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Renasci Como Esposo De Um Yakuza Em Um Mundo ABO

Capítulo 1

Um dia, após sofrer um acidente de carro, acordei em um quarto desconhecido, partilhando a cama com um homem que jamais tinha visto antes. Ele dormia profundamente ao meu lado. Sem mover-me, incitada pela curiosidade, observei-o melhor e percebi que se tratava de um homem grande e intimidador. Nesse instante, senti muito medo, pois não entendia o que estava acontecendo; eu deveria estar no hospital em virtude do acidente, mas por que me encontrava seminua na cama ao lado de um homem também sem camisa?

Bem, vamos começar pelo início. Meu nome é Hideaki Hashimoto e contarei minha história. Sou filho único do magnata dos negócios Isaishi Nakamura. Meu pai fundou várias empresas e é realmente rico, o que significa que nasci em berço de ouro. Fui uma criança privilegiada; meus pais me demostravam amor e formavam um excelente casal. Sempre cuidaram e me amaram. No entanto, quando eu tinha 15 anos, minha mãe faleceu, e subitamente uma mulher apareceu na porta de casa, questionando:

- Isaishi está em casa?

- Quem é a senhora?

- Diga que sou Aoi Watanabe.

Após isso, fui até meu pai e transmiti exatamente o que aquela mulher havia dito. Ao falar com meu pai, vi a expressão do seu rosto mudar; ele empalideceu, sentou-se rapidamente e suspirou fundo. Então disse:

- Filho\, peça para essa mulher entrar.

- Sim\, pai.

Dirigi-me até a porta e convidei a mulher a adentrar, mas naquele momento percebi que ela não estava sozinha, estava acompanhada de um menino de uns 9 ou 10 anos. O garoto me olhou com muita raiva e depois seguiu a mulher. Conduzi-os até a sala e, após alguns minutos, meu pai saiu e falou:

- Filho\, sobe para o seu quarto. Preciso falar algo importante com ela.

- Sim\, pai.

Subi as escadas, mas não entrei em meu quarto. Fiquei na balaustrada, tentando ouvir a conversa por pura curiosidade, sem imaginar que aquilo mudaria minha vida.

Embora estivesse muito próximo à borda da balaustrada, não conseguia ouvir nada. No entanto, via que meu pai fazia diversas expressões entre a raiva e a impaciência. Foi quando lembrei que meu pai me dera um kit de espião quando eu tinha 10 anos e ainda o tinha guardado no meu quarto. Foi o que fiz: retirei-o, em busca de algo útil para escutar a conversa do primeiro andar. Depois de vasculhar por aproximadamente um minuto e meio, encontrei uma pequena antena capaz de captar conversas a longa distância. Peguei a antena, voltei à balaustrada, coloquei o fone e tentei sintonizar a frequência.

Assim que ativei a antena com microfone, pude ouvir claramente o diálogo. Primeiro, ouvi a voz do meu pai, que dizia:

- Como pode me assegurar que esse menino é realmente meu filho?

Ao escutar essas palavras, uma onda de raiva passou por mim. Seria aquele o menino que estava com a mulher? Meu pai teria sido infiel e teria um filho advindo dessa relação? Não entendia o que estava acontecendo, pois ainda era mais velho que aquele menino, mas seguia sendo um adolescente sem a maturidade suficiente para compreender a situação ou como deveria lidar com uma notícia tão desagradável.

Mesmo assim, continuei escutando a conversa para entender melhor o que se passava. Após meu pai falar, a mulher respondeu:

- Como você pode negar se sabia muito bem que aquele momento me deixou grávida? Eu te disse milhares de vezes\, e você simplesmente me ignorou e abandonou a mim e ao nosso filho.

- Não me tome por estúpido. Sei bem que não fui o único a passar as noites na sua casa; muitos dos meus amigos também foram seus companheiros. Então não venha com essa história de que o menino é meu\, porque ele não é. Não sendo o único\, recomendo que busque o pai em outro lugar\, pois tenho certeza de que esse menino não é meu.

- Deixe de inventar histórias que nunca aconteceram. Eu estive apenas com você. Em contrapartida\, você estava com sua esposa e comigo ao mesmo tempo.

- Sim\, reconheço meu erro. Deixei minha amada esposa por alguém tão baixo como você e\, por causa desse erro\, minha esposa me odiou até o último momento de sua vida.

- Isso não tem nada a ver comigo. Se ela te odiou\, esse problema é seu. Ninguém te forçou a ser infiel comigo. Ou fui eu quem te obrigou?

- De fato\, você não me obrigou a fazer nada\, mas\, como disse anteriormente\, não fui o único em sua cama. Assim\, não venha tentar me fazer arcar com as consequências dos atos de outro homem.

- Se você não acredita\, faça um teste de DNA. Estou tão certa de que é seu filho que não ligo para a verdade\, então\, comprove você mesmo.

- É o que farei\, pois não vou cair em outro de seus truques\, pois já sei que foi você quem contou à minha esposa sobre a minha infidelidade.

- Ela tinha o direito de saber que seu esposo não era tão santo quanto a mídia o pintava\, e que ela não era a única mãe do seu filho\, mas que também teria de dividir sua herança com outro filho seu.

- Eu sei que você fez isso para que ela se afastasse de mim. Mas foi sua culpa que ela morresse\, porque se não tivesse contado para ela naquele momento\, minha esposa não teria se acidentado e morrido. Você sabia que ela atendeu a essa chamada enquanto dirigia\, e o choque com a notícia causou o acidente.

- Não sabia\, mas também não me importa. Só vim aqui para reivindicar os direitos do meu filho. Se você não quisesse ter um filho\, deveria ter se cuidado\, concorda? A responsabilidade de se proteger não é só minha. Além disso\, se você não queria que sua amada esposa te odiasse\, não deveria ter sido infiel. Eu não tenho culpa; a culpa é sua.

- Sim\, sou culpado por tudo o que aconteceu porque\, por causa da minha estupidez\, e repito\, do erro que cometi com você\, minha família se desfez e meu filho ficou órfão de mãe.

- Ah\, não faça parecer que a culpa é só minha. Meu filho cresceu sem um pai e veja\, ele está bem. Já seu filho teve um pai e uma mãe ao seu lado\, recebeu toda a atenção que precisava na infância. Então não acredito que ele seja mais uma vítima.

- Embora você não acredite\, meu filho ainda é uma criança\, e assim será até que atinja a maioridade. Ele ainda precisava de sua mãe em sua vida\, e graças ao seu estúpido impulso\, ele a perdeu.

- Bom\, bom\, digamos que foi tudo minha culpa. Porém\, lembro-lhe que não vim aqui para discutir sobre a morte da sua finada esposa\, nem sobre o seu amado filho. Vim aqui para negociar a parte que tocará ao meu filho\, porque ele também é seu. Como eu disse anteriormente\, se não acredita\, faça o exame. Não me importo\, porque sei que ele é teu filho. Assim que tiver certeza\, me contate para discutirmos os termos de nosso acordo\, porque você terá de providenciar o sustento dele e também lhe dar uma fatia de sua empresa\, pois ele é seu filho.

- Certo\, faremos o teste de paternidade\, e se os resultados forem positivos\, entrarei em contato. Mas se forem negativos\, é melhor que nunca mais veja seu rosto por aqui. Caso se prove que ele é meu filho\, claro que lhe darei uma pensão mensal e uma porção da minha empresa como herança\, mas somente para ele; para você\, nada\, pois sei que você é uma sanguessuga que só aparece onde tem dinheiro. E\, como já disse\, todo dinheiro que deixar será para ele e não para você; você não poderá tocar um centavo sequer.

- Está bem\, espero sua ligação em breve. Até logo.

Depois de ouvir aquele intercâmbio de acusações, senti uma tristeza e uma raiva profunda. Odiava meu pai por ter feito aquilo com minha mãe e odiava aquela mulher porque ela havia sido a causa do acidente de minha mãe. Não diretamente, mas ela foi quem fez minha mãe perder o controle do carro com a notícia que deu.

Quando a mulher saiu de casa, a primeira coisa que fiz foi confrontar meu pai, perguntando-lhe por que a havia traído. Ele me disse:

- Vejo que você ouviu tudo.

- Sim\, ouvi cada palavra horrível.

- Lamento\, filho. Não era minha intenção que você descobrisse desse jeito.

- Na verdade\, você não queria que eu descobrisse nunca. Mas graças a essa mulher\, fiquei sabendo de tudo o que você fez e o que ela causou à minha mãe.

- Sei que não mereço seu perdão\, nem o de sua mãe. Foi um erro. Eu realmente não queria que tudo isso acontecesse.

- Quando alguém trai outra pessoa\, raramente espera que algo ruim aconteça. No entanto\, sempre acaba acontecendo\, e minha mãe é o exemplo perfeito.

- Filho\, peço sinceramente seu perdão.

- Desculpas não mudam o fato de que minha mãe morreu e que você foi infiel e teve um filho com essa mulher.

- Sei que desculpas não mudarão nada. No entanto\, ainda assim\, quero me desculpar. Além disso\, ainda não sei se esse menino é realmente meu filho.

- Não confio em você e tampouco nessa mulher. No entanto\, se esse menino realmente for seu\, ele não é culpado de nada. Os culpados são vocês dois\, pois foram vocês que cometeram esse "erro".

- Sei que o menino não tem culpa\, mas como disse\, não tenho certeza se ele é meu. Aquela mulher sempre se relacionou com muitos ao mesmo tempo\, e eu não fui o único a estar com ela. Por isso continuo firme na minha opinião.

- A verdade é que não me importa quantos homens ela teve\, ou se você estava com ela mais de uma vez. Isso realmente não me interessa\, nem quero saber; isso só me faz sentir nojo e raiva\, pois você foi capaz de fazer isso com minha mãe\, uma mulher que tanto te amou e te respeitou até o último dia de sua vida.

- Sei que sua mãe foi uma mulher boa\, uma mãe excelente e uma esposa amorosa e atenciosa.

- Se minha mãe tinha tantas virtudes\, por que você a traiu?

- Estava cansado da monotonia\, cansado de que tudo fosse sempre igual\, de que a rotina diária não mudasse. Eu amava sua mãe\, mas todos os dias eram iguais\, e nada mudava\, nem nela nem nas suas ações. Eu queria sair dessa rotina\, e aquela mulher me ajudou.

- Então tudo isso aconteceu porque você estava cansado de que todos os dias fossem iguais. Você não se importou com os sentimentos da minha mãe e nem com os meus. Por que você não falou para minha mãe que estava cansado da rotina? Que queria mudar? Que desejava experimentar coisas novas? Você ficou calado\, não disse nada\, e preferiu enganá-la. Isso não é amor.

- Você ainda é muito jovem para entender.

- Não me trate como uma criança\, porque não sou uma. E mesmo que não entenda muitas coisas da vida\, entendo uma: o amor não trai. Se você realmente amasse minha mãe\, nunca teria feito isso. O fato de ter feito mostra que você não nos queria\, nem a ela nem a mim. Você não amava sua família\, nem sua casa; você não respeitou nada.

- Já pedi desculpas e não tenho intenção de continuar com esta conversa que não leva a lugar nenhum.

- Também não tenho interesse em continuar esta conversa\, pois percebo que estou falando com alguém que não entende nada da vida. Você pode ser mais velho que eu e meu pai\, mas não entende de nada.

- Vou deixar você pensar o que quiser\, pois simplesmente não quero brigar com você.

- Também não estou disposto a brigar com você. Mas vou te dizer uma coisa: eu não vou viver mais nesta casa. Então\, como um bom pai\, mande-me estudar no exterior\, seja na Inglaterra\, nos Estados Unidos ou onde quiser\, mas não quero ficar mais aqui.

- Você ainda não manda em si mesmo; é menor de idade. E se eu quiser que você fique nesta casa\, você ficará.

- Você prefere que nossa convivência continue assim\, como hoje\, porque lhe asseguro que assim será. Já não te suporto. Saber que você traiu minha mãe me faz desconfiar de você\, odiá-lo e não querer ver você nunca. Se continuarmos nessa mesma casa\, teremos que nos ver e acabaremos brigando.

- Não me importo com as brigas. Isso sempre acontece nas famílias\, então não me importa.

- Nós não somos mais uma família. Éramos uma família quando minha mãe estava viva\, mas agora não.

- Pare de ser tão teimoso e apenas continue com sua vida normal. Faça de conta que isso nunca aconteceu. Que você nunca ouviu essa conversa\, que nunca discutimos sobre isso.

- Você acha que é tão fácil esquecer algo\, especialmente se esse algo causou a morte da sua mãe?

- Só faça o que peço.

- Eu peço educadamente mais uma vez\, pai. Se quiser que eu continue lhe chamando de pai\, mande-me para longe deste lugar. Se eu ficar aqui\, essa raiva e ressentimento que tenho contra você só crescerão até um ponto em que não poderei suportar estar na mesma sala ou na mesma casa que você\, e muito menos no mesmo país.

- Se você prometer continuar me chamando de pai quando voltar\, eu deixarei você ir.

- Eu prometo. Ao menos eu não quebro minhas promessas\, tenha certeza\, pai\, que quando eu voltar continuarei lhe chamando da mesma maneira.

- Tudo bem\, atenderei seu pedido. Vou buscar uma escola para você\, e assim que encontrar o lugar adequado\, mandarei você para lá.

- Obrigado.

Logo após terminarmos a conversa, fui ao meu quarto, fechei a porta, me enfiei sob o cobertor e comecei a chorar. Realmente não sabia por que minhas lágrimas brotavam sem eu conseguir controlá-las. No entanto, isso me fez sentir um pouco mais leve, pois tinha extravasado toda minha ira e frustração enquanto chorava. Estava tão furioso que não sabia o que poderia ter feito se continuasse com ele na sala. Felizmente, ele concordou em me deixar partir, e alguns meses após aquela discussão, finalmente escapei daquela prisão dourada e fui em direção à liberdade. Lá consegui quase que completamente esquecer o ocorrido, não guardei tanto rancor para meu pai ou para aquela mulher. Embora não pudesse dizer que os perdoei, tentei pensar como minha mãe teria feito e sabia que ela me teria dito para tentar viver minha vida sem desejar vingança, e foi isso que fiz.

Capítulo 2

Assim que ouvi o que tinha acontecido, senti-me tão triste e enfurecido, odiei tanto o meu pai por ter feito aquilo à minha mãe, e também odiei aquela mulher, porque ela foi a causadora do acidente da minha mãe, não diretamente, mas ela fez com que a minha mãe perdesse o controle do carro pela notícia que lhe deu.

Assim que aquela mulher saiu de casa, a primeira coisa que fiz foi confrontar o meu pai e perguntar-lhe por que é que a tinha enganado. Ele disse-me:

- Vejo que ouviste tudo.

- Sim\, ouvi cada palavra horrível.

- Sinto muito\, filho\, não queria que soubesses desta maneira.

- Na verdade\, não querias que eu soubesse nunca\, mas graças a essa mulher\, descobri tudo o que fizeste e o que essa mulher fez à minha mãe.

- Sei que não mereço o teu perdão\, filho\, nem o da tua mãe\, mas foi um erro\, eu não queria que tudo isto acontecesse.

- Quando alguém trai outra pessoa\, raramente se diz que algo de mal acontecerá à pessoa traída\, no entanto\, isso acaba por acontecer sempre e o exemplo perfeito é a minha mãe.

- Filho\, eu peço-te perdão\, de verdade.

- As desculpas não mudam o fato de que a minha mãe morreu e de que tu foste infiel e ainda tens um filho com essa mulher.

- Sei que um pedido de desculpas não vai mudar nada\, no entanto\, ainda assim\, desejo pedir desculpas. Além disso\, não sei se aquele menino é realmente meu ou não.

- Eu não confio em ti\, mas também não confio nessa mulher. No entanto\, se aquele menino realmente for teu\, ele não tem culpa de nada. Vocês são os culpados\, porque foram vocês que cometeram esse "erro".

- Sei que o menino não tem culpa\, mas\, como disse\, não tenho a certeza de que seja meu. Aquela mulher sempre esteve com muitos ao mesmo tempo e eu não fui o único que esteve com ela\, por isso continuo firme no que penso.

- A verdade é que não me importo com quantos homens aquela mulher esteve ou se estiveste com ela mais de uma vez. Isso é algo que realmente não me importa nem quero saber. Só me causa nojo e raiva o fato de tu teres feito isso à minha mãe\, uma mulher que te amou tanto\, que te respeitou até ao último dia da sua vida.

- Sei que a tua mãe era uma boa mulher\, uma excelente mãe e uma esposa amorosa e atenciosa.

- Se a minha mãe tinha tantas virtudes\, por que é que a traíste?

- Porque estava cansado da monotonia\, cansado de que fosse sempre a mesma coisa\, de que a rotina diária não mudasse. Estava cansado de tudo. Amava a tua mãe\, mas todos os dias eram iguais e nada mudava\, nem ela nem o que ela fazia\, e eu queria sair dessa rotina\, e aquela mulher ajudou-me.

- Então\, tudo isso aconteceu porque te cansaste de que todos os dias fossem iguais. Não te importaste com os sentimentos da minha mãe nem com os meus\, só te importava o que tu sentias. Por que não disseste à minha mãe que estavas cansado de que tudo fosse igual\, que querias mudar a rotina\, que querias fazer algo novo? Simplesmente ficaste calado\, não disseste nada e preferiste enganá-la. Isso não é amor.

- Ainda és muito jovem e não entenderias.

- Não me trates como uma criança pequena\, porque não sou\, e sei que não entendo muitas coisas da vida\, mas entendo uma coisa: quem ama não trai. Se amasses realmente a minha mãe\, nunca terias feito isso\, e o fato de o teres feito mostra que não nos amavas\, nem a mim nem à minha mãe. Não amavas a tua família\, nem a tua casa\, nem a respeitaste\, porque o amor não é apenas querer\, é também respeitar\, ajudar\, estar nos bons e nos maus momentos\, comunicar\, coisas que tu não fizeste\, preferiste ir com uma mulher e satisfazer os teus desejos sem te importares com os sentimentos da minha mãe e com o fato de que ela poderia descobrir um dia.

- Já pedi desculpas e não tenho intenção de continuar esta conversa que não leva a lado nenhum.

- Também não me interessa continuar esta conversa\, porque percebo que estou a falar com uma pessoa que não entende nada da vida. Pode ser mais velho do que eu e ser o meu pai\, mas não entendes nada.

- Vou seguir-te o jogo porque simplesmente não quero brigar contigo.

- Eu também não tenho vontade de brigar com você\, mas vou te dizer uma coisa. Eu não vou mais viver nesta casa. Portanto\, como um bom pai que você é\, me envie para estudar no exterior\, seja na Inglaterra\, nos Estados Unidos\, onde quer que seja\, mas não quero mais ficar aqui.

- Você não manda em si mesmo\, ainda é menor de idade\, e se eu quero que você permaneça nesta casa\, você vai fazer isso.

- Prefere que nossa convivência continue como hoje? Porque te garanto que vai ser assim. Eu já não te suporto por saber que você traiu minha mãe. Isso me faz desconfiar de você\, te odiar e não querer te ver nunca mais. E se continuarmos na mesma casa\, teremos que nos ver e vamos acabar discutindo.

- Não me importo com as discussões\, isso acontece sempre nas famílias. Portanto\, não me importo.

- Nós não somos mais uma família. Éramos uma família quando minha mãe estava viva. Mas agora não somos mais.

- Deixa de ser tão teimoso e simplesmente siga com sua vida normal. Finja que isso nunca aconteceu\, que nunca ouviu essa conversa\, que nunca discutimos sobre isso.

- Acha que é fácil esquecer algo\, especialmente se esse algo foi a causa da morte da sua mãe?

- Apenas me dê ouvidos.

- Eu te peço gentilmente mais uma vez\, pai. Se quer que eu continue te chamando de pai\, me mande para longe deste lugar. Porque se eu ficar aqui\, essa raiva e ressentimento que tenho por você só vão crescer até um ponto em que não poderei suportar estar no mesmo quarto\, na mesma casa que você\, e muito menos no mesmo país.

- Vou te deixar ir\, mas prometa que continuará me chamando de pai quando voltar.

- Prometo. Eu pelo menos não quebro minhas promessas\, então fique certo\, pai\, que quando eu voltar vou continuar te chamando da mesma forma.

- Está bem\, vou atender o seu pedido. Vou procurar uma escola onde você possa ir e assim que tiver o lugar adequado\, vou te enviar para lá.

- Obrigado.

Assim que terminamos a conversa, fui para o meu quarto, fechei a porta, me enfiei debaixo do cobertor e comecei a chorar. Realmente não sabia por que as lágrimas brotavam sem que eu pudesse controlá-las, porém, esse fato me fez me sentir um pouco mais leve, já que tinha expressado toda a minha raiva e frustração enquanto chorava. Estava tão zangado que não sabia o que poderia ter feito se continuasse na sala com ele. Felizmente, ele concordou em me deixar ir e alguns meses depois daquela discussão, finalmente escapei daquela prisão dourada e fui em direção à minha liberdade. Lá, quase esqueci completamente o que tinha acontecido. Não guardei tanto rancor contra o meu pai ou aquela mulher, embora não possa dizer que os perdoei. Tentei pensar da maneira que minha mãe teria pensado e sabia que ela me diria para tentar viver minha vida sem desejo de vingança, e foi isso que fiz.

Capítulo 3

Mi pai me enviou para uma escola muito reconhecida no Reino Unido. Lá, passei os melhores anos da minha vida, me concentrei em estudar, fazer amigos, criar conexões, montar meu próprio negócio, fiz o meu melhor e tentei viver felizmente. Meu pai me ligava às vezes para perguntar como eu estava. Eu tentava não prolongar muito as conversas com ele, simplesmente respondendo sim ou não às perguntas que ele fazia.

Meu primeiro ano lá foi como um sonho. Aprendi uma nova cultura, fiz muitos amigos e estudei muito. Sempre me esforçava para ser o melhor da turma, ou pelo menos um dos melhores. Tentei encontrar um equilíbrio entre trabalho e momentos de lazer, e felizmente consegui.

Quando estava estudando, eu me concentrava totalmente nisso. E quando estava com meus amigos, esquecia de tudo. Um ano depois de ter chegado a esse novo lugar, eu já me sentia parte dele. Não me sentia desconfortável nem solitário. Pelo contrário, tinha muitos amigos e era mais sociável. Ia a algumas festas e encontros em grupo. Um dia, quando fui com meus amigos assistir a um filme, chegamos lá e tudo estava normal. Pagamos os ingressos, compramos algo para comer, entramos na sala, assistimos ao filme e ao sair decidimos ir a um restaurante para comer. Quando chegamos lá, vimos que alguns garotos estavam intimidando quatro garotas. Sendo cavalheiros, fomos ajudá-las. As ajudamos e, em agradecimento, elas pagaram o jantar para nós, algo que não poderíamos aceitar, já que não fizemos essa ação buscando reconhecimento. No entanto, elas insistiram em que aceitássemos essa gratidão e nós, para não fazê-las se sentirem mal, aceitamos. Tivemos um jantar muito tranquilo, conversamos um pouco, trocamos números de telefone e cada um foi para sua casa.

Alguns meses depois, uma das garotas me contatou e perguntou se eu gostaria de sair para comer com ela. Respondi que seria um prazer jantar com ela. Escolhemos uma data, horário e local, e nos encontramos lá. Jantamos e depois fomos ver um show de luzes que estava acontecendo no centro da cidade onde eu estava morando. Depois do show, compramos um pouco de comida de rua, a acompanhei até a casa dela e depois fui para a minha. Alguns dias depois, ela me contatou novamente, saímos, comemos e fomos a um zoológico, pois ela queria ir com alguém, mas suas amigas estavam ocupadas. Então eu a acompanhei. Foi muito divertido, porque quando eu era criança, minha mãe me levou a um zoológico, e estar lá com aquela garota me fez lembrar daqueles momentos com minha mãe.

Depois desse dia, ela e eu nos tornamos melhores amigos, e ficamos assim por mais ou menos dois anos. Até que um dia, ela me convidou para jantar e declarou seus sentimentos. Eu nutria um grande carinho por ela e a queria muito, então aceitei ser seu namorado. No entanto, eu não sabia o que era realmente o amor, então nunca disse "eu te amo" para ela. Ainda assim, éramos um casal comum, almoçávamos juntos, nos abraçávamos de vez em quando e nos beijávamos. Mas não passava disso. Continuamos namorando até três meses antes de eu partir do Reino Unido para o Japão. Nós fomos a um encontro e durante esse encontro ela me perguntou se eu a amava. Não consegui responder, porque eu não sabia o que era o amor. Não sabia se o que eu sentia por ela era amor ou apenas apreço, então decidi não responder à sua pergunta. Depois do meu silêncio, ela entendeu que eu não a amava e disse:

- Eu não entendo como pude perder 6 anos da minha vida com uma pessoa que não sente amor por mim.

- Serei sincero\, eu não sei o que é o amor\, nunca senti. É por isso que não pude te responder.

- Duvido muito que você não saiba o que é o amor. Mesmo que você não tenha sentido\, é possível que tenha visto com familiares ou amigos\, e isso já te daria uma ideia do que é.

- Uma vez pensei que sabia o que era o amor\, mas uma realidade difícil me atingiu e me mostrou que o que eu achava que era amor não era. Tenho uma ideia vaga do que é o amor. Se trata de sacrifícios\, compreensão mútua\, respeito e responsabilidade.

- se você sabe que o amor é sobre isso\, por que ainda está confuso?

- porque apesar de eu te respeitar\, te compreender e estar com você\, eu não sei se seria capaz de sacrificar algo por você.

- entendo\, mesmo que você não me ame\, eu agradeço por ter estado tanto tempo comigo\, por me cuidar e ajudar\, por me ouvir e me dar conselhos.

- Eu também agradeço por estar ao meu lado em um momento muito difícil da minha vida\, graças a você\, eu entendi que ter pessoas ao redor é algo muito valioso e o fato de você estar comigo me fez sentir feliz\, sua companhia me fez sentir menos sozinho.

Após essa breve conversa, nos abraçamos pela última vez e nos despedimos naquele parque onde, em algum momento de nossas vidas, tivemos nosso primeiro encontro.

Depois de alguns meses no Reino Unido, finalmente completei minha formação acadêmica, me tornei um economista certificado e terminei minha graduação universitária. Finalmente, chegou a hora de voltar para o Japão, meu lar.

Quanto mais o momento da minha volta se aproximava, mais nervoso eu ficava, pois logo uma realidade diferente me atingiria e me traria de volta à realidade, e aquele lindo sonho que vivi nos últimos anos desapareceria; no entanto, isso não me importava, pois eu sentia muita falta da comida e da cultura do meu país de origem.

Assim que voltei ao Japão, me deparei com uma grande surpresa: havia uma pessoa desconhecida dormindo no meu quarto, naquela que havia sido minha casa. Assim que desci para perguntar quem era aquela pessoa no meu quarto, me disseram que era o jovem mestre da casa.

Fiquei confuso, pois eu supostamente era o jovem mestre. No entanto, não fiz escândalo e esperei meu pai chegar para perguntar sobre aquela situação. Assim que ele chegou, a primeira coisa que lhe disse foi:

- Boa noite\, pai\, espero que tenha estado bem nesses últimos anos.

- Boa tarde\, sim\, estive bem.

- Pai\, tenho uma pergunta: gostaria de saber quem é o jovem que está no meu quarto.

- Aquele jovem que você acabou de ver no seu quarto é o seu meio-irmão\, Osamu.

- E por que ele está no meu quarto? Você não poderia dar um quarto próprio a ele?

- Ele tinha um quarto próprio\, no entanto\, houve um pequeno acidente e tivemos que fazer uma reforma\, e por enquanto ele está usando seu antigo quarto. Como eu não sabia quando você voltaria ou se voltaria\, dei o seu quarto a ele.

- Que considerado você é com seu filho\, já que aparentemente sou o que está sobrando nesta família. Vou passar a noite em um hotel.

- Não é necessário\, ainda há o quarto de hóspedes\, você pode ficar lá.

- Uau\, que sorte a minha\, então se aquele quarto ainda está livre\, por que não deu a Osamu enquanto seu próprio quarto não estava pronto?

- Porque seu quarto é mais confortável.

- Bem\, obrigado pela informação\, pai\, mas como disse antes\, prefiro ir para um hotel para que vocês e eu fiquemos mais confortáveis.

Enquanto estava saindo daquela casa, encontrei aquela mulher, a mãe do meu meio-irmão, e assim que entrei, ouvi a empregada dizer:

- Senhora\, já volto\, gostaria de jantar algo?

- Não\, irei diretamente para o meu quarto.

Assim que ouvi isso, meu estômago se revirou e percebi que meu pai havia se casado com aquela mulher horrível, apesar de tudo o que eu havia dito a ele. Pareceu tão hipócrita da parte dele, me deu nojo pertencer àquela família.

Fui embora de lá desapontado e triste, quanto mais dias se passavam, mais coisas eu descobria. Descobri que dois anos depois de eu ter ido embora, meu pai se casou com aquela mulher, que ele havia legalmente reconhecido Osamu, que eles tinham uma filha de apenas três anos, que meu pai havia deixado aquela mulher administrar as fundações da minha mãe e queria dar a ela as ações das empresas que minha mãe possuía. Ao descobrir isso, meu sangue fervia nas minhas veias, sentia que ia explodir de raiva. Aquele homem que amaldiçoou aquela mulher e falou mal dela agora a protegia e estava dando a ela tudo o que um dia pertencia à minha mãe, o que me deixou ainda mais irritado. Foi nesse momento que decidi recuperar o que pertencia à minha mãe.

Então, elaborei um plano para recuperar tudo. Primeiro, procurei o testamento da minha mãe e assim que o encontrei, contratei o melhor advogado do Japão para me ajudar. Assim que venci a batalha contra aquela mulher e meu pai, recuperei 70% das ações de 15 empresas, 3 casas de campo e um apartamento em Tóquio, 5 fundações e 3 orfanatos.

Eles ficaram furiosos e tentaram me tirar tudo, mas não conseguiram. Pelo contrário, eu conveni vários acionistas a venderem suas partes e me tornei o acionista majoritário de 9 empresas e presidente da empresa mais importante e lucrativa de todas. Meu pai, meio-irmão e aquela mulher estavam muito irritados, pois eu os havia privado quase completamente de seus bens em um piscar de olhos. No entanto, eles não consideraram que minha mãe era a detentora do dinheiro, ela foi quem forneceu os recursos para meu pai iniciar seus negócios. A família da minha mãe era ainda mais rica do que a do meu pai e eles ajudaram minha família a chegar ao topo. Por isso, minha mãe possuía tanto. Eles nunca perceberam que poderiam ficar sem nada devido ao testamento dela. No entanto, eu não era tão ruim, permiti que meu pai ficasse com sua luxuosa mansão e um cheque mensal, e deixei que meu meio-irmão trabalhasse como assistente de gerência em uma das empresas. Assim, eles podiam seguir em frente e ter recursos. Eu pensei que não estariam tão irritados, já que eu tinha sido benevolente, mas estava muito enganado e em breve um deles me levaria ao meu fim...

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