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O Xerife Arrogante: Paixão E Vingança

1 - O Encontro Inesperado

..."Quero você na minha delegacia em 10 minutos, ao contrário, vou buscá-la algemada, sua bandidinha."...

..."Vai me prender, xerife?"...

..."E te deixar completamente assada"....

......................

...EUA - TEXAS - SAN VITORIO...

...JAVIER SALAZAR - 38 ANOS - XERIFE...

A minha cabeça explode, não aguento mais fuçar a vida desses jovens viciados. Após chegar até mim a denúncia que aqueles estudantes estão usando drogas ilícitas dentro dos portões da Universidade, já não sei o que é dormir em paz. Tudo que acontece nessa cidade, "chama o Xerife Salazar", até mesmo uma árvore no meio da rua é motivo para me procurar na delegacia. Vai de briga entre marido e mulher à gato em cima de árvores, de Xerife passei a ser o bombeiro.

A cidade de San Vitorio é pequena, eu como o Xerife sou a maior autoridade daqui, faço buscas e apreensões, investigo, prendo, sou simplesmente tudo em um. Tenho um departamento de polícia, é pequeno, a cidade conta com 35 oficiais. San Vitorio sempre foi pacata, faroeste, mas sem o bang-bang e tiroteios iguais dos filmes. 

Eu não sei quem está distribuindo essa droga na minha cidade, mas vou descobrir, a todo custo. Escolher San Vitorio foi o pior erro dessas pessoas, talvez por achar que é uma cidade tranquila, por isso, sei lei. O meu ponto de partida é a universidade, onde só estudam riquinhos mela cueca, pessoal de nariz em pé. A comercialização começou por lá, devido a isso, estou estudando a vida de cada um deles. O que dificulta é que muitos alunos de cidades vizinhas estudam nessa universidade também, por abranger uma maior área acadêmica.

Solto um suspiro alto e levanto, essa deve ser a décima vez que ponho café na xícara para tomar em menos de meia hora. 

— Calma, chefe. Vai infartar assim. 

— Café me ajuda a relaxar.

Jonh é um ótimo policial e amigo. Ele está dentro da minha sala ajudando na investigação da universidade, enquanto alguns patrulham outros fingem que trabalham em seus computadores. 

— Pois parece o contrário. Como tá o namoro? 

— Acha que sou um merda, Jonh? 

— Não diria um merda, não falo por ser o meu chefe, mas porque somos amigos. Você está namorando a Donna faz 1 ano e nada. 

— Faz dois anos. — corrigi. 

— Ainda acha que vale a pena? Você namora aquela mulher para descobrir o que acontece na Universidade, mas até hoje, nada.  

O meu telefone tocou sob a mesa. Aproximei e na tela visualizei o nome da Donna. 

— É ela. — olhei para o Jonh. 

— Atente. 

— Oi, Donna. 

— Estou quase chegando em casa, você não vem? 

— Estou muito cansado, minha querida. 

— Minha querida? — Jonh sussurrou gesticulando as mãos, tirando sarro da minha cara. 

— Você não veio ontem, estou te esperando. 

— Tudo bem. — suspirei mais uma vez e desliguei o telefone. Acredito que ela tenha escutado o meu gemiido. 

Despedi dos meus policiais, peguei o distintivo a arma e comecei a dirigir até a casa da Donna. Sem demora eu cheguei, aqui era tudo muito perto. Bati na porta e ninguém atendeu, como Donna me deu uma cópia da sua chave, eu entrei sem mesmo chamar. A casa é grande, bonita e rústica, porém empoeirada, ela trabalha a maioria do dia naquela universidade e não tem empregadas.

Entrei devagar e acendi as luzes no primeiro andar, como eu sou ótimo para farejar as coisas, senti um perfume, perfume esse que não era da Donna. Um cheiro de frutas, nada enjoativo e delicado. O meu faro aguçou aprimorando inclusive a minha audição, ouvi um barulho vindo do andar de cima, era passos. O chão amadeirado estralava, mesmo que a construção fosse antiga, o barulho contínuo indicava passos lentos e leves. 

Tirei a minha arma do coldre e segurei com as duas mãos, subi a escada lentamente e sem fazer qualquer barulho para não alarmar. Poderia muito bem ser a Donna, talvez ela tenha trocado o seu perfume, mesmo assim resolvi verificar como um bom policial que sou. 

Procurei nos quartos e nada, ao passar na frente de um banheiro, ouço água caindo e uma música abafada. Dou uma risada silenciosa pela minha idiotice, era a minha namorada o tempo todo. 

— Donna? — chamei e não obtive resposta, senti o cheiro daquele perfume, o mesmo que senti lá embaixo, um perfume de mulher, maravilhoso.

Abri a porta, o box estava suado devido o vapor de água quente, vi a sua silhueta a se ensaboar. Coloquei lentamente e minha arma em cima da pia e comecei a desabotoar a camisa. 

— Mudou o perfume, Donna? — arranquei a camisa do corpo e joguei as minhas mãos na fivela do cinto para tirá-lo.

Ela, ao ouvir a minha voz, puxou a porta do box deixando completamente visível a mim o seu tronco pelado.

— Put& que pariu. — xinguei em voz alta. 

Não era a Donna, era uma garota, completamente nua e molhada com o corpo voltado para mim. Os peitos grandes avantajados e redondos apontando na minha direção, um filete medíocre de pelo na boceta. O corpo era de dar água boca, cintura fina e pernas torneadas, cabelos loiros e repleto de espuma.

— Não é perfume, é shampoo. — soou uma voz doce e provocativa me tirando do transe.

Os meus olhos subiram para o seu rosto, era uma menina, caralho! A minha ficha estava caindo. Olhos azuis e um rostinho meigo, porém diabólico. Eu estava ficando excitado por ver uma droga de menina sem vergonha, essa porra nem se cobriu e mesmo vendo meus olhos deliciar o seu corpo, se manteve do mesmo jeito. 

— Quem é você? — indaguei irritado pela falta de brilho na fuça dela. 

— Quem é VOCÊ? — questionou de volta enfatizando a última palavra. — Você entrou no meu banheiro sem chamar, está praticamente nu. — disse apontando um dedo para o meu peito. — Ah! — ganiu assustada. — Você vai me violentar? SOCORRO! MÃE! 

— Eu não sou um estuprador. — peguei a minha arma sob a pia e enfiei no coldre. — Eu posso te explicar. 

— Mãe, socorro! — gritou e finalmente fechou o Box. — Sai daqui!

Segurei a minha camisa e saí me vestindo, suado até as botas, o vapor daquele banheiro era quente, misturado com a minha excitação por ver essa menina nua. Eu ainda queria me explicar, o que deu em você, Javier Salazar? Desci as escadas correndo e percebi que fiquei tempo demais lá dentro. 

Ela disse, mãe. Gritou por socorro e chamou pela mãe. Eu namoro a Donna faz dois anos e nunca soube que ela tinha uma filha, ainda mais daquele tamanho, porra! 

Fui para cozinha tomar um copo com água bem gelada, pena que na geladeira não tinha uma cerveja, ainda me sentia úmido. Não passou nem 3 minutos e ouvi aquele mesmo passo descer as escadas, era a surtada que quase me matou do coração, ainda por cima, enrolada numa toalha. Caminhava até mim a passos largos, parecia pistola da vida, na certa vai me repreender por vê-la nua, a culpa não é minha, a peste nem trancou a porta. 

2 - Raiva ou Desejo?

...ZARA ANDERSON...

— Mamãe, posso ir no parquinho?

— Claro, minha filha.

— Eu vou com você, Zara.

— Não, eu quero te levar no museu, Samuel.

— Ela só tem 4 anos, Donna. Que mãe deixa uma criança brincar sozinha num parque de diversões?

— Ela é esperta, não é Zarinha? — minha mãe abaixou, fixou seus olhos nos meus e perguntou.

Eu tinha 4 anos, e mesmo com aquela idade sentia algo diferente nela. Ainda não sabia identificar o que realmente era, mas vivenciava no meu pai, algo que nunca tive com a Donna, o afeto, pena que foi por pouco tempo.

— Donna, vá nesse bendito museu sozinha, eu vou levar a Zara no parque. É raro eles virem para cidade.

Senti os olhos da minha mãe em mim, ela me olhava com muita raiva.

— Tudo bem, papai. — eu concordei em ir ao museu, toda vez que os dois brigavam e o papai ia trabalhar, ela descontava em mim. Eu não queria sentir a sua fúria, por isso, apenas aceitei.

— Não, Zara não para quieta, pode quebrar alguma coisa, lá não é lugar para criança, Samuel.

Fiquei intrigada quando ela aceitou em ir no parquinho conosco, até brincou comigo por um longo tempo. Eu lembro que estava feliz, mamãe beijava o meu rosto e alisava os meus cabelos. Eu ainda lembro do cheiro do seu perfume doce, eu guardei aquele momento na memória, foi o pior dia da minha vida, só que ainda não sabia. Donna era carinhosa com o meu irmão mais velho, o Nathan, esses momentos comigo eram raros. Vi o meu pai tontear e Donna segurá-lo para não cair.

— Não estou muito bem ultimamente, Donna. Deve ser o calor, vou comprar um sorvete para nós, você quer Zara? — balancei a cabeça feliz e abri um imenso sorriso. — Fique com a sua mãe, eu não demoro, tá?

Vi o meu pai se afastar, atravessou a rua atrás de um carrinho de sorvete, e por fim, sumiu no meio da multidão. Acontece que ele está demorando muito, passaram-se alguns minutos e nada do papai voltar.

— Mamãe, cadê o papai?

— Não sei, Zara. Fique aí, vou procurá-lo.

— Não, mamãe. — ela saiu sem olhar para trás e também atravessou a rua correndo, talvez estivesse preocupada com ele, pela demora.

Um grupo de crianças maiores quase passaram por cima de mim no escorregador, eu fiquei em pânico, olhava por todos os lados e só ouvia gritos de crianças, não encontrava o meu pai ou minha mãe. Chamei por eles e vi as meninas rirem apontando o dedo para mim. Engoli as lágrimas, pois estava envergonhada por estarem todos me olhando. Olhei para direção que a mamãe correu, visualizei os lados e não vi carro algum, pisei na rua para atravessar e nesse momento escutei a voz do meu pai.

— Zara!! — ele estava na minha frente do outro lado da rua segurando o próprio peiito e fazendo uma careta, papai tentou correr na minha direção e suas pernas fraquejaram, nunca vi o meu pai daquele jeito, parecia muito fraco, ele sempre foi um homem forte apesar de estar reclamando de dores nos últimos dias.

Eu ouvi gritos das outras pessoas, olhei para o lado e uma moto buzinava na minha direção.

— Zara! — mais uma vez o meu pai gritou, tentou correr na minha direção, mas a mamãe segurou ele pela camisa.

Um homem puxou o meu vestido para trás me salvando da morte certa, com os olhos cheios de lágrimas, vi o meu pai me olhar, seu rosto parecia aliviado, mas ele caiu no chão. Foi a última vez que a vi. Ele morreu por minha causa? Samuel partiu de infarto, e acho que a Donna nunca me perdoou por isso. O que era ruim, piorou. Depois desse dia eu vivi um inferno, a melhor coisa que ela fez por mim nesses 18 anos, foi me levar para um colégio interno na Flórida.

Quando cheguei no Texas, senti o meu estômago revirar, lembrei de tudo, todos os momentos. No táxi tentava esquecer tudo que vivi até os meus 12 anos, foi quando ele decidiu me abandonar naquele lugar. Seis anos que nunca mais falei com a Donna, e esses foram os melhores anos da minha após o Samuel ter morrido.

Seis anos alimentando um sentimento de rejeição e 14 anos tendo pesadelos, com a minha própria mãe. Hoje eu tenho 18 e preciso ser forte, não sou mais aquela criança, ela não pode mais me tocar. E mesmo após tudo isso eu sinto a falta dela, talvez nem seja dela, falta de uma mãe de um pai. Eu espero que depois de todo esse tempo, Donna tenha mudado. Anseio muito por isso.

Donna disse que deixou as chaves em algum lugar aqui fora, tinha uns jarros de plantas falsas, levantei e encontrei as chaves, ela estava no trabalho como havia dito, deixei a minha mala no meu antigo quarto, fiquei um tempo na cama navegando na Internet, no internato tinha horário certo até para usar as redes sociais. Lá era tudo controlado, hora para dormir e acordar, o ensino é excelente, sobre isso não tenho o que reclamar.

Tirei as minhas roupas e entrei para o banheiro, ansiava por uma ducha bem quente, finalmente sozinha, privacidade, compartilhávamos até mesmo o banheiro para tomar banho com as meninas. Liguei o som no meu celular e banhando comecei a cantarolar. Quando ouvi uma voz masculina bem grave dentro do banheiro, eu logo lembrei: é o Xerife, namorado da minha mãe.

Duvido muito que a voz do Nathan, meu irmão, seja tão grave e grossa como essa. Pesquisei sobre a vida da Donna por uma semana antes de voltar para o Texas e descobri que ela namora há quase 2 anos com esse tal Xerife. Sua maior fonte de renda é a universidade que ela passou a ser dona após o papai morrer, sua vida estava ótima, não era justo eu viver trancada e ela usufruir de tudo sozinha. Foi por isso que decidi voltar.

Um lapso fez com que eu abrisse a porta do box, meus olhos deram de cara com um urso, ou melhor, um homem muito grande e com barbas. Ele já estava sem a camisa, os braços gigantes, o peito largo e inchado com alguns pelos, os olhos azuis ciano, não dava para identificar ao certo, azul ou verde, usava um chapéu preto, muito brega por sinal. Parecia um homem das cavernas, só que o mais lindo que meus olhos poderiam contemplar. A minha pele ardia em chamas sob aquele céu na sua íris.

Ele tragava o meu corpo nu enquanto eu devorava aquele peito gigantesco e peludo sem camisa. Vi nos olhos dele a surpresa por ver-me ali, nua e desinibida. Ele deve estar pensando que sou maluca, mas era tão acostumada ficar assim na frente das meninas, e ver aquele homem me olhar com uma expressão de susto, mas com apetite, fez-me sentir algo novo, algo muito exciitante. Os segundos passaram e ambos não sabiam o que dizer, ele estava tão chocado quanto eu.

Esse urso selvagem perguntou quem eu era, e nem para cobrir os olhos, vendo-me daquela forma, gravava na cabeça cada curva do meu corpo molhado. Foi ele quem entrou, então deveria sair pedindo mil desculpas, mas não. Comecei a gritar pela Donna, mesmo sabendo que ela ainda não tinha chegado. Quando o coitado saiu assustado com a minha gritaria, enxaguei-me rapidamente e peguei meu óculos de grau, ainda molhada enrolei uma toalha no corpo e desci atrás dele.

— Você é um petulante! — aproximei repreendendo-o, ele estava na cozinha suado, a sua camisa molhada na região daquele peitoral grande, eu ficava minúscula perto dele. O homem mesmo sem dizer uma palavra, sob o seu olhar me sentia coagida, deve ter no mínimo 1,95 de altura. Como um xerife da cidade, ele passa bastante medo, exala um ar de autoridade inexplicável, emana respeito, coragem e bravura.

— Olha, mocinha, eu não sabia que a Donna tinha uma filha.

— Você poderia ter chamado antes de entrar.

Esse selvagem tirou o chapéu com uma mão, com a outra deslizou seus cabelos castanhos para trás e disse meia dúzia de palavrões:

— Eu chamei, você não escutou. Agora vá vestir uma roupa.

Cruzei os meus braços enfrentando-o, ele me olhava com uma cara de incredulidade. Inexplicável, mas me sentia exciitada.

— Vamos começar de novo? — estendi uma mão para cumprimentá-lo. — Meu nome é Zara Anderson, filha da Donna Anderson e irmã do Nathan.

Ele olhou para minha mão, olhou para os meus olhos e acenou com a cabeça.

— Xerife, Javier Salazar.

Eu puxei a mão de volta, minha cara queimando pelo vácuo que me dera. Javier pegou as suas chaves e começou a sair da cozinha.

— Aonde vai? — virei para encarar suas costas largas.

— Embora.

— Espera! — pedi. — Não precisa ir embora, a Donna deve estar prestes a chegar. — ele virou para mim e encarou-me.

— É por isso que eu vou embora, o que ela vai pensar quando... quando te ver assim?

— Não estou nua. No internato era acostumada a tomar banho com outras meninas.

— Olha para mim, eu sou uma menina? — fiz cara de confusa irritando-o mais ainda.

— Parece um animal.

— Um animal? — aproximou intimidando-me. — O que você tem de incivilidade falta no tamanho, baixinha. Precisa ter mais cuidado e se fosse outro homem naquele banheiro?

— Eu estou na minha casa, a qual tranquei a porta quando entrei, estava no meu banheiro, o senhor xerife entrou e ficou me olhando. Acho que você deve desculpas a mim. — ele sorriu desdenhando, que sorriso lindo.

— Desculpas... — resmungou de forma irônica.

Javier parece ser um homem muito difícil de lidar, arredio e pouco sociável. Se ele nasceu nessa cidade e nunca saiu daqui, provavelmente é um caipira bruto e grosso, e isso não é só um achismo, qualquer homem de boa índole, em sã consciência, pediria perdão por entrar naquele banheiro, mas ele não, além de não pedir desculpas ainda desdenhou. Javier estava totalmente decidido a sair da casa, que, mais uma vez, deu as costas para mim e começou a andar. Não ia mais insistir para que ele ficasse, deixaria ir, porém, um barulho na porta fez com que parasse.

É ela, a minha mãe. Já senti um calafrio, não por estar molhada, mas por vê-la novamente após tantos anos. O Xerife olhou para trás me visualizando paralisada e aproximou sussurrando:

— Eu não quero ser mal-educado, mas seria legal você vestir a p0rra de uma roupa.

Tá certo, ele tem razão. Ainda mais porque não sei qual os sentimentos dela pela filha rejeitada. Não seria bom após tantos anos a minha "mamãe" ver-me de toalha na frente do namorado xerife grosseirão.

3 - A Hacker E O Senhor Certinho

...JAVIER SALAZAR...

Eu precisava de uma cerveja, como se não bastasse a cefaleia que os universitários estavam me dando, descubro que Donna tem uma filha, como eu nunca soube de uma m&rda dessas? A menina petulante caiu em si e subiu para pôr uma roupa antes que a mãe visse-a naqueles trajes. Despedi da Donna sem dar muito papo, estava abalado, como uma bala sendo disparado do revólver fui para casa, eu precisava colocar os meus pensamentos em ordem.

Após um banho peguei uma cerva bem gelada e liguei o meu computador. É inexplicável, ela nunca tocou no assunto de filha, nem mesmo o Nathan. O moleque não gosta de mim, mas nunca ouvi um comentário sequer naquela casa falando sobre a irmã. Donna tem uma bela vida, tem dinheiro, não passa necessidades, por que raios a garota foi criada num colégio interno? Na verdade, é por eles terem muito dinheiro que ela foi criada lá, eu preciso tirar os estereótipos da minha cabeça.

O que eu preciso saber é, porque Donna mandaria a filha para um internato e deixaria o filho mais velho. Não sei o que pensar, não entendo o motivo pela menina ter ficado tanto tempo naquele lugar. Ela foi assim que o Samuel morreu ou anos depois? P0rra, muitas perguntas.

Acordei cedo, peguei alguns oficiais na delegacia e fomos para o único hospital da cidade.

— Senhor Salazar, acredito que não temos mais a ficha das crianças nascidas há tanto tempo.

— Vocês não usam computador? Vivem na idade da pedra?

— São muitos pacientes, xerife. Garantimos os dados até 10 anos, após isso, não fazemos questão de manter nos registros.

— Eu posso dar uma olhada?

— Precisamos da liberação do Prefeito.

— O tenho mando nessa cidade, senhora. — insisti, quase perdendo as estribeiras. — Sabe o que é mando?

— Tudo bem, envio todos os arquivos daquela época para o e-mail da delegacia.

— Ótimo! — entramos no carro e uma nova ocorrência aconteceu, informaram que alguns estudantes estão com dr0gas na Universidade.

Fui sozinho até lá, agora eu vou pegar pesado com aqueles fedelhos. Quando entrei, eles estavam fora do horário das aulas, visualizei um grupinho meio suspeito de rapazes e aproximei com a mão na arma. Tudo para intimidá-los, não queria conversinha.

— Vocês aí, levantem-se. — fechei a cara e mandei.

— O que foi dessa vez, xerife? — o b0sta do Nathan perguntou, o filho da minha namorada estava no meio do grupinho, os outros cinco rapazes levantaram num pulo.

Deslizei o meu sapato para facilitar o encontro das dr0gas na grama, mas o que eu vejo é outra coisa. Abaixo e pego um comprimido branco, num pacote minúsculo transparente. Levantei o comprimido na direção do rosto deles.

— Senhor, não sabemos de quem é. — um deles já respondeu sem eu dizer qualquer palavra.

— Onde vocês arranjaram isso?

Nathan toma a frente do grupo de amigos:

— Você vem aqui quase todo dia nos ameaçar, o meu amigo disse que não sabe de quem é esse remédio.

— Escuta garoto, eu já encontrei drogas na sua mochila, eu sei quando um pivete mente para mim e posso garantir que vocês sabem o que é essa porcaria aqui, que, na verdade, não é remédio algum. — aproximei o meu rosto do moleque, ele deu um passo para trás recuando. — Eu poderia te prender por usuário, talvez até tráfiico se juntar as quantidades, só não faço isso por sua mãe, seu viciadinho de m&rda, mas agora isso mudou, a próxima vez que eu pegar você com aquelas coisas, ou perto de alguém que esteja com dr0gas ou comprimidos, você vai para delegacia, ouviu?

Ele engoliu seco e balançou a cabeça, os rapazes ao seu lado puxou o braço para arrastá-lo dali o mais depressa possível, pareciam apavorados. Senti uma mão tocar o meu ombro e apertar, segurei firme prestes a torcê-lo, foi por pouco, uma fração de segundos, pois senti ser pequena demais para ser algum outro garoto, virei e vi o rosto meio meigo daquela menina.

— Hey, calma. — sua voz soou perto dos meus ouvidos, num sobressalto ela puxou a mão. — Você tá assustando os alunos, olha a cara deles. — disse e massageou a mão que apertei olhando ao redor, olhei também e pude ver a maioria com os olhos arregalados para mim. — Acho que eles têm medo de você.

— Você também deveria ter.

— Por que eu teria? — revirei os olhos e ajeitei o meu chapéu, aqueles olhos azuis atrás de um óculos de grau analisava cada suspiro que eu dava. — Você parece muito estressado, xerife, precisa relaxar um pouco.

— Sabe o que me relaxa? Uma cerveja bem gelada e esses alunos andando na linha. — ela sorriu, o sorriso meigo que me irritava. Zara é completamente aprazível por fora, mas por dentro... conheci essa peste ontem e já pude notar algo ambíguo nela.

— Eu posso fazer alguma coisa pelo senhor?

— Pode, suma da minha frente, preciso trabalhar. — dei um passo para sair de dali.

— Eu não estava falando disso, futuro padrasto. — senti os meus pelos do peito arrepiar com a última palavra.

— Estava falando do quê? — me virei para olhá-la.

— Queria fazer algo para que você pudesse relaxar.

— Garota. — aproximei mantendo uma certa distância, o que os alunos vão pensar ao ver um homem do meu tamanho cochichando com uma menina. — Você não bate bem da cabecinha, né? Tá usando dr0gas também?

— Não senhor. Na verdade, eu ouvi o seu assunto com o meu irmão. Você xingou ele me m3rdinha? — apenas a encarei, visivelmente sem paciência para aquilo. — Eu posso ajudá-lo.

— Ajudar com o quê, exatamente? O que a Donzela sabe fazer?

— Nossa, você é tão bruto, grosso e arrogante. — cruzou os braços e suspirou, transparecendo estar zangada.

— Ok, o que sabe fazer? — amaciei a voz e resolvi dar uma chance, acho que estou dando corda demais para esse papinho furado de menina.

— Eu sei usar um computador. — comecei a rir com a sua fala, saiu um pouco alto e irônico, todos ao nosso redor nos olhando.

— Não preciso de alguém para ligar e desligar o computador, isso eu sei fazer.

Ela aproximou fazendo-me sentir aquela fragrância, talvez seja o seu cabelo que cheira tão bem. Ergui o meu peito evitando que ela se aproximasse demais, como se meu abdômen fosse um escudo separando-a de mim.

— Como eu posso dizer. — olhou para os lados. — Eu sou uma hacker. — murmurou a cobrir os lados da boca com as mãos.

— Você o quê? — não medi o tom de voz.

— Shh, não vai me prender, né, senhor xerife?

Zara Anderson está me provocando, desde o momento que ela apareceu por trás segurando o meu ombro, usa uma voz sedutora. Sabia que ela percebeu meu olhar no seu corpo ontem, só não sei o que realmente pretende com isso, já que sou o namorado da sua mãe, e ela é tão jovem. Eu fico a pensar nisso e esqueço a bomba que ela acabou de soltar: "eu sou uma hacker". Que diabos essa menina quer? Ser presa?

Me encontro irritado novamente, não por dizer isso na minha cara, mas por lembrar desse corpo atrás de um uniforme de faculdade nu e da sua petulância.

— Você disse que é uma hacker e não quer que eu te prenda?

— Eu não sou uma hacker, ainda não fiz nada de ilegal.

— Ainda?

— O fato é, eu sei hackear quase tudo, celulares, computadores. Eu poderia te ajudar e encontrar a pessoa que fabrica esse negócio aí. — apontou para a minha mão que segurava o comprimido.

— Certo, deixa eu ver se entendi. Você quer solucionar um crime, praticando outro?

— Já ouviu falar da profissão, ethical hackers, também chamado de hackers do bem, contratados pelas organizações ou empresas para identificar vulnerabilidades em seus sistemas, posso dizer que sou uma hacker do bem.

— O serviço que você acabou de me oferecer não parece ser do bem, senhorita Anderson.

— Aff... — resmoneou revirando os olhos, típico de uma mimada que não entende o básico da lei. — Ok, senhor certinho, esqueça isso.

— Para o seu bem eu vou esquecer, menina. Mas você deve se lembrar que sou um policial, uma autoridade aqui, se fizer besteira será presa, ouviu? — sacudi o pacote na frente do seu rosto, encorajando para ela ficar longe desses comprimidos.

— Sim, senhor, senhor xerife. — lambeu o lábio inferir, seus lábios rosados e carnudos, a biloca de seus olhos azuis me analisando.

Mas que c*cete! Xinguei mil vezes ao dar as costas para ela e entrar no meu carro. Um mísero gesto sugestivo me fez exciitar. Liguei o carro e olhei para baixo, ele estava enrijecido sobre as calças. Eu apertava o volante com tanta força, na esperança que aquilo tirasse de mim a lembrança dessa maldita nua.

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