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Escolho Você!

Uma semana para o casamento

Bianca estava eufórica desde que foi pedida em casamento durante o casamento de Lina e Deive. As coisas estavam uma loucura. Ela e Lina se aproximaram no último ano, desde que Lina e Deive se casaram. De certa forma, Lina entendia o que Bianca tinha passado, embora fossem situações e circunstâncias diferentes. Havia um sentimento de compreensão entre as duas, independentemente de tudo. As coisas estavam indo bem: Lina agora era uma atriz famosa e muito cobiçada, e Deive continuava a encantar os fãs. Alguns fãs até diziam que teriam trinta filhos com ele. Bianca esperava se sair tão bem quanto Lina ao lidar com os problemas e dilemas que o casamento traria. Ver como Lina e Deive superaram tudo isso lembrava-a de sua própria superação: o câncer, ficar sozinha, reencontrar Rafael. A última discussão entre eles não foi exatamente amigável, nem o reencontro. Ela começou a refletir sobre tudo o que aconteceu em sua vida nos últimos anos.

Ali estava ela, experimentando seu vestido de noiva, que era dourado porque ela se recusava a ser uma noiva tradicional. Olhando para si mesma no espelho, lembrou-se dos desafios que enfrentou, da falta de confiança que tinha em Rafael e de como eles chegaram até ali, depois de um começo tão incerto e definitivamente difícil. Suprimir sentimentos por alguém que a tratava daquele jeito e depois descobrir que era o amor da sua vida? Quais eram as chances de um casal que começou obcecado por outras pessoas dar certo? Bianca se questionava se isso era realmente o certo a fazer agora que sua vida estava indo bem. Será que ela realmente precisava se casar? Será que todo esse esforço valia a pena? Ela estava perdida em seus pensamentos quando foi interrompida por Mika, uma amiga que conheceu quando se mudou para Seattle em busca de uma nova vida e para esquecer tudo o que aconteceu em Nova York.

— Você está linda, amiga! Esse vestido é maravilhoso! — disse Mika, levando a mão à boca ao ver o vestido.

— Será que estou fazendo a coisa certa? — questionou Bianca. Mika segurou sua mão.

— Bianca, você merece isso, você e o Rafael merecem essa felicidade. Eu sei que você deve estar assustada, mas eu testemunhei de perto a luta de vocês, especialmente a sua. Então sim, você está fazendo a coisa certa, merece isso.

Bianca suspirou e antes que pudesse responder, foram interrompidas.

— Estou atrasada para a prova do vestido? — disseram sorrindo.

— Lina! — Bianca respondeu com um sorriso.

— Este vestido é incrível, você está deslumbrante!

— Eu disse isso a ela! — Mika falou, sorrindo, mas Lina percebeu uma certa preocupação.

— Algum problema, Bianca?

— Como você sabia que era o Deive? Como teve certeza de que era isso que queria? — questionou Bianca.

— Bianca, espero que me conte tudo o que aconteceu entre você e o Rafael. Por que está com dúvidas agora?

— Eu não sei. Como você teve certeza?

Lina olhou para Bianca, não sabia exatamente o que dizer sem tocar em certas feridas, mas respondeu com serenidade:

— Antes disso. Antes de tudo desmoronar. Antes das mágoas e das discussões. Antes de nos perdermos um do outro. No começo, quando havia risadas, admiração e confiança. Quando tudo era novo e empolgante. A resposta está lá, Bianca. Quando as pessoas passam pelo inferno juntas, elas merecem o paraíso juntas. O que eu e Deive passamos, vimos o pior que o ser humano tem a oferecer, e mesmo com tudo aquilo, escolhemos ficar juntos. É sempre uma questão de escolha. Deive me ensinou isso quando não saiu pela porta, quando escolheu ficar depois de tudo o que sofreu. Acredito que Rafael tenha escolhido ficar também.

— Como pode ter tanta sabedoria? Sabe que isso ainda me irrita. - Lina riu.

— É só você lembrar onde tudo começou entre vocês. Vai ter a resposta.

— Fala antes ou depois de eu ir embora da sua casa?

Houve um silêncio. Lina não sabia como responder a essa pergunta. Bianca precisava encontrar a resposta sozinha, seguir sua própria história e descobrir onde ela e o Rafael começaram. Onde eles descobriram que seriam fortes o bastante para ficarem juntos para sempre?

— Bianca, não sei como responder a isso, mas pelo que vi no meu casamento, você parecia feliz ao lado dele. Pensei que estivessem bem.

— E estamos, só estou me perguntando como uma mulher como eu, que já foi stripper, pode se tornar uma mulher apaixonada e sonhar em ficar ao lado de um cara como o Rafael. — as três riram. Mika então falou.

— Lembra quando vocês se encontraram? Você ficou brava com ele, achando que era uma segunda opção, mas depois de alguns meses, você descobriu a verdade. Acho que, mesmo o Rafael sendo um idiota, ele é o idiota mais apaixonado do mundo, o que chega a ser ridículo com a fama que ele tem.

— Mika, não está ajudando. Isso é apenas nervosismo pré-casamento. Vamos fazer assim: estou curiosa para saber tudo e, se você me contar, talvez eu possa te dar algum conselho?

Lina disse, tentando levantar o astral.

— Reviver tudo o que aconteceu?

— Pense que não está revivendo, mas sim contando sua história.

Lina abraçou Bianca com carinho, e ela sorriu, ficando mais calma.

— Então, vamos ter uma noite entre amigas. Vamos nos reunir e beber, e aí eu conto tudo para todas vocês. Quem sabe a opinião de cada uma de vocês me mostre a resposta que preciso.

As três pararam de falar e começaram a se divertir, bebendo vinho e ouvindo músicas. Elas experimentaram vários vestidos. Bianca estava radiante naquele vestido de noiva dourado, com mangas de renda e um decote elegante. Suas costas eram adornadas com detalhes de flores em tons prateados.

Ela se olhou no espelho gigante que estava no salão, subindo em cima de um pequeno palco redondo em frente ao espelho. A sala era ampla, com paredes em tons nudes e pequenas luzes em frente ao espelho. Passando a mão pelo vestido, ela se encarou.

— Vou mesmo me casar com aquele babaca? - ela disse com um sorriso.

Mika e Lina a observavam, encantadas com o quanto Bianca estava linda naquele vestido e como seu cabelo loiro contrastava com seu rosto delicado e as lágrimas em seus olhos. Mika respondeu.

— Vai sim. Não sei como ainda o chama assim.

Bianca olhou para Lina, esperando que tudo ficasse bem, afinal, Lina era a prova viva de que tudo de ruim na vida passa. E ela tinha apenas uma pergunta em sua mente, que fazia enquanto olhava para Lina.

"Onde começou você e eu, Rafael?"

Escolho você

Depois de ter certeza de que aquele seria o vestido, Bianca foi para casa. Ao chegar, viu Rafael em seu escritório, recostado na cadeira, com a camisa aberta e a mão na cabeça, como se estivesse pensando em algo. Era uma bela visão para se ter durante toda a vida: loiro, alto, olhos verdes, um abdômen definido e um futuro inteiro pela frente. Apenas eles dois e um futuro. Não havia dúvidas de que isso era a coisa certa…

Toc, toc…

Ele levantou a cabeça e olhou para ela com um sorriso.

— Há quanto tempo você está me observando?

— Tempo suficiente para parecer uma louca... - Bianca disse, aproximando-se e beijando-o. — No que está pensando? - perguntou, sentando em seu colo.

— Em você...

— O que tem de errado comigo?

— Quero ter certeza de que quero essa vida e todas as outras ao seu lado, Bianca...

— Está com dúvidas sobre o casamento? - perguntou, receosa da resposta.

— Não... mas estou com medo de você ter dúvidas. - ele engoliu em seco. — Eu sei que não sou perfeito, mas eu amo você.

— Você está certo. Você não é perfeito, é um babaca. E eu sou uma ex-stripper. Combinação perfeita. - ela disse, beijando-o e revirando os olhos. Isso fez Rafael sorrir.

— Vamos para a cama?

Rafael acenou com a cabeça. Indo para o quarto, Bianca perguntou...

— Você vai encontrar o Deive e o Caio amanhã?

— Sim, estou feliz por tê-los de volta.

— Deive é grato por você não querer a Lina. - disse rindo.

— Sempre tive uma queda por loiras. - disse, beijando-a. — Eles vão fazer uma despedida amanhã, e a sua também será amanhã?

— Sim, mas nada convencional. Apenas uma reunião e bebidas.

— Nós somos perfeitos. Também pedi apenas uma reunião e nada de stripper. - disse, olhando para ela. — Eu já tenho a minha.

Bianca riu e foi tomar banho. Não dava para negar que ela e Rafael estavam um pouco assustados. Provavelmente Rafael não tinha pensado muito bem quando a pediu em casamento, e por isso estava agindo de forma estranha. Mas a verdade é que Bianca estava errada, ele realmente estava com medo de não ser bom para ela, de continuar sendo um babaca. Ele estava com medo de magoá-la, mas jamais se arrependeu de tê-la pedido em casamento, ela só não sabia disso ainda.

Já se passara um ano desde o casamento de Lina e Deive na praia. Todos decidiram seguir em frente e perdoar, inclusive Deive, mesmo após tudo o que Rafael fez. Deive o perdoou e seguiu em frente, até mesmo o convidou para o seu casamento. Quando estava longe de Deive, tendo que enfrentar tudo sozinho e sem amigos, Rafael percebeu que não tinha ninguém ao seu lado para falar sobre Bianca, receber conselhos ou ouvir que tudo ficaria bem. As últimas palavras que ele ouviu de Deive foram que ele esperava nunca encontrar Bianca, pois ele não a merecia. E se ele estivesse certo?

Ele encontraria Deive no dia seguinte e lhe contaria tudo o que aconteceu. Talvez, com tudo o que Deive passou para ficar com Lina, ele pudesse lhe dizer algo que mostrasse que ele merece Bianca, que ele merece ser feliz ao lado dela. Algo que desse a Bianca uma razão para aceitá-lo. Ele não sabia que o fato de estar com o casamento marcado traria tanto medo de perder a única mulher que ele já amou de verdade. Medo de que o câncer volte e descobrir que ele não é capaz de viver sem ela.

Bianca saiu do banho, envolta em uma toalha, e o encontrou sentado na cama, perdido em pensamentos…

— Gostaria de saber onde estão seus pensamentos? - perguntou ela, molhada e segurando a toalha, abrindo um pequeno sorriso.

Rafael olhou para ela e sorriu.

— Com você nesse estado, é impossível pensar em qualquer outra coisa.

Ele levantou-se e a pegou no colo.

— Eu te amo tanto, Bianca... Tenho pensado muito em nosso passado ultimamente... Não quero sentir que vou te perder novamente... - com ela em seus braços, ele a beijou.

— Você não vai me perder, Rafael... Eu estou bem. Entendo que você esteja com medo, estou apavorada também. Quando saí de Nova York depois de nossa discussão, precisei lidar com muitas coisas. E então você me encontrou...

Ele foi para a cama, jogou sua toalha no chão e começou a acariciar seu corpo.

— Nosso encontro não foi um dos melhores... Você me expulsou…

Ele então tocou os lábios dela com os seus, beijando-a suavemente enquanto sua mão deslizava pelo seu corpo. Bianca o interrompeu...

— Achei que você nunca me escolheria. - disse ela, olhando em seus olhos.

— Eu te escolhi desde o dia em que você me deu um tapa na cara quando nos encontramos em frente ao apartamento da Lina... Acredite, não foi uma escolha difícil.

Bianca sorriu e os dois voltaram a se beijar, desta vez com mais intensidade e desejo. No final, ambos estavam satisfeitos após um amor tão intenso e cheio de esperança.

Quando amanheceu, Bianca e Rafael foram para a empresa, onde ela agora era oficialmente parte da equipe, após concluir a faculdade de arquitetura. Ela já tinha experiência e agora tinha os estudos, o que a tornava uma profissional completa. Quando decidiram tentar, Rafael a convidou para um estágio remunerado, para que ela pudesse aprender na prática enquanto estudava. Após se formar, ela entrou oficialmente como arquiteta na empresa. Agora, os dois a comandavam e ela estava em constante crescimento. Os negócios estavam indo bem.

No final do dia, eles se despediram.

— Não apronte, Rafael. - Bianca disse rindo e o beijando.

— O que um grupo de homens e álcool poderia fazer? - ele respondeu provocando.

— Eu te amo.

— Eu também te amo. Cuide-se e...

— Se precisar de algo, eu te ligo, amor. Mande um beijo para os meninos.

Então, cada um foi para sua despedida, onde contariam suas versões de como começaram, como ficaram juntos e o que aconteceu nos últimos cinco anos.

Onde a história deles começou?

Oi Seattle

Entrar naquele táxi foi a coisa mais difícil que já fiz. Nunca imaginei que assumir minha culpa por tudo o que aconteceu com Lina e Deive me deixaria tão leve, mesmo com minhas chances de sobrevivência reduzidas. Tudo começou a fazer sentido em algum momento. Ouvir Lina dizer que me apaixonei por Rafael e eu não poder negar que gostaria que aquele idiota estivesse comigo, que se apaixonasse por mim, mas ele é obcecado por ela e adorava me chamar de prostituta, humilhando-me constantemente. Nunca imaginei que desejaria mais beijos dele. Que gostaria que ele me amasse. Não quero morrer sozinha e sem ter conquistado nada na vida.

Decidi pegar aquele táxi em frente à casa de Lina e partir, começar de novo em um lugar onde ninguém saiba quem sou, meu passado, Rafael. Deixar tudo para trás. Continuaria cuidando da minha mãe, mas teria que trabalhar o dobro para pagar meu tratamento e a clínica onde ela estava. Dessa vez, não escolheria o caminho mais fácil e não voltaria para minha vida de stripper. É possível ganhar muito dinheiro assim, mas depois de ser tocada por ele, não gostaria que nenhum outro me tocasse ou beijasse. Tentei duas vezes desse jeito e acabei aqui, sozinha, com uma estranha dor no peito, e não era por causa do câncer que estava me matando.

Cheguei à rodoviária e fiquei algumas horas no caminho para Seattle. Não me lembro exatamente quantas horas, mas lembro dos meus pensamentos voltando ao único momento em que me senti verdadeiramente conectada a ele, sem mentiras. A festa em que fomos em um encontro triplo, aquele momento em que nos beijamos e foi algo sincero.

Ao refletir sobre todos os momentos conturbados que vivi com ele, decidi guardar tudo em uma caixa nas profundezas das minhas memórias mais sombrias. Agora, tinha um novo foco: encontrar um emprego e lidar com o que realmente estava me matando. Descobrir que tinha câncer me deixou em estado de choque. Como eu ia conseguir me cuidar sozinha? Não é que nunca tenha me virado sozinha antes, sempre me virei, mas lidar com homens pervertidos me tocando e fazendo pole dance era uma coisa, passar por sessões de quimioterapia sozinha era outra. Ninguém estaria lá comigo, segurando minha mão e dizendo que tudo ficaria bem. As lágrimas em meu rosto são resultado de várias dores e angústias.

De repente, estava em Seattle, descendo do ônibus e respirando fundo.

“Ótimo, Bianca, você sempre esteve sozinha, consegue lidar com isso.”

Saí da rodoviária e fui direto para o meu novo lar. Eu vendi minha casa em Nova York e comprei um apartamento menor aqui. A sala e a cozinha eram integradas, com paredes azuis, e já vinha com um fogão e geladeira. Havia uma pequena bancada com azulejos pretos. No outro cômodo, encontrava-se o quarto com um banheiro. O quarto dava para uma pequena varanda que permitia uma boa visão do céu. Havia também uma pequena mesa de dois lugares nessa estreita varanda. Era aconchegante. Nem mesmo desfiz as malas, apenas me deitei na cama e desabei em choro e soluços, pedindo a Deus para sobreviver a tudo o que eu iria passar e estava passando. Pedi para que ele aliviasse a dor do meu coração partido, além das dores que o câncer estava começando a causar em meu corpo. Enquanto chorava, ouvi alguém bater na porta e pensei:

"Quem está batendo aqui a essa hora?"

Levantei-me e fui até a porta, secando as lágrimas. Ao abri-la, deparei-me com uma pessoa baixinha, de pele morena e cabelos lisos, com um sorriso simpático e um pote de comida nas mãos, que ela estendeu para mim.

— Olá, sou a Mikaela, sua nova vizinha. Como você chegou tarde e não ouvi barulho de entregador, trouxe um pouco de sopa para essa noite fria.

Eu a encarei, sem saber o que dizer, mas peguei o pote em suas mãos. Mikaela percebeu meu rosto inchado e rapidamente mudou sua expressão, continuando a falar.

— Está tudo bem? Desculpe se atrapalhei alguma coisa. — Mikaela perguntou, preocupada.

— Está tudo bem sim. Você não atrapalhou, na verdade me tirou do transe em que eu estava. Quer entrar e comer essa sopa comigo? — respondi, tentando ser gentil.

— Você tem pratos ou talheres? — ela perguntou.

— Na verdade, não. Acabei de chegar e ainda não comprei nada para a casa. — admiti.

Ela saiu por um momento, e fiquei confusa, pensando se talvez não tivesse sido tão amigável como pretendia. Quando eu ia fechar a porta, Mikaela voltou com talheres e dois pratos. Dei-lhe um pequeno sorriso e ela entrou. Sentamos na bancada e ela iniciou uma conversa. "Talvez eu devesse fazer amigos e ser um pouco mais aberta a novas pessoas", pensei.

— Por que está em Seattle? Aqui chove e é frio. — ela perguntou, fazendo uma pequena piada.

— Aqui fica um dos centros mais importantes de tratamento contra o câncer do país. Vim para tentar o tratamento lá. — respondi, sendo sincera. Ela pareceu surpresa.

— Você tem câncer?

— Sim, de mama. — respondi, sentindo vontade de chorar.

— Sinto muito. É uma doença terrível.

— Sim, é. Mas acredito que vou ficar bem, tenho que acreditar. Vou começar a quimioterapia para tentar reduzir o tumor e depois farei uma cirurgia para a remoção das duas mamas, a fim de evitar que ele retorne. Mas esse tratamento é caro. Eu tinha algumas economias e vendi minha casa em Nova York para vir para cá. Consegui um bom dinheiro com a venda, o suficiente para começar o tratamento por três meses. Só preciso de um emprego para juntar dinheiro para os próximos três meses. Resumindo, é isso. — Ela me olhava com tristeza.

— Você está sozinha aqui?

— Sim, estou. Não tenho família, apenas minha mãe, que está em uma clínica de reabilitação.

Mikaela respirou fundo e colocou o prato na bancada.

— Eu trabalho em um hotel aqui perto. Eles estão precisando de camareira, se você quiser. Embora eu deva admitir que você não parece se encaixar nesse trabalho, é bonita demais para isso. Mas pode ser mais fácil para você durante o tratamento. O hotel é novo e foi inaugurado por um playboy daqui, mas o salário é bom. — Ela estava me oferecendo ajuda. — Por que está me oferecendo ajuda? Acabou de me conhecer e eu não preciso de pena. — Respondi, tentando não ser rude.

— Não é pena, mas você precisa de um emprego, e onde eu trabalho precisa de alguém. — Ela me encarou.

— Está bem, amanhã irei lá ver se me contratam.

— Eu te acompanho. — ela disse, indo em direção à porta. Ela se virou para mim e perguntou: — Você ainda não disse seu nome?

— Bianca... — respondi, suspirando.

— Muito prazer, Bianca. Pode me chamar de Mika. Amanhã de manhã, eu te chamo aqui.

Ela saiu, eu fechei a porta, encostei a cabeça nela e as lágrimas voltaram a rolar. Pelo menos agora eu tinha um emprego, ou quase isso, já que precisava ir até lá. Voltei para cama, deitei e olhei para a janela. Meus olhos estavam pesados devido ao choro, e acabei adormecendo, relembrando dele e sabendo que nunca mais o veria.

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