Após um dia chuvoso, decidi sair para caminha, pegar um ar fresco da noite, até aí tudo bem, até que escorrego, e bato a cabeça, provavelmente, quando acordo eu não estou mais no meu bairro, ao abrir os olhos, levanto a cabeça lentamente e olho ao redor, era um lugar desconhecido, que eu nunca tinha visto, ouço vozes, um idioma que não entendo, não sei onde estou e nem o que esta acontecendo.

De repente vejo um espelho em frente a mim, penso comigo, pera aí, essa não sou eu, quem é essa pessoa refletida, cabelo branco como neve, olhos rosados e brilhantes como um diamante rosa, uma beleza sem igual.

Mas novamente um pensamento me veio a mente, essa não sou eu, e nem parece ser algo natural no planeta terra, onde eu vivo, onde eu existo, parei por um minuto, me sentei e tentei organizar meus pensamentos, se eu estava caminhando, escorreguei e cai, e não estou mais no meu bairro, só tem uma explicação plausível, eu morri e estou no céu, no mais ala do além, ou estou em coma e sonhando, logo então dando um tapa no rosto, e sentindo uma dor enorme, com isso constatamos que não estamos sonhando, logo então estou em outra dimensão.

Como assim o caminhão do outro mundo não me pegou, como eu vi para aqui, sou apena uma universitária que largou a faculdade e trabalha muito para ganhar cada centavos para se manter, pois e, essa sou eu prazer, me chamo Julia, ou era assim que eu me chamava.

Vamos manter a calma, agora que finalmente sabemos o que provavelmente esta acontecendo, agora o segundo passo e saber onde estou, e quem eu sou, a julgar pelo local que estou não pareço que sou uma pessoa rica ou bem tratada, esse quarto e escuro e mal ventilado, e está em um local mais alto da casa aparentemente, olho ao redor e vejo que a janela que mais parece uma claraboia entre aberta, está de noite do lado de fora, não a muito o que fazer agora e nem ver, o jeito e esperar amanhecer e então averiguar o que esta acontecendo com meu eu atual, seria ótimo se as lembranças antigas atingisse meu consciente, igual às novelas que eu lia antes, como magica, mas se essas memorias ainda não chegaram até mim, provavelmente não iram voltar, pelo menos não agora, o melhor jeito será descobrir da pior maneira, vivendo na pela, não consigo dormir a ansiedade toma conta, e vários pensamentos começam a passar pela minha cabeça, lembranças das novelas e mangas que lia, e uma coisa e certa, nunca reencarnam na protagonista, de repente sentir um arrepio na espinha, penso comigo, isso não e um bom sinal, e melhor eu dormir e descansar para saber tudo amanha, essa noite foi muito longa.

Já de manhã, olho novamente pela a janela, vejo um jardim, ouço passos do lado de fora, então a porta se abre, então duas mulheres entram e começa a falar para eu não desafiar novamente o chefe da casa, com isso vem a pergunta, quem é o chefe da casa.

As duas mulheres vestidas com uniforme que parecia que tinha saído de um filme de época, no estilo europeu, avental com babados e um pouco bufante, só então percebo que estou uma camisola branca de seda e renda, não parecia uma roupa de dormir que uma empregada usaria, ainda intrigada com quem poderia ser o chefe da casa, e sem memória, decido então fazer o que a maioria das reencarnadas fazem, quem são vocês? Elas um tanto incrédulas se olha entre si, e falam, minha senhora, oque a senhora quer dizer com isso, então percebo que não sou uma das empregadas, mas então por que eu estava trancada, pergunto novamente, quem são elas, e o que vão fazer comigo, elas ficam assustadas, e uma das empregadas falam, senhora sou eu Ana, sua serviçal pessoal, as olho com desconfiança, afinal quando abriram a porta elas não me trataram com cortesia que deveriam por serem minhas serviçais pessoais, decido manter a amnésia, e então começo a falar em tom alto quer não quero que elas me toquem, que não sei quem são elas, os outros empregados logo percebe o barulho, uma delas me agarra pelo braço com força, então a empurro e saio correndo, pedido socorro, acabo trombando em um homem de meia-idade, parecia uma parede de tao alto que era, eu estava fraca e muito magra, cai de bunda no chão, o mordomo estende a mão e fala, posso ajudar a senhora, eu então afasto a minha mão e me levanto sozinha, e tento sair novamente, mas logo chegam as duas empregadas, o mordomo então pergunta para elas o que estava acontecendo, elas pareciam assustadas, e falam que quando foram me acordar eu não estava no quarto e que quando me encontraram eu estava correndo pelo corredor, logo então eu percebi que ninguém além das sabiam que eu estava presa no quartinho a noite passada, e que não era ordem do chefe da casa, mas sim das duas empregadas, eu decido então interromper o que elas falavam, e digo! Quem são vocês, o que querem de mim? O mordomo faz cara de surpresa e, ao mesmo tempo, assustado, e me pergunta como assim minha senhora, eu sou Diego, o mordomo da família Valente, ao qual a senhora e a anfitriã, olho para ele com cara dê o que você esta dizendo, e logo eu falo, não eu não sou eu sou, eu sou, eu sou, quem eu sou? O mordomo percebe minha confusão e pergunta para as empregadas o que aconteceu, elas se olham entre si, e quando elas estavam preste a abrir a boca novamente, eu as interrompo, e falo que eles estão mentindo, pois como eu sendo a anfitriã de uma casa acordaria trancada em um quarto escuro e sujo, e como que aquelas duas empregadas tentariam me bater, e mostro minhas pernas e bracos com marcas vermelhas, o mordomo vendo aquilo, ficou corado, pois eu estava mostrando minhas perna e bracos nus, mas, ao mesmo tempo, se mostrando assustado e preocupado, o mordomo então cochicha no ouvido de um servente que estava ao lado, minutos depois chegam quatro soldados e seguram as empregadas, elas começam a chorar e pedirem para eu as perdoá-las, e que não faram mais nada disso, mas eu digo que não sei do que elas estão falando e me agacho no chão e começo a chora, eu senti medo nesse momento, ansiedade, e frustração de estar num lugar desconhecido em um corpo que não era o meu, e aparentemente sendo mal tratada pelas empregadas, e provavelmente casada com alguém que nem notou que a sua esposa estava sofrendo, o mordomo vendo todos o meu desespero disse, minha senhora já mandei chamar o senhor, e logo ele estará aqui, vou pedir para alguém a levar para o seu quarto, também já chamei o doutor, não se preocupe, eu o olho e o agradeço, com a voz tremula e chorosa eu fala, seu nome e Diego certo? Muito obrigada, Diego!

Agora sou conduzida ao quarto por outra funcionária da casa, e o mordomo Diego me acompanha todo o caminho, olho para o mordomo e penso comigo o quão bonito ele é, chegando ao quarto, vejo que o quarto e muito grande, maior do que a minha casa que eu vivia anteriormente, moveis de madeira com detalhes dourados, será que é ouro? Vejo cortinas claras e limpas, um quarto de madame, então me pergunto do porquê minha anfitriã está tão magra e debilitada, deito na cama, há muitas pessoas ao meu redor, não conheço ninguém, não consigo me lembrar de nada ainda, fico incomodada.

O médico chega e começa examinar-me, e me pergunta se eu lembro dele, eu não minto, digo que nunca o vi antes, risos interno, é verdade, o médico se apresenta, seu nome é Chaviér, ele então me pergunta, a senhora se lembra o que aconteceu no dia anterior? Eu lhe digo quer só me lembro de ter acordado no quarto escuro, estava com muita cede e com o corpo doendo e muito quente! O médico olha para o mordomo e pergunta onde está o senhor Valente, então eu interrompo e pergunto, quem é o senhor que eles tanto falam, o médico fica com um olhar assustado e, ao mesmo tempo, incrédulo, eu continuo dizendo, quando abriram a porto as duas mulheres me falaram que eu estava la trancada por desafiar o chefe, mais uma vez vejo espanto nos olhos do médico e do mordomo. O mordomo então logo me responde que o senhor Valente nunca faria tal coisa, pois ele é o meu esposo, eu faço cara de confusa e incrédula, e continuo dizendo, então como um esposo não se daria conta da minha condição atual, isso não mostra que é um esposo que não se importa em nada com o que acontece com a sua esposa, talvez ate deixa isso acontecer de proposito, um clima tenso se forma, Diego e o médico ficam espantados, então logo o médico responde, minha senhora é que a senhora nunca deixou que a examinasse, e nem deixava que outros funcionários da casa chegasse até a senhora.

Isso me faz pensar que, na verdade, minha anfitriã não é segura de si, e provavelmente sofreu maus tratos desda infância, e quem sabe ate hoje sofre, preciso saber mais sobre meu eu atual, então pergunto a Diego: Diego, eu tenho família, pai, mãe, irmão, algo assim?  Diego faz um cara desconcertada e quando esta preste a responder águem bate a porta, e outra funcionária, ouço Diego a chamar de Neli, eles conversam entre si, então Diego vem e diz que o senhor chegou e logo vira ao quarto, deve ter se passado quatro horas desdo escândalo no corredor, esse senhor Valente demorou um pouco, mas tenho que considerar que ele aparentemente não estava em casa, e que o mordomo lhe mandou chamar, sendo assim dependendo de onde ele estava veio rápido, isso será que quer dizer que se importa com essa mulher, que no momento sou eu.

Reencarnações ou possessões, deveriam vir com um folheto explicativo, afinal não sei o que exatamente esta acontecendo e isso me deixa muito confusa, esse corpo é meu ou não, irei retornar ou meu corpo original, ou não, uma coisa é certa, eu realmente não estou no ano de 2023,e agora chegou a hora de ficar de frente com o me esposo, isso me traz sentimentos de medo, panico, euforia, curiosidade, uma mistura de sentimentos.

E agora chegou a hora de conhecer meu marido, o que será que vai acontecer.