Bruno Moreira nasceu no dia 10 de Setembro de 1997 no sul do Brasil. Formado no ensino médio, ele precisou pausar os estudos para poder assim, trabalhar como cuidador na mansão dos Mancini, uma família italiana que veio para o país a menos de um ano. Bruno precisou deixar os pais em sua cidade Natal por conta desse emprego, o salário era e ainda é muito atrativo e de muita ajuda para um rapaz como ele que cresceu com uma situação financeira bastante precária e no meio disso, encontra-se Camilo, o melhor amigo de Bruno e também ex-namorado.
...— Bruno Moreira —...
Acordo-me, dou uma olhada no meu aparelho celular em cima do travesseiro e em seguida me levanto para tomar um banho e poder assim me arrumar para trabalhar. Não posso de jeito algum me atrasar logo no dia da volta do senhor Douglas de New York.
Camilo: Perdoa-me por entrar assim no seu quarto, mas como você vai querer os ovos?
Bruno: Mexidos, mas você não precisa fazê-los para mim.
Na verdade, penso que não terei tempo nem para tomar um café. Quero pegar o ônibus antes das nove e para isso, terei que correr.
Dito isso, tomei um banho rápido e corro atrás do ponto de ônibus da minha rua.
Nessa, ouço alguém chamar pelo meu nome. Levanto-me do banco e encaro na direção que essa voz está vindo e é aí que percebi que se trata de Camilo que carrega meu celular.
Camilo: Aí! Você estava esquecendo o seu aparelho celular.
Bruno: Nossa! Obrigado por trazer até aqui.
Camilo e eu cumprimentamos com as nossas mãos em um toque apenas nosso.
Camilo: Disponho! Agora, o que você acha Fé jantar fora essa noite?
Bruno: Ora, pensei que fosse ao cinema com o seu namorado.
Camilo: Pois é, ele acabou de ligar cancelando o nosso programa.
Bruno: Poxa, que chato! Bom, se é assim, eu aceito. Nos vemos à noite.
Camilo: Combinado.
Com a chegada do meu ônibus, eu me despeço de Camilo e entro no transporte. No meio do caminho, acabei encontrando um biscoito na minha mochila e só pode ter sido o Camilo que o colocou ali, ele devia ter imaginado que essa manhã eu agiria com mais pressa do que eu costumava agir. Chegando no meu ponto, eu dei sinal e desço. Já na rua, eu dou passos largos até a rua que dá para a residência onde trabalho.
E bem no portão, está o Matheus, meu colega.
Matheus: Bom dia.
Bruno: Bom dia. O que está fazendo aqui fora?
Matheus se aproxima de mim com um meio sorriso que nunca foi dele já que ele é a pessoa mais séria que eu já conheci.
Matheus: Estava lhe esperando. Essa manhã se deu o boato de que o sr. Arthur chegou com o filho insuportável dele com a promessa de que iria aumentar o salário de todos.
Bruno: Será mesmo?
Matheus: Não sei, mas você vai descobrir.
Bruno: Quê?! Porque eu?
Matheus: Porque ele disse que assim que você chegasse eu orientava você de ir até o escritório que ele estaria lhe esperando. Então vá, não o deixe esperando.
Bruno: Aí, espero que não seja nada ruim.
Com um pouco de medo, eu vou até o escritório do meu chefe para saber o que ele poderia falar comigo. Torcendo os dedos!
Bruno: Me chamou, senhor?
Arthur: Ah! Sim, por favor, entre e feche a porta.
Depois de fechar a porta, eu me aproximo e me sento na cadeira.
Ele ainda me oferece uma xícara de café, mas eu dispenso apenas um sinal.
Arthur: Bom, eu lhe chamei aqui porque eu estava pensando enquanto viaja com a minha família, estava pensando em você.
Bruno: Em mim, senhor?
Arthur: Sim, eu gostaria de saber se você pode abrir uma vaga para mais um paciente.
Bruno: Senhor, eu estou sem entender.
Arthur: É simples, além da minha mãe, tem mais uma pessoa que está precisando de cuidados, uma pessoa que você já cuidou quando estava apenas com o pé quebrado.
Bruno: Está falando do seu filho, Douglas?
Arthur: Sim, ele teve um pequeno acidente de moto e agora perdeu não a capacidade de fazer as coisas, mas certamente precisa de auxílio para realizar tarefas simples como tomar um simples banho. Eu sou uma pessoa muito ocupada e a Suzana nem é mãe dele para cuidar dele dessa maneira, por isso, eu pensei que você poderia, eu dobro o seu salário e a minha mãe nem precisa mais de tanta atenção agora que está namorado. Agora, você precisa querer, o que me diz?
Bruno: Senhor, eu não tenho problema algum em cuidar do senhor Douglas, mas se o senhor me permitir, eu desejo trocar o aumento de salário por 50 aumentos. 15 mil podem ser compartilhados e eu não preciso de tanto. O senhor pode dar esse aumento?
Arthur: Para todos?
Bruno: Sim, os 15 mil a mais dividido entre todos que trabalham com o senhor.
Arthur: Combinado!
Almoçando, eu não tenho cara para contar a Matheus que o boato que indicava um aumento para todos era um aumento apenas para mim, aí não! À noite, eu compartilho o que rolou com o Camilo que desaprova.
Camilo: Você devia ter aceitado o aumento pelo simples fato de que esse Douglas é um pé no saco e você não merece cuidar dele por pouco. Eu sei que você acha 15 mil muito, mas esses ricaços tem para pagar muito mais.
Bruno: Amigo, eu não iria me sentir bem recebendo o que ele queria pagar e ainda mais sabendo que todos estavam achando que também iria ter aumento, não dá!
Camilo: Bruno, ninguém lá dentro faria o mesmo por você.
Bruno: Mesmo assim, estou em paz.
Camilo: Ok! Eu não vou insistir no assunto, mas uma coisa é, você precisa deixar de ser assim, você não ganha nada com isso.
Bruno: Não pense assim. Agora vamos jantar que os restaurantes não ficam abertos a noite toda e eu estou morrendo de fome.
Camilo: Tá bom, vou pegar minha carteira.
Camilo vai até o balcão e pega sua carteira.
Bruno: Ah! O casaco também que está frio lá fora. Nem sei como cheguei vivo até aqui.
Camilo: Tá, pai!
Bruno: Sim, eu sou o seu velho sim quando se trata de cuidar de você.
Camilo: Há!
Camilo cruza o meu braço com o dele e saímos para o restaurante que ele fez reserva.
18 de Janeiro
Acordo-me com um som extra no ouvido. É o meu celular tocando sem parar. Elevo o meu braço até o aparelho e atendo a chamada.
Bruno: Alô?
Matheus: Oi, é o Matheus. Você poderia me encontrar na entrada do shopping antes do expediente?
Virando o celular, eu posso ver que horas são.
Bruno: Mas nem falta muito para o início do expediente. Aconteceu alguma coisa?
Matheus: Você vai querer me encontrar lá. Acredite em mim.
Bruno: Tudo bem, eu só vou tomar um banho e me arrumar, em quinze minutos lhe vejo.
Matheus: Tudo bem, eu estou aguardando.
Com o fim da chamada, eu me levantei com o corpo cansado da noite anterior. O jantar com o Camilo foi mais do que um simples jantar entre dois amigos, mas não importa, eu tenho um dia inteiro pela frente e julgamento pelo o meu odor, eu preciso de um banho e com toda certeza, de um pente.
No jardim de casa, encontro Camilo arrumando uma de suas duas bicicletas.
Bruno: Bom dia!
Camilo: Bom dia.
Bruno: O que está fazendo com essa coitada?
Camilo: É o freio que está ruim e você, o que faz não morrendo de ressaca?
Bruno: Não sei, acho que não bebi o bastante que nem você.
Camilo ergue a mão e claramente me pede auxílio para pegar a chave de fenda.
Camilo: Obrigado. Você pode pegar a conta que está no balcão e pagar para mim?
Bruno: Não me diga que vai trabalhar essa manhã!
Camilo: Sim, eu irei.
Bruno: Pois que bom, fico feliz por você.
No caminho para o trabalho, eu penso no quanto Camilo é talentoso com os quadros que pinta. Espero que ele vá em frente com uma possível exposição na galeria que tem.
Douglas é a primeira pessoa que eu encontro assim que passo pelo portão. Ele não está como antes, parece sério e sereno.
Acredite ou não, mas neste exato momento cai uma chuva dessas de verão e não é que ela me faz precisar correr e tropeçar nele, nos levando ao chão, quer dizer, ao jardim.
Douglas: Se machucou?
Os olhos dele nos meus, me faz sentir uma vergonha imensa. Recupero e me levanto e claro, também lhe ajudo a se levantar.
Bruno: Não. Peço que me desculpe, senhor.
Douglas: Sem problemas. Agora, vamos entrar que estamos ensopados aqui fora.
Entrando para dentro de casa percebo que o acidente de moto deixou Douglas com dificuldades para caminhar.
Bruno: Vou pegar toalhas secas.
Douglas: Não se preocupe. Vou para o meu quarto. Com certeza, tem toalhas lá.
Espera, ele deixou de ser um escroto e calma, isso é um convite para que eu vá com ele?
Bruno: Lhe ajudo então.
Douglas: Obrigado, mas não precisa.
Com a subida de Douglas, meu colega Matheus apareceu com uma cara fechada.
Matheus: O que estava fazendo. Não, o que você está fazendo com esse sorriso no rosto com essas roupas molhadas?
Bruno: Eu acidentalmente cai com o nosso chefe e é só. A chuva nos molhava.
Matheus: Bruno, eu nunca fui de repreender ninguém, mas isso não é atitude de funcionário. Tente se colocar em seu lugar.
Bruno: Isso é até engraçado porque quem esquece da sua função nessa mansão é o senhor. Você não é o chefe e tão pouco a governanta, então, não enche, tá?
Vou atrás de roupas secas e toalhas no quartinho que é reservado para os funcionários. Lá, eu ainda tenho que lidar com o Matheus que não engoliu o que disse.
Matheus: Eu sempre digo as coisas pelo o seu bem ou você acha que é legal contar a história do Cuidador que deixou o paciente cair e de quebra ainda caiu em cima dele?
Encarando ele, eu percebi que estava sendo vigiado.
Bruno: Você estava nos observando?
Matheus: Sim e vi como você ficou cheio de fogo em cima do chefe. Bruno, você nunca terá a atenção de Douglas dessa forma.
Bruno: Assim como você que não mereceu um aumento, mas teve a minha ajuda pra isso. Você também não tem a atenção do Arthur como gostaria.
Matheus: Do que está falando?
Bruno: Nada, esquece!
Pego o que preciso e saio daquele quarto. Em pouco tempo, consigo ir exercer meu trabalho e agora no quarto dele.
Douglas: Seco agora?
O sorriso dele parece um pouco malicioso, mas eu não vou responder da mesma forma.
Bruno: Sim, senhor.
Douglas percebe que eu não dei bola para o tal sorriso e voltou a ficar sério.
Em casa, eu entrego a conta já paga para o meu amigo Camilo e sento em sua cama para juntos assistirmos um filme na Netflix.
Camilo: Aconteceu o que hoje?
Bruno: Porque teria que acontecer?
Camilo: Você sabe o que eu quero dizer. Tipo, você só deita na minha cama quando está com a cabeça meia ou rosa cheia.
Bruno: Tá, eu não sei como, mas acho que o Douglas flertou comigo essa manhã.
Camilo: Alerta de Perigo, Alerta de Perigo. Você sabe que não deve dar bola a isso.
Bruno: E porque não?
No dia seguinte, eu quis saber mais do que o Camilo pensava que poderia acontecer se eu desse bola para um possível interesse do meu chefe para comigo.
Foi na mesa, tomando café que eu voltei a tocar no mesmo assunto.
Camilo: Bom dia.
Bruno: Bom dia. O que quis dizer com "Alerta de Perigo" Você acha que não poderia acontecer se o meu chefe quisesse ficar comigo?
Camilo: Nossa! Esse assunto de novo? Bruno, eu lhe conheço e sei que você não sabe só ficar. Sem falar que é uma lance bastante delicado se relacionar com uma pessoa especial.
Bruno: Isso é preconceito.
Camilo: Não, não é. Ninguém naquela mansão vai gostar de você pensando em se envolver com o Douglas, vão todos pensar que você está abusando dele. Relacionamento assim é complicado, tô falando.
Eu me recuso a dar razão para o Camilo. Eu não acho que relacionamento com pessoas especiais podem ser complicadas assim.
Bruno: Desculpa, mas eu preciso ir.
Levanto-me e dou as costas para o Camilo e vou trabalhar. Na mansão, eu vejo alguns famílias visitando Douglas e na hora fico pensando no que o meu amigo disse.
As sós no quarto, eu ajudo Douglas a trocar o shorts por uma calça jeans e sem querer, o meu rosto fica no nível do seu quadril e isso me deixa um pouco envergonhado. O negócio do Douglas está armado e ele parece esta pulsando esse "negócio".
Seu sorriso entrega tudo.
Douglas: Perdão, acordei animado essa manhã.
Eu ainda sério, termino de vestir ele e me afasto com um o semblante fechado.
Bruno: Sem problemas.
Saio do quarto e vou respirar um pouco de ar fresco no jardim. O clima sexual pelo menos para mim estava muito quente, em chamas.
Matheus: O que está fazendo aqui fora? Achei que o Arthur nos pagava para trabalhar.
Bruno: Aí não enche Matheus, preciso mesmo respirar um pouco de ar.
Matheus: Você tem um minuto.
Matheus me deixa e logo Douglas aparece.
Douglas: Você saiu como se tivesse sido ofendido lá no quarto. Bruno, somos homens, eu seu pau nunca ficou armado no momento errado não?
Mal conseguindo encará-lo, eu me viro.
Bruno: Esse não é o ponto. O problema é que uma coisa dessa não poderia ter acontecido.
Douglas: E como mandamos no pau, me diz?
Bruno: Podemos só esquecer?
Um familiar aparece e isso me salva de continuar tendo essa conversa vergonhosa.
No entanto, eu sou chamado pelo Arthur.
Arthur: Fernando, esse é o cuidador do Douglas.
E esse Fernando, quem seria?
Não importa, eu, educado que sou, o comprimento.
Bruno: Prazer, senhor.
Fernando: O prazer é meu.
Minutos depois, eles continuam conversando, não sei se estão comemorando algum acontecimento ou se estão apenas reunidos.
Douglas: Bisbilhotando?
Isso me assustou, que mania das pessoas chegarem por trás assim.
Bruno: Não senhor, já estava saindo.
20 de Janeiro
Eu sempre amo o sábado porque com ele vem o meu dia de folga, dia que tento aproveitar ao máximo até porque 6 dias naquela mansão parece que é 365, muito trabalho, antes com a senhora Olga e agora com o Douglas.
O relógio aponta oito da manhã e é nesse momento que eu saio da minha cama.
Jogo uma água no corpo, arrumo o meu cabelo e vou atrás do meu amigo.
Camilo: E aí!
Bruno: Eu que digo. E aí, onde vamos?
Camilo: Eu estava pensando em ir primeiro na padaria e depois pegar um cinema no shopping. O que você acha?
Bruno: Acho perfeito, está arrumado?
Camilo: Sim, vamos.
Camilo e eu saímos e já chegando na padaria que fica na esquina, eu tiro a fome de mim.
Camilo: Vai com calma!
Bruno: Não dá, estou com fome.
Camilo: Mesmo assim.
Depois do café da manhã, a gente seguiu para o cinema e tivemos sorte porque assim que chegamos encontramos o filme que queríamos ver em cartaz.
E não é que vendo o filme, eu me lembro dos dois acontecimentos com o Douglas.
Bruno: Merda!
Camilo: Quê?!
Bruno: Nada.
No fim do filme, eu estava como? Como o meu paciente quando vestir a sua calça. Busco logo um banheiro e tento abaixar isso.
Que vergonha!
Não quero ser repetitivo, mas também deitado, eu penso no que rolou, pode?!
— Douglas Mancini —
Douglas Mancini nasceu no dia 10 de Outubro de 1997 no sul da Itália. Formado em direito, ele tomou a decisão de não exercer a profissão para seguir os passos de seu pai que tem um império que não tem nada a ver com direito ou leis do estado ou país. O queridinho de uma família italiana, Douglas foi o motivo para que todos trocassem um país pelo outro. O rapaz havia sonhado que o seu pai iria ter muito sucesso com uma empresa no estado de São Paulo. Arthur seguindo o sonho de seu filho, mudou para o Brasil e com muito pouco tempo percebeu que o sonho de Douglas era na realidade uma profecia, isso porque seu patrimônio duplicou com a empresa na avenida Paulista. Enfim, Douglas sempre foi um homem bastante complicado e genioso, mas além de aventureiro, ele é uma pessoa de bom coração e sempre tenta ajudar todos, agora mais porque sua deficiência lhe mudou.
Atualmente, Douglas tem o costume de visitar instituições para fazer doações às crianças portadoras de deficiência e também aquelas que estão passando pelo câncer. Ele chega a se vestir de palhaço para divertir-los.
Claro que nada é flores, Douglas não conseguiu se livrar do seu ciúmes doentio e também do seu lado que chega ser até um viciado em sexo. Sem namorado ou vontade de sair para noites casuais, ele bate uma.
Sem falar também que com o acidente, Douglas perdeu os amigos que costumava chamar de irmãos. Todos eles começaram a agir com preconceito pelo o amigo agora mancar de uma perna e isso quase fez com que ele pegasse depressão, essas pessoas eram as que ele mais passava seu tempo.
Depois de bem e recuperado do trauma, Douglas quis voltar no local do acidente para tentar entender como que poderia ter acontecido já que ele pilotava muito bem, mas não obteve a resposta que buscava. Tudo faz parte de um mistério ou consequência?
— Continua… —
21 de Janeiro
Acordo-me e abro as cortinas para dar bom dia ao dia maravilhoso lá fora, não sei o motivo, mas despertei contente essa manhã.
Levanto-me e me preparo até com mais animação e entusiasmo, estranho, né?!
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