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Chamas De Luxúria

Quem poderia trair Sara Sinclair?

Sara West, uma mulher cheia de vida, espirituosa e confiante. Essa costumava ser eu antes de me tornar a senhora Sinclair, esposa de um dos empresários mais ricos de toda a extensão do sul dos estados Unidos e uma mulher apática.

Estar no meu lugar é o sonho de qualquer garota ambiciosa, e também costumava ser o meu até que o sonho tornou-se um pesadelo depois de muitas tentativas de gravidez e nenhuma conquista. A família Sinclair decidiu fazer da minha vida um verdadeiro inferno.

Babacas medíocres, todos eles, inclusive o meu marido Ethan, que não faz nenhuma questão de esconder a sua infidelidade. Não que eu me importe de fato, o amor no nosso casamento acabou há algum tempo.

— Querida! Pediu para levarem aquele terno na lavandaria? — E falando no diabo... nem nos meus momentos de relaxamento nessa banheira tenho paz. Grito um "Sim" como resposta e saio do banho, me secando e colocando um roupão.

— Você anda tão desleixada. — Disse ele ao me ver chegar no quarto. Me olho no grande espelho à frente da cama. Aquele roupão era um dos mais sexys que eu tinha, com fendas e rendas o suficiente para excitar qualquer homem são.

O encaro com certo desdém. Ethan vem até mim e me abraça por trás, beijando o lóbulo da minha orelha.

— Vista-se adequadamente pro jantar, por favor.

— Tudo bem. — Engoli as palavras que queria falar, como sempre fazia. Ethan se retirou do quarto para que eu me trocasse. Coloquei o meu vestido liso verde-esmeralda, algumas joias caríssimas e arrumei-me mais do que deveria para a ocasião. Podia prever os comentários:

"Querida, isso é um jantar, não uma balada"

"Sua esposa está um pouco inadequada para ocasião, Ethan"

Que se foda. Preferia vê-los falando sobre mim do que perder a minha identidade.

Desci as escadas e quase revirei os olhos ao ver a minha querida sogra e o meu cunhado sentados no sofá da sala de descanso. Eles conversavam entre si, sussurrando o que eu apostava serem perversidades sobre mim. Ethan segurou a minha mão, ajudando-me a descer o último degrau, foi quando os olhares fugazes dos dois analisaram-me por alguns segundos.

— Ah, já estão aqui. Que ótimo! — Cumprimentei-os, forçando um sorriso.

— Não está feliz em nos ver, querida? — a minha sogra cumprimentou-me com um abraço, já o meu cunhando sequer saiu da sua poltrona.

Finalmente fomos jantar. No total, quatro a mesa: Minha sogra Claire, meu cunhado Paul, sua esposa grávida Lindsay (que sinceramente, é a única boa pessoa da família), meu marido e eu, claro.

— Você está linda como sempre, Sara. — elogiou Lindsay, bebericando seu suco. Eu a agradeci com um sorriso, mas Paul se apressou a dizer:

— Exagerada, como sempre.

Apesar de Lindsay ter censurado o marido, minha sogra fez questão de completar:

— Vocês sabem como é Sara, sempre gostou de ser o centro das atenções.

Soltei uma risada irônica, e tomei um grande gole de vinho branco da minha taça.

— Mas hoje ela não será! — continuou. — Descobrimos ontem que o novo membro dessa família será um garoto! Um brinde a Lindsay, por ter feito o que Sara nunca foi capaz de fazer: me dar um neto!

Mesmo não deixando transparecer, aquele comentário corroeu o que restava de meu coração. Ela sabia o quanto não ter um filho me deixava desolada.

— Coitado dele. — Ironizei, escondendo a dor. Senti um empurrão de Ethan e percebi que havia falado um pouco mais alto do que queria.

— O que você quer dizer? — Paul pousou sua taça na mesa de forma agressiva. Pude perceber o olhar cínico de minha sogra.

Antes que pudesse responder, Ethan o fez para mim:

— Nada, vocês sabem que Sara é profissional em falar besteiras.

Nesse momento o celular de Paul, que estava sobre a mesa, começou a vibrar inquietantemente. Era a sua secretária, Charlotte, com que eu descobri recentemente que ele tinha um caso.

Para atender, se levantou da mesa, indo em direção à cozinha. Ao segui-lo, ouvi a sua conversa apaixonada.

Apesar da situação, fiquei apática. Voltei para a mesa de jantar e durante toda a noite, fui provocada com comentários que não podia retrucar sem perder a calma.

Após todos irem embora, fui para o meu quarto e no caminho encontrei Ethan flertando com nossa servente mais nova. Não atrapalhei o momento e fiquei acordada até que ele fosse para o nosso quarto.

— Você deveria ser mais cauteloso ao me trair em nossa própria casa. — Expus ao ve-lo entrar no cômodo.

Ele afrouxou a gravata, sentando-se na beira da cama.

— Ficou louca de vez?

Soltei o coque dos meus cabelos e o acariciei na bochecha.

— Não tente me manipular, eu conheço você bem demais pra isso.

Ethan sorriu, como se estivesse tirando sua falsa máscara.

— Eu só estou procurando uma barriga solidária, já que você não pode me dar um filho. — Expôs, seu tom de voz carregado de nojo.

O olhei, incrédula. Ethan me surpreendia com suas ações cada vez mais parecidas com as de sua mãe. A distância era notável entre aquele que um dia já me amou.

Não podia continuar ali, não podia suportar ser humilhada por um babaca como ele.

Me levantei, escondendo a dor em minha expressão tediosa. Peguei uma bolsa qualquer em meu closet, vesti um sobretudo e sai daquela casa. Ethan me seguiu, questionando minha ação, eu simplesmente o ignorei e entrei no carro.

Adentrei o primeiro bar que encontrei e, tomada pelo ódio, comecei a beber muito sem me importar com os olhares.

— Mais um shot! — Implorei, determinada. Apesar de já não estar completamente lúcida, não era o suficiente. Precisava de mais para esquecer a mediocridade que reinava sobre minha vida.

Antes que eu pudesse virar o líquido âmbar garganta abaixo, ouvi passos sussurrados. Então, o copo gelado que estava em minhas mãos foi tomado po aquele que estava logo atrás de mim, sua presença notável pelo perfume cítrico que emanava.

Senti seu hálito quente sobre minha orelha e então, o homem, com sua voz rouca e misteriosa, sussurrou:

— Não beba demais. Isso vai te deixar vulnerável, boneca.

Me virei abruptamente, analisando-o. Era um homem muito alto, um perfil atlético forte. Seu rosto era másculo, com um maxilar definido e boca carnuda, mas seus olhos verdes feito esmeralda brilhavam delicadamente sobre o reflexo da luz amarela do bar.

Me senti sugada por sua atratividade, quase me afundando em seus olhos gentis e ferozes, misteriosos e cativantes.

Pigarreei, tentando impedir tais pensamentos.

— Obrigada pelo conselho, mas prefiro não escutá-lo. — Arranquei meu copo de sua mão e o bebi em um gole só, o líquido desceu feito lâmina, agredindo minha garganta. O homem desconhecido se sentou ao meu lado e pediu um copo de whisky.

— Conheço bem o seu tipo. — Sorriu, tomando um longo gole de sua bebida. — Orgulhosa, esnobe e... Impulsiva.

Revirei os olhos.

— Você não me conhece.

— Não, mas você é fácil de desvendar.

— Ah, jura? — Viro-me para o homem. O seu olhar predatório atinge cada canto do meu rosto enquanto os seus dedos dançam na borda do copo de vidro.

— Você está aqui por um cara babaca. — Respondeu com uma convicção ardente e atrativa, arqueando as sobrancelhas fazendo com que seu olhar feroz ficasse ainda mais delineado. Até a forma como cada músculo de seu rosto se mexia era suave.

Sorri, estalando a língua.

— Metade das mulheres estão.

— E todas têm historias diferentes, qual a sua?

Minha mente deveria focar em responder a pergunta, mas era uma atividade difícil quando o homem a minha frente tinha braços tão musculosos capazes de serem vistos mesmo com sua blusa social preta.

— Traição.

Ouvi sua risada calorosa, mesmo que regada de ironia. Ele se aproximou suavemente e a medida que o fazia, era como se emanasse o calor de sua pele bronzeada.

Um dos fios de cabelo que atrapalhavam a minha visão foram afastados e colocados atrás da minha orelha pelos dedos do homem, o seu hálito mentolado atingindo a minha face me fez delirar sobre tal fragrância. Estávamos perto demais, mas não o suficiente.

— Quem poderia trair alguém como você?

Caso de Uma noite

Aquele homem misterioso tinha algo magnético. Eu sentia-me hipnotizada por sua voz rouca, os seus lábios tão perto dos meus e os seus olhos esmeralda.

Talvez fosse a bebida aflorando os meus instintos ou talvez fosse pura atratividade natural. Seja lá o que fosse, eu queria, por pelo menos uma noite, esquecer do meu marido infiel e de toda a sua família escrota num emaranhado de sentidos com aquele homem que eu nem sequer sabia o nome.

— Não fale como se fosse um bom garoto. — Seguro no seu pulso, afastando a sua grande mão do meu rosto. Eu o queria, mas adorava joguinhos.

— O que te faz pensar que eu não sou? — Umedeceu os lábios com a língua levemente, sorrindo de maneira provocante.

Tracei um caminho na sua face, alternando entre a boca, o nariz e os olhos. Todos aqueles elementos formando um indivíduo beirando a perfeição.

— Você tentando seduzir uma mulher casada.

Com a sua mão livre, ele afasta os meus dedos que seguravam o seu pulso. De forma sucinta, os seus dedos vão para o meu pescoço, acariciam a minha clavícula e sobem levemente, deixando pelo caminho rastros da sua pele quente. Ele fica de pé e levanta o meu queixo de uma maneira nada delicada. Pressiono as minhas pernas uma contra a outra, ampliando a sensação causada por aquele desconhecido.

Se curva, levando seus lábios até o lóbulo de minha orelha e sussurrando:

— Não finja que não gosta. — E então, apertou um dos meus joelhos, sorrindo ao observar o quão grudadas as minhas pernas estavam. Olho em volta e percebo que tem um grupo de amigos se aproximando.

Pigarreio para sinalizá-lo, mas ele não parece se importar nem um pouco e me levanta, segurando na minha cintura firmemente. Ele me coloca em cima do balcão. O seu rosto junto ao meu, as suas mãos alternando entre o meu quadril e cintura, e o fervor das nossas peles.

Apesar de eu poder ouvir o barman se aproximando, era como se nada importasse de fato. Os nossos lábios estavam tão próximos e tudo o que eu queria era beijá-lo.

Finalmente, segurei na sua nuca e fiz com que as nossas bocas finalmente compartilhassem do mesmo calor.

Quando ele pede passagem com a língua, eu, como uma cadelinha obediente, cedo apressadamente. Nossas línguas parecem conhecidas, dançando sobre um só ritmo.

O beijo é desesperado, feroz e fica ainda mais excitante quando o homem aperta com força minha bunda farta.

— Senhores, por favor, desçam! Não me entendam mal, mas seria melhor que continuassem isso num lugar privado.

Solto uma risada contida durante o beijo e o encerramos, respirando fundo para recuperar o ar.

— Isso é atentado ao pudor. — Brinco, sorrindo enquanto mordo meu lábio inferior. Ele sorri também, um sorriso regado de desejo.

— Venha comigo. — Ele segura na minha mão, me levando para fora do bar. Olhares curiosos nos acompanham enquanto passamos, mas apesar disso, não me senti nem um pouco constrangida porque ele estava do meu lado e parecia mais confiante do que nunca.

Ele segue, segurando fortemente na minha mão como se não quisesse me perder de vista.

Finalmente saímos da atmosfera bêbada do bar e andamos até um conversível esportivo preto.

O homem se vira para mim, agarrando em minha cintura e me puxando para mais perto de si, até que nossos peitos estivessem grudados.

Ele me fitou intensamente, sorrindo.

— Vingue-se. — E abriu a porta do passageiro para eu entrar.

Eu ponderei alguns segundos antes de entrar. Pensei em vários possíveis cenários, no risco que poderia estar correndo e em todos os lados ruins da coisa, mas também pensei na humilhação que venho sofrendo nos últimos anos e toda a dor que o meu marido me causou. Um flashback da primeira vez que descobri a sua traição me veio a cabeça, o quão tamanha havia sido a dor, pior do que qualquer dor física.

Entrei no carro, tirando o meu sobretudo e o jogando no banco de trás. Instantaneamente, o homem depositou o seu olhar brilhando de desejo sobre o meu decote. Sorri diretamente para ele, passando a língua pelos dentes.

Alguns minutos depois continuávamos indo em linha reta. Até então, ele havia permanecido calado, apenas acariciando as minhas pernas com a sua mão forte. De repente, as carícias tornaram-se mais íntimas até ele chegar perto o bastante da minha virilha.

— Christopher.

— O que? — Questiono, tentando segurar um gemido ao sentir seus dedos cada vez mais próximos de minha intimidade.

— Esse é o meu nome. Quero que saiba para gritá-lo quando chegar a hora.

Depois de alguns longos e torturantes minutos de viagem, Christopher estaciona o carro no topo de uma estrada vazia. Ele sai do carro e abre a porta para mim, me dando a sua mão para que eu me apoiasse.

Ao sair, me vislumbro com a vista no horizonte. Era a cidade em toda a sua plenitude. As luzes tão distantes pareciam brilhar como jóias na paisagem.

— Cuidado para não cair, seria um desperdício. — Viro-me para me deparar com Christopher sentado no capô do carro, alguns botões a mais abertos na camisa. Me aproximo, segurando em seus ombros.

— Desperdício? Pareço um pedaço de carne para você?

Ele me puxa para mais perto e, abruptamente, me coloca de costas sobre o capô do carro, prendendo os meus pulsos atrás das minhas costas com uma só mão.

Ele se inclina sobre meu corpo e sussurra:

— Não, mas eu não gosto de desperdício de comida, e você é a minha.

O meu corpo todo se arrepia com a situação que se desenrola. Ao ouvi-lo chamar-me da sua, sinto o meu coração bater aceleradamente. O calor se torna insuportável e posso sentir a umidade extrema em baixo da minha calcinha.

Ele começa a depositar beijos carinhosos sobre meu pescoço, porém, em contraste com isso, sua mão agarra minha bunda de maneira agressiva e não demora para levantar meu vestido.

Os beijos ficam mais molhados e vão para as minhas costas, já nuas após as alças de meu vestido caírem. Respiro fundo e ansiosamente para senti-lo de verdade em mim, no mais profundo.

Um de seus dedos seguem caminho virilha adentro e eu solto um gemido prazeroso ao receber dois dedos de uma vez. Christopher movimenta os seus dedos para cima, atingido meu exato ponto de prazer.

— Você está encharcada aqui embaixo. Boa garota. Está pronta? — Pergunta, gentilmente.

— Sim. — A palavra sai como uma súplica desesperada. Ele sorri, mordendo o lóbulo de minha orelha.

Ouço o zíper da sua calça sendo aberta e me preparo para receber o seu membro dentro de mim. Sinto-o encostar na minha virilha e posso perceber o quão grande é. Então, como uma provocação malvada, ele apenas se esfrega na minha intimidade até finalmente entrar.

— Christopher! — Era grande demais. Muito grande. Enorme.

Minha pressão cai ao senti-lo invadindo no meu ser e preenchendo todo o espaço vazio, estocando agressivamente como se eu fosse uma puta.

Sua puta.

Por uma noite.

Ethan Sinclair É Pior Do Que Parece

Deixar um desconhecido me dominar por completo e pior, ao ar livre, talvez fosse a maior loucura que já cometi em toda a minha vida. Vida essa que nunca foi tão interessante quanto agora.

Estava completamente soada depois de algumas sessões intensas de sabe-se lá quantos minutos. Eu havia gozado uma vez na penetração e duas com sua língua maravilhosa em minha intimidade. Christopher, comparado à Ethan, era incansável e não gostava nadinha de parar.

— Espera. — Supliquei, entre gemidos. Ele saiu de mim devagar e me senti vazia, ansiando para que me preenchesse novamente, mas tinha um trabalho a fazer.

Me virei para olhá-lo melhor e sorri ao vê-lo tão ofegante, com um sorriso provocante no rosto. Sua camisa ainda estava em seu corpo. Uma droga! Queria poder observá-lo completamente.

— Cansou, boneca? — Questionou com um tom de voz ladino, passando a língua sobre os dentes.

Neguei com a cabeça, fitando seus olhos verdes sem me desfocar. Então, fiquei de joelhos, observando aquele grande membro que estava na minha frente. Segurei-o com as duas mãos e comecei um movimento repetitivo para frente e para trás. Christopher soltou uma risada nasal, adentrando os fios de meu cabelo com seus dedos e puxando-o com força.

— Não permiti isso.

— Não finja que não gosta. — Dei uma piscadela e continuei, mais rápido. Quando percebi seu peito movimentar-se mais rapidamente, coloquei a língua, lambendo levemente a glande roxa de seu pau e então abocanhando-o. Fazia movimentos leves de sucção enquanto mantinha minhas mãos trabalhando.

Modéstia parte, eu era ótima naquilo.

Ele começou a arfar baixinho, empurrando minha cabeça para eu ir mais fundo, mas era impossível com seu membro daquele tamanho.

Christopher estava prestes a chegar no seu limite, eu podia perceber isso, mas ele puxou minha cabeça para trás, impedindo que acontecesse.

Sua expressão era de puro prazer. Seu olhos estavam semi-cerrados, sua boca entreaberta permitia que respirasse melhor, o suor de sua testa demonstrava tamanho esforço. Quis beijá-lo, mas não podia. Beijá-lo em um momento daqueles significaria mais do que aquilo deveria significar e eu estava longe da tolice e ingenuidade que demonstrava.

— Libere em mim. — Sussurrei, manhosa. Minha fala surpreendeu Christopher, que acariciou minha bochecha e em seguida deu tapinhas fracos nela.

— Você é impressionante.

E começou a tocar-se em minha frente, exalando ansiedade.

Finalmente, todo o seu líquido foi liberado diretamente em meu rosto. Era espesso, uma mistura curiosa de amargor e doçura. Me deliciei, lambendo até a última gota.

Ele me observava, hipnotizado.

Por fim, me ajudou a levantar e me pressionou sobre o capô do carro.

— O que diabos aquele homem tem na cabeça para trair você? — Seu olhar era intenso, intimidante. As mãos grandes sobre minha cintura me fizeram querer continuar, mesmo que as minhas pernas estivessem bambas. Mordi o lábio inferior, esboçando um sorriso tímido. Passei meu indicador sobre seu abdômen, descendo levemente.

— Não me faça pensar em besteiras depois de uma noite como essa.

Ele assentiu com a cabeça, seu olhar fixo no meu, exalando desejo. Fechei os olhos esperando pelo toque de seus lábios, mas me surpreendi ao sentir sua presença afastar-se.

Após uma noite inesquecível, Christopher decidiu encerrar tudo e me acompanhar de volta ao bar, para que eu pudesse pegar meu carro e voltar para a casa. No entanto, durante o trajeto de volta, ele estava distante, quase frio.

Não me surpreendi com sua súbita mudança. Afinal, ele era apenas um homem, e homens, quando conseguem o que desejam, perdem o interesse.

Aquela noite havia sido apenas uma ótima distração de toda a miséria que vivia, mas nada além disso.

Ao chegarmos no bar, Christopher me guiou até meu carro como um verdadeiro cavalheiro, mas eu sabia que ele estava longe de ser o que aparentava.

Entrei em meu carro sem dar ao belo homem o que ele queria: atenção.

Havia conhecido canalhas o suficiente em minha vida para saber que Christopher era um deles. Era o tipo que todas as mulheres perseguiam, completamente apaixonadas, apenas para cair em sua armadilha de rejeição. No entanto, naquela noite seria diferente. Eu estava determinada a brincar um pouco com ele.

Antes de fechar a porta do carro, fitei sua expressão entediada.

— Boa noite, princesa. — Ele disse, sorrindo gentilmente, apesar de parecer um pouco forçado.

— Obrigada por essa noite. Você foi uma ótima distração, querido. — E fechei, vendo-o estampar uma feição confusa e quase ofendida.

— Distração? — Gesticulou. Eu sorri em resposta e dei partida no carro, soltando uma risada divertida.

Entrei em meu quarto na ponta dos pés. O cômodo estava completamente escuro, a não ser por uma pequena luz vinda da cama. Era Ethan, com seu celular ligado.

Apesar de todo o meu esforço para não chamar atenção, Ethan se virou, percebendo minha presença.

Ele se levantou de forma abrupta e veio até mim em passos furiosos.

— Onde caralhos você estava?! — Segurou em meus ombros com força, me causando uma sensação bastante incomoda.

Ele era um idiota comigo na maior parte do tempo, mas agressivo? Nunca. Me assustei ao vê-lo daquela forma, e pior: senti medo.

— Estava... estava tomando um ar depois do desastre que foi o jantar de hoje. — Tentei controlar meu tom de voz, mas era notável o tremor presente. Ethan não pareceu convencido com minha resposta e me largou de forma agressiva, rindo em pura ironia.

— Ah, claro! Não minta para mim, Sara. Eu não sou a porra de um idiota. — Passou a mão por seus cabelos loiros, obviamente transtornado. — Eu te liguei dezenas de vezes.

Engulo em seco, minha mente sendo transportada para o momento em que Christopher me sugere a vingança e eu aceito sem nem pensar.

— Meu celular estava silencioso, eu não ouvi. Me desculpa, está bem? — Tento me aproximar devagar, como ele sempre fazia depois que eu o confrontava sobre suas traições. Seguro em sua bochecha, mas ele agarra minha mão com força e a joga para trás.

— Não minta para mim, sua vadia! — Seu dedo indicador é apontado diretamente para a minha face. Sinto o calor tomar conta de meu peito, mas não um aconchegante e sim um furioso. Como ele era capaz de questionar minhas ações mesmo fazendo três vezes pior? E como ousava gritar comigo como se eu não fosse sua esposa e sim uma criminosa?

Tento respirar fundo, mas falho miseravelmente. O simples ato de respirar torna-se insuportável, dificílimo.

— Vai se foder! Não grite comigo, sou sua esposa, seu escroto de merda! — As palavras saem da minha boca sem ante consultarem meu cérebro. Todo aquele ódio guardado conseguiu expelir-se através daquele grito desesperado.

Ethan ficou calado. Por um momento, pensei que ele talvez estivesse envergonhado de si mesmo, como eu sempre ficava, mas vejo que estou completamente enganada ao sentir seu punho alcançar meu rosto.

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