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Sangue E Paixão

Capítulo 1. Noite Sem Lua

Seu nome é Preston, Dominic Preston. Gosta de percorrer as ruas da cidade, à noite, quando todos estão em suas casas, dormindo e só os incautos andam pelas ruas. Quando os encontra, dá-lhes um prazer efêmero e segue seu caminho, depois de lamber suas presas e recolhê-las.

Ainda não estava satisfeito e continuou perambulando, até que sentiu o aroma mais delicioso que já havia sentido na vida. De repente, sua vida fazia sentido, pois o mundo ficou colorido e seus pulmões sentiam o ar, seu coração pulsou e seu membro enrijeceu.  

— É ela, minha erosita. Onde você está, querida?

Ouviu uma voz doce, cantarolando e seguiu o rastro doce do aroma e a suavidade da voz, avistando uma jovem mulher dançando no meio da rua. Vestia um vestido preto, com um casaquinho, também preto. Estava toda de preto e na escuridão da noite, parecia apenas uma sombra se movendo indevidamente.

Se aproximou lentamente, observando a pessoa mais importante de sua vida, a partir desse momento. 

— É linda, fresca, pura e minha!

Ela se deu conta de sua presença e parou, olhando diretamente para ele, com seus olhos, muito azuis, o fitando, arregalados. 

— Oi… — disse ela, sem medo.

— Oi, minha erosita.

— Não sou sua, não sou de ninguém — deu um largo sorriso para ele e se virou, continuando a dançar — sou livre, finalmente.

— Posso te dar a liberdade eterna, e o restante do mundo, se quiser.

— Não quero, não preciso de nada além do que já tenho, adeus.

Dançando, ainda, seguiu em diante e quando percorreu 50 metros, ele parou em sua frente, a impedindo de seguir.

— Você é minha, sem você só existo, não vivo. Você virá comigo, por bem ou por mal.

— Nem por bem, nem por mal, só morta.

Ele olhou para dentro dos seus olhos e disse suavemente:

— Você é o amor da minha vida e virá comigo, agora. — a sugestão em seu sussuro, induziu a jovem a obedecê-lo.

— Sim, meu amor, irei com você.

Ele a envolveu com seu sobretudo e se deslocou tão rapidamente, que pareceu sumir em um lugar e aparecer em outro. Entrou em sua mansão ancestral, que mais parecia um museu e chegou rapidamente ao seu quarto secreto. Pousou-a na enorme cama, coberta com lençóis de seda vermelha e despiu-a.

Ela olhava para ele com doçura e entrega e quando o viu se afastar, esticou os braços, o chamando. Ele despiu-se rapidamente e se deitou ao seu lado, tocando o corpo branco, de pele sedosa, tão macia que tinha medo de machucar. Contemplou a beleza dos seios redondos e dos mamilos que se enrijeceram ao toque de sua mão.

Não resistiu em lambê-los, sugá-los e mordê-los, saboreando seu sangue de gosto único, feito para ele. Sentiu a excitação dela e não esperou, estava descontrolado e a tomou para si, penetrando-a profundamente, de uma vez só, ouviu seu grito, mistura de prazer e dor e não a poupou. Se entregou ao prazer de ter sua erosita, a futura vampiresa, que esperou por tantos séculos.

Ao sentir o calor e a pressão de seu canal, ele foi à loucura e a golpeou seguidamente com sua arma potente e mordeu seu pescoço, bebendo seu sangue e injetando hormônios de prazer. Segurou na lateral de sua coxa, suspendendo-a para intensificar os movimentos e fazendo-a gritar, tendo um orgasmo após o outro. 

Ele perdeu a noção do tempo que ficou, tirando dela todo o prazer que podia e quando sentiu a presença do amanhecer, jorrou uma última vez sua semente e parou. Fechou os olhos, pousando a cabeça em seu ombro, com os braços apoiados ao lado do corpo dela, regozijando-se com tudo que estava sentindo.

O ar entrava pelas suas narinas, enchendo seus pulmões e refrescando seu corpo, que era aquecido pelo sangue novo que seu coração recém recuperado, com suas batidas fortes, enviava para seu corpo. A adrenalina ainda estava se movimentando em seu corpo e apesar de ter, não queria, separar-se de sua companheira.

Olhou para ela, agradecido e só então percebeu o estado de quase morte em que estava e se desesperou. Ela era humana e não sentia da mesma forma e ele exagerou ao beber dela. Rasgou o próprio peito com uma de suas garras e quando o sangue brotou, juntou o corte à boca gostosa dela e a induziu a beber. 

Deixou-a beber o suficiente e fechou a ferida. Levantou-se, percebendo o estado precário em que seu corpo frágil, estava. Pegou o controle e lacrou o local, que se fechou com paredes de aço, ficando em total escuridão. Nenhum diminuto vestígio de sol, passava.  

Ele encheu a banheira redonda, que nunca usou, pois não precisa se lavar, sorriu, ao pensar em como a humanidade gostaria de ter um corpo auto limpante como o dele. Colocou a banheira para encher, com água sulfurosa, que vinha do mais profundo bolsão d'água, que ficava muito abaixo da residência.

Assim que a banheira encheu, buscou o corpo quase sem vida e entrou com ela na água. Deixou seu corpo ser envolvido pelas águas curadoras e depois abriu seu pulso, por onde corria seu sangue, vindo direto do coração e deu para que ela bebesse, mais uma vez.

— Só mais um pouco, querida. Me perdoe, minha erosita.

Mais uma vez, ele lhe deu de beber de seu sangue, terminou de banhá-la e levou-a para uma chaise long, para secá-la. Só então a levou para a cama, deitou-se ao lado dela, mas sem tocá-la, pois logo iniciaria a transformação. Cobriu-os com o lençol, embora não houvesse necessidade e relaxou o corpo, entrando em seu sono hibérnico.

Não acordou, nem com os gritos que ela emitiu pela dor da transformação e quando terminou, ela também entrou em estado de hibernação e assim permaneceu, até o sol se pôr.

Capítulo 2. Vampireza

O pesadelo levava Danna as raias da loucura, sua mente lhe pregava peças, mostrando seu corpo queimando com labaredas terríveis, sua pele ardia e ela metia as unhas, arrancando a pele queimada de seu corpo. Seu sangue corria pelas veias, como lava fervente e tudo lhe doía, fazendo-a se contorcer e a dor, produziu gritos agudos em suas cordas vocais.

Quando tudo passou e seu corpo se aquietou, sua mente acelerou em pensamentos distorcidos, lembranças de um homem bonito, que a abordou na rua, mas ela o rechaçou, o que não adiantou, pois ele conseguiu deixá-la em frangalhos. Precisava acordar desse pesadelo. Se esforçou e conseguiu abrir os olhos.

Viu tudo escuro, mas conseguia enxergar, olhou para o lado e viu o mesmo homem, deitado ao seu lado. 

Se arrastou pela cama, se afastando tão rápido que quase caiu da cama. Foi até o que lhe pareceu uma porta, mas percebeu que todo o local era cercado de paredes de aço. Viu engrenagens e devia haver um controle, procurou.

Procurou e encontrou em uma mesinha de cabeceira. Foi com leveza, mas descobriu que estava rápida e conseguiu pegar em um piscar de olhos. Acionou, mas deixou a blindagem abrir só o suficiente para ela se arrastar para fora e fechou novamente, deixando o controle do lado de fora.

Levantou-se e observou o local, procurando a saída e localizou a escada. Eram paredes de pedra, assim como a escada e admirou a construção antiga, mas não tinha tempo para isso. Subiu e entrou em um corredor largo, com quadros nas paredes que pareciam de antepassados, pelas roupas, mas havia um que era do homem.

— Como é mesmo o nome dele?

—  Dominic Preston. O dono desta casa e pelo visto, seu também, querida.

—  Meu, não. Estou indo embora.

— Bom, muito bom, querida. Sou Morgana, a governanta. Venha comigo, vou lhe dar algo para beber e vestir, ou quer sair assim?

Donna olhou para seu corpo nu e achou melhor seguir a governanta.

— Fique tranquila, não vou lhe prender aqui, estou acostumada a cuidar das mulheres que ele trás para casa.

Entraram por um corredor e passaram pela porta de uma grande cozinha. Ela abriu um armário e lhe deu um vestido preto, que Donna vestiu, imediatamente e esperou a governanta pegar algo na geladeira e encher um copo para ela.

— Beba querida, você vai precisar.

— Isso é sangue? — não reclamou, pois o cheiro lhe parecia apetitoso.

— Sim, o único alimento que você precisa, por agora.

— Obrigada — pegou o copo e bebeu, saboreando o líquido vermelho e denso, que desceu facilmente por sua garganta.

— Sabe, estou curiosa, você me parece bem. Está limpa e sem ferimentos. Ele deve ter gostado mesmo de você, pois te tratou muito bem. 

Donna não sabia o que dizer e ficou calada, pois aquela fala foi horrível de ouvir. Terminou de beber e devolveu o copo, que Morgana pegou, lhe deu um lenço de papel para limpar a boca e a indicou à porta de saída dos fundos, onde havia um par de sandálias lhe esperando. Ela olhou a rua e viu que ainda havia movimento, pois estava iniciando o anoitecer. 

Verificou onde estava e não reconheceu, por isso desceu correndo pela rua, aproveitando sua velocidade anormal e chegou rapidamente ao caminho que rumava para sua casa. Ela só não sabia que Dominique a encontraria facilmente, através de seu aroma.

Morgana também não fazia ideia de que, aquela jovem, não era apenas mais uma na cama de seu patrão e sim sua vampireza. Quando ele acordou e não a viu ao seu lado, percebeu que sequer estava no quarto, urrou tão forte  que estremeceu as paredes. Ela se assustou, não entendendo o porquê da braveza de seu patrão.

Donna chegou em sua casa, entrou e acendeu as luzes, que arderam em seus olhos, então, deixou só os abajures acesos. Olhou tudo em volta, satisfeita, porque agora, aquela casa era sua, só sua. Nunca iria deixar outra pessoa dominá-la a ponto de ficar outra vez escravizada, muito menos um homem, por mais que fosse lindo.

Subiu para seu quarto e olhou a miséria que era. Pegou suas roupas e se mudou para a suíte de hóspedes. Guardou as roupas e apesar de se sentir limpa, foi tomar outro banho, gostava da água tocando sua pele. Entrou embaixo do chuveiro e percebeu que não sentia a temperatura da água, mas não se aborreceu, tomou seu banho à vontade e quando saiu, estava refeita de tudo.

Vestiu uma roupa simples e foi a faxina, tinha muita coisa a limpar e mudar naquela casa que cheirava ao casal idoso que ali morava. Começou pelo quarto deles, tirou tudo espanou, abriu as janelas para entrar ar fresco e olhou os móveis para ver o que poderia aproveitar. Achou melhor decidir isso durante o dia, pois não poderia sair aquela hora para comprar nada.

Fez a mesma coisa em todos os cômodos e também recolheu todos os enfeites que eles adoravam espalhar pela casa. Estava jogando tudo no lixo e preparando para deixar na calçada, para o lixeiro levar, quando sentiu a presença de alguém.

— Olá, minha vampiresa, vejo que está bem, sua mudança foi bem tranquila e nem parece sentir diferença de sua vida anterior.

— Não sou nada sua e o que pretende, me perseguindo?

— Como não é nada minha? Estamos unidos para sempre e serei seu provedor.

— Ai, você fala coisas tão confusas. Com licença, mas ainda tenho muita coisa para fazer. — deixou ela, o lixo na calçada, virou-se e entrou.

— O quê tem para fazer em uma casa que nem vai morar?

— Lá vem você com essas ideias, passei minha vida toda sendo tolhida de minha liberdade, não é agora, que sou livre, que vou me deixar levar pela lábia de um qualquer. Vá empora.

Ele segurou-a pelos ombros e falou, olhando em seus olhos, mas ela lembrou da noite anterior e fechou-os.

— Não vou te hipnotizar, só quero que preste atenção no que eu vou falar.

Capítulo 3. Herança

Ela, então, olhou para ele, questionando:

—  Você me hipnotizou, claro. Fale, tô ouvindo.

— Você ainda não se deu conta, de que agora é uma vampira?

— E isso existe? — perguntou ela, sorrindo.

Ele então, deixou sair suas presas e segurando-a pela nuca, inclinou-a para o lado e mordeu seu pescoço, sugando seu sangue. Não o fez muito, foi só para mostrar a ela quem ele era.

Ela se assustou e olhou-o, sem entender o que tudo aquilo significava para ela, dali em diante.

Dominic Prestonniergh, herdou de seus antepassados tudo o que tinha, inclusive o vampirismo. Tinha alguns seguidores, remanescentes de transformados por ele mesmo. Uma equipe de vigilantes e especialistas que cuidam de sua intranet e vigiam sua empresa, e claro, vários primos e primas, espalhados pelo mundo.

Depois de séculos, se tornou recluso e solitário, só saindo por necessidade, mas ao encontrar sua erosita e transformá-la em vampiresa, adquiriu uma nova esperança de vida. Uma vida cheia de alegrias e paixão. Uma pessoa para ele cuidar e que cuidará dele.

Já Donna, desde pequena, tendo nascido como filha da empregada na casa dos patrões, o casal Von Dietrich, precisou viver reclusa e estar sempre se escondendo. Quando chegou a idade de frequentar a escola, foi matriculada em um colégio semi-interno, onde ficava o dia inteiro. Percebeu que sua mãe era oprimida pelos patrões e quando questionou, ouviu apenas:

— Só precisamos suportar mais um pouco e você, estude com afinco e um dia, tudo isso será seu.

E assim cresceu, chegando  a adolescência, mas sua mãe morreu e precisou assumir o lugar dela. Já sabia tudo o que devia fazer, inclusive, se esgueirar do velho, como sua mãe fazia. Foi um mês antes dela encontrar Domi

nic, que os dois faleceram. Pegaram uma virose e graças a idade, não suportaram e foram a óbito.

Uma semana depois do funeral, recebeu uma carta do advogado, pedindo que ela comparecesse no escritório, na semana seguinte e precisou racionar os alimentos, pois não sabia até quando teria onde morar e o que comer. Os patrões racionavam tudo e ela não recebia salário, pois jogavam em sua cara, que vivia de favor, pois eles eram misericordiosos com a filha da empregada.

Então, quando o advogado disse que ficou tudo para ela e que tinha um patrimônio que a sustentaria por toda a vida, admirou-se por completo.

— Eu não entendo, doutor, por quê eles deixaram tudo para mim, eu não tinha nem salário?

— Bem, senhorita Gracilieva, encontrará tudo que precisa saber nos documentos que lhe dei. 

— Sim, senhor, obrigada.

Ela foi para casa e verificou os documentos, havia uma certidão de nascimento dela e constava o nome do seu pai, que sua mãe nunca havia contado e se espantou ao ver que era filha do patrão e por isso, ela lhe dizia que um dia, seria dona de tudo.

Havia uma carta de sua mãe, contando tudo o que aconteceu e entendeu o por quê dela viver se escondendo do patrão, trancando a porta do quarto e prendendo com a cadeira. Não recebia salário, porque era a filha do patrão com a empregada e só pôde continuar ali, por consentimento da patroa, que exigiu que seu marido só assumisse a filha depois de morto.

Depois que leu o que lhe interessou, ficou faltando só um envelope pardo. Foi ao banco, tomando ciência de tudo que tinha, ficou tão feliz, que passou vários dias passeando pela cidade, comendo fora e indo ao cinema e ao teatro. Estava voltando de um passeio, cantarolando a música da ópera e dançando, quando foi interpelada por um vampiro.

Um vampiro lindo, sexi e grudento, que bebeu seu sangue, hipnoticou-a, consumiu-a com sexo selvagem e agora estava ali na sua frente, exigindo que ela deixasse sua recém conquistada liberdade, para viver prisioneira dele, naquele subsolo lacrado e escuro.

Olhando para ele, com a boca ainda suja pelo sangue dela, ela deixou suas presas saírem e o imitou, mordendo seu pescoço e bebendo, mas bebendo muito e se ele não a empurrasse e corresse, ela teria bebido todo o seu sangue.

Preston correu até encontrar um humano andarilho e bebeu dele, o hipnotizando e lambendo as feridas, deixando-o encostado em uma parede. Saiu procurando outro e outro, só parou quando se refez. Parou um instante e pensou no que fazer, não podia deixá-la sozinha para enfrentar suas novas necessidades e restrições, sozinhas.

Voltou aquela casa grande e velha, onde ela mora e sem que ela percebesse, examinou tudo, procurando um lugar onde ela pudesse estar protegida do sol. Desceu até o porão e era o espaço perfeito, então começou a tirar as coisas que entulhavam o local e colocou na calçada, fazendo isso tão rapidamente, que pareciam que os entulhos estavam voando sozinhos. 

— Ei, o que é isso? — gritou Donna — pare imediatamente.

Preston parou e ela pôde vê-lo com uma caixa acima da cabeça. 

— Você precisa de um lugar especial para dormir. — ele subiu até o quarto, onde ela estava olhando pela janela.

— Aaaai! Eu já te mandei embora, por quê ainda está aqui?

— Eu fui premeditado e minha euforia por ter te encontrado e por seu gosto maravilhoso, me levaram a ter que transformar você muito rapidamente. Agora, você não sabe nada sobre viver como vampira.

— Tá bom, então me diz o que preciso fazer e vai embora, eu cuido de mim.

— Ai, mulher teimosa! Tá bom, primeiro, não pode pegar luz do sol, nem um raiozinho, segundo, só beba sangue e se tomar direto da fonte, não seque a pessoa. Em terceiro lugar, você não pode viver sem mim, sentirá falta.

— Não vou sentir falta do que nunca tive. Nem te conheço!

— O sangue conhece e chama.Você, agora é minha e eu sou seu, onde você for, eu saberei e onde eu for, você saberá, não podemos viver um sem o outro, nunca mais.

— Isso é o que veremos. Tá pra nascer aquele que vai me controlar novamente.

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