NOTA DA AUTORA
Um CEO Na Minha Cama narra a história de Manu, uma mulher que vive um casamento enfadonho e cheio de obediências.
Ela vê sua vida virar de ponta cabeça quando conhece Leandro, o executivo milionário e chefe de seu marido. Alto-astral, boa vida, e lindo de morrer, Leandro exala frescor e amor para dar, ele é o sonho de qualquer mulher. Mas conhecer Manuela foi o maior erro que poderia ter lhe acontecido.
ATENÇÃO: Contém cenas de sexo explícito.
Neste polêmico romance, NINA nos leva a reflexões sobre amor, desejo, e as tentações que podem bater sem avisar à porta de qualquer casal.
Antes de mais nada
Manuela era uma mulher adulta e casada. E portanto, na visão de muitas pessoas, ela não deveria nem pensar em olhar para o lado.
De fato, há algumas coisas na vida que não são o “politicamente correto” a se fazer, e acredite, Manu tinha plena consciência disso.
Acontece que ninguém manda no coração, ninguém manda no desejo. E por mais que sua consciência dissesse para ela seguir o que era “correto”, isso não foi suficiente para impedir Manuela de sentir.
Paixão, encantamento, tesão.
Sentimentos fortes que a incomodavam, e só o seu objeto de desejo poderia aplacar.
Mas o que aquele CEO delicioso menos queria, era sucumbir à tentação proibida da mulher recatada, discreta, e pior, esposa de um subordinado do seu Império.
Manuela foi a mulher mais safada e mais santa que ele já conheceu na vida.
E o que eles fizeram juntos, foi...
INESQUECÍVEL.
Tudo começou há um ano, e foi logo na segunda semana de trabalho do Humberto. Ele havia acabado de ser admitido como corretor imobiliário numa grande construtora, era de alto padrão, coisa chique.
Meu marido era esforçado, e este emprego era algo com o que sonhava fazia tempo, viu. Eu achava até difícil de
dizer o que ele exercia por lá, mas consegui decorar o nome: gestão de fundos imobiliários. Basicamente, o que o Beto fazia era gerenciar carteiras de investidores na área imobiliária.
Ele andava com os grandes, apesar de pertencermos a um patamar financeiro bem mais humilde.
Só o Beto trabalhava, eu ainda buscava oportunidades, mas vivíamos bem, num apartamento pequeno e bem
localizado, sem luxo. Éramos um casal de adultos jovens e sem filhos.
Ele foi meu primeiro homem, e a gente já namorava há muito tempo quando acabou decidindo morar junto. Não
havíamos casado no papel, mas eu o considerava meu marido.
A gente tinha carinho um pelo outro, mas aquela paixão, aquele fogo do começo, havia ido embora.
Na verdade o Humberto não era esse tipo de homem, fogoso, quente. Ele sempre foi um cara digamos...
sossegado.
Mas de uns tempos pra cá, parece que estávamos ainda mais distantes, ele estava mais distante.
Nossa rotina era a mesma todo santo dia, eu acordava junto, preparava o nosso café da manhã, ele se aprontava, me dava um beijo na testa, pegava sua pasta de couro e saía para o trabalho. Daí eu tinha o resto do dia meio que “livre”, me ocupava dos afazeres da casa, e depois me sobrava um tempo para pesquisar sobre cursos, emprego, algo que me desse uma fonte de renda.
Eu queria muito!
Dava gosto de ver como o Humberto estava feliz no emprego novo, mas foi numa quinta-feira quando, durante o jantar, meu pensamento se voltou para outro campo, para algo que... eu nunca pensei que aconteceria comigo.
Para mim era sujo, errado! Eu nunca pensei que fosse sentir.
Mas senti.
E a partir daquele momento, foi impossível voltar atrás.
Humberto estava empolgadíssimo com o trabalho e a cartela de clientes em potencial, e eu, muito feliz por ele! Entrava no site da construtora, me mostrava os projetos, pesquisávamos juntos sobre as empresas que compravam as salas comerciais, teve uma que adquiriu um prédio inteiro no meio da avenida mais cara de São Paulo. Babei no projeto magnífico da Construtora do meu marido!
Já havia passado duas semanas, mas ele ainda estava naquele clima de novidade, de primeiro dia de empresa,
admirando todo mundo, cheio de gentilezas e gratas descobertas dia após dia.
Mas não sei o que me deu, algo mexeu comigo, meu corpo começou a esquentar, estiquei as mangas do meu cardigã azul-marinho até o meio dos antebraços quando a fala dele mudou, e se direcionou a uma única pessoa.
- Manu\, você tem que ver! O cara não é igual a esses chefes autoritários que existem por aí\, metidos\, turrões... o
filho da puta é mais novo que eu e já é um CEO, mas ele é totalmente diferenciado... o sujeito é bem-humorado, simples pra caramba... o Leandro é foda, viu!
- Poxa Humberto... fico feliz por você. Mas lembra que você acabou de o conhecer\, e por mais que ele tenha essas
qualidades aí que está me dizendo, ele é o seu chefe!
Humberto tinha os olhos brilhantes e mal me olhou quando eu disse isso, continuou mexendo no celular e eu tive que parar de comer para prestar atenção.
- Ah\, aqui\, já até me adicionou no Instagram\, olha a cara de boa vida do sujeito! – Virou o celular para me mostrar.
De longe eu não enxergava, peguei o aparelho para ver uma imagem aleatória dentre outras várias do tal Leandro. Era um homem de sorriso branco e cativante, tinha a pele nua e bronzeada. Ele parecia estar numa praia, seus cabelos claros e cheios estavam despenteados. Uma tatuagem tribal maravilhosa contornava seu braço musculoso.
Mordi o lábio sem querer. Imaginei como seria o beijo dele, a pegada firme. Rocei minhas coxas debaixo da saia.
- Legal. Parece gente boa mesmo. – Dei um suspiro e peguei o copo para tomar um gole d’água.
Humberto tornou a pegar o celular para mexer. Estava frio nesse dia, lembro que abri um vinho para a gente, eu
tinha feito uma travessa de lasanha que ainda borbulhava em cima da mesa.
Pigarreei, tentando afastar meu pensamento absurdo para longe.
- E aí\, Beto. Gostou do seu prato preferido? Está do seu jeito?
- Hummm.... sua especialidade\, Manuela!
Dei um sorriso tímido e terminei de tomar o vinho. Completei nossas taças, me servi de mais um pedaço da lasanha e vi o Humberto tornando a olhar o celular, começou a rir.
- O que foi\, Beto?
- É o Maurinho\, o diretor financeiro que te falei. Está me lembrando da nossa noite amanhã.
- Ah! Amanhã?
- É\, vai rolar a happy hour com a turma. Ei\, não esquece hein Manu\, não preocupa com jantar pra mim. –
Avisou, empolgado.
Dei um sorrisinho, tomei um gole do vinho e fiquei olhando para ele. Pelo visto ia ser isso toda semana.
Mas eu não me importava, fazia tempo que não via o Humberto tão feliz e motivado com alguma coisa, bem
diferente de mim.
- E que dia as esposas vão poder ir? – Perguntei zoando.
- Ué\, a gente precisa combinar isso lá. Vou ver como vai ser amanhã.
- Uhum.
Terminamos a refeição em silêncio. Só via meu marido trocando mensagens e rindo. Deviam estar falando alguma
besteira, piadinhas bobas de homem.
Peguei-me imaginando se o Leandro iria. Como ficava dentro de um terno, devia fazer sucesso pra caramba com
mulher. E do jeito que parecia extrovertido e entrosado, eu não duvidava que a ideia do bar partira dele, apesar de Humberto não ter mencionado seu nome.
Recolhi os pratos enquanto meu marido saiu da mesa e foi para o quarto assistir TV. Lavei as louças e ajeitei toda
a cozinha. Escovei os dentes e me troquei, tirei a calcinha e decidi vestir uma camisola de renda branca, me sentia muito atraente nela. A conversa no jantar me despertou vontade de sexo. O sorriso do Leandro não saía da minha cabeça.
Ele tinha cara de uma pessoa leve, que topava tudo, mas o pior - cara de homem que sabia como fazer gostoso, quente, safado.
Fui até o meu lado no guarda-roupa e peguei um pouco de um hidratante docinho, cheiroso, espalhei pelos seios,
bunda.
Enfim me deitei na cama, Humberto já tinha desligado a televisão e agora só mexia no celular.
- Psiu... – Eu o chamei com um sorriso.
- Oi\, Manu. Nossa estou exausto! Aquele vinho me deu um sono...
- Sério\, Beto? – Baixei o lençol até a cintura\, para que ele visse o que eu usava. Uma alça da camisola escorregou
pelo ombro, revelando uma aréola grande, amarronzada, que eu adorava quando ele rodeava com a língua enquanto investia gostoso.
Mas ele só deu um sorriso e disse:
- Amanhã\, Manu.
Suspirei, sentindo uma irritação tomar conta do meu corpo, principalmente depois que ele me deu seu costumeiro
beijo na testa e se virou de costas.
Apaguei a luz, mas meu pensamento estava mais aceso do que nunca. A imagem do homem de olhos quentes e sorriso maroto não saía da minha cabeça. Aquele sorriso prometia tudo a uma mulher. E eu não sei por que, mas no fundo eu tinha a certeza de que ele cumpria todas as suas promessas com maestria.
Leandro... dormi pensando nele.
- Bom trabalho, Beto.
Despedi-me do meu marido e tirei as louças da mesa do café-da-manhã.
A raiva pela noite anterior havia amenizado dentro de mim, e sem que eu percebesse, já me acostumava com essas situações que ficavam mais frequentes à medida que o tempo passava de mansinho.
Depois que ajeitei a cozinha, fui com o cesto de roupas para a área de serviço. Dia de sexta-feira eu faxinava o
apartamento todo, trocava as roupas de cama, tirava poeira dos móveis e já deixava algo semipronto para o jantar. Hoje não ia ser o caso, a noite ia ser só para mim, e eu já estava até pensando no que faria sozinha, sem depender do Beto para decidir nada em conjunto. Me veio uma sensação de liberdade gostosa.
Passei as roupas do varal, levei até o nosso quarto e comecei a guardar, mas quando olhei para a cama vi o
celular do Humberto ao lado do monte de roupas dobradas.
- Xiii... esqueceu...
Eu sabia a senha, e peguei para ver se havia algo importante do trabalho dele. Tinha duas chamadas não-atendidas, “Leandro CEO”. Respirei fundo e sem pensar, liguei de volta.
Depois de três toques, uma voz grossa atendeu. Engoli em seco.
- Oi\, Humberto.
Raspei a garganta.
- É... Aqui é a esposa do Humberto. Desculpa\, mas é que vi duas chamadas do senhor\, Leandro.
- Sim\, liguei. Bom dia. Eu poderia falar com ele?
- Ele já foi trabalhar\, esqueceu o celular em casa...
- Hum\, está certo. Dou um jeito de procurá-lo aqui\, obrigado.
- Leandro\, espera...
Minha boca secou. Vontade imensa de continuar conversando com ele, qualquer assunto.
Meu Deus, aonde eu estava com a cabeça?
- Perdão\, qual é o seu nome?
- É Manuela\, me desculpa\, nem me apresentei.
- Sem problemas\, Manuela. Diga.
- Eu queria levar o celular para ele\, sei que vocês vão sair mais tarde... Posso lhe entregar?
Ridículo isso. Um CEO realmente estaria à minha disposição para entregar uma encomenda ao seu subalterno.
- Olha\, pode sim. Se eu não estiver em minha sala você deixa com a minha secretária\, tudo bem?
Juro que pude escutar uma risadinha abafada, mas minha falta de noção e curiosidade para conhecê-lo falaram mais alto.
- OK. Já estou indo. Se vir o Humberto\, poderia avisar para ele?
- Combinado\, Manuela. Já sabe o endereço?
- Sei sim.
- Até mais.
- Até.
Desliguei o telefone já sentindo a ansiedade dar sinais físicos.
Arranquei do corpo a roupa surrada de fazer faxina, tomei um banho e corri para o meu armário. Peguei um vestido novo soltinho, um pouco acima dos joelhos, ainda estava na etiqueta. Escolhi uma sandália de salto baixo e soltei meu cabelo, passando um pouco de reparador. Borrifei um pouco de perfume cítrico e joguei a bolsa à tiracolo, abri o celular para chamar um Uber.
Enquanto esperava, fui até o espelho no corredor e parei para me olhar. Eu era nova, me achava bonita, atraente, mas meus olhos não tinham mais brilho. Parecia que faltava alguma coisa na minha vida. Emoção, novidade.
Eu não sabia descrever ao certo, mas tinha certeza de que era um vazio sentimental.
Ei, longe de mim culpar o Humberto por isso! Éramos amigos, e se algo me incomodava, era eu quem deveria dar o primeiro passo para mudar a situação.
Um minuto para a chegada. Apertei o botão do elevador. Um frio me subiu pela espinha. Meu Deus, o que eu estava fazendo? Tentei me acalmar, fingindo para mim mesma que era só um favor ao Humberto, que eu não havia me arrumado toda para que outro homem me olhasse e me desejasse.
- Bom dia, pode seguir o mapa do aplicativo, por favor.
Assim que fechei a porta do carro, fiquei mais relaxada. De casa até a empresa dava uns dez minutos mais ou menos e enquanto isso eu abri minha bolsa para conferir se havia mais alguma chamada para o Humberto no celular dele. Não tinha nenhuma, mas minha curiosidade me fez mexer nele mais uma vez. Respirei fundo e procurei o aplicativo do Instagram. Abri, digitando o nome do Leandro entre os seguidores do Beto, e logo apareceu lá:
“Leandro Lopes, CEO, founder,
Construtora Conceito.”
A foto do perfil era a mesma que o meu marido me mostrara em tamanho maior, e nos Stories não havia nada.
Comecei a abrir uma por uma, admirada...
Ele era lindo demais...
Seus cabelos castanhos e fartos em ondas sedosas, seu olhar tinha um mistério, um brilho diferente, e a pele num
tom maravilhoso de bronzeado, os braços torneados cobertos por tatuagem.
Em boa parte das imagens ele estava sem camisa... solto, leve. Na piscina, na praia, brincando com cachorros peludos e fofos. As paisagens belíssimas das suas viagens me encheram os olhos, Leandro parecia um cara que amava a natureza. Ele parecia um cara do bem.
Eu acho que estava ficando maluca. Tirando mil conclusões irreais a respeito de uma pessoa que eu mal conhecia!
Mas aquele universo congelado dentro da tela do celular me despertou uma vontade de mergulhar de cabeça. Viver aquela vida, abandonar a minha monotonia, conhecer aquele melhor, descobrir seu jeito de tratar uma mulher.
Se ele fosse tudo aquilo que o Humberto falava, com mulher então... devia ser um arraso.
Com o coração aos pulos, cheguei ao prédio sede da Conceito e me identifiquei na portaria, enquanto estalava os
dedos e olhava para todos os lados à procura dele. O porteiro liberou minha entrada e me indicou qual era a “sala do CEO”.
O lugar era um luxo.
Ar-condicionado em todo canto, a decoração me pareceu masculina, tapeçaria, madeira escura, detalhes em aço e estofados de couro, homens de terno e mulheres de tailleur. Eu varri os corredores à procura do Leandro, do Humberto, mas nem sinal dos dois. Uma loira muito bonita e elegante me reparou de cima a baixo e me cumprimentou quando atravessei um corredor maior, sua mesa ficava a dois metros da maior sala do quinto andar, onde estava escrito “Diretor Executivo – Leandro Lopes”.
- Bom dia senhora\, em que posso ajudá-la?
- Bom dia\, preciso falar com o Leandro. – Raspei a garganta ao ler o sobrenome. – Leandro Lopes.
- Hum. E do que se trata?
- Sou Manuela\, esposa do Humberto. Ele sabe quem é.
- Certo. Só um instante por favor.
Ela pegou o telefone e discou um ramal. Não passou nem um minuto ela desligou e voltou-se para mim, sorridente.
- Pode seguir e entrar normalmente\, ele já está à espera da senhora.
- Obrigada.
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