sou um homem muito ocupado. Não me faça perder mais tempo com você.

- Nicolas...tenha piedade, se não de mim...das outras pessoas envolvidas...

- JÁ CHEGA!

O homem literalmente perde a cabeça quando grita com uma fúria descontrolada.

Lívia entra na sala e se assusta ao ver o pai sendo intimidado por aquele homem arrogante ao extremo.

- Pai...está tudo bem?

- Filha por favor, saia.

- Porque esse homem está gritando assim com você?

Fala o encarando sem muito medo.

- Filha...te imploro...saia.

Nicolas a impede de fazê-lo.

- Seu pai está com um grande problema comigo, e se recusa a quitar, então estou no meu direito de cobrar.

- Um pouco de educação seria bom!

- Como?!

- Isso mesmo. Está na minha casa, por favor, pode ser mais educado?

- Quem você pensa que é?

- Dona dessa casa e...por favor, não é bem vindo. Peço que saia.

Nicolas a olha com muita raiva.

- Que acha que está fazendo?

- Dizendo pra sair. Se meu pai te deve, ele dará um jeito de pagar sua dívida, mas não  sou obrigada a tolerar sua prepotência! Saia! Agora!

Nick olha para Jonas. A filha dele, com certeza tem muito mais coragem para enfrentá-lo que o próprio pai.

Agora sua atenção é para a garota franzina de cabelos castanhos e um olhar furioso com aqueles olhos cor de âmbar para ele.

- Nossa conversa não acabou.

Ela o desafia.

- Espero que sim.

capítulo 2

Homem horrível!

Lívia está nervosa. Não tinha ideia de que seu pai estaria tão encrencado.

Não podia ter ocultado essas coisas dela!

Os pobres funcionários não têm culpa de tudo que está ocorrendo...e não podem ficar desempregados...serão dezenas de famílias sem ter como manter-se...

" Ah pai...me poupou e agora, como resolverá isso?"

Faz uma pesquisa rápida na web e vê que o homem de mais cedo realmente não está brincando. O homem é poderoso. Tem uma enorme fortuna acumulada e negócios por todo o planeta!

Porque faz tanta questão de receber um valor irrisório assim?

Tem que falar com ele.

Pelo menos, tentar.

Procurando o endereço, pede um carro por aplicativo.

Respira fundo e vai.

A empresa dele é uma gigantesca multinacional e praticamente ocupa todo o quarteirão.

Se sente uma formiga prestes a ser pisada por aquele homem.

Nicolas Richmam.

Esse nome jamais ela esquecerá!

Nem os olhos acusadores dele.

Quando entra no complexo de prédios, se sente muito mal.

Agora não tem mais certeza se tomou a decisão certa.

Mas não perderá a coragem.

Já que está ali, vai até o fim com seu propósito.

Enfrentá-lo.

A secretária a olha com uma arrogância...Claro, deve ser instruída a isso.

- No que posso ajudar?

-Precido falar com o Sr. Richmam.

- Tem hora marcada?

- Não.

- Sinto muito, mas ele em hipótese alguma atende a ninguém sem horário.

- por favor...preciso mesmo fazer isso.

- Como disse o sr...

A porta do escritório dele se abre e o homem aparece com um semblante irritado.

- Pode-se me explicar porque diabos estou tentando falar com você e não me atende Glaucia?

- Perdoe-me...sr. eu estava tentando explicar a essa moça que não pode ser atendida...

Nick a olha e reconhece a garota atrevida de outro dia.

Olha-a com desdém.

- O que quer?

- Preciso falar com o sr. Por favor.

- Sou um homem ocupado. E creio que não tenho tempo a perder, então sinto muito.

Fala dando-lhe as costas.

Lívia por mais irritada que esteja, engole sua ira e o chama.

- Sr Richmam , não sairei daqui sem antes tratar o assunto que me trouxe.

Olhar desafiador.

" É sério isso? Essa garota acha mesmo que pode medir forças comigo? Muito bem...vou mostrar que não. "

- Pode-se saber o que de tão importante tem pra me falar?

- É sobre o meu...

- Seu pai? Isso é sério? Ele não teve sequer competência pra vir ele mesmo? Precisou se esconder atrás de uma menina mimada e sem filtro algum? Como eu disse a pouco...meu tempo é precioso...não vou discutir assuntos de importância com uma...( ele a olha de cima a baixo) garota pre saída da adolescência...tenho mais o que fazer! E se era apenas isso que te prendia aqui...pode se considerar dispensada.

Como é!?!

O que esse...sujeito pensa que é?

O dono do mundo?

Lívia se coloca na frente dele, impedindo que o homem entre na sua sala.

- Que pensa que está fazendo? Saia da minha frente, agora nesmo!

Ela não dá um passo sequer.

E a pobre secretária está aflita sem saber o que fazer.

- Srta...por favor...não cause uma situação...

- Já disse! Sairei daqui após tratar o assunto que me trouxe!

Nick agora está no limite.

Fica frente a frente com a garota e seu olhar está nublado.

- Como se atreve ...sua, insolente! Chamarei a segurança...e veremos se sairá ou não.

Ela porém não se abala.

O encarando nos olhos azuis furiosos, fala:

- Tente a sorte...sr.

capítulo 3

O homem está muito possesso.

Nunca na vida tinha sido tão provocado a esse nível.

Claro.

Quem o conhece, jamais se atreveria a isso.

E a menina é corajosa.

O encara sem sequer piscar os olhos.

- Não tem ideia da pessoa que sou, minha cara.

- Presumo que tenho sim. É sem qualquer sentimento pelo próximo.

A secretaria está com os olhos arregalados.

" que garota louca!"

Pensa ela.

Nick fica bem próximo a ela. E está furioso.

- Se isso não fosse me complicar futuramente...mostraia a você com quem está lidando.

- É uma ameaça?

Ele respira fundo.

Claro que não fará o que tem em mente e sente muita vontade de fazer.

- Dez minutos. É somente isso que terá de mim,mais nada.

- Ficarei satisfeita.

Ela sai da frente dele que segue para sua sala. Lívia o acompanha, e ao entrar fecha a porta.

A sala é espaçosa e cheia de estilo.

" é, o homem tem bom gosto..." Pensa ela.

- Sente-se.

- Estou bem de pé.

- Eu insisto, Sente-se.

Ela se senta na poltrona bem a frente da mesa enorme dele.

Ele fica a olhando esperando que se manifeste.

- Então, suponho que tenha algo a me dizer,então...fale logo. Meu tempo é precioso, ah...mas já disse isso, não é mesmo?

Ela nem se abala.

Pega alguns papéis que trouxe em uma pasta.

Entrega a ele.

- O que são esses papéis?

- Os advogados da empresa do meu pai fizeram uma grande busca. Estão aí tudo ao que se refere às contas do meu pai. E sinto informar, não pode fazer o que está tentando fazer...

Nick olha atentamente os papéis.

E depois disso a encara de modo arrogante.

- Substimei você...muito bem srta...acontece que tem uma coisinha que "seus" advogados não se atentaram...essa dívida do " seu" Pai nada tem a ver com a empresa em questão...no caso a sua falida empresa. Acontece que meu pai tinha um acordo com o seu pai. Diversas vezes quebrado. Pois bem, minha cara. Eu não vou perdoar nada.

- Mas...Seu pai...

- Morreu? Era isso que iria dizer?

Ela se sente muito mau com essa situação.

- Meu pai, sempre foi um tolo. Desculpe. Tolerante...e assim ficou no prejuízo, sempre. Por pensar nas pessoas, é esquecendo-se do principal: amizade e dinheiro não se misturam...e digo a você, não sou nada parecido com meu pai.

- Percebi...é intolerante ao extremo!

Ele a encara. E seus olhos azuis agora parecem uma grande tempestade prestes a desabar.

- Se esperava que eu iria perdoar...enganou-se. Então, se era apenas isso que desejava comigo...pode ir,não mudei minha opinião em nada.

Lívia sente de verdade vontade de jogar o imenso vaso decorativo que está na mesinha de canto na cabeça dele, mas se contém.

- Ouça só sr Richmam...não estou aqui para pedir que perdoe coisa alguma! Quero pagar de alguma maneira...nem que tenha que trabalhar minha vida toda para que quite essa divida com você. Tenho joias de família...posso tentar vendê-las e com as propriedades de meu pai...conseguir ao menos uma parte da dívida.

Ele estreita os olhos.

Ela não está falando sério.

Não deve estar a par de tudo em questão.

- Olha só, não sou instituição de caridade. Não quero suas joias...e quanto as propriedades, esquece. O banco já as bloqueou. Em que mundo vive? Tem ideia do mutante que seu pai deveme?

Ela agora fica sem saber o que dizer. Na verdade...muito dinheiro.

Um absurdo quase impagável...e ela sabe disso. Mas esperava que o homem fosse maleável.

Ah, como se enganou...

Nick olha no seu relógio caríssimo no pulso.

Os dez minutos já se passaram, e ele não pretende dar um minuto a mais de atenção a ela.

- Creio que já terminamos.

- Não pode fazer isso...como consegue dormir?

Sorri.

- Tenho uma cama confortável e lençóis de seda puro. Claro que durmo muito bem...(olhar malicioso, quando percebe a moça ficar vermelha) agora tenho uma reunião e não vou me atrasar, por favor...vá resolver suas questões com seu pai. E me dê uma data para podermos terminar com isso. Como disse...sou muito ocupado.

Ela se levanta e olha muito pra ele, antes de sair ainda diz:

- É mesmo muito sinico. Mas, não vou dar por encerrada a nossa conversa.

- Adeus srta. E quando sair, feche a porta,por favor.

Ela sai furiosa e bate a porta com força.

Ele nem se abala.

" Hum, trabalhar a vida toda pra mim, não é? Interessante..."

Sorriso muito mau mesmo.

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