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O Mundo Do Meio

Capítulo 001: Bem-Vindo a Cidade Luz

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Em uma noite clara, iluminada pela lua e com o ar gelado, não o bastante para causar um grande frio mais o bastante para arrepiar os pelos do seu braço, nas ruínas de uma espécie de cidade com as construções em decadência, do lado de fora de algo que parece um grande coliseu, gigantesco porém todo destruído e em pedaços, com as paredes erguidas com pedras gigantes e cobertas de musgo, e um silêncio que é quebrado apenas pelo assobio dos ventos que sopravam forte.

No fundo desse silêncio se ouvem passos rápidos e fortes, como se alguém estivesse pisando no chão com raiva, ou medo.

Uma mulher, com o rosto escondido por um capuz, corre com algo nos braços, não é possível ver seu rosto e nem grande parte do seu corpo, porém pode-se ver suas pernas e parte de sua barriga, além de algo em seus braços, enrolado em um cachecol esverdeado.

E enquanto ela usa toda sua força para correr, com a respiração pesada e com uma leve fumaça saindo de sua boca, devido ao clima gelado do local, pode-se ouvir muito alto, barulhos de asas batendo misturado aos sons de aço se chocando.

Sem olhar para trás, ela sabe a feroz batalha que ocorre a muitos metros de suas costas, dois seres alados se digladiam acima de sua cabeça, enquanto um tenta perseguir a mulher e o outro tenta impedi-lo. 

E naquele instante, só um pensamento passou em sua cabeça.— O portal... o portal... Eu tenho que chegar logo ao portal.— seguido de uma promessa. — Não se preocupe, eu com certeza irei Saúva-lo! —

Então, entre algumas árvores em algum lugar desconhecido, um portal arredondado, feito de uma energia azul-claro, se abre e a estranha mulher encapuzada sai de dentro dele, toda machucada e perdendo muito sangue.

Claramente preocupa, e como feridas por todo o corpo, ela olha os arredores enquanto aquele estranho portal lentamente se fecha.

E ao notar o ar morno que toca sua pele, com um rosto um pouco mais aliviado ela percebe que já não está mais naquele lugar perigoso.

Com um corte na costela e outro na coxa, ela se move lentamente, cambaleando entre as árvores por quase uma hora até chegar à beira de uma estrada, muito cansada ela escora-se numa grande placa que diz.

"Bem-vindo a CIDADE LUZ. Principal nome em energia limpa... População 77.194."

Ao notar haver civilização por perto, um traço de esperança surge em seu rosto, ela caminha por mais algum tempo segundo aquela estrada, ainda segurando firme algo nos braços, até se deparar com uma casa grande e bonita.

— Certamente aqui ele terá uma boa vida. — ela pensa, assim que nota haver um balanço e alguns brinquedos nos jardins da casa.

Com uma expressão triste em seu rosto, ela se ajoelha abraçando aquilo que ela protegeu com todo seu coração.

E quando vai tirar o cachecol da sua preciosa "carga" ao inclinar a cabeça para frente pode-se notar uma pele bem clara com um pouco de seu cabelo, vermelho como fogo caindo em seu rosto.

E seus olhos, que também como seu cabelo tem uma coloração avermelhada, estão começando a marejar. Assim ela retira o cachecol e vemos que ela carregava um bebê, assim com ela com a pele clara e pequenos fios de cabelo vermelhos.

— Eu não tenho tempo, meu filho, ele ainda está atrás de mim. — Sussurra a Mulher já com a voz trêmula e um pouco rouca. — Mas saiba que eu te amo mais do que tudo, deixá-lo é como arrancar meu próprio coração.

Mas eu não tenho escolha, eu volto para te buscar assim que você estiver seguro, eu te juro isso.— Ela se levanta, caminha lentamente em direção a porta, e já com lágrimas em seu olhos, ela larga a criança em frente a porta e toca a campainha.

Assim ela vai embora, deixando o bebe na porta daquela casa grande, acreditando que os seres desse lugar serão bons e cuidaram de um pequeno bebe indefeso.

Alguns Minutos se passam, e enquanto o bebe chora, uma mulher abre a porta e vê a criança. — Olha, amor tem Uma criança na nossa porta.—

— Traga-o para dentro— Respondeu uma voz masculina de dentro da casa.

— Nós vamos ficar com ele?— a mulher pergunta entusiasmada.

Mas gargalhando o homem responde. — Você está louca mulher, isso não é um filme. Vamos ligar para a polícia.—

Mais algum tempo se passa e há um carro de polícia chegando em um grande orfanato com uma placa antiga e um pouco gasta em cima do portão.

 "Bem-vindo ao Orfanato Santa Fé."

— Nós temos que deixar o menino aqui mesmo? Essa Mansão me assustava muito quando eu era criança.— Questiona a jovem policial, enquanto olha pela janela do carro e vê uma grande mansão feita com tijolos de cor vinho e alguns acabamentos em madeira, que com o tempo já estavam meio apodrecidas.

Muitas janelas de metal com grandes vidraças, e uma porta gigantesca logo a frente de uma enorme escadaria que desce do topo até o portão de ferro na beira da estrada, que também está boa parte enferrujado.

— Esse é o único orfanato que existe nesse fim de mundo, então sim! Temos que deixá-lo aqui.— Respondeu o outro policial para a novata que aparentava estar um pouco nervosa.— Mais é estranho em uma cidade pequena como essa abandonarem um bebe assim.— Ele finalizou.

— Ainda mais uma coisinha linda como essa. — Indaga a mulher com uma voz fofa.

— Ela é claramente bem jovem, ainda não sabe como esse mundo é podre. — pensou o homem, mais se limitou a dizer. — É você tem razão. — Para logo em seguida saírem do carro na frente do portão, que estava entreaberto, ao subir as escadarias o policial segue pensando enquanto olha para o rosto do bebé. 

— Espero que não tenha problema em trazê-lo aqui, afinal esse lugar está superlotado.— Enquanto a  garota, já sem fôlego, só pensava o quanto aquela escada era maior do que parecia.

Ao chegar no topo, o policial bate na porta, e alguns minutos depois uma senhora atende, com um semblante calmo, algumas rugas em seu rosto, cabelo bem curto e todo cinza.

Também com um vestido banco, longo e simples, ela se aproxima do homem calmamente.

— Esse garoto foi abandonado ontem a noite Madre Catherine, então viemos deixá-lo aqui, tudo bem?—

— Por que teria algum problema. — A senhora o respondeu, com uma voz suave, enquanto pega o pequeno bebe no colo.

— Obrigado Madre, estamos de saída agora.— Ele passa a mão na cabeça do bebé, faz um sinal de tchau para algumas crianças que estavam logo atrás da madre, perto da porta, e se dirige de volta ao carro.  — Até mais pequenino. —

A Madre, enquanto leva o garoto para dentro, percebe que no Cachecol que o menino está enrolado, está escrito "Meu pequeno Jack". — Jack, então esse é seu nome., Pequeno Jack. — Com a voz baixa e um leve sorriso em seu rosto.

Assim, 8 anos se passam e Jack está correndo de uma Freira que tenta alcançá-lo.

— Volte aqui moleque, está de castigo por encher a cama da madre de sapos.— Jack sempre aplicava todos os tipos de pegadinhas nas irmãs do convento, talvez por pura pirraça de uma criança ou talvez para tentar chamar atenção, pois em grande parte do tempo ele se sente sozinho.

Gargalhando, ele respondeu. — Você vai ter que me pegar primeiro irmã.

E como sabe, você sempre foi lenta demais para me pegar.— O garoto corre de uma lado para o outro, sempre sorrindo e com seu cachecol, que ele nunca tirava, balançando pra lá e pra cá.

Assim, a fim de correr da irmã, ele desce as escadarias e some portão afora.

Após perder o garoto de vista, alguns minutos depois, enquanto o procura pelo bairro, ela escuta um alarme alto que parece ressoar por toda a parte.

""ALERTA toque de recolher em atividade.

Possível demônio nas ruas, fiquem em casa até os paladinos lidarem com a situação.

Não saiam para as ruas."" 

Muito alto, aquele alarme se repete, uma vez após a outra.

— Logo agora aquele moleque decide desaparecer, onde você foi se enfiar garoto. — com um rosto preocupado ela acelera o passo atrás do menino.

Ela sempre viu o garoto como um irmão mais novo, eles sempre brincavam, ela os ensinava jogos e outras coisas, e acabaram criando um grande laço familiar,  laço esse que poderia estar em perigo agora.

Já Jack, enquanto isso, corre entre algumas ruas, de um beco para o outro, só pensando em se afastar de sua irmã chata. — Consegui despistar ela, A Irmã realmente nunca consegue me pegar fácil. HA HA HA. — Ele gaba orgulhoso de sempre ganhar os jogos de pega pega, e quando se dá por conta, já longe do orfanato, ao olhar ao redor ele se depara com uma grande janela de vidro, do tamanho de uma vitrine, logo ao lado de uma porta de madeira escura, com detalhes em dourada e paredes, também em madeira, que parecem bem antiga na visão de Jack.

Ele se encanta com aquele lugar, e ao olhar para dentro por aquela enorme janela, ele vê um homem treinando, Alto com a cabeça raspando dos lados e atrás, porém grande e espetado em cima, além de uma barba cinza comprida e trançada. 

Jack não via as roupas do homem direito, mas pareciam bem estilosas.

— Que incrível, será que eu consigo fazer isso também.— Seus olhos brilhavam vendo os movimentos do homem, a precisão, leveza e força.

Mesmo não entendendo nada sobre aquilo, ainda sim, para ele era de certa forma belo.

Logo ele não se contém e entra correndo naquele lugar, e no meio do treino o velho mestre escuta uma voz:

—Ei VELHOTE!

Você tem que me ensinar isso também.— ele entrou dando socos e pontapés no ar.

— Por que eu faria isso Moleque. — Respondeu o homem com uma voz um tanto quanto debochada.

O menino segue passo a passo se aproximando, e olhando para o homem, ele parece não saber o que dizer. — UE. Como assim porquê... Aaaaa isso não importa, eu achei divertido e quero lutar também, então anda e me ensina Velhote.— Desde criança, o garoto não aceitava muito bem quando alguém dizia não para ele.

Além disso, ele se interessou muito nisso. — Talvez se eu fosse mais forte, minha mão não teria me abandonado. — Ele sussurra baixinho, com os olhos tristes olhando para o chão.

Outro garoto que estava na sala se aproxima bem irritado. — Como ousa pirralho. Você sabe com quem está falando. — Mas o Homem o interrompe ao levantar sua mão como um sinal para seu aluno.

— Tudo Bem Sebastian. — Disse o homem, Só com um olhar o garoto nota que seu mestre não quer que ele se envolva nisso, e então se aproxima lentamente de Jack. — Você não entende.

Um confronto, uma luta, nada disso é para se divertir garoto.

Pessoas se machucam, pessoas morrem, muitas vezes pessoas que você se importa, seus motivos são errados, garoto.

Então vá embora, você é jovem, vai ser uma criança.—

Ao ouvir isso Jack se irrita e logo se aproxima, gritando ao Homem. — Você NÃO SABE NADA VELHOTE. 

Eu não vou sair daqui enquanto Voc... — E antes mesmo de terminar a frase, ele vê um vulto na sua frente, como se algo estivesse se movendo em alta velocidade, e ao se dar por conta, já está fora da academia. — O que foi isso. — Ele pensou, sem entender nada, enquanto o homem, com um sorriso no rosto, olha para ele. — Vá para casa garoto, e tome cuidado, não viu o Alerta, podem ter Demônios por aí.— Em seguida ela entra, fechando a porta na cara que Jack, que visivelmente irritado, olha os arredores e percebe que já está perto de anoitecendo. — É melhor eu ir.—

Voltando para o orfanato, emburrado e chutando pedras pelo caminho, Jack se vê mergulhado em seus pensamentos.

— Esse velhote, quem ele pensa que é, ele não sabe nada sobre Mim. — Pega a ponta do seu cachecol, e olha com um olhar triste. — "Uma criança normal". Eu não sou normal, se eu fosse normal não teriam me abandonado.—

Quando de repente ele toma um susto com um grito alto que ouvi ao fundo. 

— JACK!! Te achei Moleque. Agora você vai pagar.— Jack olha para trás, e a Irmã logo percebe a expressão de terror em seu rosto.  — IRMAAAA ATRÁS DE VOCÊ.— Ao se virar lentamente, ela se depara com uma criatura humanoide, enorme de pele cinza-escuro com vários ossos expostos em seus braços, uma pele escamosa e um rosto animalesco porém com traços humanos. — Um demônio! — é a única frase que passa na cabeça dela.

E enquanto Jack só pode observar, o demônio com um osso que saia da base do punho, perfura a irmã de cima para baixo, entrando em seu ombro direito e saindo abaixo da costela à esquerda. Em seguida, levanta seu corpo para cima e a arremessa, seu corpo acerta com força uma parede de uma casa ali ao lado.

A rua que eles estavam era cheia de casas, mas os moradores não se atreveriam a sair, com aquele demônio ali, tudo que eles fazem é ficar trancados e em silêncio.

O demônio olha para Jack com seus olhos vermelhos e com o rosto ainda sujo de sangue.

Jack tenta correr mas acaba caindo ao tropeçar em algumas pedras soltas na rua, que estava bastante esburacada.

Assim o demônio vai para cima do menino, que está caído.

Com a boca seca, até o ar que Jack puxava arranhava sua garganta, ele tenta gritar mas a voz não sai, e logo antes do garoto perder completamente as esperanças, pois a criatura estava a ponto de perfurá-lo.

Foi quando ele novamente viu um vulto muito rápido passando na sua frente, em seguida o braço do monstro sai voando, caindo logo ao lado do menino paralisado pelo medo. — Velhote.— ele pensou, mais em pé na sua frente, ele vê um homem, com a pele morena, vestindo uma espécie de moleton, porem aberto na frente com ziper e sem mangas.

E nas costas um símbolo estranho e logo abaixo escrito Divisão Celestial.

O homem se dirige a ele, porém sem virar o rosto, olhando sempre para frente em direção ao monstro. — Desculpe garoto, eu não consegui chegar a Tempo.— com um voz suave e uma postura firme além dos olhos em um tom caramelo, que não perdiam o monstro de vista nem por um segundo.

O homem empunhava uma espada com a lâmina toda negra e com o punho e cabo ambos de um tom de verde-esmeralda.

— O que é divisão Celestial? — O garoto se pergunta, enquanto está com uma expressão entre assustado e triste.

E então o monstro se mexe, ele parte para cima do homem, que salta para trás desviando de um soco que vinha por cima e acaba acertando o chão criando várias rachaduras na calçada.

Ao aterrissar no chão, o Homem já pega impulso para frente e com um único movimento retalha o Monstro, que ainda estava de joelho com a mão presa no chão pelo golpe que tinha dado.

E assim, num piscar dos olhos de Jack, aquele monstro aterrorizante, estava partido ao meio.

— Venha comigo garoto, eu vou te levar para Casa. —  Mas Jack sai correndo, o ignorando completamente, e com muitos pensamentos pairando sobre sua cabeça.

— A Irmã sempre me tratou bem, sempre me protegeu quando eu fazia besteira, sempre fez tudo por mim. E ainda assim quando ela precisou tudo que fiz foi ficar parado e tremendo.— Com um olhar de raiva, enquanto surgem muitas memórias dos dois brincando, e com lágrimas escorrendo em seus olhos.

— Nunca Mais.—

Então, já à noite, horas depois o velho Mestre estava prestes a fechar a academia quando Jack entra pela Porta.

— Eu vim ficar forte velhote e você não vai me dizer não de novo. — Com o punho cerrado, ele se aproxima do velho mestre,— O olhar dele mudou. — O velho pensou. — Há Há Há, você é teimoso em garoto. Tudo bem vamos fazer um acordo.

Se você conseguir encostar em mim eu treino você.—

Sem pensar nem por um segundo, Jack correu na direção do homem e tentou golpeá-lo com um soco.

Mas apenas dando um passo para o lado e girando o corpo o mestre desvia.

Ainda no movimento de queda Jack rola e apoia seu pé no chão pegando impulso, novamente na direção do mestre, que desvia novamente com um pequeno salto para trás. — Esse garoto é muito ágil para uma criança dessa idade.

Nem parece um humano comum., interessante. — Pensou o homem, enquanto levemente sorri com o canto da boca.

O Velho mestre se move em alta velocidade para o lado de Jack, agarrando o seu cachecol, puxando o garoto e o arremessando, assim ficando com o cachecol em sua mão enquanto o garoto rola em direção a porta.

— Me devolve, não toque nisso— Com um olhar feroz Jack novamente corre até ele, e com um grito de raiva enquanto uma imagem da irmã passa por sua mente, ele começa a ficar estranhamente mais rápido.

O mestre nota uma estranha energia vinda do garoto, que por um segundo some da sua visão.

Porém, Jack se move tão rápido que fica sem reação e acaba indo em linha reta, de cabeça, em encontro do mestre.

Que por sua vez, defende aquela cabeçada com as duas mãos, mas acaba sendo arrastado um pouco para trás, então o garoto desmaia.

— Que Aura estranha, tem algo diferente nesse garoto. — Ele olha para sua mão e nota que tem dois dedos quebrados, em seguida ele sorri.

Jack acorda minutos depois com o mestre sentado no chão ao seu lado, e escorado na parede. — Meu nome é Arthur, e você garoto. Qual é seu Nome? — Questiona Arthur enquanto segue olhando para frente em direção a sua grande janela de vidro.

 — Meu nome é Jack.— Respondeu o menino, enquanto Arthur segue olhando para a vidraça, e com os olhos brilhando, ele pensa. — Jack, interessante.—

Alguns minutos se passam, e já saindo na porta para fechar a academia.

Jack: — Velhote, posso fazer uma pergunta.—

Arthur: — Pode Sim.—

Jack: — Porque você só tem um aluno?—

Arthur: — Eu jurei não treinar mais ninguém, Sebastian ia ser meu último aluno.—

Jack: — Mais e eu vai me aceitar ou não.—

Arthur: — Está bem. 

Você venceu, pequeno Jack.

Vamos, eu vou te levar para casa.—

Com um rosto levemente envergonhado.

— Pode não me chamar assim mestre Arthur.—

E assim mais 9 anos se vão, e Jack já com 17 anos. — Vamos nessa Mestre Arthur. —

Arthur fica em posição de combate. 

— Hora do seu teste final, se sente pronto pequeno Jack.—

— Quantas vezes já lhe disse para não me chamar assim mestre.—

Com um sorriso no rosto, Jack Segura firme a sua espada.

Fim Do Capítulo 01.

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Info:

Capítulo 002: Contos de um Passado Distante

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— As mesmas regras de nove anos atrás, pequeno Jack, se me golpear uma vez você passa.— Afirma Mestre Arthur, logo se colocando em posição de combate.

— Já disse para não me chamar assim Mestre. — Respondeu Jack também se preparando.

 — Ok Pequeno Jack... Ok. — Finalizou Arthur

Jack sente o ar pesado, por algum motivo, sua respiração está mais densa, mas ainda assim ele parte em direção ao Mestre com uma grande velocidade o atacando por cima com sua espada.  

Arthur com facilidade defende, com a espada no braço esquerdo, enquanto dá um soco na barriga de Jack, com sua mão direita, o arremessando na parede.

No instante em que se choca, Jack se mantém firme com os pés no chão para manter-se em pé. — Não tem como eu me equiparar a ele em técnica.

Vou ter que ser criativo se quiser ter uma chance de golpeá-lo. — ele pensou enquanto levanta a guarda novamente e observa o Mestre.

Jack está com um certa dor nas costas devido ao choque na parede, sua respiração fica mais pesada, mas ele parece ter pensado em algo. — Isso não vai ser fácil. — Jack arremessa a espada na direção de Arthur e desaparece em alta velocidade, tentando soca-lo por cima, enquanto a espada vinha pela frente.

— estratégia interessante.— Pensou Arthur. — Mas ainda é muito infantil. —

E quando Jack tenta efetuar o golpe, Arthur agarra a sua mão e o puxa para sua frente, o usando como escudo contra a espada de madeira que vinha na sua direção.

Assim Jack acaba sendo golpeado nas costas pela espada, mas aproveitando que estava perto de seu mestre, o agarra nos ombros, firma os pés no chão, e acerta uma cabeçada na testa de Arthur.

Que ao levar o golpe dá um passo para trás e firma o corpo, para evitar ficar tonto com o golpe na cabeça, em seguida dá um sorriso enquanto uma pequena gota de sangue desce pelo seu rosto.

— Hehe Que cabeça dura.

Você estava um passo à minha frente, nada mau pequeno Jack... Nada mau. —

— Não me chame assim. — Respondeu Jack, com um sorrindo.

Enquanto seu pensamento era outro.

— Até alguém como eu percebe quando está se segurando mestre Arthur, mais ainda assim. —

—Obrigado mestre Arthur.

Muito obrigado. — Ele finaliza agradecendo o homem pelos anos de cuidado.

Após algum tempo, os dois sentados no chão, escorados em uma das paredes da academia.

— Agora que finalizei meu treino já estou pronto para entrar na divisão celestial.— Afirma Jack, desde de pequeno, após o incidente com a Irmã, ele sempre quis entrar na Divisão Celestial, para poder enfrentar os monstros também.

Jack se levanta e caminha em direção aos armários onde estão suas coisas.

— Você realmente acha isso pequeno Jack. — Respondeu Arthur enquanto ainda estava sentado no chão com o braço escorado em uma de suas pernas, e com a outra bem esticada para frente.

Jack: — Eu acredito que sim, afinal eu treinei por nove anos. —

Arthur: — Você treinou por nove anos sim, e foi muito bem, até acredito que você poderia lidar com a maioria dos criminosos comuns que existem por aí.

Mais a divisão Celestial e seus Paladinos não lidam com criminosos comuns., eles raramente lidam com humanos. —

Jack: — Criminosos comuns?.

 e tem outro tipo mestre?. — com uma cara confusa e bem debochada.

— Eles foram criados para enfrentar demônios e outras criaturas que aparecem por aí no mundo.

E os poucos humanos que eles enfrentam são humanos que sabem utilizar a aura, e para lidar com isso você também tem que aprender a usar a sua. —

Jack: — Aura? O que é isso, mestre. — Interessado, ele volta em direção a Arthur.

—Todo o humano nasce com uma energia em seus corpos conhecida como aura, que fica oculta em seu corpo até você precisar em uma situação extrema.

Como quando uma mãe levanta um carro para libertar seu filho que está preso embaixo, ou quando você está fugindo de algo e consegue correr bem mais rápido do que correria normalmente.  

Isso é você usando, sem perceber, uma pequena parte de sua aura para aumentar as habilidades do seu corpo. — Ele explica enquanto olha para os olhos do menino brilhando de empolgação.

E com um leve sorriso no canto da boca Arthur finaliza. 

— E com o treino certo você pode aprender a controlar sua aura 100%, mas isso é difícil e poucos conseguem.

Porém quando você domina completamente sua aura, você consegue forjar uma habilidade baseada na sua alma.

Todos chamam de DOM, e como cada alma é única, Cada DOM também é único.

Não existem dois Dons iguais, podem haver parecidos mas nunca iguais.

Os Humanos usam esses dons para poder enfrentar e se defender de demônios ou outras criaturas. —

Em seguida Jack o questiona. — E como os humanos aprenderam isso, uma habilidade para enfrentar demônios, e também como há demônios correndo pela terra?

Você nunca me falou sobre isso mestre.—

Assim, ao se levantar, Arthur coloca o seu manto, que antes segurava na mão que estava escorada em sua perna.

— Bom...  A quase 500 anos teve uma grande batalha entre anjos e demônios que apareceram do nada no meio de uma cidade.

E assim os humanos não só descobriram que demônios e Anjos existiam, como também perceberam que nossa força militar é muito inferior.

Mas com a descoberta desses seres celestiais também ficaram sabendo sobre a aura e os dons.  

Então, para se defender, os humanos treinaram guerreiros para combater ataques de demônios, e de quem mais se voltasse contra a Terra.   

Assim nasceu a Divisão Celestial, uma força criada só para combater seres sobrenaturais. — Segue explicando enquanto vai em direção a entrada da academia acompanhando Jack.

— Então 500 anos depois os humanos têm um poder militar capaz de se defender tanto do céu quanto do Inferno, pelo menos é isso que eles pensam, Já que eles não conhecem os exércitos do céu e do Inferno. —

Em algum beco escuro qualquer da cidade, com as paredes molhadas devido a alguns canos que estavam acima.    

Uma Jovem garota, de mais ou menos 20 anos, corre desesperada enquanto ouve uma oração ao fundo.   

Quando de repente uma espécie de lança vem voando, com aspectos parecidos com ossos e emitindo um som parecido com um assobio enquanto voa cortando o ar, acaba atingindo a garota um pouco acima da cintura em suas costas e saindo abaixo do umbigo, assim atingindo o chão deixando a garota empalada, e ao olhar para trás agonizando a garota vê o homem calmamente se aproximando ainda dizendo sua oração.

— Que Deus leve sua alma.

E guie minhas mãos para os Próximos Pecadores.—

E tudo que se ouve a seguir é um grito, Seguido do mais puro silêncio. 

No orfanato está Madre Catherine sentada em um sofá longo meio antigo de quatro lugares, coberto com uma capa verde musgo e com uma poltrona de cada lado, do mesmo estilo. Ela está escorada com os pés em cima de uma mesa pequena, que tem logo a frente do sofá.

Tomando um chá enquanto assisti uma notícia na Televisão.

""Mais uma vítima encontrada na cidade.

A polícia ainda está à procura do assassino conhecido como Vlad.

Há uma recompensa por  qualquer informação que leve à sua captura"" . Ela ouve na Televisão enquanto a repórter passa algumas imagens da vítima.

Madre Catherine se levantou quieta, desligou a Televisão, e calmamente se aproximou de alguns alunos que estavam jogando xadrez na sala ao lado.

— Avisem aos outros que está proibida a saída após as 6h da tarde, não importa o motivo.—  

Assim, uma semana se passa e  Jack está na academia treinando para controlar sua Aura, sentado em posição de yoga em uma área de gramado nos fundos da casa.

— Aaaaaaaaa isso é muito difícil Mestre. — Ele grita frustrado enquanto coloca as mãos na cabeça e chacoalhando seus cabelos vermelhos.

— Faz só uma semana que você começou a treinar com a aura.

Ainda vai demorar um pouco para conseguir desbloquear seu DOM. — Respondeu Arthur, sentado no chão com as pernas entrelaçadas, meditando, enquanto respira  fundo Arthur segue pensando    

— Apenas uma semana e esse garoto já está quase abrindo a conexão para a alma, esse moleque realmente não é comum. — Ao terminar seus pensamentos Arthur o diz.

— Chega Por hoje pequeno Jack 

Eu já vou fechar, e além disso ninguém mais pode andar a noite na cidade por causa do assassino Vlad. —

— Afinal por que chamam ele de Vlad? — Questiona o garoto, se levanta, dá umas batidas na sua roupa para tirar a poeira, e os dois seguem em direção a saída.

—Sei Lá...

O que eu sei é que ele empalava suas vítimas com uma lança, como aquela lenda do drácula, que também colocava suas vítimas em lanças na frente de seu castelo. Aí a mídia começou a chamá-lo assim.

E além disso eu acho que ele domina a aura. — Respondeu Arthur, Eles saem para fora da academia, em seguida Arthur puxa uma grade na porta para fechar.

Jack: — Afinal por que pensa isso mestre Arthur? —

Arthur: — No mundo de hoje é impossível um assassino comum ficar tanto tempo sem ser pego. Sendo que todos da Divisão Celestial lutam usando Aura e Dons.—

Jack: — Mais a Divisão Celestial não lida apenas com demônios e essas coisas. —

Arthur: — Geralmente sim, mais quando um assassino faz tantas vítimas eles intervêm e o capturam imediatamente. —

Jack : — Mas se é assim não seria mais justo se eles lidarem com todos os crimes. Eles poderiam até acabar com todos e trazer paz em um certo nível. —

Arthur: —Já tentaram isso,

Mas como é difícil achar humanos que conseguem controlar sua aura, a Divisão Celestial tem poucos membros. Então eles não têm números para cobrir todas as chamadas de crimes e ainda ficam monitorando ataques Celestiais.

Por isso eles têm permissão apenas para agirem em casos especiais, como é o caso do Vlad, e como eles não o capturaram ainda.

Está claro que ele também domina a aura, e pelo jeito luta usando uma lança, mas qual será o seu Dom? — Se perguntou Arthur, enquanto termina de fechar o cadeado da porta.

Jack: —Entendi...

Então eu já vou, mestre.

A Madre vai ficar furiosa se eu me atrasar, e ela me dá medo. — Uma imagem da Madre em fúria passa sua cabeça.

Arthur: — Hahaha.   

Está bem pequeno Jack, até amanhã. —

— Não me chame assim. — E meio emburrado Jack vai embora.

Jack, já caminhando para o orfanato, Em uma rua um pouco escura graças a uns postes que estão com as lâmpadas quebradas, ele começa a pensar. — O que será que a Madre fez para o Jantar hoje, Treinar para usar a aura da muita fome. —

Pois treinar com a Aura usa muito do seu corpo, assim você queima muitos nutrientes e calorias,aumentando a fome.

Com um gigante sorriso ele diz. — Então Vamos Log… — Jack é interrompido por alguma coisa que bate violentamente no chão a sua frente, em seguida batendo na parede ao seu lado.

Quando a poeira baixou, Jack vê um casaco da Divisão Celestial, e ao olhar com mais calma reconhece aquele homem.

É o mesmo paladino que o salvou, do monstro que matou a irmã, oito anos atrás.

—Você está bem?— Perguntou Jack, bem preocupado.

De repente, passa bem ao lado de sua cabeça dando um grande susto em Jack, uma Lança voando que acerta o ombro do Paladino que ainda estava caído encostado na parede.

Quando Jack, ao ouvir uma estranha oração, olha para trás assustado. 

Vê caminhando em sua direção...

O assassino Vlad.

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Fim do Capítulo 002

Info:

Capítulo 003: Divida Antiga.

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""Que Deus leve sua alma.

E guie minhas mãos para os Próximos pecadores.""

— AAAAAAAAAAAAAA. — Grita de dor, o Paladino caído, após ser atingido no ombro.

Jack, que ainda estava agachado a frente do paladino caído, olha para o lado e vê alguém vindo em sua direção.

Um homem com a pele branca, sem camisa e com faixas amarradas, das mãos até o antebraço, além de cabelos compridos até a linha da cintura e todo dividido com várias longas tranças.

Com uma expressão apática e olhos vazios, o homem caminha lentamente em direção a Jack ainda sussurrando sua pequena oração, várias e várias vezes.

""Que Deus leve sua alma.

E guie minhas mãos para os Próximos pecadores.""

Jack com uma voz trêmula e um rosto ainda muito assustado tenta acalmar o Paladino.

— Não se preocupe, eu vou protegê-lo. —

— Não garoto, fuja daqui, corra o mais rápido possível.

Eu já mandei o alerta de reforços, os Paladinos logo chegarão aqui.

Você só tem que fugir enquanto ele vem atrás de mim. — Respondeu o Paladino, ainda com alguma dificuldade de falar, enquanto tenta arrancar a lança que atravessava seu ombro o prendendo na parede.

— Mas eu não posso deixá-lo morrer aqui.

Foi exatamente por isso que eu treinei. — Pensou Jack, ainda tentando se acalmar, olha para o chão ao seu lado e pega uma barra de ferro que estava caída ali.

Ele puxa o ar e respira fundo, se levanta e se põe em frente ao Paladino caído.

Enquanto assume uma postura de batalha, o garoto se pega pensando. — Eu sei que ainda sou fraco, e estou longe de possuir a força que preciso para proteger os que precisam de mim.

Mais oque eu posso fazer agora é tentar ganhar tempo até os Paladinos chegarem. —

Ao ver aquela cena, ainda se aproximando passo a passo, com uma voz serena, falando calmamente, Vlad apenas faz um pedido a Jack.

— Saia da frente garoto, Você não tem que morrer.

Apenas os pecadores que "Deus" ordena que eu expurgue desse mundo. —

— Você é só um louco que mata pessoas sem motivos. — Respondeu, aquele garoto ainda olhando firme em seus olhos vazios.

Olhar para os olhos de Vlad, é como olhar para um poço escuro, vazio e sem vida.

Vlad: — Não garoto, Eu apenas sigo as ordens de Deus.

Você pode me achar um louco, mas sou apenas um devoto. — Se aproximando, um passo mais próximo a cada vez.

Jack: — Como eu já disse, só um louco que ouvi vozes. — com um olhar destemido, porém com as mãos ainda tremendo um pouco.

— Que seja. — Sussurra o assassino já cansado de ouvir aquele garoto insolente.

Embora frio e sem nenhum pesar, Vlad tentava não matar ninguém, além do seu Alvo.

Mas mataria qualquer um que tentasse o impedir de cumprir sua "missão Divina."

Vlad rapidamente avança para frente, em direção de Jack, carregava uma de lanças em sua mão direita, e com ela tenta perfurar o garoto no peito.

Jack se defende com a barra de ferro desviando a trajetória da lança, fazendo ela ficar presa no chão, e aproveitando que está perto do assassino, ele tenta o golpear na linha da cintura com um chute frontal. 

Mais Vlad pula para trás, assim soltando sua lança e desviando do golpe do garoto.

— Ele desviou fácil demais.

Pelo menos eu consegui separá-lo de sua arma. — Jack pensou, logo se recolocando em sua postura de defesa.

Vlad olha para o garoto, sem expressão nenhuma em seu rosto, estica o braço para frente, abre sua mão e outra lança simplesmente surge ali, como se fosse uma lança minúscula que cresceu em um instante.

— Como isso é possível.— Se questiona Jack com uma expressão de surpresa em seu rosto. — Então invocar  lanças é o seu Dom? — O garoto já considerava uma vitória ter separado o assassino de sua arma, e o lampejo de vitória some de sua mente.

Então, sem nem terminar seus pensamentos Jack é surpreendido por Vlad que o joga uma lança, muito rápido.

Mas o garoto, apesar do susto, conseguiu reagir rápido pulando para o lado, enquanto a lança explode na parede atrás dele, logo acima do Paladino que estava ali caído. — Senhor!!! — Gritou o garoto, preocupado.

Nesse instante ele percebe que se afastou do Paladino caído, e no instante seguinte, Vlad em um movimento em alta velocidade aparece já as costas de Jack, o atacando com uma lança que invocou na mão esquerda.

O garoto até consegue em um movimento desesperado girar seu corpo e bloquear aquele ataque com a barra de ferro, que estava em sua mão direita.

Porém isso deixa uma abertura enorme em seu lado esquerdo, assim rapidamente Vlad invoca outra lança, em sua mão livre, e ataca Jack que por reflexo coloca o braço na frente.

A lança acaba perfurando seu antebraço e ombro  esquerdos, o fazendo cair no chão com muita dor. — Você não deve se distrair assim tão fácil no meio de um conflito, garoto. — Vlad o encara, enquanto Jack apenas se contorce de dor.

— Mas eu realmente te entendo garoto, Você é jovem, ansioso para proteger os inocentes. — Ali parado em frente ao corpo caído de Jack.

Vlad olha para o céu com um rosto tranquilo.

— Mais eles não são inocentes garoto, Isso é o que você não vê.—

—Por que ele só fica me chamando de garoto. — Pensou Jack, enquanto se esforça para dizer. — Você não pode fazer isso, não pode decidir quem é inocente ou pecador. — Com uma voz trêmula e tentando não gritar de dor, Jack respondeu o assassino, ele ainda tenta se levantar, mais não consegue..

— Não sou eu quem decide garoto.

Eu apenas obedeço às ordens de Deus.

Mas já chega disso, só o que me resta é terminar minha missão.

Você se virou melhor que muitos Paladinos que eu enfrentei, muitos caíram bem mais rápido, eu o parabenizo por isso.

Mas fique aí garoto, você não precisa morrer, pelo menos não agora, só não interfira no meu trabalho. — então Vlad o da as costa e segue caminhando, em direção ao Paladino, caído e sem consciência, enquanto novamente recita sua oração

"'Que Deus leve sua alma.

E guie minhas mãos para os próximos pecadores."" Uma, duas, três, ele segue repetindo.

— Por que todo mundo me chama de Garoto. — Ainda no chão Jack tenta se arrastar para ir atrás do assassino.

Que vira o rosto e olha para trás em direção a ele tentando se arrastar.

— Esse garoto tem espírito, isso eu tenho que admitir.

Vale a pena deixá-lo vivo por enquanto, você pode virar um bom sacrifício para meu Deus.— Pensa o assassino segundos antes de avançar muito rápido em direção ao corpo do Paladino

Jack tentando se levantar grita desesperado.

— NÃOOO!!!

Eu estou aqui.

Lute Comigo, deixa ele em paz,

VOLTA AQUI. — E vendo que Vlad nem sequer o ouviu, Jack grita com todas suas forças.

— VOLTA.—

Assim de repente um pequeno portal de energia se abre ao lado de Jack.

Vlad para seu avanço, e no instante em que sente aquela energia olha rapidamente para o garoto.

— Isso.

Eu posso sentir, é a conexão com a minha Alma. — Pensou Jack, enquanto olha para aquele estranho círculo de energia avermelhado.

Ele aproxima lentamente sua mão em direção a aquele círculo de energia. 

E ao colocar a mão dentro daquilo ele sentiu seus dedos tocarem em algo.

Então ele puxa, assim notando ser uma espada longa e fina, de cor vermelho sangue com o cabo e o punho negros com a noite e uma escrita no inicio da lamina, logo abaixo do punho.

— Lâmina do expurgo?— no instante que ele lê, a lâmina levemente brilha, um brilho da mesma cor vermelho sangue.

E ele nota que apesar de ainda ter muita dor, seus ferimentos pararam de sangrar.

Assim, mais confiante e com um surto de adrenalina Jack esquece a dor, se levanta, e avança em direção a Vlad tentando acerta-lo com um corte, que vem por cima. 

Vlad fica surpreso, mas ainda assim o defende com sua lança e diz sorrindo.

— Agora sim garoto.  

Está começando a me divertir um pouco. — Finalmente mostrando algo além de sua voz calma e expressão vazia.

Enquanto defende com a mão direita, Vlad tenta golpeá-lo com a esquerda.

Mais ainda no ar Jack chuta seu punho  para evitar o golpe.

E ao mesmo tempo Vlad chuta o peito de Jack o lançando para longe, que ao cair no chão rola com o impulso, ficando em pé novamente.

— Ele é Muito Habilidoso, e seu tempo de reação e reflexos são muito rápidos. Assim que eu chutei seu punho ele imediatamente reagiu chutando meu peito, para me jogar para longe.

Não tem como eu derrotá-lo,

mas não posso deixar ele matar o paladino que me salvou. — Pensou Jack, olhando fixamente para Vlad.

Porém, mesmo sem virar o rosto nem por um segundo, de repente Vlad some de sua visão, e quando ele nota, o assassino já está se aproximando do paladino caído. 

Jack assustado corre em direção a eles gritando. 

— ESPERA!!! —

E Vlad com um sorriso sarcástico, aproveitando a velocidade que ia, cravou uma lança no chão, e a usa como apoio para pegar impulso de volta na direção de Jack.

Indo rápido demais para o garoto tentar desviar.  

O perfurando no estômago.  

E assim termina o confronto, com Jack ajoelhado e Vlad segurando sua cabeça.

Aproxima o rosto ao de Jack, e olha direto em seus olhos, a centímetros do garoto.

— Você realmente é muito ingênuo garoto.

Caindo na isca mais óbvia de todas.  

Mas você ainda é bom, garoto.

Ainda não vale a pena matá-lo.

Você pode se tornar o sacrifício perfeito.—

Vlad, após jogar o corpo de Jack no chão, vai em direção ao seu primeiro alvo.

Jack se rasteja em direção a eles enquanto tenta dizer algo. Mas a voz sai abafada por causa da falta de ar devido ao ferimento em sua barriga.

Assim Jack com uma cara triste pensa, enquanto ainda continua se arrastando.

— Eu realmente sou inútil.

Não pude salvar a irmã.

Não posso retribuir ao homem que salvou minha vida. 

De que adiantou todo esse treinamento.

Como eu sou patético.—

Vlad, já parado em frente ao Paladino, levanta calmamente seu braço.

— Que Deus leve sua alma.

E guie minhas mãos para os próximos pecadores.—

Quando Vlad ataca e está prestes a perfurar o paladino, no meio do caminho sua lança é golpeada, assim desviando a trajetória, fazendo ela acertar no chão ao lado do corpo do paladino, perfurando o concreto.    

E do meio da poeira, que se levantou, surge um braço que acerta uma cotovelada no peito de Vlad o fazendo soltar a lança e sair deslizando, ainda em pé, alguns metros para trás.  — O'Que é agora?— Sussurra o assassino.

Jack, que está lutando para se manter acordado, olha para frente e vê a poeira baixando enquanto revela Arthur parado em frente ao paladino caído.  

— Descanse.

Você foi bem pequeno Jack, 

agora é comigo.—

— Eu já disse para parar de me chamar desse jeito.

Mas ainda assim, muito obrigado Mestre. — Pensa o Bravo garoto segundos antes de desmaiar.

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Fim do Capítulo 003

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