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Não Sou Mais A Inútil De Antes

cap 1- sonho?

Doía demais, as mãos não aguentavam mais manter o escudo, aquele ser era muito poderoso. Tentava o máximo que podia se manter no lugar, contudo a sua magia se estava a esgotar.

Se continuasse assim, sentia que seria o fim.

— Urgh!

Escutou os gritos dos colegas que caiam, naquele campo destruído devido à guerra, ela virou-se a olhar para trás quando escutou um "crack" sabia que havia passado. Ela perdeu todas as suas forças.

Ela precisava refazer o escudo quando um golpe quente perfurou-lhe no abdômen, cuspiu sangue ainda a ficar em pé. Nisso escutou um grito que a chamava. Não conseguia ver direito, estava muito cansada, ela só pode ver uma sombra se aproximar dela antes que tudo ficasse escuro.

De repente ela foi tomada por uma escuridão imensa, flutuava, não sabia. Não sentia nada. Um eco, começou a perturbar-lhe.

Vozes não paravam de encher a sua cabeça, precisava juntar forças e tentar abrir os olhos, queria sair dessa escuridão, tinha medo, pois se sentia sozinha, uma imensa solidão o qual nunca antes havia sentido.

"Por favor" dizia a si mesma "eu ainda não fiz nada do que queria" orava a tentar lutar. Nisso um forte brilho surgiu no meio da escuridão ela sentiu precisar alcançar aquela luz, esticou os braços o máximo que podia.

Um cheiro familiar impregnou o nariz dela. Foi abrindo os olhos lentamente quando percebeu o teto branco. Estava num hospital? Devia estar. Será que os outros estavam bem, pensou a si mesma a se sentar com dificuldade.

— Até que em fim você acordou_ falou uma voz masculina em tom frio.

Ela olhou para o lado quando viu um homem de cabelo prateado a mirando com aquele olhar frio e indiferente, ele se levantou a mostrar ser alguém bem alto e a coçar a nuca não parecia nem um pouco feliz por ela ter acordado.

Contudo, tinha um problema quem era ele, afinal?

— A tia, ligou muitas vezes perguntando se você não havia acordado_ começou a falar a estar de costa para ela_ se não estava bem, não devia ter participado do jogo…

Ele começou a falar coisas sem sentido, como jogo, bola acertou a cabeça dela, e isso a estava deixando com mais dor ainda. Porém, o que chamou a sua atenção foi o nome que ele a chamou.

"Yumi" este não era o nome dela. Foi aí quando sentiu um choque na cabeça e memórias desconhecidas começaram a invadir a sua mente.

— Ah! Precisa ainda buscar a sua bolsa, ela ficou lá no armário, tenho que ir para a casa, tenho um compromisso com os meus amigos...

— Cale-se!

O rapaz encolheu o ombro e se virou lentamente em direção a garota que o encarava a ter a mão apoiada na testa. Ela mirava-o friamente como nunca antes havia feito.

— Cale-se de uma vez e saia logo daqui_ exigiu Yumi, com uma expressão fria.

O rapaz deu um passo para trás, a sentir um clima frio no ar. Parecia como se algo tivesse passado e ele não sabia o que.

cap 2 quem é ela

O rapaz saiu da sala com uma expressão de desgosto, pelo visto ele não devia ter gostado do modo que ela o tratou.

Porém isso não a machucou, em troca voltou a deitar-se na cama com os olhos fechados a processar toda a informação do corpo em que estava.

O nome dessa pessoa era Yumi, ela era uma estudante de 16 anos, filha única de uma mãe que preferia o enteado em vez da própria filha. Vivia junto a nova família da mãe e era constantemente ignorada por todos da casa.

Na escola não recebia a atenção de ninguém e era uma pessoa antissocial, passava o dia no quarto a ficar mexendo no celular evitando receber críticas dos outros. O centro do mundo dela era o Akira, que era o rapaz que acabará de sair do quarto.

O seu nível em feitiçaria era o menor de todos. A suspirar, ela levantou-se e olhou para a janela a se ver.

"Estou no corpo de uma pessoa que não nada certo" pensou ela virando o rosto a analisar sua aparência.

Usava o uniforme escolar de Ed. física, a camiseta branca lisa com o short azul até o joelho, tinha a frente roxa devido ao golpe da bola. O cabelo castanho ia até metade de sua costa, os olhos castanho-mel, dava-lhe uma sensação de indiferença.

Ela estava bem calma para alguém que acaba de despertar num outro corpo, simplesmente porque isso para Yumi, não era a primeira vez.

Se ela precisasse contar esta era a sua terceira vida. E mesmo assim, nessa vida a sua aparência era quase idêntica a sua segunda vida, só mudava que ela estava quase um palito e pálida devido ao mal-cuidado que tem levado.

" Ela também não tinha uma dieta saudável" pensou a se girar.

Minutos depois, a médica chegou e Yumi, levou alta. Em silêncio ela voltou a casa junto a Akira, que a estava notando ter um comportamento estranho.

Ao chegar ambos foram recebidos pela mãe de Yumi, a quem Akira, carinhosamente chamava de tia. A mulher de beleza e roupa simples, abraçou o enteado lhe dando um abraço a perguntar o que havia passado na escola.

Após isso, ela mirou a filha e a segurando pelos braços mirou a testa da garota, pedindo desculpa por não poder ter ido busca-la no hospital dando a entender que estava ocupada.

Yumi, a observar a mulher notou que ela tinha as unhas feitas. E isso a fez ver que as unhas eram mais importantes para aquela mulher que se dizia uma mãe em vez de ir ver a sua filha que estava prostada numa cama.

O jantar estava pronto e com a chegada do padrasto todos começaram a comer, Yumi, ficou o tempo todo em silêncio a observar aquele clima.

A família ali eram só aqueles três, não havia lugar para ela naquele círculo.

"O que a antiga dona desse corpo teve que suportar", pensou a suspirar.

Ela já sentia saudade de sua antiga família que era amorosa com ela, contudo, nessa hora todos já deviam estar mortos.

Se levantando da mesa ela levou o prato até a pia o deixando lá. Voltou em silêncio e passando por sua "família" foi para o seu quarto onde se trancou no silêncio.

cap 3 se aperfeiçoando

Eram umas sete da noite quando alguém bateu na porta do quarto de Yumi. Ao abrir a porta ela deu-se de frente com Akira.

— Qual é, o que deu em você hoje?_ perguntou ele em voz alta_ a tia estava toda preocupada e você não falou nada e além do mais, saiu da mesa sem dizer nenhuma palavra.

O mirando nos olhos, ela suspira.

"É serio" pensou a jovem, quem ele estava a querer enganar.

Quando ela chegou a mãe demonstrou estar mais preocupada por ele em vez dela, o qual havia acabado de sair do hospital.

Ele tinha uma expressão de raiva, ao encara-la sendo ser ela quem devia ter aquela expressão.

— Eu só estou cansada_ falou em tom calmo.

— Cansada? Há! Ao menos peça desculpas, para ela amanhã cedo.

— É claro_ disse a fingir entender o lado dele.

Akira, saiu e ela fechou a porta trancando com a chave. Voltou a suspirar e mirou para trás a encarar a mala que estava aberta posta sobre a cama.

Naquela mesma noite, quando todos já estavam a dormir. Yumi, saiu pela porta da frente levando as coisas dela com ela. Ao menos havia deixado um bilhete no escritório do seu quarto.

Caminhando pelas ruas, ela pegou o trem que ia direto a uma área do interior. A viagem levou a noite toda e quando ela chegou ao seu destino o sol já aparecia entre as enormes montanhas.

Ela passou pela plantação de arroz e mirava a sua volta prestando maior parte da sua atenção a uma enorme nuvem escura que rodeava a montanha daquele vilarejo.

Quando viu um grupo de idosos pediu informação sobre um lugar, agradeceu-lhes e continuou a seguir o seu rumo, fazia perto da montanha.

Lá, árvores enormes tinham selos de proteção e uma escada antiga com degraus de pedra com vários portais vermelhos que levavam para cima. Yumi, subiu os degraus com muito cuidado, pois eles estavam escorregadios.

Demorou um pouco mais ela chegou a uma velha casa abandonada, abriu a porta e lá deixou a suas coisas. Comeu o restante da marmita que sobrou e após uns minutos de descanso, ela por fim, pôs uma roupa leve para lhe ajudar a treinar.

— Bom, vamos lá_ falou a tentar se animar.

Falando palavras para aumentar a sua autoestima, a jovem adentrou-se na floresta bem na parte escura onde o miasma daquela nuvem escura afetava toda a área.

Enquanto isso lá em baixo no pé da montanha os agricultores começavam a trabalhar quando sentiram o chão tremer. A olharem para a montanha só se via uma poeira e luzes saindo entre as árvores.

Começaram a questionar se mais um idiota havia entrado ali dentro para ser morto nas mãos dos monstros que ali viviam. Fingindo ignorância eles viraram-se e continuaram o seu trabalho rotineiro. Sem se preocupar com o que passaria com o humano que havia entrado ali.

Seis meses depois.

Onde a neve se juntava no telhado de uma mansão antiga de madeira aquecida, um homem caminha sorrindo. Com a sua jaqueta, ele guarda as luvas nos bolsos e um empregado que ia à frente abre a porta lhe dando passagem.

Dentro da enorme sala um velho de longa barba branca com um Kimono azul o esperava a ter uma expressão pouco amigável.

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