Sou Christopher Adams, tenho 35 anos e sou filho de um homem muito influente no ramo agropecuário, meu pai gostaria de ter passado o comando de seus negócios para mim, mas não me identifico com sua área.

Ele tem 60 anos, mas ainda está em plena forma e continua comandando seus negócios e apenas esperando meu irmão terminar a faculdade para ele assumir tudo, já que Bernardo, meu irmão, gosta do mesmo que meu pai, inclusive sua formação é nessa área.

Já eu sou ligado a tecnologia e me formei nessa área, tenho várias empresas espalhadas pelo país e fora dele também.

Meu pai sempre me apoiou mesmo eu não querendo ser o herdeiro dos seus negócios, inclusive ele próprio investiu dinheiro para que eu abrisse minha empresa.

Em minha infância ele trabalhava muito, mas fazia questão de me dar atenção, ainda mais quando minha mãe morreu, eu era muito pequeno, tinha apenas 8 anos.

Bernardo é meu meio-irmão, do segundo casamento do meu pai, a mãe dele e meu pai ainda estão juntos e parecem que são felizes.

Eu não penso em casamento, estou muito bem assim, não curto romance, mas também não curto libertinagem, sou monogâmico.

Só tive uma namorada em minha vida, Jade, mas acho que não era amor, o que nós tínhamos era quase uma doença, muito tóxico.

Hoje se uma mulher me interessa a trago para mim, explico minhas condições e as que aceitam me tem, pelo menos na cama, mas sem sentimentos, é apenas sexo.

Meus termos são claros, elas vêm para minha casa aos finais de semana, as fodo e só, mas óbvio que tem suas vantagens, eu as ajudo caso queiram estudar, sem contar na ajuda de custo que as dou todos os meses.

Sim, eu pago para ter sexo, mas com uma só e por muito tempo, bom, até que eu me canse ou elas queiram algo a mais.

Meu pai tem enchido minha cabeça com a ideia de que eu preciso me casar, que preciso ter um filho, mas como já falei não está em meus planos.

Digamos que meu pai é muito conservador e preza pelo casamento, segundo ele todo homem de negócios e bem sucedido precisa de uma mulher bonita ao lado, ao mesmo tempo que é conservador, também é machista, trata a mulher como se ela fosse um troféu.

Óbvio que eu gosto de mulheres bonitas, mas não para exibi-las, gosto delas em minha cama para que somente eu veja sua beleza, não há necessidade em exibir uma mulher, apenas para mostrar que você tem uma bonita em casa.

— Não, Pablo! Eu não preciso ser anunciado. –ouço a voz de meu pai e pelo jeito ele não está nada calmo.

Estou usando apenas uma calça de moletom, estava treinando e gosto de fazer isso sem camisa.

— A merda que você anda fazendo pare agora! –meu pai grita.

— Bom dia pro senhor também pai, a que devo a honra da sua visita de manhã tão cedo em pleno domingo? –meu pai me fuzila com os olhos.

— Sem gracinha Christopher!

— O que aconteceu?

— Vazaram informações do que você faz há muito tempo, que você paga mulheres para ter sexo, você anda trazendo prostitutas pra dentro de casa?

— Não pai, e mesmo que tivesse não diz respeito a ninguém.

— Isso pode acabar manchando o nome da família, e já pensou o que vão falar de você? Que não é capaz de arrumar uma mulher e que para isso precisa pagar, desde Jade que você não é visto com ninguém e agora isso! Christopher você vai ter que se casar para abafar essa história!

— Pai, eu não pretendo me casar.

— Isso pode acabar ferrando com seus negócios e manchando o nome da família, onde você estava com a cabeça? Pagar mulheres Christopher? Pagar?! Você pode ter qualquer uma.

— Essa é a questão, eu não quero qualquer uma.

— Não quer?! E como paga para ficar com elas?

— Não são mulheres quaisquer pai, eu preciso no mínimo me sentir atraído por elas.

— Eu já resolvi essa questão para você, meu sócio quer casar a filha dele e como temos negócios juntos nós aprovamos a ideia de casar nossos filhos, sem contar que ele tem muitas posses e vai investir mais dinheiro no seu negócio.

— Como é? Em que século estamos? Ninguém se casa mais dessa forma pai.

— Eu não quero saber Christopher! Eu sempre te apoiei em tudo, até quando você não quis trabalhar comigo, mas agora você vai fazer o que eu digo, é para o bem de todos.

— E essa pobre mulher? Vai ser obrigada a casar comigo? Vai que ela goste de alguém, vocês são loucos!

— Não, ela não gosta de ninguém, o pai garantiu, é muito jovem, tem 19 anos apenas.

— Pai, eu não vou casar com uma adolescente.

— Ela já é adulta, maior de idade, por tanto pode se casar.

— Pai, eu tenho 35 anos, o que eu vou conversar com uma menina de 19? Faça o Bernardo se casar com ela, eles têm idades mais parecidas.

— Não! Você que estava fazendo merda, hoje à noite se prepare que vai ter um jantar na minha casa.

— É sério isso?!

— Sim, está avisado, te espero às oito. –ele se vira e sai.

— Desculpe senhor. — Pablo se aproxima.

— Tudo bem Pablo, pode se retirar. — ele assente e sai.

Maldição!

Era só o que me faltava ser obrigado a casar em pleno século 21 e além de tudo através de um casamento arranjado com uma menina de 19 anos.

Eu vou descobrir quem foi o desgraçado que descobriu e vazou informações sobre minha vida, e garanto que quando eu descobrir essa pessoa não vai se dar muito bem, isso eu garanto.

Faz dois anos que terminei o ensino médio e minha vontade sempre foi estudar medicina, mas infelizmente não estudei.

Condições financeiras para isso eu tenho de sobra, bom, na verdade meu pai tem, mas ele parece que vive em outro século, ele não me deixa estudar pelo simples fato de dizer que mulher não precisa estudar, que mulher tem que ser sustentada pelo marido, e principalmente se for uma bonita igual a mim.

Isso é muito machismo, e pior que minha mãe não tem voz para me defender, pois faz tudo o que ele manda, ele não nos trata mal, não nos agride, temos tudo que queremos, mas não podemos ir contra as suas vontades, quando ele diz algo por mais que esteja errado nós temos que aceitar.

Isso é muito cansativo e me deixa muito triste, pois tenho muitos sonhos, dos quais nunca vou poder realizar por causa desse jeito do meu pai.

Aos 19 anos nunca fui à uma festa, nunca tive um namorado e ainda sou virgem, o máximo que fiz foi trocar uns beijos com alguns garotos na época de escola.

O último grande feito do meu pai foi me arrumar um casamento. Imagina só, em pleno século 21 eu vou me casar através de um casamento arranjado, onde já se viu isso?!

O pretendente é o filho de um amigo e sócio do meu pai, conheço o amigo, mas o filho que é meu "pretendente" eu não conheço. Só sei que é bem mais velho que eu, e é muito rico.

Dinheiro não me encanta, não estou interessada em casar com um homem só pelo dinheiro, e ainda mais um homem de 35 anos, deve ser um velho horroroso.

Eu deveria estar estudando e não me preparando para casar, ainda mais com alguém que eu nunca vi na vida.

— Katarina, leve a Melissa para comprar um vestido decente, pois hoje a noite Raul e sua família virão jantar aqui para Melissa conhecer o noivo.

— Pai, eu não quero me casar com esse homem, eu nem o conheço.

— Que besteira é essa menina?! Você vai conhecer hoje, eu só conheci sua mãe no dia do casamento e estamos juntos até hoje.

— Eu duvido muito que ela tenha se casado com o senhor por vontade própria, alguém por acaso perguntou se era isso que ela queria? Ou se ela estava feliz? Eu aposto que não!

— Olha o atrevimento Melissa, me respeite que eu sou seu pai! Eu nunca encostei a mão em você e espero continuar assim, então é melhor você fazer o que estou dizendo e ir comprar um vestido.

— Não preciso comprar nada, tenho muitos vestidos, uns que nem usei ainda.

— Então ótimo, coloque um descente.

— Isso é um absurdo pai! Eu sou sua filha, o senhor deveria querer minha felicidade. –digo chorando

— E quem disse que você não vai ser feliz, minha filha? Você é linda, uma princesa, o homem que vai estar ao seu lado vai ter muita sorte e linda assim ele vai fazer de tudo por você.

— E o que importa minha beleza se não posso nem escolher o homem com quem vou casar? As pessoas devem se casar por amor!

— Melissa amor se constrói com o tempo, você aprende a amar com o tempo.

— Eu preferia morrer do que casar com esse homem!

— Chega de drama Melissa! Katarina leve sua filha para se arrumar e veja se coloca juízo na cabeça dessa menina.

— Vamos filha. –minha mãe me leva para o meu quarto.

Ela vai até meu closet e começa a olhar os muitos vestidos que eu tenho e separa alguns que ela julga descente como meu pai falou.

Minha vontade era tacar fogo em todos esses vestidos, preferia isso a ter que escolher um para ir à essa porcaria de jantar.

— Vamos Mel escolha um. — minha mãe diz pacientemente.

— Escolha a senhora, pra mim não faz nenhuma diferença.

— Anda filha, é você quem vai usar, precisa gostar e se sentir confortável.

— Já falei, não faz a menor diferença, poderia ser o vestido mais bonito e confortável do mundo, que para mim ainda seria horroroso.

— Meu amor tente tornar as coisas menos dolorosas.

— Isso é um absurdo mãe! Me diz: você queria casar com meu pai? Estava feliz por só conhecer o homem que seria seu marido no dia do casamento?

— Eu fiz o que tinha que fazer.

— Tá vendo!

— A questão é que nos gostamos, seu pai sempre foi muito bom comigo...

Ela pensa que eu não sei, mas sei exatamente que meu pai não é nada bom com ela.

— Você ama meu pai?

— Aí Melissa! Amor, tudo pra você é amor, chega desse assunto, você anda lendo muito romance, agora vá tomar seu banho que vou separar um vestido pra você.

Obedeço minha mãe e vou tomar meu banho, tomo um banho demorado, lavo os cabelos, hidrato o corpo, não é porque não quero ir à esse jantar que vou de qualquer jeito, eu gosto de me arrumar.

Quando saio a cabeleireira e maquiadora já estão me esperando, essas são as vantagens de ter dinheiro, você não precisa ir ao salão, mas eu trocaria de vida com alguém que não tem dinheiro só para não precisar me casar.

Peço para a cabeleireira apenas modelar meu cabelo, já que são lisos, para que eles fiquem com pequenas ondulações, particularmente amo meus cabelos, são pretos e bem compridos.

Na maquiagem peço que me deixe o mais natural possível, já que é um jantar íntimo só com minha família e a do meu "noivo", então não tem necessidade de ser algo extravagante.

Minha mãe escolheu um vestido azul bebê todo rendado para mim, um vestido muito bonito e elegante, ele é na altura dos joelhos, não muito colado, mas bem cinturado e as alças são grossas, bem decente como diz meu pai.

Calço um sapato preto de salto alto, pego uma bolsa de mão, passo um pouco de perfume e infelizmente estou pronta.

Sempre sonhei em me casar por amor, porque eu acredito no amor.

E eu queria uma amor verdadeiro!

Após muito pensar, decido que o melhor a ser feito é não contrariar meu pai, e como ele mesmo disse sempre me apoiou em tudo, e nada mais justo que eu dar essa força para ele.

E de certa forma um escândalo talvez comprometesse nossos negócios e a reputação de nossa família, e isso é muito importante para o meu pai.

Me arrumo para o tal jantar, visto um terno azul marinho, coloco uma gravata cinza, não sei se vai ser um evento simples, mas na dúvida vou de terno.

Alguns minutos depois estou estacionando o carro em frente da casa do sócio do meu pai, vejo que ele e sua esposa já devem estar aqui, pois vejo seu carro.

Um segurança me leva até a porta e eu toco a campainha e uma mulher de meia idade abre, deve ser a governanta.

— Boa noite. –ela diz. — O senhor é o noivo? –controlo a vontade de revirar os olhos.

— Sim.

— Pode entrar, estão todos na sala.

— Obrigado.

Meu pai está bebendo uísque junto com seu sócio, e Marina esposa do meu pai está com uma mulher que deve ser a mãe da minha "noiva".

— Boa noite. –digo me aproximando.

— Boa noite Christopher. –o sócio do meu pai se levanta e estende a mão para mim e eu aperto. — Sou Frederico Albuquerque.

— Prazer Frederico.

— Essa é minha esposa Katarina.

— Prazer. –digo e aperto a mão dela.

— Uísque? –uma moça me oferece e eu aceito, só bebendo mesmo para aguentar isso.

— A Melissa desce daqui a pouco, está terminando de se arrumar. –apenas assinto.

Fico conversando com meu pai e Frederico sobre negócios e quando olho para a escada uma linda mulher desce as escadas.

Pelo corpo dá para pensar que ela tem mais de 19, mas seu rosto entrega que ela é muito jovem.

Sua beleza é uma grata surpresa, ela tem cabelos longos, olhos de um azul muito bonito, lábios grossos e bem vermelhos, parece uma pintura de tão linda.

Não vai ser tão ruim casar com ela, afinal, já imagino seu corpo jovem, deve ser uma delícia, ela tem seios fartos, cintura fina, pernas bonitas, fico imaginando tudo que ela esconde debaixo desse vestido.

— Finalmente a princesa desceu. –seu pai diz e ela nos olha com cara de poucos amigos.

É meu bem! Eu também não queria estar aqui!

— Essa é minha filha Melissa e esse é o Christopher, minha filha, seu noivo.

— Olá. –digo pegando sua mão para um beijo e ela puxa na hora.

Sorrio, vai ser divertido casar com essa menina, porque ela pode ser maior de idade, mas para mim é uma menina.

— Melissa! Não seja mal educada, vá dar uma volta no jardim com seu noivo enquanto o jantar não é servido. –ela revira os olhos e sai pisando forte.

Eu apenas observo e confesso que estou me divertindo com a situação.

— Você vem ou não?! — ela pergunta para mim impaciente e eu a sigo.

Ela caminha ao meu lado em silêncio, e eu a observo, ela é linda, sua pele deve ser macia e o cheiro dela é muito bom.

— Em minha defesa eu também não queria isso. –digo.

— Pois diga que não quer casar comigo, que me achou feia, ou sei lá.

— Eu não posso dizer isso.

— Por que não?

— Porque você é tudo, menos feia. –ela me olha e umedece os lábios e minha vontade é beijá-la.

— E o que importa tanta beleza e não poder escolher com quem eu vou me casar?!

— Você gosta de outra pessoa?

— Não, meu pai não me deixa sair de casa, nunca namorei na vida, mas eu acredito que casamento deve ser por amor.

— Eu nem acredito em amor. –digo.

— Você nunca se apaixonou?

— Eu não.

— Mas você já é... Velho, então suponho que já tenha tido namoradas. –sorrio.

— Não sou velho, talvez para você eu seja, mas no geral eu sou jovem ainda e respondendo sua pergunta sim, eu já tive namoradas, mas não posso dizer que amei nenhuma delas. –ela me olha estranho.

— Como pode namorar e não se apaixonar?

— Bom, como te dizer sem ser indelicado? Bom, não tem como, é apenas sexo, para transar com alguém não precisa de amor.

— Não?

— Claro que não, se os dois querem é só fazer e pronto.

— Agora que não quero casar com você mesmo! — eu sorrio. — Na verdade não queria casar com ninguém, pelo menos não agora, sou tão nova ainda.

— E o que você queria?

— Estudar.

— Estudar o que especificamente?

— Medicina.

— Eu acho isso ótimo.

— Seria, se meu pai deixasse. –ela baixa a cabeça e os olhos ficam marejados.

Sinto algo diferente dentro de mim, tenho compaixão por essa moça, não é justo o que o pai dela está obrigando a fazer, porque eu sou homem, e estou fazendo isso por conveniência, mas ela está sendo obrigada e se não for comigo será com qualquer outro.

Algo me passa pela cabeça.

— Vamos fazer um acordo, você e eu?

— Como assim?

— Nós vamos nos casar, apenas para nossos pais ficarem tranquilos, e eu vou te dar a oportunidade de estudar, eu pago seus estudos.

— E o que você ganha em troca? Porque esse acordo só é bom para mim.

— Nada, aí que vem a questão, vamos nos casar, ficamos casados apenas um ano ou menos que isso e nos divorciamos. –ela me olha confusa.

— Se eu me divorciar, meu pai me mata.

— Não, você não vai precisar voltar para casa dele, eu vou lhe dar recursos para se manter sozinha e poder estudar.

— Calma! Ainda não entendi em qual parte você se beneficia com isso.

— Em nenhuma, apenas meu pai vai parar de encher meu saco se eu me casar com você.

— Mas você vai querer ter uma noite de núpcias comigo? –ela me olha assustada.

E o pior é que sim, com certeza eu ia querer ter uma noite de núpcias com ela!

Ver o que ela esconde debaixo desse vestido, mas óbvio que eu jamais forçaria uma mulher a ter nada comigo.

Mas para ver sua cara vou falar que sim, que eu quero ter nossa noite de núpcias como qualquer outro casal.

— Sim, claro, já que vamos casar, eu vou querer ter nossa noite de núpcias. –ela me olha assustada e suas bochechas coram.

— Tudo bem, eu aceito! Só em poder sair dessa casa e ir estudar, você pode fazer o que quiser comigo. –ela diz.

Sinto um nó se formar em minha garganta, achei que ela diria que não quer isso ou me tratar mal, mas ao contrário.

Essa menina deve estar muito desesperada para sair dessa casa, sinto compaixão dela e me dá mais vontade ainda de tirá-la logo daqui.

— Temos um acordo! –ela diz e estende a mão para mim.

— Temos. –eu digo e a puxo para perto, deixando nossos rosto bem colados.

A respiração dela fica ofegante e quando estou prestes a lhe beijar alguém aparece dizendo que o jantar está servido.

Suspiro, e a solto, mas percebi que eu a afeto, eu sorrio.

Isso vai ser muito divertido!