Há alguns anos atrás, algo absurdo aconteceu entre as duas famílias que antes, eram carne e unha, e hoje, a desgraça um do outro. Maldita façanha! Tamanha era a raiva dos mocinhos, pouca era a vergonha dos vilões.
— Como puderem fazer isso? Nos traíram e agora nossa empresa irá falir! — O Sr. Cooper expressou sua indignação com uma voz alterada acompanhada de uma expressão fortemente marcada por sua raiva.
— Sinto muito, mas hoje, é preciso fazer tudo que estiver ao nosso alcance se quisermos crescer neste meio de negócios. Você deveria estar preparado, não? — Disse o Sr. Miller, sem mostrar qualquer consideração ao seu companheiro de negócios.
— Isso não permanecerá assim, você e sua família irão pagar por tudo que estão fazendo! — Proferiu o Sr. Cooper ao tremer de raiva e decepção. Nesse momento, a porta foi aberta e um menino que aparentava ter por volta de seus 11 anos, adentrou a sala.
— Papai? Por que está bravo? — O garotinho perguntou demonstrando sua curiosidade e medo.
— Não é nada, meu filho. Vamos embora! — O Sr. Cooper pegou a mão do garoto e sem olhar para trás, foi‐se embora enquanto sentia seu coração pesar.
Tolos são aqueles que confiam cegamente em seus aliados mais próximos. A família Cooper pôde sentir o peso dessas palavras todos os dias desde esse ocorrido.
...~✿~...
Atualmente...
— Senhor! A filha da família Miller não mora mais na mansão Miller. — disse Lian, o secretário e primeiro assistente do Noah, o presidente da corporação Cooper.
— Então descubra onde ela está morando! Quero saber tudo sobre ela, não vou deixar que essa família podre saia impune do que fizeram. — ordenou Noah enquanto travava seu maxilar.
— Sim, senhor!
^^^(...)^^^
Seis da manhã, o despertador começou a tocar, Mia se levantou de sua cama sem pressa alguma e encerrou aquela barulheira, em seguida ela foi para o toalete enquanto bocejava e adentrou no local, fez sua higiene matinal e foi para a cozinha preparar o café da manhã.
— Bom dia! — a voz alegre de um certo rapaz ecoou pela cozinha e Mia olhou em direção ao balcão onde o dono da voz masculina estava.
— Bom dia, dorminhoco! — Mia sorriu contente.
— O quê está fazendo? — perguntou Nick enquanto seguia com seu olhar a jovem que andava em direção a geladeira.
— O café da manhã, bobinho. — Mia respondeu enquanto tirava uma caixinha de leite da geladeira.
— Engraçadinha, você entendeu. — disse Nick a encarando com os olhos quase fechados e Mia riu de sua cara sonolenta.
— Estou fazendo panquecas. — pôs o leite em cima da mesa de mármore cinza.
— Opa! adoro panquecas! — logo ele puxou um banquinho em frente ao balcão e se sentou.
— Eu sei, por isso estou fazendo. — disse enquanto estava concentrada nos seus afazeres momentâneas.
Depois do café da manhã, Mia e Nick se arrumaram e foram para a faculdade. Na entrada da universidade, ambos avistaram Thomas com seu cabelo preto bagunçado os esperando para começar suas brincadeiras logo de manhã cedo, como sempre fazia.
— O casal finalmente chegou! — disse Thomas com um sorriso amarelo estampado no rosto.
— Não começa, Thomas. — proferiu Mia ao notar a malícia do amigo ao chama-los de casal.
— Ah, o Nick não reclama. — retrucou Thomas.
— Cala a boca, ainda é muito cedo pra falar tanta asneira assim. — ordenou Nick com uma voz tediosa.
— Ok, ok, não tá mais aqui quem falou! — disse Thomas se rendendo.
— Vamos entrar logo, a Layla deve estar nos esperando. — Mia passou pelo portão, entrando por completo na universidade, Nick e Thomas acompanharam Mia que ia um pouco mais a frente enquanto os dois cochichavam sobre algo.
Depois de se encontrarem com a Layla, cada um foi para uma sala diferente, tiveram todas as aulas e ao meio dia já estavam indo para casa, Layla e Thomas se despediram e foram embora primeiro. Mia voltou para o apartamento juntamente com Nick e almoçaram, após o almoço Nick saiu para o restaurante que seu pai tinha deixado aos seus cuidados e Mia foi para seu quarto para dar continuidade ao seu primeiro livro.
A jovem Miller estava focada na criação de sua obra, de repente seu celular recebe uma chamada inesperada, e sem demora, Mia pegou seu aparelho e atendeu aquela ligação sem ao menos olhar de quem se tratava.
— Alô, quem fala? — perguntou Mia ainda concentrada em seu caderno.
— A quanto tempo, senhorita Miller! Sou eu, Hector. — Mia se levantou abruptamente de sua cadeira ao ouvir tal nome.
— Ah! Senhor Hector, que surpresa! — disse Mia toda abobalhada.
— Como está indo a produção do seu primeiro livro? — perguntou o senhor.
— Bom... eu diria que bem. — respondeu de forma pensativa.
— Espero que sim, você tem um tempo hoje? quero ver um pouco de sua história.
— Claro! — afirmou Mia com uma leve empolgação em seu tom de voz.
— Venha me ver no escritório, às três horas da tarde. Estarei esperando.
- Ok, até lá senhor! — Mia encerrou a chamada enquanto mantinha sua expressão animada. Ser escritora era seu maior sonho, o senhor Hector, um famoso escritor de toda america estava disposto a ajudá-la, mas para isso, ela teria que se esforçar muito.
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Página 02
Eram aproximadamente duas horas da tarde, Noah Cooper havia acabado de finalizar uma reunião com seus subordinados e estava voltando para o seu escritório. Caminhando elegantemente pelo corredor luxuoso com paredes de vidro e chão feito de mármore branco, ele trajava um paletó clássico de três botões com uma gravata cinz escuro e um par de Derby em seus pés. Com um belo rosto simétrico e sério, Noah se destacava, não por ser o presidente, mas sim por ter muita presença, e quando usava alguma roupa que mostrasse suas tatuagens no braço esquerdo e no lado direito do pescoço, chama mais atenção que o normal.
Depois de percorrer alguns poucos metros, ele finalmente havia se aproximado de sua sala, pôs a mão direita na maçaneta, mas antes que pudesse abrir a porta, seu assistente se aproximou e pediu por sua atenção.
— Presidente, fiz como o senhor mandou e descobri tudo sobre a garota. — disse Lian Davins e entregou uma pasta para o jovem Cooper que pegou o objeto e logo em seguida o agradeceu acenando a cabeça positivamente.
— Está dispensado. Poderá ir para casa mais cedo. — disse o Cooper antes de entrar em sua sala e fechar a porta com uma certa pressa. Após se dirigir a sua mesa, Noah se sentou em sua cadeira e sem demora, ela abriu a pasta branca, tirando alguns papéis e fotos. Antes de lê-los, Noah pegou uma foto da qual mostrava Mia Miller conversando com uma garota em um cyber café. — Então é assim que você ficou... — Noah passou o polegar de sua mão esquerda em cima da fotografia enquanto esboçava um leve sorriso despercebido de sua parte. — É uma pena que vem de uma família tão podre. — e de repente, seu sorriso desaparece, deixando apenas um olhar frio em seu rosto.
Após um tempo analisando todas as informações sobre a Miller, Noah ficou um pouco pensativo, era como se estivesse prestes a exitar suas futuras jogadas. Por algum motivo, Mia não parecia ser tão próxima á família, se eles não tivessem ligações, do que adiantaria destruir a vida da filha dos Millers se eles não se importassem com ela? Aquilo já estava o irritando e o deixando ansioso.
Antes que seus pensamentos os levasse para mais longe, seu celular começou a tocar e Noah foi retirado de seus devaneios de forma repentina, o levando a olhar para a tela do aparelho que estava ao lado dos papéis em cima da mesa. Vendo de quem se tratava tal chamada, logo ele pegou o celular e atendeu a ligação enquanto passava sua outra mão livre em seu rosto na tentativa de voltar completamente a si.
— Oi, Amy. — sua voz quase inaudível e tensa chamou a atenção de sua irmã do outro lado da linha.
— O que você tem? algo aconteceu? — a mais velha o interroga sem pensar muito.
— Não, não. Só estou um pouco exausto. — afirmou ele enquanto relaxava seu corpo na cadeira.
— Ah... Então não virá ver o Mathew hoje? — ao ouvir sobre seu sobrinho, Noah deixou um sorriso escapar novamente de seus lábios.
— Por que não iria? É apenas um cansaço, eu dou conta do garotão! — Noah falou confiante e uma gargalhada foi ouvida do outro lado da linha telefônica.
— Então, pode vir buscá-lo mais cedo? Tenho algo para resolver e não posso levá-lo. Ele não quer ficar com a babá, disse que quer passar a tarde com você!
— Claro que posso! Estou indo agora mesmo. — proferiu Noah.
— Obrigada maninho, sei que você é muito ocupado.
— Amy, o que você fez pela nossa família, foi bem mais do que uma boa irmã poderia ter feito, então sempre que precisar, não exite em me procurar.
— Está bem... Até logo!
— Até!
Depois dessa conversa, Noah foi pego novamente em seus pensamentos, mas dessa vez eram lembranças. Amy Cooper, sua irmã mais velha, com apenas 18 anos, se casou com um grande empresário para salvar a família de uma falência absurda. O homem queria se casar com Amy mas ela não o queria, depois de ver sua família afundar, ela decidiu que se casaria com ele se ele ajudasse a empresa de seus pais, e assim foi feito, tudo sem a família saber, quando ela conseguiu o cheque, o dinheiro foi todo para a empresa, depois que os pais de Noah e Amy descobriram, eles ficaram arrasados, não queriam sacrificar a própria filha por uma empresa, mas o ato já havia sido feito. Com a grande quantia de dinheiro, aos poucos eles foram reerguendo a companhia até que os negócios começaram a fluir e a empresa voltou a ativa, crescendo muito em apenas alguns anos. Com o passar do tempo Amy e o tal empresário já não tinham mais um contrato, mas Amy se apegou a ele.
Noah suspirou fundo ao relembrar coisas que não queria, mas não deixou aquilo o abalar, eram apenas más lembranças. Olhando novamente para a fotografia da senhorita Miller em cima da mesa, Noah se levantou de sua cadeira e ajeitou a gravata sem tirar seus olhos daquela foto. Por fim decidiu guarda todas aquelas informações dentro da pasta e a levou consigo quando saiu de seu escritório. Noah voltou para a mansão e tomou um banho, se arrumou e pegou a chave do seu Range Rover e foi de encontro ao seu sobrinho. Embora Noah odiasse a ideia de sua irmã ter se casado pela família, ele se sente feliz por ela ter tido o Mathew.
Chegando no condomínio onde sua irmã morava, Noah nem ao menos precisou entrar no local pois Mathew e Amy já estavam saindo pela portaria.
"—Provavelmente, ela está indo resolver os seus compromissos."
Pensou Noah ao avista-los saindo do condomínio. Noah desceu do seu carro e Mathew correu na sua direção.
— Tio!! — exclamou o garotinho pulando em seus braços o abraçando.
— Olá, garotão! — Noah o segurou sorrindo e o ajeitou em seus braços.
— Vão para casa ver a mãe e o pai ou passear? — perguntou Amy se aproximando dos dois.
— Hum... que tal irmos ao parque primeiro? Quanto mais cedo,melhor! Não acha? — sugeriu Noah olhando para Mathew que sorriu e balançou a cabeça positivamente mostrando estar contente.
— Ok. Tomem cuidado. Queira ficar mais, mas já estou atrasada! — Amy beijou as bochechas dos dois indivíduos e saiu apressada em direção ao seu carro.
— Tchau mamãe, até amanhã!
— Tchau meu amor, divirtam-se. Noah, cuida bem do meu bebê! — disse Amy entrando em seu carro e baixando o vidro da janela.
— Pode deixar! — disse Noah sorrindo para a irmã mais velha.
"—Já faz tanto tempo, e ela continua atrapalhada!"
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Já eram quatro horas, Noah havia levado Mathew para o parque e ele passou bastante tempo brincando com seus colegas, depois disso, os dois foram para a sorveteria para passar o resto da tarde tomando sorvete.
— Tio, eu quero outro! — disse Mathew com sua boca suja de sorvete de chocolate.
— Tá bom, mas é o último! — disse Noah, pois já era o terceiro sorvete que o pequeno Mathew pedia em uma hora.
— Ebaa, o tio é o melhor!
— Não fala para a Amy que eu te trouxe aqui de novo, e muito menos que deixei você tomar três potinhos de sorvete ou ela não vai te deixar sair comigo de novo. — Noah aconselhou o pequeno e ele concordou enquanto se levantava para escolher outro sorvete. Enquanto Mathew escolhia outro sabor diferente, Noah apenas observava a rua pela grande janela de vidro da sorveteria. De repente, seu celular tocou e Noah o tirou do bolso da calça, vendo que era Lian, ele atendeu na expectativa de que o assistente tivesse algo para falar sobre Mia Miller.
— Noh! — Lian o chamava de "Noh" quando estava fora do trabalho. Os dois eram muito amigos, mas Lian era tão proficional quanto ao trabalho, que agia de forma subordinada ao seu chefe, para evitar conversas de seus colegas nos corredoresda empresa. — Tem algo que não está incluído na pasta de arquivos! — Lain mal esperou para falar, Noah iria o responder mas Mathew voltou para a mesa segurando um sorvete de creme de morango com baunilha, então ele parou sua boca entreaberta cortando sua fala, não queria tratar desse assunto na frente de seu sobrinho.
— Mathew, eu tenho algo para falar com um amigo. Irei para fora, me espere aqui, entendeu? — se levantou do pequeno sofá de frente para a mesa.
— Uhum. — disse Mathew com a colher na boca. Tendo a compreensão do garoto, Noah foi para fora da sorveteria.
Enquanto Noah falava ao telefone, Mia já havia falado com o senhor Hector e estava voltando para o apartamento, passando em frente a uma sorveteria, ela avistou um garotinho correr atrás de um cachorro que estava no meio da rua, nesse momento, um carro dobrou a esquina em alta velocidade e Mia percebeu que o carro estava indo em direção ao garoto sem diminuir a velocidade. Sem pensar duas vezes, Mia correu em direção ao menino, com o susto do carro indo em direção a eles e a aproximação repentina de Mia, o cachorro correu para o outro lado da rua no mesmo momento em que Mia puxou o garoto para os braços dela o tirando do meio da pista. Os dois corpos colidiram e caíram na calçada, o carro passou direto sem nem sequer parar para ver se estavam bem. Foi tudo muito rápido mas aquilo chamou a atenção de todos que estavam passando pelo local.
— Garotinho, você está bem? Se machucou? — Mia se levantou do chão e ajudou o garoto a se levantar também. — Você não pode ir para o meio da rua desse jeito!
— MATHEW!! — uma voz grave e desesperada chama a atenção do garoto que olha em direção ao homem, Mia olha para a mesma direção seguindo o olhar do garoto que até então não havia falado nada. O Homem era alto, bonito e elegante, mas a jovem o achou estranho pois quando ela virou seu rosto seus olhos se encontraram com os dele e o homem ficou paralisado, sua expressão era nitidamente confusa e assustada, mas depois de longos segundos, o homem voltou a si e pegou o garoto em seus braços.
Noah havia tirado sua atenção do garoto por alguns segundos e quando encerrou a chamada, antes mesmo de entrar na sorveteria ele viu que seu sobrinho estava prestes a ser atropelado por um carro. Antes que ele pudesse reagir, Mia salvou o garoto. Noah correu até eles e ao se aproximar reconheceu aquele rosto feminino, sua reação foi inesperada, ele paralisou, suas mãos começaram a suar e seu corpo estremeceu por um breve momento, mas logo voltou a si pois sua preocupação com o Mathew foi maior que a surpresa de ver Mia inesperadamente salvando seu sobrinho.
— Tio, me desculpe... — disse Mathew prestes a chorar.
— Está tudo bem. Entre no carro, vou te levar para casa. — Noah o colocou no chão.
— Moça, obrigado por me salvar. — Mathew a olhou com uma cara fofa que a fez sorrir.
— Está tudo bem. Não seja tão descuido da próxima vez, ok? — comentou Mia.
- Uhum. Tchau moça bonita! — Mathew acenou para ela e foi para o carro.
— Tchau, garotinho! — ela deu um sorriso meigo. Noah ainda a olhava sem disfarçar.
— O senhor está bem? — ela o olha preocupada inclinando seu rosto um pouco para frete.
— Ah... Hum! Sim, estou bem. — Noah forçou a garganta e ajeitou a camisa tentando se recompor.
— Então... já vou indo. — disse Mia se despedindo com um aceno e dando as costas para ir embora pois estava atrasada para o trabalho. Noah não estava pensando direito, ficou a olhando ir embora por alguns segundos antes de entrar no carro. Depois disso ele voltou para casa com Mathew ainda perplexo com o que havia acontecido.
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Página 03
Ao chegar na mansão Cooper, Mathew foi ver os avós que estavam na varanda. Noah pegou a pasta que havia deixado dentro do carro e foi para o quarto, se jogou na poltrona de couro e passou a mão em seu cabelo, soltou o ar pela boca, deixando sair um som que indicava exaustão e inclinou a cabeça para trás.
"—O que houve comigo? O meu coração disparou? Não... deve ter sido causado pelo susto!"
"—Aquela mulher... Realmente se arriscou pelo meu sobrinho... Acho que estava tentando me enganar. Ela não é assim tão ingênua, a Mia vem de uma família manipuladora e suja, ela nunca seria uma boa garota."
Noah abre a pasta e pega novamente uma foto. Dessa vez, uma em que a Mia estava na universidade, em pé debaixo de uma árvore conversando com algumas pessoas, ela estava sorrindo, um sorriso muito bonito e puro.
"—Tenho que admitir... Pessoalmente ela é bem mais bonita do que mostra ser nas fotos."
Noah ficou perdido em seus pensamentos e vidrado nas fotos da garota de cabelos longos e castanhos claros, olhos cor de mel, pele bem cuidada e corpo esbelto. Ao perceber sua fascinação pela garota, Noah jogou as fotos em cima da pequena mesinha de centro em frente a poltrona que estava sentado, se levantou, foi em direção a estante de vinhos importados dentro do closet e abriu o primeiro vinho que seus olhos alcançaram.
"—Não posso perder o foco!"
...~✿~...
Mia chegou em casa e assim que entrou, viu Nick deitado no sofá, assistindo à um programa de culinária.
— Chegou cedo hoje. — comentou Mia enquanto fechava a porta.
— Onde você foi? — Nick pergunta sem desviar seus olhos da TV.
— Fui ver o Sr. Hector. — afirmou tirando um de seus sapatos.
- Ah, o escritor que está te ajudando?
— Uhum. — Mia concordou enquanto tirava o outro sapato. Ao passar pelo meio da sala, Nick finalmente a olhou e notou que seu short estava sujo de poeira.
— O que aconteceu com a sua roupa? — perguntou curioso.
— Eu caí tentando salvar um garotinho de ser atropelado. — Mia falou naturalmente enquanto subia os degraus da escada.
— Mia, você tem que parar de ser tão impulsiva, já pensou se acontecesse algo com você? — Nick se levantou do sofá e foi atrás da mesma.
— Eu sei..., mas você faria o mesmo!
— Não tenta inverter a situação. — Nick a seguiu até o quarto.
— Tá, tá bom, você se preocupa demais. — disse Mia ao se virar e vê Nick encostado na porta do quarto.
— Você tem que pelo menos ter cuidado consigo mesma. — O rapaz mantinha os braços cruzados acima do estômago.
— Já entendi! Deixa de ser chato! Se continuar mal-humorado, vai ficar feio. — Mia se aproxima do loiro e aperta suas bochechas.
— Ai! Pare! Se ficar tão perto assim, vou te beijar! — disse ele afastando as mãos dela das suas bochechas.
— Hahaha! Pervertido. — disse Mia num tom brincalhão e Nick entrou na brincadeira, a mobilizando com as duas mãos presas atrás das suas costas.
— Eu nem dei motivo pra você me chamar assim, se eu der, espero que não fique irritada. — disse Nick com um sorriso meia boca.
— Ai! Tá bom, agora me solta, preciso tomar um banho e ir trabalhar. Hoje o jantar ficar pra você! — disse Mia o empurrando e virando o rosto. A atitude de Nick a deixou vermelha mas o rapaz não percebeu. Nick apenas cruzou os braços e a encarou indignado. — O que foi? Por que tá me olhando assim? — perguntou Mia pegando sua toalha de banho.
— Tínhamos marcado de ver um filme hoje, lembra?
— Ah... Desculpa, é que o meu chefe pediu que eu fosse hoje, a Mary ficou doente e eu vou ter que encobrir o turno dela.
— Tá bom, a gente marca outro dia, só espero que o Thomas não me dê spoiler.
— Relaxa, a Layla não vai deixar. — Mia entra no banheiro e Nick sai do quarto fechando a porta logo em seguida. Depois do banho, Mia vestiu um conjunto de moletom cinza e amarrou seu cabelo em um rabo de cavalo, pegou sua bolsa e o celular, desceu as escadas, se despediu do Nick e foi para o trabalho.
Já eram seis horas, o turno começava às seis e meia então ela teve que se apressar, pois a livraria onde trabalhava ficava um pouco longe. Mia não havia prestado atenção na hora antes de sair, por isso não pediu ao Nick para que a levasse no seu carro.
^^^(...)^^^
Já na manhã seguinte, Noah acordou no mesmo horário de sempre e foi para a empresa. O dia estava ensolarado, as ruas estavam bem movimentadas e os funcionários bem agitados. Naoh estava concentrado no seu escritório assinando alguns documentos, até que alguém bateu em sua porta tirando totalmente o foco do que estava fazendo. Noah mandou o indivíduo entrar e assim ele fez.
— Presidente, aqui está o arquivo do começo das obras que estavam a faltar nos papéis. — o homem deixa o envelope em cima da mesa.
— Ok, pode sair agora! — o mesmo se retira, mas antes que fechasse a porta, duas pessoas que aparentemente tinham a mesma idade de Noah aparecem e entram.
— Chefão! — diz o moreno alto e robusto.
— Simon? O que faz aqui? — Noah perguntou sem mostrar muita emoção.
— Vim visitar o meu amigo de longa data, mas parece que ele não sabe receber visitas! — falou o moreno de terno.
— Você me conhecemuito bem, já deveria ter se acostumado com isso. — disse Noah voltando a assinar os papéis.
— É, parece que eu to sobrando aqui. — uma mulher alta de pele clara e cabelos longos e pretos, com uma saia social preta e a blusa branca elegante, pronunciou-se.
— Olívia! Que surpresa ver-te aqui! — exclamou Noah com uma voz brincalhona e irônica, porém, de forma divertida e amigável. Simon cruzou os braços e revirou os olhos ao perceber a diferença de recepção que Noah dava aos dois.
Simon, Olívia Max e Lian são os amigos mais próximos que Noah tem e os únicos que são de confiança, mas Noah e Lian sempre foram muito sérios em relação ao trabalho, por isso é como se fossem apenas chefe e secretário, no entanto, a amizade deles sempre foi mais que isso.
Olívia e Simon passaram um bom tempo conversando sobre diversos assuntos, até que Noah lembrou do horário que Mia saía da faculdade. Os dados naquela pasta estavam servindo muito bem ao seu favor e ele faria bom uso disso, então resolveu acabar com a conversa e entrar em ação.
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