Meu nome é Mia Carl Morgan Brown, tenho vinte e dois anos e sou estudante Universitária em uma das Universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos e do mundo, Columbia. Estou no meu último ano de gestão de empresas e espero terminar em breve, pois pretendo ajudar os meus pais na empresa de Marketing de publicidade que futuramente será minha. Tenho uma estrutura média, os meus cabelos são pretos, volumosos e o cumprimento vai até a cintura, eu amo os meus cabelos, mas sempre amarro eles no topo da cabeça pra não me atrapalhar enquanto estudo ou faço qualquer outra coisa importante. Os meus olhos são azuis claro, da cor do céu, são marcantes e deve por isso que os meus amigos dizem que tenho rosto de uma menina de dezasseis anos. Os meus lábios são carnudos e rosados, mas eu nunca passo batom neles, acho que não é necessário e cá entre nós, não sou muito fã de maquiagem e todas essas coisas que a indústria da beleza e estética inventam pra deixarem as mulheres mais lindas e ousadas. O meu corpo é esbelto posso assim dizer, tenho ancas largas, uma bunda redonda chamativa e uma cintura fina, mas eu nunca uso roupas justas porque não gosto de chamar atenção com o meu corpo, prefiro que as pessoas vejam o que realmente importa, a minha essência, o que está dentro de mim. Os meus seios são pequenos, redondos e pontudos, por isso mesmo nunca uso sutiã, pois não vejo a necessidade.
Tenho três melhores amigos, a Michelle que é um ano mais velha que todos nós e que fica enchendo a nossa paciência por isso. Ela é a mais louca e a mais divertida de todos nós, sempre está alegre e deve ser por isso que sempre estou feliz também, acho que com o passar dos anos acabei percebendo que a vida deve ser vivida alegremente. Ela também estuda na Columbia, mas não está fazendo o mesmo curso que eu, ela está no último ano de Advocacia e assim que terminar irá trabalhar no escritório dos seus pais, eles são dois Advogados muito respeitados nos Estados Unidos e nunca perderam um caso importante. A Michelle é muito inteligente e tem uma energia contagiante, o mundo seria mais fácil de se viver se todos fossem que nem ela.
A Abigail é outra louca também, eu acho que ela e a Michelle são gêmeas, elas sempre concordam uma com a outra, pensam igual, aprontam igual e ninguém é capaz de detê-las quando estão juntas. A Abigail também está no último ano de gestão de empresas e estudamos juntas, sentamos lado a lado e nos passamos respostas quando estamos tendo dificuldades, já perdi a conta de quantas vezes fomos separadas por causa disso, mas ainda assim não deixamos de fazer algumas pegadinhas com os nossos Professores. Ela tem uma história triste de vida, perdeu os pais em um acidente aéreo no ano antepassado, mas mesmo assim não vê a vida como se fosse a sua inimiga. Atualmente vive com os seus padrinhos, o sr. Smith e a sra. Smith, são uns amores de pessoas e a tratam muito bem, são muito carinhosos e amorosos com ela e com todos a sua volta.
E o último do nosso quarteto fantástico posso assim dizer é o Wilson, ele é o mais sério de todos nós e vive se comportando como se fosse o nosso pai, sempre tenta colocar juízo na gente e reclama que todas nós somos sem noção, estudamos na mesma Universidade também e ele está no seu último ano de Economia, deve ser por isso que é muito sério e comprometido com as suas coisas. O Wilson é um cara legal, é comportado e sincero, mas o único problema mesmo é que não sabe se divertir, nós os dois não gostamos de boates e nem consumimos álcool, mas festa não é a única maneira de se divertir, existem muitas outras e ele devia explorar essas maneiras.
São dez e meia da manhã e a minha primeira aula do dia começa as doze horas hoje, não tenho um horário fixo, então tem dias que entro de manhã, outros dias de tarde e por aí vai. Não gosto de atrasar, sou muito séria quando o assunto é a minha formação, a minha educação.
Termino de usar o meu vestido soltinho de xadrez da cor azul branco com o comprimento abaixo do joelho e calço sandálias rasteiras brancas. Eu amo demais roupas soltas, em especial os vestidos, estamos no verão e não há razões para ficar vestindo calças jeans e nem saias justas, o nosso corpo precisa respirar e o nosso sangue deve circular sem nenhum problema. Como sempre, ajeito com elegância o meu cabelo no topo da cabeça e passo gloss nos meus lábios, pego na minha mochila e saio do meu quarto.
A mansão da minha família é muito chique e elegante, tem oito quartos suítes, duas cozinhas, três salas, uma de estar, de jantar, outra de jogos. Tem duas casas de banhos, um escritórios, uma sala de massagem e um enorme jardim com flores e plantas de diversas espécies. Eu cresci aqui e amo cada canto deste lugar, não gostaria de sair daqui nunca, mas um dia formarei a minha própria família e terei de sair da saia da minha mãe e da calça do meu pai.
- Bom dia dona Olívia - cumprimentei-a com um sorriso no rosto.
- Você sabe que detesto que me chame de dona pequena Mia - revirou os olhos.
- A culpa não é minha.
- De quem é então?
- Do hábito - falei, fazendo-a rir.
Dona Olívia trabalha para a minha família a vários anos, é uma senhora divertida dos seus sessenta e muitos anos que sofreu muito nas minhas mãos, eu era uma criança agitada e nunca ficava quieta, na verdade ficava sim, mas só se estivesse aprontando alguma travessura. Ela sempre cuidou bem de mim, brincava comigo e com as minhas bonecas quando as minhas melhores amigas ou a minha mãe não estavam, sou filha única e ela me fazia companhia quando eu ficava só. Essa senhora é especial para mim e nunca escondi isso de ninguém, nem mesmo dos meus pais.
Os meus pais são boas pessoas, apesar de serem muito ocupados fazem de tudo para estarem ao meu lado, faziam isso mesmo quando eu ainda era criança e agradeço a Deus todos os dias por ter me dado país incrível. Sei que não é fácil cuidar de uma empresa grande e ainda ter que dar amor e atenção aos filhos, mas eles nunca me deixaram de lado e sou grata por isso, não tenho do que reclamar.
- Tenha um excelente dia Dona Olívia, vemo-nos mais logo ou talvez amanhã.
- Não vai comer alguma coisa?
- Não posso, estou sem tempo e não quero chegar atrasada na faculdade, irei comer alguma coisa depois.
- Então prefere comer fora do que comer a minha comida hein mocinha?
- Você sabe que amo as suas comidas, mas hoje não vai dar não - sorri e beijei a sua bochecha por longos segundos - te amo Dona.
- Eu também te amo, cuide-se!
- Pode deixar - saí da cozinha em direção à garagem.
Tenho um BWM X5 branco que ganhei do meu pai no meu aniversário de vinte e um anos, ainda lembro-me da sensação ao ver essa obra prima na nossa mansão, foi incrível e maravilhosa, os meus olhos estavam marejados e o meu coração feliz, é o meu primeiro carro e irei amá-lo até o nosso último dia juntos. Todos os meus amigos já tinham os seus carros e eu não via a hora de ter o meu também, estava cansada de ir com o motorista para todos os lugares que quisesse e ter ganhado esse BMW X5 foi como se tivesse ganhado milhões de dólares na loteria.
Cheguei à Universidade faltando trinta minutos para a primeira aula começar e fiquei surpreendida ao ver a Abigail sentada na sala com os olhos fixos no caderno, essa garota nunca chega cedo, sempre chega depois de uns cinco ou dez minutos da aula começar e ver ela neste momento está deixando os meus olhos arregalados e o meu queixo caído, literalmente falando.
O que mais me surpreende é que ela está estudando, não que Abigail não estude, mas nós sempre estudamos em grupo ou individualmente nas nossas casas, não em uma sala de aula cheia de estudantes barulhentos.
- Bom dia Abigail, está tudo bem com você?
- Está sim, porquê não estaria? - respondeu sem tirar os olhos do caderno.
- Está conseguindo se concentrar com todo esse barulho?
- Um pouco amiga, mas preciso rever algumas matérias, ouvi por aí que o Professor Davis dará um teste surpresa.
O senhor Davis é o nosso Professor de contabilidade, está na casa dos seus quarenta e muitos anos e é bem chato, nunca ri e nunca o vi a conversar com um dos funcionários desta instituição, gosta de pegar no pé dos estudantes e é muito exigente.
- Quem falou isso pra você?
- O sobrinho dele, o garoto está a fim de mim, então deixou-me informada.
- O senhor Davis é um chato - revirei os olhos.
- Deixa de reclamar mulher, senta aí e estude um pouco, ainda temos vinte minutos.
- Como se isso fosse tempo suficiente para estudar, você sabe que sou boa em contabilidade, então não estou preocupada.
- Então cale a boca e me deixa estudar, eu não sou incrível nesta disciplina e não quero problemas com aquele chato.
- Tudo bem, força - bati no seu ombro de leve e sentei-me no meu lugar.
Nunca vi um Professor tão chato e tão exigente como o senhor Davis, ele faz da vida dos estudantes um inferno, mas parece que não faz o mesmo com o seu sobrinho, se eu fosse Professora seria chata para todos ou boa e simpática para todos, não abriria exceção para ninguém, mesmo se tivesse um sobrinho, um afilhado ou até mesmo um filho. Na minha humilde opinião o Professor Davis não devia mimar o sobrinho desse jeito, não devia dizer que dará um teste surpresa e nem devia supostamente dá-lo respostas da prova, dessa forma o sobrinho iria se esforçar mais e seria mais inteligente também.
Os seres humanos devem aprender que a vida não é fácil, que existem obstáculos e dificuldades que nós mesmos devemos enfrentá-los, sei que algumas pessoas pensam que as coisas são mais fáceis no mundo dos ricos, que os outros fazem as coisas por nós e que não nos esforçamos para nada, mas a verdade não é essa, pelo menos não no meu caso. Os meus pais sempre me ensinaram a conseguir as coisas sozinhas, que devo me esforçar para ser a melhor em tudo que faço e esse aprendizado irá comigo até ao túmulo. Desde criança aprendi a cantar sozinha, a fazer as minhas próprias tranças e a falar os idiomas que hoje domino bem, eu via vídeos no YouTube e baixava aplicativos que ajudavam no processo, deve ser por isso que os meus pais acabaram por me matricular no instituto de línguas de Nova Iorque, eles viam o esforço que eu fazia para me superar a cada dia.
Eu falo quatro idiomas, inglês que é a minha língua oficial, francês, espanhol e italiano, de todas elas amo mais o Italiano e a minha língua nativa, principalmente o inglês britânico.
Quando criança tive também aulas de balé, de piano, de afro dance e de makeup. Os meus pais queriam que eu tivesse gostos femininos e felizmente tenho, mas eles nunca me obrigaram a ser o que eu não quisesse, nunca me obrigaram a ser outra pessoa.
- Boa tarde turma - o Professor Davis entrou na sala com toda a cara fechada, bem fechada pra ser exacta - hoje farão um teste surpresa - então era mesmo verdade o que o sobrinho dele disse para a minha amiga. A Abigail e eu nos entreolhamos com sorrisos discretos nos rostos e demos de ombros, acho que ela teve tempo o suficiente para estudar um pouco em casa e aqui também, acredito que não terá problemas no teste e eu também não terei uma vez que sou boa nesta disciplina - por favor deixem os vossos matérias aqui à frente e se por acaso eu encontrar alguém colando na prova saiba que serei implacável.
Murmúrios por parte dos estudantes preenchem a sala de aula e isso faz com que o senhor Davis respire fundo e revire os olhos, nunca o vi fazer isso e devo dizer que até foi divertido.
Depois de arrumar os nossos materiais como o Professor ordenou, fizemos o teste em silêncio e confesso que foi um pouco difícil, resolvi algumas equações bem fáceis, mas outras eram complexas e tive uma e outra dificuldade, mas o bom é que consegui fazer todo o teste.
Agora estou com os meus três melhores amigos em uma das lanchonetes da minha faculdade e da Abigail, sempre nos encontramos cá no intervalo e depois das aulas para conversar e pra comer alguma coisa, é o nosso lugar favorito em Columbia e arrisco em dizer que é o nosso ninho de amor também.
- Aquele chato do senhor Davis pegou pesado no teste hein, mas o bom é que estávamos preparadas amiga.
- Vocês sempre reclamam desse senhor.
- É porque ele é muito chato.
- A Abigail tem razão, ele não é flor que se cheire não.
- Deixem de reclamar meninas pelo amor de Deus, vocês……
- Lá vai o nosso pai - Michelle falou, fazendo todo mundo rir.
- Eu não sou o pai de vocês - reclamou o Wilson de cara séria.
- Mas vive nos dando sermão o tempo todo.
- Isso porque vocês tem cérebro de formiga.
- Nossa! O Wilson contou uma piada, isso foi hilário.
- Eu não sei porquê ainda continuo andando com vocês.
- Para ser o nosso babá.
- meninas parem com isso por favor! - falei sorrindo.
- Você é a única que me ama neste grupo Mia.
- nós também te amamos pai - falaram em uníssono.
- Eu vou matar vocês - levantou da cadeira, fazendo com elas saíssem correndo da lanchonete.
Sou Miller David Moore, tenho trinta e cinco anos e sou o CEO mais bilionário, mais poderoso e mais influente dos Estados Unidos, o que não é uma tarefa fácil, na verdade é difícil, irritante e complicada, mas o bom de tudo isso é que é satisfatório ver os milhões de dólares que entram na minha conta e na conta da empresa todos os meses. Sou alto e tenho um corpo bem organizado e malhado, gosto de cuidar da minha aparência e deve ser por isso que algumas pessoas pensam que estou na casa dos vinte e poucos anos e não é pra menos, estou mais conservado que muitos jovens por aí. Tenho olhos castanhos escuros e cabelos pretos, os meus lábios são volumosos e o meu nariz pequeno e bonito, herança da minha mãe. Considero-me um homem lindo e muito atraente e não é a toa que levo pra cama todas as mulheres que eu quiser, não sou casado e não quero namorar ninguém, não está nos meus planos ter alguém pra me controlar, pra me mandar e cuidar da minha vida como se fosse a dela, não quero ficar preso a ninguém e uma das formas de fazer isso é não se envolver emocionalmente com quem fica comigo.
Não sou um cara insensível e nem tão arrogante como muitos dizem, já amei alguém uma vez e foi a pior coisa que fiz na vida, aquela mulher destruiu tudo que havia de bom em mim, fez eu amá-la e no final descobri que ela me traía com o meu ex colega de trabalho, bem debaixo do meu nariz. Faz um tempo que isso aconteceu, faz cinco anos na verdade e desde então decidi não entregar o meu coração para outro alguém, eu amava Alicia mais do que tudo, mais do que a mim mesmo, mas ela magoou o meu coração e jamais irei perdoa-lá por isso.
Fechei o meu coração para o tal dito amor para sempre e eu não irei abri-lo jamais, sou feliz com a vida que levo e ninguém irá tirar isso de mim, até mesmo o meu pai que vive reclamando o tempo todo da minha “irresponsabilidade”, ele diz estar cansado de ter que limpar o meu nome sempre que faço uma borrada e que um dia irá me colocar na linha pra ver se ganho juízo. Sei que o senhor Moore só fala essas coisas pra me assustar e pra fazer com que eu relaxe um pouco e pare de aprontar tanto, mas eu não irei parar, a vida é pra ser vivida mesmo.
Às vezes discutimos muito por causa dos paparazzi que vivem no meu pé, eles sempre conseguem fotos minhas com quase todas as mulheres que saem comigo a cada noite e vendem para os donos de revistas de fofocas das celebridades e até mesmo para canais de televisão. Essas pessoas deviam cuidar das próprias vidas e deixar em paz a vida dos famosos, sei que é a profissão deles e que ganham o pão desse jeito, mas sinceramente falando isso é muito irritante e estressante. O bom de tudo isso é que a minha vida pessoal não influencia nada na minha vida profissional, sei separar as coisas e nunca tive problemas com os meus fornecedores, investidores e nem os meus clientes.
Eu tenho uma indústria da moda mundialmente conhecida, produzimos roupas, calçados e acessórios de altíssima qualidade, não é à toa que sempre estamos no topo, não é à toa que a minha empresa tem crescido mais a cada dia que passa. A minha equipe é muito eficiente e dá de tudo para que essa indústria cresça cada vez mais, tenho muitos funcionários e todos eles trabalham de corpo e alma. Na verdade eles são mais do que funcionários, fazem parte da minha família, mas jamais irei dizê-los isso com palavras, jamais.
Eu ocupo o cargo mais importante obviamente, sou o presidente da empresa e o melhor amigo Ian é o vice-presidente, crescemos juntos e sempre estudamos nas mesmas escolas, ele é muito rico e inteligente também e poderia facilmente gerir a empresa da sua família, mas Ian não quer fazer isso e o meu pai deu-lhe uma oportunidade cá e felizmente ele está conseguindo superar todas as expectativas do senhor Moore. O meu pai aposentou-se a dois anos atrás e deixou tudo nas minhas mãos, ainda não o decepcionei e farei tudo que estiver ao meu alcance para não deixá-lo decepcionado.
- Aqui está o relatório que pediu Miller - estava tão perdido em pensamentos que nem ouvi o barulho da porta. Katherine deixou os papéis na minha mesa e sorriu para mim.
- Obrigada Katherine.
- De nada - Katherine sentou-se no meu colo e agarrou o meu pescoço - estou com tanta vontade de tê-lo dentro de mim Miller - disse ao mesmo tempo que beijava a minha boca desesperadamente.
- Katherine eu tenho muito trabalho hoje e acredito que você também tenha - tentei me desvencilhar dos seus braços, mas ela não deixou.
- Mas eu quero tanto você Miller - começou a beijar o meu queixo e a acariciar a minha coxa lentamente.
- Eu tenho muito trabalho agora, por favor pare com isso!
- está bem, me desculpe, a vontade falou mais alto.
- entendo, mas por favor controle-se!
- tudo bem, prometo.
- e eu prometo levá-la para um hotel hoje ou amanhã.
- sério? - perguntou com os olhos brilhando.
- sim, prometo.
- está bem, então vemo-nos depois - levantou-se do meu colo e beijou os meus lábios por breves segundos.
- combinado.
Faz sete anos que a Katherine é a minha assistente e faz quatro anos que ela virou a minha amiga com benefícios, ela sempre teve uma queda por mim, mesmo quando eu ainda namorava a Alicia e nunca fez questão de esconder os seus sentimentos, é uma mulher linda, com cabelos loiros até os ombros, olhos verdes, lábios pequenos, pele muito branca e um corpo bonito, tem ancas visíveis, peitos fartos e uma bunda que dá para o gasto. Mas o que me chama mais atenção nela é a sua ousadia, ela não perde a oportunidade de me provocar toda vez que tem vontade e vive me seduzindo até em lugares inapropriados, o sexo com ela é maravilhoso, mas entre nós dois só existe isso, sexo.
Ela pensa que conseguirá ter uma relação séria comigo se permanecer mais tempo ao meu lado, pensa que irei me apaixonar por ela, que irei pedi-la em casamento, que formaremos uma linda família e que seremos felizes para sempre. Ah, tudo isso é bobagem! Parece aqueles filmes da Disney que não tem nada a ver com a realidade, eu não me importo mais com o amor, não me importo mais em amar e nem me importo mais em construir uma família e em ter filhos, a minha vida é outra agora e não pretendo mudá-la nunca.
Confesso que já menti algumas vezes pra ela, dizendo que é o amor da minha vida e que deve ter paciência, mas a Katherine sabe que saio com mulheres diferentes quase todas as noites, sabe que já dormi com todas as funcionárias jovens da empresa e acredito que ela saiba perfeitamente que nunca irei mudar o meu estilo de vida, nem por ela e nem por ninguém.
Suspiro fundo e começo a observar o relatório que a Katherine acabou de deixar, é um relatório simples que descreve as principais atividades realizadas pela empresa na semana passada, sou o único que supervisiona essas coisas e quero estar sempre a par de tudo.
A minha indústria é muito grande e dou graças a Deus por ter o Ian ao meu lado para me ajudar no que for preciso, é um homem trabalhador e focado, gosta de ajudar as pessoas e é engraçado também, os dias são mais leves e mais divertidos com ele aqui e me arrisco a dizer que sem o Ian os meus dias seriam bem mais estressantes.
- Está na hora do almoço Miller, estou morrendo de fome, por favor vamos logo!
- Você sempre está com fome Ian, vai acabar engordando muito desse jeito.
- O trabalho nesta empresa é pesado e cansativo, sabes disso e o meu estômago precisa estar cem por cento satisfeito para que o meu cérebro pense com mais rapidez.
- Tudo bem, já entendi, já entendi Ian.
Saímos da minha sala e fomos ao elevador arrancando olhares e suspiros das nossas funcionárias, o Ian também é um homem muito bonito e atraente, ele tem cabelos castanhos claros, olhos pretos, é alto e tem um corpo malhado. Ele não é tão mulherengo que nem eu, não tem esposa e nem namorada também, tem apenas casos com uma e outra mulher fora da empresa e nunca foi alvo de polêmica, diferente de Miller David Moore.
- Vemo-nos no restaurante de sempre, por favor não se atrase, estou….
- Mesmo morrendo de fome - falei com os olhos revirados. Eu conheço perfeitamente esta frase e não tinha como ser diferente, ele fala isso todo o santo dia.
- Seu idiota - bateu no meu ombro de leve - não se atrase!
- Está bem.
Saio do estacionamento em alta velocidade no meu carro esportivo Audi RS e-tron GT e sigo para o restaurante que o Ian e eu almoçamos todos os dias. Comprei essa beldade assim que foi lançado em dois mil e dezoito, tinha trinta anos na época e foi fascinante colocar as mãos nele pela primeira vez, gosto de carros luxuosos e em especial dos esportivos, sinto-me mais jovem e sinto a adrenalina circular nas minhas veias com mais rapidez, tenho outros cinco carros em casa, mas este é o meu favorito.
Nova Iorque nunca fica calma, mesmo no meio de semana, é a cidade que nunca dorme e eu amo demais este lugar, é uma das cidades mais ricas e mais bonitas do mundo, quem conhece este lugar e não o ama provavelmente está com os parafusos a solta.
Cresci aqui e é incrível a forma como esta cidade vem mudando a cada dia, hoje temos aranha céus mais modernos, mais elegantes e mais sofisticados, qualquer pessoa daria tudo para estar aqui e eu considero-me uma pessoa sortuda por isso.
O meu pai sempre cuidou muito bem de mim, diferente da minha mãe que separou-se do meu pai quando eu ainda era adolescente e preferiu levar apenas o meu irmão mais novo, o Mason, eles moram juntos na Inglaterra e de vez em quando passam um tempo comigo nos Estados Unidos, mas a conexão entre a minha mãe e eu não é boa, ela tenta se dar bem comigo mas eu ainda não a perdoei por ter me deixado cá com o meu pai.
O senhor Moore não é um homem mau, fez tudo que esteve nas suas mãos para ser um bom pai e foi e continua sendo também, mas ele não conseguiu fechar o vazio que a minha mãe deixou quando foi embora, eu preferia que ela tivesse ficado nos Estados Unidos, as coisas teriam sido mais fáceis para mim e principalmente para o Mason.
As ruas estão bem agitadas hoje e não dá pra ficar conduzindo igual um louco como sempre faço, preciso dirigir com calma para evitar acidentes desnecessários.
Estou parado em frente a passadeira esperando o sinal abrir para poder continuar com a minha trajetória, não sei se o Ian já chegou e espero que não tenha chegado, pois não estou a fim de ouvir ele reclamando de fome e de como sou insensível por fazê-lo esperar, aquele cara é uma figura e com ele ninguém pode.
Viro o meu olhar para o lado direito e vejo uma jovem dentro de um BMW X5, ela é linda e tem um sorriso encantador, ela está sorrindo ao mesmo tempo que canta uma música agitada, seus ombros estão em movimento, dando a entender que o seu corpo está indo no mesmo ritmo que a música. Ela vira o seu rosto para o meu lado e encara um ponto fixo que não seja eu, os seus olhos são azuis como o céu e os seus lábios são carnudos e feitos para beijar, é a mulher mais linda que já vi e acho que jamais verei uma beleza igual.
O sinal abre e encaro a jovem pela última vez antes de dar partida. Meu Deus! O que foi isso? Estou sentindo os meus pêlos arrepiados e a minha respiração mais acelerada que o normal, aquela mulher mexeu mesmo comigo e o pior de tudo isso é que jamais irei vê-la novamente.
Sorri de lado ao lembrar do seu sorriso encantador, mas no mesmo instante fui despertado dos meus devaneios ao ouvir o espelho do meu carro sendo quebrado. Abri a janela e tirei a cabeça pra fora, algo que não se deve fazer nunca, mas eu estava tão nervoso que pouco estava me importando com esse detalhe, olhei a minha frente e vi o BWM X5 daquela mulher em alta velocidade.
- Foi aquele carro?
- Foi - respondeu o motorista que estava ao meu lado.
Essa não! Então além de linda ela é louca também? Onde já se viu andar em alta velocidade em um dia agitado? Porra! Ela estragou o espelho do meu carro droga, do meu bebê e o pior é que nem parou pra desculpar-se, é uma mal educada e devia ser severamente punida por essa atitude.
Todo o encanto que eu sentia por ela foi embora, eu nem a conheço mesmo, é uma desconhecida e uma louca também e eu não sou apreciador desse tipo de mulher.
Estaciono o meu carro do lado de fora do restaurante e vou até a entrada. Vejo o Ian sentado nas últimas mesas e vou até ele a passos lentos.
- Você….
- Não estou com paciência para ouvir as suas reclamações Ian - sentei-me impaciente e abri a garrafa de água que estava em cima da mesa.
- O que aconteceu?
- Uma louca quebrou o espelho do meu carro.
- Ela parou? Pediu desculpas? Disse que iria pagar o prejuízo? Se sim, você não aceitou, pois não?
- Ela não parou, é uma irresponsável e estava escutando música como se não bastasse, e também conduzia como uma louca.
- Perdoe a garota, se calhar estava com muita presa.
- Ah, como se fosse a única pessoa apressada no mundo.
- Você está irritado só por isso? Por Deus Miller, és bilionário e podes arcar com as despesas de um espelho quebrado.
- Eu sei, mas…..
- Mas nada, esqueça esse assunto e olhe o cardápio do dia de hoje, já sei o que irei pedir, então por favor seja rápido aí.
- Está bem.
Um dia irei encontrar-me novamente com aquela garota e ela terá de me pedir desculpas por ter quebrado o espelho do meu carro, ah se terá.
Estou no meu quarto olhando para o nada e pensando no que aprontei mais cedo, quebrei o espelho de um Audi RS e-tron GT preto e não parei pra pedir desculpas, foi uma atitude errada, mas eu estava com tanta pressa que não me importei no momento com o que fiz. Eu teria pago as despesas do prejuízo sem problema algum, mas acho que o dono não teria aceitado, aquele carro é muito luxuoso e não duvido que o proprietário seja um milionário ou até mesmo bilionário. Não deu pra ver direito o rosto da pessoa que estava dirigindo aquela beldade, mas vi que era um homem e estava bem vestido, ele com certeza não irá me procurar pra pagar o espelho do seu bebê.
O dia na faculdade foi cansativo, depois de comer na lanchonete com os meninos vim diretamente para a casa e fiquei horas com a cara enfiada nos livros e nos cadernos, gosto de estudar porque sei que terei resultados depois, que as noites mal dormidas são por uma boa causa e que um dia irei agradecer por nunca ter desistido dos meus sonhos.
As meninas ligaram pra mim a poucos minutos atrás e disseram-me que compraram três bilhetes de entrada para a área vip em uma boate luxuosa e elegante, obviamente eu não aceitei e elas ficaram super chateadas comigo, falaram que irão vender o bilhete que seria meu e falaram também que sou uma sem graça e que não sei me divertir.
Eu não gosto de festas noturnas, esses lugares são muito barulhentos e eu não suporto barulho, sem contar também que não bebo e seria meio que sem graça ficar controlando as minhas amigas para não aprontarem, não sou babá de ninguém e elas devem parar de serem irresponsáveis de vez em quando.
Gosto mais de viajar, de conhecer novos lugares e novas culturas, gosto também de ver filmes de diferentes gêneros, gosto de ver shows de talento, gosto de cozinhar e de ler um bom livro de romance. Essa a minha forma mais simples e calma de curtição, mas a Michelle e a Abigail não entendem isso, às vezes até tentam, mas não se conformam.
- Boa noite filha, podemos entrar?
- Podem sim, mãe.
Levantei-me da cama e sentei-me com os pés cruzados.
- Como você está? - falou o meu pai assim que aproximou-se de mim.
- Bem e vocês?
- Nem tanto como gostaríamos - respondeu desanimado.
- O que aconteceu? - os dois entreolharam-se aflitos e suspiraram cansados, derrotados.
- Estamos falidos filha, a empresa vai de mau a pior e olha que já tentamos de tudo.
Falidos? Como assim estamos falidos? Meu Deus! Eu pensei que a nossa empresa estivesse evoluindo cada vez mais, pensei que ela estivesse a ficar mais forte, mais competitiva no mercado e com mais clientes também. Aí meu Deus! Os meus pais devem estar arrasados, eles sempre deram de tudo pela empresa e não imagino a dor que estejam sentindo, foram anos trabalhando para que estivéssemos no topo e eles conseguiram isso com trabalho árduo, com noites mal dormidas e com ideias geniais, sinto muito que tudo isso esteja acontecendo com eles, mas sei que juntos sairemos desta fase ruim.
Observo o rosto da minha mãe e vejo o quão abatido está, os seus olhos estão com olheiras e eu não gosto de vê-la assim, ela é uma mulher delicada e não merece estar passando por esta situação difícil e complicada. O meu pai também está abatido e sinto um aperto no coração vê-lo assim, é o meu herói e não gostaria que sofresse por causa da nossa falência.
- Tem de haver um jeito pai, tem de haver.
- Na verdade tem sim filha, mas tudo está nas suas mãos.
- Como assim mãe? - perguntei confusa. Os dois entreolharam-se novamente e foi neste momento que percebi que a partir de hoje a minha vida mudará.
- Nós falamos com um amigo bilionário e pedimos ajuda - começou a falar o meu pai depois de longos segundos em silêncio - ele está disposto a nos ajudar, mas quer algo em troca.
- E o que é? - perguntei com os olhos marejados.
Será que o amigo do meu pai quer se casar comigo? Jesus! Por favor que não seja isso, não posso e nem quero casar com um velho, o meu pai tem cinquenta e oito anos e o amigo com certeza está na mesma faixa etária que a dele, seria vergonhoso para mim aparecer na mídia com um homem com o dobro da minha idade e todos na Universidade olhariam para mim com nojo e com cara de desgosto.
- Ele quer que você se case com o filho dele, será um contrato de apenas dois anos e depois disso cada um de seguirá a vida tranquilamente.
Fechei os olhos e balancei a cabeça negativamente. Isso não pode estar acontecendo, não comigo, eu não quero me casar agora, ainda tenho que aproveitar a vida e viajar pelo mundo com os meus amigos, quero ser livre e viver sem ter que dar explicações para ninguém.
Abri os olhos e permiti que as lágrimas descessem com muita intensidade para as minhas bochechas. Eu não acredito que os meus pais estejam a me propor isso, é um absurdo e é mais absurdo ainda a proposta que o amigo dele fez, afinal os amigos verdadeiros não servem para ajudar sem esperar nada em troca? Porquê ele sugeriu que eu me casasse com o filho dele? Se ele fosse um amigo de verdade ajudaria o meu pai sem está condição e com o tempo o meu pai pagaria toda a dívida.
Se eu fosse bilionária e um dos meus amigos estivesse passando por dificuldades eu ajudaria sem quaisquer condições, os amigos são os nossos portos seguros e devemos sempre preservar a amizade com honra e amor.
Porquê isso está acontecendo com a minha família? Porquê isso está acontecendo comigo? Estou tentando entender, mas não consigo encontrar respostas para as minhas perguntas, somos pessoas boas e nunca machucamos ninguém, não é justo o que a minha família está a passar, mas até as pessoas boas sofrem e eu não sou ninguém para questionar as vontades de Deus.
- Eu não quero casar com um desconhecido mãe, não quero casar com um desconhecido pai, é a minha vida e acho que mereço casar no meu tempo, com a pessoa que eu mesma irei escolher.
- Como dissemos filha, será um casamento por contrato, irá durar dois anos e depois disso você terá a sua liberdade novamente.
- Eu ainda estou estudando, por favor não façam isso comigo - implorei soluçando - podemos fazer dívidas no banco, com certeza irão aceitar.
- Nós já temos uma dívida numerosa com o banco Mia e eles sempre estão ligando para a empresa, pois já passou o tempo pra liquidar as dívidas.
- Se não pagarmos dentro de um mês eles ficarão com os nossos bens, com a empresa, com a mansão, com a fazenda e com os carros.
- Se você não se casar Mia nós…..
- EU JÁ ENTENDI DROGA! - explodi pela primeira vez desde que eles começaram a falar deste assunto - QUERO FICAR SOZINHA, POR FAVOR SAIAM DAQUI.
- Filha…..
- POR FAVOR VÃO EMBORA! - gritei novamente.
- Descanse um pouco e pense com calma, não iremos te obrigar a nada, mas por favor pense nisso, é a única solução Mia, a única solução.
Os meus pais saíram do meu quarto e eu gritei como a muito não fazia, chorei como a muito não fazia também e lamentei como a muito não fazia também. Não queria ter gritado com os meus pais, na verdade nunca havia levantado a voz para eles, mas todo esse assunto mexeu comigo e eu estou com o coração partido em mil pedaços.
Sempre pensei que casaria com essa idade, sempre sonhei em casar com o homem da minha vida, com o homem que eu mesma escolheria, não é justo eu ter que casar com o filho do amigo do meu pai por dinheiro, se calhar é mais um homem minado e eu detesto homens assim.
Eu só queria ter o casamento dos meus sonhos sabe, como nos livros de romance que sempre leio, queria viver um amor verdadeiro, um amor puro e sincero como dos meus pais, sou muito romântica e é à toa que nunca namorei ninguém, pois para mim existe muito importante em uma relação, que é a conexão e eu nunca senti isso com ninguém.
Respiro fundo e afundo a minha cabeça no travesseiro, grito novamente como uma louca e amaldiçoo o amigo do meu pai, é um homem maluco e não devia ter feito essa proposta para os meus pais, não o conheço, mas não gosto dele pelo simples facto de querer ajudar o seu “amigo” com uma condição tão absurda como esta.
Fecho os meus olhos e adormeço com uma terrível dor de cabeça.
Desperto com leves batidas na porta do meu quarto, são sete da manhã e os meus olhos estão ardendo muito, não tive uma noite tranquila de sono e não consegui dormir direito, a minha cabeça ainda está doendo e preciso urgentemente tomar um analgésico para a dor passar, sinto o meu corpo pesado e será difícil levantar da cama e ir ao banheiro.
- Quem é?
- Somos nós filha, podemos entrar?
- Não, ainda estou cansada e quero dormir.
- Não irá à faculdade hoje?
- Não, não sinto-me bem e preciso descansar.
- Está bem, só queremos te desejar um bom dia.
- Um bom dia com certeza não terei - respondi fria - mas obrigada mesmo assim.
- Cuide-se!
- Vocês também.
Perdi a vontade de dormir e preciso cuidar do meu corpo e da minha mente, não tenho porquê ficar sofrendo por causa do assunto cansamento, os meus pais disseram que não irão me obrigar, então eu tenho a opção de recusar a proposta absurda do amigo do meu pai.
Levanto da cama em sobressalto e entro no banheiro desmoralizada, olho o meu reflexo no espelho e fico assustada ao ver o meu rosto, ele está vermelho por causa dos meus choros e os meus olhos estão inchados também, estou parecendo uma aberração e quem me visse agora não me reconheceria.
Termino de fazer a minha higiene matinal e tiro do armário um calções largos e uma camiseta masculina, estou em casa mesmo e posso ficar do jeito que eu quiser. Tomar banho com água quente ajudou o meu corpo a relaxar e a minha mente também, estou pronta pra sair deste quarto e comer qualquer coisa, não comi nada desde ontem à tarde e estou morrendo de fome.
Saí do meu quarto e desci as escadas apressadamente. Os meus pais não estão em casa, já foram à empresa e estou aliviada por isso, o clima entre nós os três não é dos melhores e não gostaria de tomar o café da manhã com eles.
- Bom dia menina Mia, como estás?
- Sei lá, isso não importa.
- Importa para mim, os meus pais falaram comigo e contaram-me tudo.
- Não quero falar deste assunto dona Olívia.
- Deve pensar na possibilidade de se casar com o filho do amigo do seu pai, é a única maneira de…
- Até você concorda com isso dona Olívia, até você. Os meus pais pediram que me convencesse?
- Não, os seus pais não são assim, eles te amam e precisam de você mais do que nunca, sempre fizeram de tudo por ti e acho que está na hora de você mostrar a sua gratidão.
- Vamos deixar esse assunto pra lá, estou com fome.
- Promete pensar pelo menos?
- Está bem, eu prometo sim.
- Perfeito - sorriu - vem, eu sirvo pra você.
- Obrigada - sentei-me na mesa da cozinha e fiquei esperando a dona Olívia servir o meu café da manhã.
Essa senhora tem mãos de fada, ela prepara refeições deliciosas e o que estou comendo também foi muito bem preparado, a dona Olívia já me ensinou a fazer muitos pratos caprichados e se hoje sou boa na cozinha é graças a ela.
A minha mãe e ela dão-se muito bem, a dona Olívia era babá da minha mãe quando era criança e quando casou-se com o meu pai decidiu levá-la pra ser a nossa cozinheira, cresci em um lar cheio de amor e é por isso que é o meu desejo casar por amor.
Quero ter filhos também, ter um homem ao meu e encher eles de amor e carinho, eu seria uma boa mãe e uma boa esposa também, mas……
Após de tomar o café da manhã fui ao meu quarto e chorei por mais alguns minutos, depois limpei os meus olhos e comecei a ler o livro de Coolen Hoover “Verity”, amo essa autora e todas as suas obras são fantásticas e acredito que esta é também.
Recebi chamadas e mensagens dos meus amigos perguntando se eu ia à faculdade, mas não respondi nenhuma delas, estou com os pensamentos a mil e não quero falar com ninguém agora.
O dia passou lento demais para mim e eu não fiz nada de produtivo, não estudei e nem li um livro científico, a minha mente estava em outros planetas e eu conseguia me concentrar em nada.
- Olha ela toda folgada aí - a Michelle entrou no meu quarto igual um furacão - não atendeu as nossas ligações e nem fez questão de responder as nossas mensagens.
- Isso não se faz Mia, você deixou todos nós preocupados, pensávamos que tivesse acontecido alguma coisa grave, mas aí está você, deitada na cama como se não tivesse nada melhor pra fazer.
- Não sejam tão duras com ela meninas, deixem a Mia falar pelo amor de Deus! - o Wilson é sem dúvidas a pessoa mais consciente do nosso quarteto, ele sempre pensa antes de falar e isso é uma das qualidades que admiro nele.
- A minha família faliu e os meus pais querem que eu case com o filho do amigo do meu pai pra salvar a empresa.
Os três entreolharam-se com as sobrancelhas erguidas, com as bocas boquiabertas e com os olhos arregalados. Eles com certeza devem estar a pensar o mesmo que eu, isso é um absurdo e não faz sentido algum.
A Michelle deixou a pasta no chão e sentou-se na cama, a Abigail fez a mesma coisa e piscou os olhos várias vezes tentando acreditar nas minhas palavras, o Wilson abriu e fechou os olhos muitas vezes e suspirou com força, depois sentou-se na cama também e passou as mãos pelos cabelos.
- Porra! - foi a primeira palavra que saiu dos lábios da Michelle - porra! Porra! Porra!
- Você esta ferrada Mia, mil vezes ferrada.
- Mia isso é loucura, você não pode aceitar casar com um homem que não ama.
- Eu sei Wilson, eu sei, mas são os meus pais e estou pensando na possibilidade de aceitar sabe.
- Tem certeza disso? Você por acaso conhece esse homem? Você só tem vinte e três anos Mia e ainda não sabe nada sobre a vida, você ainda é….. _ lancei um olhar mortal para a Michelle quando percebi o que ela queria dizer - inocente e tem muito que viver antes de ficar presa em um relacionamento - continuou depois de alguns segundos.
- Será um casamento por contrato, o contrato será de dois anos e depois disso cada um poderá viver a sua vida tranquilamente.
- Menos mal - falou a Abigail - ele é bonito?
- Não sei, não o conheço.
- Você não deve casar com ele Mia.
- Ainda estou pensando Wilson, ainda estou pensando.
- Espero que pense com calma e veja o quão terrível isso será pra você se aceitar essa proposta.
- Pense com calma e decida o melhor pra você e para a sua família - Michelle sorriu e tocou o meu rosto delicadamente - não se esqueça que te amamos, sim?
- Eu também amo vocês - sorrimos e nos abraçamos calorosamente.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!