Atriz da foto representa a personagem principal Ayla Martins.

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...> Ayla <...

■ Londres 🇬🇧

Acordo no meio da madrugada com o telefone tocando, não entendo porque tanta insistência. Mas atendo de imediato.

●Cell 📱

Ayla - Alô. -Digo ainda meio sonolenta.

Carmen - Ayla querida, é você?

- Reconheço a voz da minha tia do outro lado da linha, e não sei porque. Mas sua voz me assusta um pouco, ela parece nervosa.

Ayla - A senhora foi ver o meu pai? - Pergunto, já que é o único motivo que penso para ela estar me ligando essa hora.

- Descobriu porque ele não está atendendo e nem respondendo minhas mensagens? - Continuo.

Carmen - Descobri sim querida, mas quero que fique calma.

Ayla - Aconteceu alguma coisa? - Não consigo, deixar de ficar preocupada.

Carmen - Eu não sei como lhe dizer isso, mas o seu pai não se encontra muito bem. Ele está internado a quase três meses e nesse momento se encontra inconsciente. Eu não sabia que ele.... eu não sabia da doença. - Ela chora do outro lado da linha. E apartir desse momento, que minha vida inteira muda.

Ayla - O que ele tem? - Pergunto nervosa.

-Porque ele não me contou? - São tantas coisas que passam em minha mente.

Carmen - Olha querida, você devia voltar e eu te conto tudo.

Ayla - Tia só responde, eu preciso saber. -Lágrimas rolam em meu rosto.

Carmen - Ele está com um tumor cerebral, e não sei porque ele não nos contou. Só fiquei.. sabendo hoje também. -Ela faz uma pausa, antes de continuar. -Quando você volta?

Ayla - Estarei no primeiro Voo para o Rio.

Carmen - Ok querida, estarei te esperando. Trás Evelin com você, temos que conversar com as duas.

Ayla - Tudo bem, eu vou leva-la. -Digo antes de encerrar a ligação.

Estou arrumando minhas malas quando escuto um barulho vindo da sala.

Evelin - Não faça barulho, Ayla está dormindo.

Hugo - Ela não tinha sono pesado?

Fico totalmente envergonhada quando encontro o dois quase nus no sofá.

Ayla - Dá para vocês se vestirem! -Digo irritada.

Evelin - Você está acordada? -Ela me olha surpresa.

-Achei que fosse dormir cedo, já que começa no seu novo cargo amanhã. -Ela se ajeita colocando suas roupas as pressas.

Ayla - Preciso conversar com você. -Digo voltando para meu quarto.

Evelin - Onde você está indo a essa hora? -Ela aponta para as malas e meu passaporte.

-Você chorou? - Ela me olha perdida.

-O que aconteceu?

Ayla - Meu pai... -É tudo que consigo dizer antes de desabar em lágrimas.

Evelin - Vem aqui. -Ela me abraça.

-Olha tenta ficar tranquila, se acalmar e então me diz o que aconteceu.

Ayla - Ele está doente, e não se encontra nada bem. Ele não me contou nada do que estava acontecendo com ele, eu sabia que tinha algo de errado desde a última vez que nos falamos e mas eu não achei que... não achei que fosse grave. -Não consigo controlar o que sinto, me sinto tão desesperada e culpada. Tudo que sei é que choro incontrolávelmente nos braços de minha prima.

Evelin - Eu sei, só se acalma. Vai ficar tudo bem, tio Carlos é forte. Ele vai se recuperar logo.

Ayla - Eu não sei Eve, a tia Carmen falou... -Soluço. - Ela falou que ele não está nada bem.

Evelin - Você sabe como minha mãe tende a exagerar.

Ayla - Dessa vez não é exagero, ela disse que é um tumor. O que eu vou fazer se eu perder o meu pai? Ele é tudo que eu tenho.

Evelin - Fica calma, vamos dar um jeito. Podemos contratar os melhores médicos e melhores tratamento. Você vai ver que meu tio vai ficar bem. -Ela tenta me consolar.

Ayla - Eu preciso voltar para o Brasil, eu preciso voltar agora. -Digo voltando a fazer minhas malas.

Evelin - Você está muito nervosa, tenta se acalmar primeiro, deixa que eu faço nossas malas.

Ayla - Ok.

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■ Avião 🛫

Evelin - Não acredito que estamos viajando na classe econômica.

Ayla - A primeira classe estava lotada e quero chegar no Rio o quanto antes.

Evelin - Pelo menos conseguimos sentar juntas e você devia tentar dormir um pouco.

Ayla - Acho que não consigo.

Evelin - Você precisa dormir, nem que seja um pouco. Eu tenho calmante na bolsa, você sabe odeio andar de avião. Então eu vou tomar um para dormir durante o voo. Você devia fazer o mesmo, assim você vai conseguir descansar e são quase 12 horas de voo.

Ayla - Tudo bem, você tem razão. -Digo pegando um de seus comprimidos. Leva alguns minutos para o calmante fazer efeito, mas quando ele faz. Logo caio no sono, quando acordo falta um pouco de 5 horas para chegarmos no Rio. Eve ainda dorme como um bebê e assim permanece até pousarmos.

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■ Brasil 🇧🇷

Evelin - Está fazendo o que?

Ayla - Chamando um uber para o hospital.

Evelin - Acho que devíamos deixar nossas malas em casa primeiro.

Ayla - Depois damos um jeito, eu só quero ir para o hospital agora.

Evelin - Ok, como quiser.

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■ Hospital 🚑

Quando chego no hospital vou direto para a recepção, dou o nome do meu Pai, a recepcionista digita algumas coisas no computador antes de falar comigo.

Recepcionista - O senhor Carlos Martins se encontra no quarto 312, porém como filha dele. Devo lhe informar que sua conta hospitalar não é paga a alguns meses e vem crescendo bastante ultimamente. A senhora deve efetuar o pagamento o quanto antes, caso não seja realizado até o final dessa semana. Infelizmente teremos que transferir o paciente para um hospital público.

Ayla - Como assim a conta não foi paga?

Recepcionista -O cartão cadastrado em nosso sistema não passou.

Carmen - Querida finalmente você chegou. -Minha tia me abraça.

Ayla - Tia não estou entendo nada, essa senhora está me dizendo, que meu pai deve meses de tratamento hospitalar.

Evelin - Mãe a senhora podia ter pago e resolvido logo isso. Assim não teríamos que passar por essa vergonha.

Carmen - Vamos até a cantina, preciso falar com vocês duas.

Ayla - Primeiro vamos pagar a conta, não quero que meu pai seja transferido para um hospital público. A senhora pode passar nesse cartão? -Entrego um de meus cartão de crédito para a Recepcionista, mas ela me devolve dizendo que foi recusado e isso acontece com todos os cartões que apresento.

Evelin - Como assim todos foram recusado? Tenta passar no meu. -Ela está preste a entregar o seu cartão, mas minha tia interrompe.

Carmen - Ele não vai passar, todos foram cancelados.

Evelin - Como assim cancelados? Eu usei ele tem poucos dias.

Carmen -Nós sabemos, eu e seu pai cancelamos recentemente.

Evelin - Por que?

Ayla - Porque estamos falidos, não é isso? Por isso os cartões não passaram e por isso a despesas do hospital não está sendo paga. Estou certa?

Evelin - Muito engraçado, mas você não devia fazer piadas sobre isso. Não podemos ter falido, eles teriam nos contado, não teriam mamãe?

Carmen - Sua prima está certa, a empresa faliu a quase um ano. Seu pai e seu tio fizeram de tudo para salva-la, mas foi em vão. Por fim eles tiveram que vender todas as propriedades que ainda estavam em seu nome e com esse dinheiro pagaram a dispensa dos funcionários e o que sobrou foi o suficiente para comprarmos uma casa simples e terminar de pagar os estudos de vocês. Decidimos não contar nada até vocês concluírem seus estudos, não queríamos preocupa-las.

Ayla - Como a senhora concordou com isso?

Carmen - Nós sabíamos se contassemos sobre nossa atual condição, vocês voltariam e não iam concluir seus estudos.

Evelin - Por que a senhora não contou? Deixou que eu gastasse dinheiro com bobagens. Você e o pai não deviam fazer isso.

Carmen - Nós só queríamos o melhor para vocês, e eu não sabia que meu irmão estava doente. Não entendo como não percebi. Ele sempre nos visitava com frequência, mas houve um tempo que ele parou com as visitas. Ele disse que estava trabalhando para uma pequena empresa, e que não poderia nos visitar por alguns meses. E quando você ligou dizendo que ele não atendia o telefone a uma semana, eu fiquei preocupada. E foi quando eu descobri, ele havia se internado aqui.

Ayla - Como ele pode fazer isso? Porque ele não me contou que estava doente?

Carmen - Eu também não sei querida e sinto muito não ter percebido antes. -Ela me abraça.

-Eu tenho algumas econômias, posso te ajudar com a conta hospitalar.

Ayla - Eu ainda devo ter algum dinheiro em conta, mas prometo devolver a senhora assim que arrumar um emprego.

Evelin - Eu também devo ter alguma coisa aqui, mesmo que não seja o suficiente já é alguma coisa. -Ela me entrega seu cartão de débito.

- E também pretendo trabalhar, aqui no Rio tem firmas de Advocacia boas. Vou começar a mandar o currículo hoje mesmo, eu vou te ajudar com as despesas. Então não se preocupe.

Ayla - Muito Obrigada, mas eu vou cuidar disso sozinhas. Prometo devolver a vocês o valor que me emprestaram.

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Recepcionista - A senhorita já pode entrar para vê-lo.

Quando entro no quarto ele está desacordado, sento ao seu lado e começo a conversar com ele. Eu queria sentir raiva por ele ter mentindo, por ele ter escondido tudo que passou de mim. Mas tudo que sinto é culpa, odeio vê-lo assim. Odeio pensar na ideia de perde-lo, pois ele é tudo que tenho e tudo que me restou. Pois não cheguei a conhecer minha mãe, ela faleceu no meu parto, foi uma gravidez de risco e meu pai me criou muito bem e com muito amor. Acho que toda criança que ao nascer e por consequência da vida causa a morte de sua mãe se sente culpada por isso de alguma forma. Eu já me senti assim algumas vezes, houve épocas que não gostava de comemorar meu aniversário. Mas sabe o que o meu pai me disse uma vez? Querida, você é o presente mais precioso que sua mãe me deixou. Tenho certeza que ela não estaria nada feliz em ouvir você dizer essas coisas, ela gostaria que fosse feliz. E você será feliz e eu vou garantir isso. -Choro ao lembrar de suas palavras.

Ayla - Papai você não pode me deixar! -Choro ainda mais.

-Não estou preparada para perde-lo, não estou nem um pouco. Então acorde! Acorde logo! -Os aparelhos começam a apitar e eu me vejo como naqueles filmes. Onde todos entram na sala para tentar salvar o paciente e como a protagonista desse filme. Me vejo em total desespero, é assustador, é angustiante, é doloroso. Entre meus gritos e choro vejo seu batimento voltar ao normal.

O médico responsável por seu tratamento me chama em sua sala, ele me olha com pena. Talvez seja pelo meu estado caótico, e por ter chorado muito nas últimas horas.

Noah - Eu sou o doutor Noah Fernandez, tenho acompanhado o quadro do seu pai a seis meses. Imagino que seja a famosa Ayla Martins.

Ayla - Famosa?

Noah - Seu pai fala muito bem de você, ele me contou que você estava estudando Arquitetuda em Londres. Imagino que já tenha se formado?

Ayla - Sim, me formei tem alguns meses.

Noah - Pelo seu estado posso ver que ele não te contou sobre sua atual condição.

Ayla - Não, eu só fiquei sabendo hoje pela madrugada. Peguei o primeiro voo para o Rio.

Noah - Sinto muito por tudo, mas agora que está aqui. Devo ser Franco com a senhorita, seu estado não é nada bom. Ele se recusou a fazer a cirurgia, é algo arriscado. Mas pode salva-lo. Ele me contou sobre sua atual condição financeira, o coloquei em uma lista de espera pelo sistema único de saúde. Mas você sabe como é a saúde pública, isso pode levar meses e sendo bem Franco com a senhora. Ele não tem todo esse tempo, seu quadro piorou bastante ao decorrer desses meses. Ele precisa operar o quanto antes, e essa cirurgia pelo nosso hospital sairia um pouco mais de 50 mil reais, fora o tratamento pós operatório. Soube que a senhorita só conseguiu pagar 2 meses das contas em atraso, você acha que consegue arcar com sua cirurgia?

Ayla - Infelizmente no momento não consigo.

Noah - Então recomendo que peça ajuda a alguém para conseguir esse valor, a senhorita não tem nenhum parente?

Ayla - Infelizmente não, mas eu vou dar um jeito. Eu vou fazer o que estiver ao meu alcance para salva-lo. -Até um tempo atrás eu diria que 50 mil não passa de nada, eu já gastei esse valor em apenas um dia no shopping. E agora que não tenho nem metade desse dinheiro em conta, vejo como é difícil ser uma pessoa normal.

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Evelin - O que o médico falou?

Ayla - Meu pai precisa fazer uma cirurgia, ele está na lista de espera para fazer pelo sus. Mas isso pode levar meses e ele não tem esse tempo.

Evelin - A saúde pública é uma droga.

Ayla - É eu sei, preciso dar um jeito de conseguir esse dinheiro.

Evelin - Não vai ser fácil, você desistiu de uma vaga muito boa. Por agora você só vai conseguir estágios e o salário de um estagiário não é muito alto.

Ayla - Eu sei, mas eu posso dar um jeito. Eu devo ter algumas joias. Isso deve ajudar, eu posso vendê-las.

Carmen - Sinto muito querida, mas seu pai as vendeu.

Evelin - E as nossas mamãe? Podemos vender.

Carmen - Tivemos que vender todas também, sinto muito.

Ayla - Ainda tenho algumas que levei para o exterior , e também tem as roupas de marcar. Vou ver o que consigo online.

Evelin - Eu também tenho algumas joias e roupas novas. Eu vou te ajudar.

Ayla - Não quero que se desfaça das suas coisas, eu vou dar um jeito. Não se preocupe.

Evelin - Somos família, eu vou te ajudar sim.

Ayla - Obrigada Eve.

Carmen - Pensamos nisso depois, vocês devem estar com fome, vamos para casa deixar essas malas e amanhã cedo voltamos.

Ayla - Eu estava pensando em ficar, ele pode acordar.

Carmen - O médico disse que ele está estável e você precisa comer alguma coisa, seu pai me mataria se soubesse que você não está seguindo sua dieta.

Ayla - Eu sei mas...

Carmen - Sem mas. Você vai ficar na nossa casa, por enquanto.

Evelin - A mamãe está certa, você precisa se cuidar. Em Londres em dias de provas, eu tinha que ficar no seu pé para você comer.

Ayla - Ok, tudo bem. Eu vou ficar com vocês.

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■ Personagens:

...Evelin (Prima e melhor amiga de Ayla).☝🏽...

...Carmen ( Tia de Ayla e Mãe de Evelin).☝🏽...

...Noah (Médico)☝🏽...

PS: Fotos representativas.

...> Ayla <...

■ Café ☕️

João - É hoje aquela sua entrevista na empresa de construção?

Ayla - Sim, me telefonaram dizendo que eu passei para a segunda fase. Ela é uma das melhores do ramo, espero conseguir o estágio.

Carmen - Você vai conseguir querida.

Ayla - Espero que sim, e a Eve já saiu para o escritório? - Diferente de mim, Eve passou na primeira entrevista que fez. O escritório de advocacia que ela trabalha é um dos mais renomados do Brasil e hoje foi o seu primeiro dia.

Carmen - Ela estava ansiosa com o estágio e saiu bem cedinho.

Ayla - Eu também já vou indo, não quero me atrasar e depois vou passar no hospital para ver o meu pai.

-A condição dele ainda não é uma das melhores, mas pelo menos ele acordou. Consegui vender todas as joias que me restaram e algumas roupas de marcar. Com o dinheiro consegui pagar todas as contas em atraso. Mas infelizmente não consegui o suficiente para sua cirurgia.

Carmen - Então vejo você lá, boa sorte na entrevista.

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Quando chego no prédio vou direto para a recepção, aguardo até o momento que a recepcionista desligue o telefone. Mas isso não acontece, então decido falar.

Ayla - Olá, bom dia, eu sou...

Recepcionista - Claro eu sei, veio para a entrevista com o senhor Vicente. -Ela fala ainda com o telefone no ouvido.

- É só você se juntar as demais candidatas, não vê que estou ocupada no telefone? -Ela me olha com desdém. Sinto uma vontade enorme de responder, mas me controlo o máximo e sigo para onde está as outras candidatas. Uma mulher me entrega uma ficha e começo a preenchê-la. Mas não entendo porque tantas perguntas particulares e sem relação a vaga. Talvez eles queiram conhecer os funcionários, afinal é a melhor empresa de construção do Brasil.

Desconhecida - Eles também te ligaram? -Ela me olha com o mesmo desdém que a recepcionista. -A qual família você pertence?

Ayla - Desde quando precisa pertencer a alguma família para uma vaga?

Desconhecida - Isso não é... - Ela fala baixinho, mas antes que ela termine a frase a chamam.

Rh - Próxima senhorita Gomes.

Desconhecida - É a minha vez, boa sorte com a vaga. -Ela gargalha antes de sair e fico sem entender. Por fim a última candidata sai da sala e sou a única que resta.

Rh - Quem é você?

Ayla - Ayla Martins.

Rh - Estranho seu nome não está na lista, você tem certeza que passou na primeira fase?

Ayla - Sim, recebi o e-mail ontem informando. -Procuro o e-mail no telefone e mostro para a recrutadora.

Rh - Sinto muito senhorita, deve ter sido algum erro da nossa parte. Me entregue a ficha e pode entrar, o senhor Vicente está aguardando.

Ayla - Obrigada. -Quando entro na sala, vejo um senhor de meia idade. Ele me olha de cima a baixo e sorri.

Antony - Bem que dizem que deixam o melhor para o final, Letícia eu gostei dessa.

Letícia - Essa é a senhorita Martins, ela tem 23 anos, é solteira. Não tem filhos e mas colocou na ficha que tem planos de ser mãe no futuro. É formada em Arquitetura, se formou em Londres na Universidade de Cambridge. Ela fala 15 idiomas e Recentemente trabalhou em uma de nossas principais concorrência Architects Real Dream. Retornou ao Brasil a quase duas semanas, sobre a família. Sua mãe é falecida e seu pai ainda é vivo. O nome dele é Carlos Martins, dono da antiga Mais Brasil publicidade.

Antony - Acho que ouvi falar dessa empresa, ela não faliu ano passado?

Ayla - Sim senhor.

Antony - Você não tinha cara de interesseira como as outras, está aqui pelo dinheiro?

Ayla - Como?

Antony - Está precisando de dinheiro atualmente?

Ayla - Não estaria aqui se não precisasse.

Antony - Você é bem sincera, gostei de você. Mas me conte, por que precisa de dinheiro? -Ele me analisa.

Ayla - É um assunto particular.

Letícia - Se quiser passar na entrevista precisa responder.

Ayla - Meu pai está doente.

Antony - Seu pai?

Ayla - Sim.

Antony - E o que ele tem?

Ayla - Câncer. -Minha garganta dá um nó e me seguro para não chorar. Pois preciso desse emprego.

Antony - E você precisa de dinheiro para o tratamento dele?

Ayla - Sim, ele está internado e as depesas hospitalares são bem caras. E também tem a cirurgia, então eu preciso de dinheiro.

Antony - Você sabe que iremos verificar tudo que está nos contando aqui?

Ayla - É normal uma empresa tão grande verificar os contratados.

Antony - Como assim contratados?

Ayla - Estou fazendo uma entrevista para o estágio de Arquitetura, correto?

Antony - Estágio?

Ayla - Essa entrevista não é para o estágio de Arquitetura?

Antony - Você veio para uma entrevista de estágio?

Ayla - Sim, a recepcionista falou que era... Para que é essa entrevista? -Pergunto confusa.

Bem que desconfiei das perguntas, mas se essa não é a entrevista para o estágio em Arquitetura para que é?

Antony - Senhorita Letícia, verifique se o que ela disse é verdade e também mande verificar sobre o pai dela.

Letícia - Um momento senhor. -Ela pega o telefone e sai da sala falando com alguém.

Ayla - Não estou entendendo, por que tudo isso? O senhor ainda não me respondeu, estou sendo entrevistada para qual vaga?

Antony - É para o estagio de Arquitetura, queremos pessoas confiáveis em nossa empresa. -Não sei porque mais desconfio de suas palavras.

Antony - Quer um café? -Ele ofere uma xícara.

Ayla - Não obrigada. -Leva algum tempo até finalmente Letícia voltar.

Antony - O que descobriu?

Letícia - Está aqui, tudo que ela fez nos últimos anos. E sobre a entrevista ela disse a verdade, ficaram aguardando. Mas ela não compareceu.

Ayla - Como assim o que eu tenho feito e como assim não compareci?

Antony - Deixa eu ver a ficha. -Ele analisa o arquivo que Letícia entrega.

Antony - Você disse a verdade, ele está mesmo doente. -Ele continua folheando o papel.

-Estou vendo aqui que tem hipoglicemia, não vejo problema nisso. Desde que cuide de sua saúde. Isso aqui é bom, sem nenhuma ficha criminal.

Ayla - O que? -pergunto assustada.

-Eu vou embora. -Digo prestes a sair.

Antony - Senhorita Martins, fique logo você vai entender.

Ayla - Eu não preciso entender nada.

Antony - Eu preciso de uma noiva.

Ayla - Eu não vou me casar com o senhor.

Antony - Não é para se casar comigo e sim com meu filho.

Ayla - Não estou interessada.

Antony - Por que não senta e conversamos com calma?

Ayla - Não temos nada o que conversar e você saia da minha frente. -Olho furiosa para Letícia, que permanece intacta bloqueando a porta.

Antony - Faça isso pelo seu pai, eu assumo todas as despesas medicas dele. Pelo que estou vendo aqui, seu estado não é nada bom, ele precisa da cirurgia o quanto antes. -E nesse momento ele mexe na ferida.

Ayla - O senhor está tentando usar o meu pai para me convencer?

Antony - Só pense a respeito, você é uma boa pessoa. Notei isso assim que te vi, você é bonita e não será difícil para o meu filho se apaixonar por você. Além do mais, você seria a senhora Vicente, não vai te faltar nada e o seu pai terá os melhores cuidados.

Ayla - Por que o senhor que está escolhendo uma noiva para o seu filho?

Antony - Porque já está na hora dele casar, me dar netos, parar com as baladas e mulheres e se tornar um homem de Família.

Ayla - E se ele não concordar com o casamento?

Antony - Ele vai concordar, eu tenho certeza disso.

Ayla -Eu posso pensar a respeito?

Antony - Como quiser, mas não esqueça os benéficos. Se casando com meu filho você não vai precisar trabalhar.

Ayla - Mas eu quero trabalhar, e falando nisso quero fazer minha entrevista.

Antony - Você será aprovada, não se preocupe com isso.

Ayla - E se eu não aceitar a oferta, ainda serei aprovada?

Antony - Será sim, e como já disse não precisa se preocupar. Aqui está o meu cartão, pense a respeito. Quando tiver uma resposta é só me ligar. E outra coisa, peço total sigilo.

Ayla - Ok.

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■ Hospital 🚑

Noah - Seu estado de saúde está estável, mas ele ainda precisa da cirurgia.

Carlos - Eu já disse para não ficar preocupando minha filha. - Papai olha para o doutor irritado.

-Eu já disse que não vou operar.

Ayla - O senhor vai operar sim e logo.

Carlos - Não seja teimosa, não temos dinheiro para a cirurgia.

Ayla - Eu consegui um trabalho, e logo vou começar. E estou vendo com uma amiga da faculdade o dinheiro, eu contei sobre a sua situação e ela ficou de me emprestar o valor. E começo a pagá-la aos poucos, assim que começar a trabalhar. - Minto.

Carlos - Não gosto de vê-la tendo que pedir dinheiro emprestado. Sinto muito por estarmos nessa condição.

Ayla - Não é culpa do senhor, você só tem que se preocupar em se recuperar.

Carlos - Ok querida. - Ele diz beijando a minha testa. Passo o resto da tarde com meu pai, assim que começa a escurecer vou para casa.

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■ Quarto 🚪

Evelin - Você o que? -Ela basicamente grita no quarto, depois que resumo a proposta.

Ayla - Eu disse que ia pensar.

Evelin - Sua maluca, era para você ter aceito.

Ayla - Estamos falando de casamento Eve.

Evelin - Eu já ouvi falar deles, são a familia mais poderosa do Brasil inteiro. Você se tornaria muito rica e nem teria que trabalhar.

Ayla - Eu não me importo com o dinheiro, com nada disso. Eu só me importo com o meu pai, eu faria isso por ele.

Evelin - Então você está pensando em aceitar?

Ayla - Sim, eu menti para o meu pai disse que consegui o emprego e que uma amiga me emprestaria o dinheiro.

Evelin - Você não conseguiu o estágio?

Ayla - Não sei, o senhor Vicente disse que me aprovaria.

Evelin - Você vai ligar agora e dizer que aceita a proposta.

Ayla - Está tarde, assim vai parecer que estou desesperada. O que é verdade, mas não quero que saibam. Amanhã eu ligo.

Evelin - Não acredito que você vai casar, achei que fosse conseguir um boy primeiro que você.

Ayla - Eu não consegui, é apenas um contrato.

Evelin - Que pode virar algo sério, você não fica com ninguém desde o ensino médio.

Ayla -Eu só estava querendo focar nos meus estudos.

Evelin - Você dispensou vários caras na universidade e se recusava a ir em todas as festas.

Ayla - No ensino médio não era diferente.

Evelin - Pelo menos você ficou com um carinha.

Ayla - Eu fiquei porque você e Jenni não me deixavam em paz e Samuel era um cara legal.

Evelin - Pelo menos perdeu o seu BV e ainda teve o seu primeiro namorado. Tudo bem que você decidiu terminar com ele, assim que decidiu estudar no exterior.

Ayla - Foi o melhor a se fazer e agora vamos parar de conversa fiada e pensar no real problema.

Evelin - O que vai dizer para meus pais e o que vai dizer para o seu?

Ayla - Exatamente, eu acho que por enquanto não direi nada e você nem pense em abrir o bico.

Evelin - Ok, não vou dizer nada. Agora vamos pesquisar sobre o seu noivo na Internet. -Ela pega o telefone toda animada e digitar família Vicente.

Ah diversas fotos, uma delas o senhor Vicente aparece abraçado com sua mulher e seus três filhos. Uma menina e dois meninos. Um dos rosto me parece família, eu pego o telefone da mão da Eve.

Ayla - Não pode ser. -Digo incrédula.

Evelin - O que foi?

Ayla - É o cara do Evento.

Evelin - Aquele que você ficou afim?

Ayla - Eu não fiquei afim, só comentei que ele era muito bonito.

Evelin - E você não mentiu quando falou, olha esse físico. -Ela clicar em diversas fotos dele separadamente.

Ayla - Achei que você tivesse namorado.

Evelin - Eu não te falei? Estou solteira agora.

Ayla - O que houve?

Evelin - Achei melhor terminar, não ia dar certo pela distância. E ele não pensa em vir para o Brasil.

Ayla - Eu sinto muito.

Evelin - Isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde, eu estou de boa. Ainda mais depois disso. -Ela mostra uma foto do carinha sem camisa. -O que me deixa totalmente sem graça.

Ayla - Dá para você parar! Temos que descobrir qual dos dois é.

Evelin - Eu já descobri, você é muito sortuda. O nome dele é Hanry Vicente, o outro cara já é casado. -Mostra uma foto de um casal.

Ayla - Ele se chama Hanry. -Não consigo segurar o sorriso.

Evelin - Que sorrizinho é esse aí?

Ayla -Eu não sorri. -Minto.

Evelin - Vamos pesquisar sobre a família dele, ver se guarda os nomes. Isso pode ser útil e depois damos uma checada no seu futuro marido.

Sr Vicente tem dois filhos, Marya e Hanry. Ryan por sua vez é seu enteado e filho de sua segunda esposa Samantha. Marya é a caçula, fruto do seu segundo casamento. Ela tem 17 anos, parece ser o tipo de menina baladeira, e Hanry não fica de fora dessa. Ah diversas notícias passadas, e em cada uma delas ele está com uma mulher diferente.

Ayla - Ele é mulherengo. -Digo decepcionada.

Evelin - Essas notícias são de um ano atrás, depois disso ele parece ter sossegado.

Ayla - Eu acho que não, no evento ele parecia bem popular entre as mulheres.

Evelin -Mesmo assim, você será esposa dele. Isso causará inveja em muitas.

Ayla - Tem alguma matéria sobre a sua viagem?

Evelin - Sim, parece que ele foi a negócios, ah sim. Aqui está, ele foi supervionar a construção de um de seus hotéis.

Ayla- Tem alguma coisa do seu retorno?

Evelin - Pior que não, talvez ele já tenha voltado.

Ayla - Pode ser, mas agora me deixa dormir.

Evelin - Você pode ir, acho que vou admirar mais um pouco a paisagem.

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Personagens:

...João ( Tio de Ayla e pai de Evelin) ☝🏽...

...Antony Vicente (Pai de Hanry) ☝🏽...

...Letícia ( Secretária Executiva)...

...Carlos Martins (Pai de Ayla) ☝🏽...

PS: Imagens representativas.

...> Ayla <...

■ Café ☕️

Antony - É bom ver a senhorita, fiquei feliz com sua ligação. Vejo que pensou a respeito, o que a senhorita decidiu?

Ayla - Eu aceito.

Antony - Você aceita?

Ayla - Sim, o senhor prometeu ajudar o meu pai. Então eu me caso com o seu filho, se ele concordar, é claro.

Antony - Deixa que eu cuido de tudo, falarei com ele hoje mesmo quando ele voltar de viagem.

Ayla - Então ele ainda estava em Londres?

Antony - Como a senhorita sabe?

Ayla - Eu li em uma matéria. -Ele não precisa saber que já o conheci no exterior, na verdade só o vi em um evento.

Antony - Ah sim, fico feliz que tenha pesquisado sobre nossa família. Então a senhorita já deve estar ciente de que se trata do meu filho caçula Hanry. Ele retornar hoje ao Brasil, as obras do nosso novo hotel em Londres já foram concluídas.

Ayla - Entendo.

Antony - Aqui esse é o contrato de casamento. Eu mandei residir ontem, se quiser alterar ou acrescentar alguma coisa é só falar. -Ele me entrega o papel e começo a lê-lo.

Ayla - Como sabia que aceitaria?

Antony - Foi apenas um palpite, agora leia com atenção, antes de assinar. -E assim eu faço.

Ayla - O senhor está me oferecendo uma vaga de Gerente de projetos na empresa?

Antony - Sim, eu estive olhando o seu currículo e pesquisei seu trabalho na Architects Real Dream. Você trabalhou em grandes projetos, e conseguiu muitos clientes para a empresa. Por esse motivo foi promovida rapidamente, mas infelizmente teve que desistir da sua promoção. Eu só quero te compensar.

Ayla - Eu agradeço, mas não precisa.

Antony - Isso está fora de questão, não faço isso por ser minha futura nora. Realmente acredito no seu potencial, eu sei que a senhorita é muito capaz. Nossa reunião do conselho está marcada para segunda, com Hanry assumindo o meu lugar como Ceo. A vaga de gerente de projetos estará disponível, e a senhorita inicia na terça.

Ayla - Não vejo problemas em aceitar o cargo, se o seu filho concordar, é claro. E sobre a parte dos netos, acho que é assunto meu e do seu filho. -Mande o contrato editado que só assim eu assino. Ele apenas faz um asseno, e um homem se aproxima.

Antony - Você ouviu o que ela falou? Faça as alterações que ela pediu.

Desconhecido - Sim senhor.

Ayla - O que é isso? -Pergunto olhando para o homem de terno engomado.

Antony - Ele é um dos advogados de nossa empresa.

Ayla - O senhor veio preparado para tudo. Tem medo que eu desista no caminho para casa?

Antony - É melhor prevenir que remediar, já dizia o ditado.

Desconhecido -Pronto, há algo mais que devo acrescentar.

Antony - O casamento será nesse fim de semana, a senhorita terá que se mudar para a mansão do meu filho.

Ayla - Esse final de semana? -Pergunto incrédula. Isso é daqui a 3 dias, me pergunto o poque de tanta pressa.

Antony - O quanto antes melhor, vou pedir para minha esposa se encarregar de tudo. Ela não deve saber do contrato, então peço que pense em uma história.

Ayla - Não está se precipitando? Seu filho pode não concordar com isso.

Antony - Ele vai concordar, vejo a senhorita em breve. -Ele fala se levantando.

-Ah quase me esqueço, o dinheiro da cirurgia do seu pai. Já está em sua conta, ele não pode esperar muito. Então cuide disso, preciso do seu documento para dar entrada nos papéis para o casamento. - Lhe entrego a documentação necessária e pego o telefone, abrindo no aplicativo do banco. Realmente estou com mais que o valor necessário para a cirurgia.

Ayla - O que vai acontecer se o seu filho não concordar? Não poderei devolver o valor, e aqui tem muito mais que o necessário.

Antony - Ele irá concordar não se preocupe com isso, cuide do seu pai, ele também terá gastos com o pós operatório e o que sobrar você pode fazer o que quiser.

Ayla - Mas...

Antony - Até sábado senhorita. -Ele me dá as costas e deixa o café.

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■ Hospital 🚑

Noah - Soube que efetuou o pagamento da cirurgia do seu pai. Fico Feliz que tenha conseguido o valor tão rápido.

Ayla - Consegui com uma amiga, a pagarei aos poucos. Logo começarei a trabalhar.

Noah - Fico feliz que tenha conseguido, sua tia comentou sobre o estágio.

Ayla - Não é nada demais, mas fico feliz em ouvir isso. Não vou tomar muito do tempo do senhor, só quero agradecer o seu cuidado com o meu pai. Muito obrigada.

Noah - Só estou fazendo o meu trabalho.

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■ Quarto 🚪

Evelin - Me conta como foi? -Ela me olha ansiosa.

-Passei a tarde toda no trabalho curiosa e alguém não atendeu nenhuma das minhas ligações.

Ayla - Desculpa, estava no hospital com meu pai e não queria que ele escutasse nossa conversar.

Evelin - Desembucha!

Ayla - Vou me casar no sábado.

Evelin - Tão rápido assim?

Ayla - Parece que sim, e se Hanry concordar começo na terça como Gerente de projetos.

Evelin - Seu sogro te ofereceu um cargo alto assim?

Ayla - Ele não é o meu sogro, e no início não queria aceitar. Mas ele disse que andou pesquisando o meu trabalho e soube que desisti da promoção em Londres. Então se Hanry concordar, eu assumo o cargo.

Evelin - Ele vai concordar assim que ver o seu currículo, você trabalhou em uma das principais concorrentes deles. E em pouco tempo de trabalho já foi promovida, fechou muitos projetos, é bastante inteligente e ainda tem o fato de você ser Poliglota.

Meu pai investiu bastante na minha educação, comecei a aprender outras línguas apartir de 3 anos de idade, no início não gostava de ter que dedicar tanto tempo aos estudos, mas com o tempo fui me acostumando.

Ayla - Você está certa.

Evelin - Então, eles farão alguma cerimônia?

Ayla - O senhor Vicente quer fazer algo mais privado com alguns familiares.

Evelin - Você vai contar para minha mãe e seu pai?

Ayla - Eu não sei, não gosto de esconder nada da tia Carmen. E pretendo contar ao meu pai, assim que ele se recuperar.

Evelin - Mas o que você vai dizer?

Ayla - Não sei, no momento direi que iremos morar juntos. Se eu disser sobre o casamento todos vão surtar.

Evelin - Eu vou te ajudar, vou dizer que também o conheço. Podemos dizer que o conheceu no exterior, o que não será mentira.

Ayla - Ótimo, posso até falar que foi no Evento do Grupo Smith. É um ótimo começo.

Evelin - Quando pretende contar?

Ayla - Essa noite.

Evelin - No jantar?

Ayla - Sim, me deseje sorte.

Evelin - Muita sorte.

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■ Jantar 🍽

Carmen - Estava quase subindo para chamar as duas. -Ela sorri.

-Eu fiz sua comida favorita querida. -Ela fala colocando uma travessa de lasanha na mesa.

Evelin - Depois não quer que eu sinta ciúme. -Ela diz cruzando os braços.

Ayla -Ciumenta!

Carmen - Eu sei que você também ama lasanha, e também fiz sua sobremesa favorita.

Evelin - Você sabe que ela me ama mais. -Ela zomba.

Ayla - Chata!

João - Você duas não crescem mesmo.

Carmen - Essas meninas.

João - Sua tia me contou que seu pai vai ser operado amanhã , soube que uma amiga te emprestou o valor. Nós a conhecemos?

Ayla - Não, ela é de Londres. Então vocês não a conhecem.

Carmen - Você nos passa o telefone dela, gostaríamos de agradece-lá. -Olho para Evelin pedindo por socorro.

Evelin - Vocês dois nem falam Inglês, então não inventem moda. Já foi muito vergonhoso para Ayla contar toda nossa situação e pedir dinheiro. E ela vai pagá-la aos poucos, que tal deixá-la cuidar disso.

João - Nossa filha tem razão.

Carmen - Sinto muito querida, não deve ter sido fácil pedir dinheiro emprestado.

Ayla - Não foi nada fácil. -Digo lembrando que em breve estarei casada.

João - Querida como foi no trabalho? -Meu tio diz mudando de assunto.

Evelin - Difícil, como estagiária sou basicamente a faz tudo. Eu tive que pegar café para toda a equipe, eu odeio meu trabalho. -Ela bufa.

João - Essa é a vida de um trabalhador comum e que eu me lembre você decidiu ser advogada. Nenhuma das duas, quiseram seguir os passos dos pais no ramo da publicidade. Ayla quis fazer arquitetura como a mãe e você quis estudar direito.

Evelin - Pois é. - O jantar está quase chegando ao fim, quando resolvo contar sobre o meu suposto namorado.

Ayla - Tios. -Digo meio sem jeito, pensando em como começar.

- Preciso contar algo a vocês e peço por favor que ainda não digam nada ao papai. Eu contarei no momento certo. -Eles me olham asustados, aguardando pelo que vou dizer.

-Então... Meu namorado voltou ao Brasil...

Carmen - Namorado? -Ela pergunta incrédula.

- Sua prima reclamava no nosso ouvido que você só vivia estudando no exterior e mal saía. Como não soubemos disso?

Evelin - E realmente foi assim, antes de conhecer ele, ela já não saía. Depois Então, e a Ayla perdiu para não contar nada. Ela queria contar pessoalmente e apresentar ele na hora certa.

João - E quando você vai nos apresentar seu namorado?

Ayla - Assim que papai se recuperar, ele deve estar junto no momento. Podemos dar um almoço assim que ele retornar para casa.

Carmen - Ela está certa, o pai dela deve saber primeiro e ser o primeiro a conhecer o namorado.

Ayla - Todos conhecerão juntos, mas isso ainda não é o que quero dizer...

Carmen - Não me diga que esta grávida?

João - Seremos tios?

Evelin - Dá para vocês deixarem ela falar!

Carmen - Tá bom.

João -Diga.

Ayla - Decidimos morar juntos, eu me mudo no sábado.

Carmen - Vocês o que?

Ayla - Nós já havíamos conversado sobre isso no exterior, que assim que retornasse faríamos isso. E tios eu o amo muito, ele é bom comigo e espero que vocês me apoiem. -Digo o que é preciso para convencer eles.

Carmen - Tudo bem filha, você já é uma menina adulta. Não iremos te impedir, só ficamos preocupados com você. Ainda mais pela hipoglicemia, ele está ciente disso?

João - É claro que sabe, Ayla não esconderia isso dele.

Carmen - Ele precisa cuidar bem de você, caso contrário ele vai ser ver comigo.

Ayla - Não se preocupem, ele é muito atencioso e está ciente de tudo. -Minto.

Carmen - Estou curiosa para saber como se conheceram?

Ayla - Em um evento de trabalho no Grupo Smith.

Carmen - Ele deve ser muito bonito para ter chamado a atenção da minha sobrinha. Podemos ver foto dos dois juntos? E qual o nome dele querida?

Ayla - O nome dele é Hanry, e vocês querem ver fotos? -Olho para Evelin pedindo socorro novamente.

Evelin - É claro que ela tem.-Evelin pega o meu telefone e começa a mostrar algumas fotos nossas juntos. Tinha esquecido como Evelin era boa com Photoshop, parecem tão realista. Só me pergunto quando ela teve tempo para colocar todas no meu telefone.

Carmen - Nossa como seu namorado é lindo, os dois são perfeitos juntos.

João - Achei ele um pouco sério.

Ayla - Ok, já chega. -Digo pegando meu telefone.

Evelin - Ela está com vergonha, vocês sabem como Ayla é.

Carmen - Sei bem. -Minha tia gargalha. -Fico feliz, pois vejo o alívio no rosto dos dois. Conversamos bastante, antes de irmos para nosso quarto e assim que chegamos a primeira coisa que pergunto a Eve é sobre as fotos.

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Evelin - Eu as fiz ontem quando você estava dormindo, como sabia que aceitaria o pedido. Então decidi te ajudar de alguma forma.

Ayla - Você sabia que eu contaria aos tios?

Evelin - Sim, como também sabia que minha mãe não ia te deixar em paz se não visse uma foto dos dois.

Ayla - Onde conseguiu as fotos?

Evelin - No Instagram daquele deus grego, ela pega seu telefone e começa a mostrar suas fotos. Meus pais são antiquados, então não vão olhar as redes sociais.

Ayla - Você está seguindo ele.

Evelin - É claro, ele é meu cunhado agora. Já que somos quase irmãs.

Ayla - Você não existe.

Evelin - Quer que eu siga ele também do seu?

Ayla - Não, nem pensar.

Evelin - Ele logo será seu marido, acho normal a esposa segui-lo.

Ayla - Para dizer bobagens e vamos dormir logo.

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