Havia um rei, o seu maior desejo no mundo era ter um filho. Alguém que pudesse levar a linhagem da família.
Ele havia casado duas vezes, e nenhuma das suas esposas lhe deu o filho que tanto desejava.
A sua última tentativa seria com uma princesa, cuja beleza era rara. Foi firmado um compromisso quando ela tinha apenas 13 anos, e aos 16 anos ela casou.
Rei Ferminiano, era um bom homem. Apesar de ter uma vida cheia de aventuras. Ele já tinha os seus 50 anos. Não tinha mais tempo para procurar uma noiva. Até receber essa proposta de aliança.
Assim, que colocou os olhos na sua futura esposa, ficou encantado com tama a beleza.
A princesa Anisa, era diferente de todas as outras que já haviam passado por ali, era como uma flor delicada. A pele clara, os cabelos lisos, olhos azuis, lábios grossos, nariz fino e arrebitado.
Rei Ferminiano aproximou-se dela, era a primeira vez que eles se encontravam. O pai casou ela, pois estavam falidos. Antes que alguém invadisse o reino, e fizesse algo de ruim com ela, achou melhor entregá-la.
Anisa não falou nada, o tempo todo em que acontecia a festa ela manteve-se imóvel como foi instruída. Após a festa, eles retiraram-se com uma comitiva. Prepararam ela para deitar com o rei. Enquanto o ato era consumado, eles assistiam. Assim que a consumação foi feita, e eles comprovaram a pureza da menina, se retiraram.
O rei retirou-se, e a deixou sozinha. Ele foi para os seus aposentos.
Anisa, passava a maior parte do tempo sozinha. Mas, havia a companhia das suas damas da corte. Mulheres mais velhas que ela.
O rei, a visitou todas as vezes que pode, ela seria a última esperança do seu sonho se tornar realidade. Mas, algo o perturbava. Todos esses meses ele não ouviu uma só palavra da sua esposa. Mesmo, não tendo contato algum com ela durante o dia. Ele não ouviu nem mesmo a noite, uma só palavra.
— Anisa, você está bem? — era a primeira, pergunta, que ele fazia a sua jovem esposa.
— Sim majestade. — Foi a resposta dela.
O rei, não achou necessário nenhuma pergunta a mais. Já sabia que a esposa não era muda. Apesar, da voz ter saído como um sussurro, ele notou delicadeza até ali.
Anisa, ainda não havia engravidado. E a essa altura, o rei precisava de certos estímulos para poder fazer o ato. Mais alguns meses, e finalmente o sacrifício dele não foi em vão. A sua esposa finalmente engravidou. Isso o deixou muito feliz. Todos pensavam que o rei não poderia ter filhos, até a rainha engravidar. Não podiam nem mesmo acusá-la de traição, pois a mesma não saia do quarto para nada.
O rei, mandou preparar um banquete para comemorar. A rainha fez-se presente, e era observada por alguns, admirada por outros e desejada por muitos. Que esperavam apenas a morte do rei, para cortejar a jovem rainha.
Naquela noite o rei presenteou a sua esposa com belas joias. Esperava ao menos que ela desse um simples sorriso. Algo que ele nunca presenciou. Todas as mulheres adorariam ganhar essas joias, e ficariam felizes por isso. Mas, ela não demonstrou nenhum tipo de sentimento.
O rei, não frequentou mais os aposentos dela. Deixando ela apenas aos cuidados das damas de companhia.
Era uma noite escura, quando rei Ferminiano recebia a notícia do nascimento do seu primeiro filho.
Ele entrou rapidamente no quarto, esperava ansioso a chegada dele. Ainda mais sendo o seu herdeiro.
— Majestade, o seu filho nasceu. - disse uma das serviçais que estava no quarto.
— É um menino? - perguntou ele ansioso.
— Sim majestade.
— Meu filho! Sebastiam, esse será o seu nome. - disse o rei, ao pegar o filho no colo.
- Majestade, tem outra criança. A rainha deu a luz a uma menina.
- Uma menina? - pergunta ele, um pouco intrigado.
- Sim majestade, são gêmeos.
— Deixe-me ver. - O rei pega a filha nos braços e a observa.— Parece ser frágil, mas não importa. Tenho um filho homem, e herdeiro do meu trono. Cuidem bem do menino, arrumem uma ama de leite. Deve ser bem alimentado.
— Sim majestade!
A serviçal saiu de imediato, mandou um soldado procurar alguma mulher que pudesse amamentar as crianças.
O rei tinha olhos apenas para o filho, a final era seu herdeiro. Quanto a menina, não era tão importante.
Nem ao menos importou-se com a sua esposa. Para ele, a sua vida estava completa. Conseguiu finalmente o seu tão desejado filho.
Anisa, se manteve como sempre. Distante de tudo, e apenas observando a preferência do rei. Ela amamentava a filha, enquanto o filho era alimentado por outra pessoa. Sendo ordem direta do rei, que o menino deveria ser bem alimentado.
Anisa, nunca questionou nenhuma decisão tomada por ele.
Numa noite, quando a lua apareceu na sua mais bela forma. Anisa recebeu uma visita. Ela despediu-se dos filhos, deixando um colar com a sua filha Ivi. Sumiu sem deixar nenhum rastro pelo castelo.
Na manhã seguinte, as suas damas entraram procurando por ela. Apenas as duas crianças estavam sobre a cama.
Elas avisaram a um dos guardas, que avisou ao rei. Vasculharam todo o castelo atrás da jovem rainha. Ninguém, havia visto a mesma.
Passado alguns dias, o corpo da rainha foi encontrado. Chegaram a conclusão que alguém havia matado a mesma.
O rei não entendia, não havia lógica para a explicação que lhe foi dada. Anisa, não saia do castelo, no entanto, não deveria ter inimigos. Talvez, inimigos do pai da mesma.
O rei mandou alguém cuidar das crianças, dando atenção preferencialmente ao filho.
No decorrer dos anos, a preferência do rei se mantinha sobre o menino. Era mimado de todas as formas. Tinha grandes professores, e aprendia com os melhores.
Ivi, era mantida afastada. O rei alegava que ela era uma menina, não deveria aprender as mesmas coisas que o irmão. Porém, a menina se sobressaia. Escondida, assistia a todas as aulas que o irmão fazia. Era muito inteligente e tinha muita facilidade.
O rei Ferminiano, gostava de fazer exibição da figura do filho. Ambos herdaram a beleza da mãe. Apenas, o tom de pele era diferente.
Sebastiam, era diferente do pai. Apesar de ser o centro das atenções, cuidava da irmã. Mesmo escondido, ele ensinava a ela, coisas que ele sabia que ela não poderia aprender sozinha.
O amor, que ele tinha era muito grande. Chegando muitas vezes, a assumir a culpa de algo que o pai queria que sobrecaisse sobre a irmã. Sabia que ficaria impune.
— Ivi, eu sempre protegerei você. Somos um só.
— Sebastiam, eu sempre estarei com você.
— O que fazem aí? — pergunta o pai ao encontrar os dois escondidos.
— Nada pai, estávamos apenas conversando.
— Nada de conversas. Você já deveria estar arrumada Ivi, teremos convidados. — O pai agarrou ela pelo braço a puxou de baixo da mesa.
— Solta ela pai, foi minha culpa. Eu chamei ela para conversar. — disse Sebastiam, ao agarrar a mão do pai.
— Essa sua mania de defender ela vai acabar. Hoje mesmo eu vou fazer uma aliança, e ela não vai mais atrapalhar os seus estudos.
— A Ivi não me atrapalha, ela é mais inteligente do que eu.
— Inteligente? Essa menina é ignorante, não sabe nada. Pelo menos terá serventia para algo. Agora vai se arrumar, e apareça vestida decentemente.
Ivi, olhou para o Sebastiam, ele apenas fez um sinal de positivo com a cabeça. Ela retirou-se, mas não era essa a sua vontade.
— Você precisa parar de defender ela. Mas, tudo será resolvido, não terá mais nenhuma distração.
— Pai o que vai fazer? — Sebastiam não gostou da forma com que o pai falou.
— Você verá, agora arrume essa roupa. Temos convidados.
O sorriso do pai, só fez com que ele ficasse mais preocupado.
Sebastiam, e Ivi já tinham seus 15 anos. O pai, decidido a se livrar da filha, arrumou uma aliança. Precisava de soldados e uma proteção maior. O rei Muriel, era viúvo, e buscava um casamento para o filho. Assim que Ferminiano, falou sobre a filha, ele teve interesse de imediato. No jantar seria anunciado essa união.
Assim que Ivi foi apresentada, o rei Muriel mudou os planos. Desejou a menina, como se fosse um pedaço de carne. Seu filho Antônio, já tinha um reino. Ele poderia ter outro filho, que assumiria a sua casa.
— Gostaria de pedir a atenção de todos. Gostaria de agradecer ao rei Ferminiano pela hospitalidade, e dizer que estou muito feliz com a aliança que fizemos. Entramos em acordo e concordamos, que um casamento entre as famílias seria algo maravilhoso para ambos os lados. Mas, mudei de ideia. Eu quero que a sua filha seja a minha esposa. Espero que não haja nenhum inconveniente. — disse Muriel, ao levantar a taça.
— Inconveniente algum...
- a minha irmã não vai casar. Ainda mais com um velho. — disse Sebastiam ao levantar e bater na mesa.
- Sebastiam você não decidi nada aqui. A sua irmã vai casar e não há nada que possa fazer. Quero que peça desculpas ao rei Muriel, pela sua falta de educação.
- Não, eu serei rei, e a minha irmã não vai casar com esse homem.
O rei Ferminiano pela primeira vez bateu no filho. Mandou retirá-lo do salão.
— Rei Muriel peço desculpas, esse menino vai receber o castigo que merece pela afronta que acaba de fazer. Continuando ...
— Eu prefiro a morte do que casar. — Ivi, falou e já ia se retirar. Dois guardas pegaram ela, e a mantiveram agarrada.
— Não sei de onde herdou tanta rebeldia. A mãe era praticamente muda. — ele riu com os demais. — Bom, espero que o senhor consiga ter pulso firme para controlar a sua noiva. A nossa aliança está mais que firmada. Se quiser realizamos esse casamento amanhã mesmo. Assim, não precisará ter que retornar de mãos vazias.
— Por mim tudo bem, não gostaria de passar o inverno sem a companhia de uma bela mulher.
Ivi,foi levada ao quarto e trancada. Dessa forma não poderia fugir, e nem entrar em contato com o irmão. Rei Ferminiano apenas pensava no problema que estava se livrando. Além de fazer uma bela aliança.
Sebastiam, também estava trancado e impossibilitado de sair. Queria sair e levar a irmã para algum lugar seguro.
Rei Muriel, apenas queria que chegasse um novo dia, não via a hora de possuir aquela bela menina.
Eles ainda bebiam, e riam de coisas bestas. O rei ordenou que encontrassem um vestido adequado para a princesa. E que os preparativos para o banquete fosse feito o mais rápido possível.
Na manhã seguinte, algumas serviçais entraram com água e o vestido dela.
— Princesa, precisa se banhar, devemos prepará-la para o seu casamento.
— Eu não vou casar. Onde está o meu irmão?
— Temos ordens diretas do rei, e disse que se precisássemos usar a força deveríamos usar. Por favor, nos ajude, não queremos ter que chamar nenhum dos guardas.
— Eu prefiro a morte do que ter que casar com um homem daqueles.
— Chamem os guardas. Antes que o rei venha até aqui.
— Por que ele está fazendo isso comigo?
— O rei sempre desejou um filho homem, mas não ficou muito feliz ao receber a notícia de que teve uma filha também. Ele não queria você, então fará de tudo para se livrar. A melhor forma é casar você com alguém. Não queremos o seu mal, mas não podemos desobedecer ao rei. Por favor, nos deixe arruma-la. Assim os guardas não irão precisar entrar.
- Eu preciso fugir.
— Por favor não faça isso. As coisas podem piorar para você. Pense que vai estar livre do seu futuro marido em breve, ele está velho.
— Se a minha mãe ainda estivesse viva, estaria casada com o meu pai.
— Por favor, não piore as coisas. O seu irmão poderá ajudá-la. Mas, por hora obedeça ao seu pai.
— Mandaram nos chamar?
— Princesa, por favor. Vai ser constrangedor ter que deixar os guardas verem você sem roupa.
— Tudo bem, eu vou fazer o que estão pedindo. Mas, não prometo me comportar depois que sair daqui.
— A decisão será sua.
Ivi obedeceu. Não iria fugir, por hora.
Assim que ela já estava pronta, foi levada ao salão principal. Eles já aguardavam ela para o casamento. Ivi não viu o irmão, quando pensou em recuar foi surpreendida por um dos soldados. Ele fez com que ela continuasse o caminho.
Ela não teve escolha, a não ser casar com o velho. Com uma espada no pescoço, sem nenhuma chance de recusar.
Mesmo com lágrimas nos olhos. Muriel, teve a audácia de beijá-la na frente de todos. Ivi limpou a boca com a manga do vestido e levou um, tapa na frente de todos.
O guarda que estava próximo a ela, a segurou para não cair. Não podia fazer nada para ajudá-la.
— Acredito que já posso pular a parte do banquete. E ir logo para o que me interessa. - disse Muriel, com aqueles olhos ansiando por estar com ela.
— A esposa é sua, mas não ficaria bem, sair do casamento e ir para o quarto. — disse Ferminiano.
— Não pretendo prolongar a minha estadia. Só vamos consumar esse casamento, partirei em seguida. — disse Muriel, sem olhar para ele.
— Como quiser, pode levar a sua esposa. Subiremos com vocês.
— Não mesmo, essa menina vai se tornar a minha mulher e não vou permitir que ninguém entre no quarto.
— Sabe que precisamos ter certeza de que foi consumado.
— Terá, sabe bem disso. Agora eu quero ficar a sós com a minha mulher. Soldado leve ela para os meus aposentos.
— Faça, o rei Muriel deu uma ordem a você.
O soldado pegou ela no colo e colocou sobre os ombros. Carregou ela até o quarto, e a colocou no chão.
— Me perdoa. — Foi as palavras que ela ouviu do soldado.
— Por favor...
— Saia, e não deixe ninguém entrar. — Muriel ordenou.
Assim que o soldado saiu, ele trancou a porta.
— Agora você é minha, e vai aprender a respeitar-me.
Ele tirou a roupa, e ela viu um corpo velho, cheio de cicatrizes.
— Não chega perto de mim, seu velho nojento. — gritava ela.
Muriel apenas riu dela. Encurralou ela num canto e bateu nela. Levou ela para cama, e consumiu o ato.
O soldado que estava no lado de fora, escutava os gritos e pedidos de socorro, mas não poderia ajudá-la.
Sebastiam, foi retirado do quarto. E saiu a procura da irmã. Ele escutou os gritos dela pedindo ajuda. Correu até lá, mas foi impedido de entrar. Eles não escutaram mais nada. Alguns minutos depois a porta abriu.
— Levem a minha esposa para a carruagem. — disse Muriel, ainda vestindo a roupa.
- o seu velho, o que fez com a minha irmã? — Sebastiam empurrou ele, e entrou.
— Agora a sua irmã é uma mulher, e eu vou fazer isso diariamente com ela.
Sebastiam encontrou a irmã desacordada, e havia sangue nos lábios dela, e no lençol.
- Ivi, você pode me ouvir? Ivi, por favor.
Sebastiam suplicou, mas não teve nenhuma resposta. Ele levantou, e pegou uma adaga que carregava. Caminhou na direção do Muriel, e enfiou a adaga no seu peito. Os guardas seguraram ele.
— Me solta, eu vou acabar com esse velho.
— Só vai piorar as coisas para a sua irmã. Ele vai pagar pelo que fez. — o soldado sussurrou-lhe aquelas palavras.
— Menino burro, a sua irmã vai pagar caro pelo que me fez. Peguem a minha esposa e Levem.
Muriel terminou de se vestir. O soldado que estava na porta levou ela no colo. Muriel pegou o lençol, e mostrou para o Sebastiam.
— A sua irmã é minha, vê isso. Isso é como um troféu para qualquer um. Lembre disso, quando se tornar homem, vai saber o que fiz com a sua irmã diariamente. E farei até ela me dar um filho.
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