"Faça isso pela empresa e pela família, querida." Essas palavras ecoavam na cabeça de Jessica enquanto olhava para sua mãe. Decidiram jogar toda a responsabilidade em cima dela, mesmo que ela não tivesse nenhuma responsabilidade pelo que aconteceu. " Apenas por fazer parte dessa família", pensa. Há alguns minutos atrás, a mãe de Jessica a chamou para conversar na sala com seu pai. Já tinha achado estranho ter uma conversa de família nesse momento em que a empresa estava tendo problemas, mas chamá-la para mandar ela se casar com Daniel, o filho de um sócio e amigo do seu pai, já era demais.
Jessica queria protestar, dizer que nunca iria se casar com ele sem sentir nada por ele e por ele ser um idiota, mas o pai dela tinha ensinado que a calma era a melhor arma para ganhar. Apenas os tolos gritam e choram, como diz o ditado, o tolo grita, o sábio permanece calado. Ela olha para sua mãe, que depois de cuspir essa bomba, permanece com uma cara de tristeza e remorso. Jessica vira a cabeça e olha para o seu pai, que estava do seu outro lado, sentado na poltrona. Ele a olhava sem dizer nada. A mãe estava sentada junto com ela no sofá e segurava a mão dela para dar força para ela, ou era o que Jessica pensava, e voltou para olhar para a mãe, soltou-se do seu agarre, apoiou o cotovelo no sofá e deixou a cabeça descansar aí para pensar o que deveria fazer. Depois de pensar por um tempo, olha para o pai.
-Não tem outra forma?
O pai olha para ela e dá um sorriso de orgulho. A filha dele poderia ser tudo o que os outros falavam, mas tonta e impulsiva ela nunca foi. Calcular a perda e o ganho foi uma coisa que ele a tinha ensinado desde pequena. O único erro dela era que ela tinha nascido mulher. Para uma família patriarcal, isso era o pior que poderia acontecer, se ela fosse a segunda filha não teria tanto problema mas Jéssica era a primeira filha dessa família.
-Não há outra opção. Tivemos que estabelecer uma "joint venture" por tempo indeterminado ou até que ambas as partes estejam de acordo para encerrar o acordo. Depois do desfalque no último projeto, mesmo com a fusão, não é possível manter todas as nossas propriedades. Teremos que vender a maioria delas e algumas ações para Felipe Statham, e assim ele terá mais influência em nossa empresa. E eu não vou deixar minha empresa para ele. Portanto, você se casará com Daniel. Eu teria casado seu irmão, mas a família Statham não tem filhas, e seu casamento já estava acordado verbalmente desde que você tinha 5 anos e ele 8.
Jessica dá um sorriso, ainda com a cabeça apoiada na mão, pensando em quão ganancioso seu pai era ao ponto de querer controlar a empresa do seu amigo e sócio através dela.
-Eu avisei que esse projeto daria errado e levaria a empresa a números vermelhos. No entanto, você escolheu ouvir os velhos gananciosos da Assembleia de acionistas, que, supostamente, eram seus amigos. Você também não ajudou quando viu a quantia em dinheiro que iria ganhar, seus olhos gananciosos brilharam... -O senhor Morrison olhava furioso para ela e bateu a mão na poltrona em sinal de fúria, mas Jessica continuou a falar. -No final, você acabou ficando sem nada e fazendo o papel de tolo, literalmente vendendo a empresa que meu avô fundou por quase nada, apenas para manter a companhia de pé e sustentar o estilo de vida luxuoso que você tem.
-Jessica Morrison, você irá se casar, não importa o que você diga ou faça!
O pai de Jessica diz e grita com ela. Jessi não expressa nada, levanta sua cabeça da sua mão e pega a xícara de chá, dá um gole e deixa a xícara no lugar.
-Nunca disse que não iria me casar, apenas quero deixar claro que essa situação é pela forma como você se deixou controlar pela Assembleia Geral de Acionistas e pela sua ganância.
-Jessica, não fale dessa forma do seu pai.
A mãe de Jessica fala severamente, mas Jessica a ignora e continua falando.
-Vou me casar, mas não será de graça. Se é um casamento arranjado "para salvar a empresa e a família", eu deveria ganhar algo, não é verdade, pai?
Quando Jessica diz as mesmas palavras que sua mãe disse a ela há algum tempo, ela olha para Margaret, sua mãe, que fica chocada com suas palavras e abaixa a cabeça. O pai a olha, já sabendo que ela poderia pedir isso. Ele tenta acalmar seu temperamento depois do que ela disse, mas percebe que sua filha tinha razão em jogar a culpa na Assembleia Geral de Acionistas. No entanto, ele daria um jeito naqueles abutres depois que Jessi se casasse com Daniel.
-Você receberá uma pensão de 100.000 a cada mês da empresa, uma casa depois que você se casar. Será a casa que você tanto queria, a antiga casa que era dos Loren, 20 por cento das ações da empresa e 10 da empresa geral dos seus sogros, mas isso depois que se casar.
Jessica pega a xícara de chá e bebe calmamente enquanto escuta o seu pai falar. Ela para de beber e olha para o pai com um sorriso.
-Gostei muito disso, mas quero colocar mais duas coisas.
O pai de Jessica olha para ela sério e pega um charuto que estava na mesa ao lado dele. Ele corta o charuto e começa a fumar, depois olha para Jessica.
-O que você quer colocar a mais?
-Primeiro, eu quero ter um cargo de gerente na sucursal. Sabe, meu diploma de engenharia mecatrônica e MBI estão pegando poeira na gaveta... -Quando Jessica fala sobre o cargo, o senhor Alexandre fica com cara de desagrado, mas Jessica não se importa e continua. -Segundo, quero que você, meu querido pai, minha mãe e meu irmão virem meus gênios da lâmpada e me deem um desejo. Já que eu estou me casando para salvar a empresa e a família, não deveriam me pagar de alguma forma, não é, pai?
-Nenhuma das coisas que você está pedindo é suficientemente racional. Primeiro, você nunca trabalhou como gerente e não tem experiência empresarial. Além disso, o seu pedido de lhe concedermos um desejo está fora de lugar. -Ele acaba de dizer e coloca o charuto de volta na boca calmamente.
-Primeiro, o que está fora de lugar é me pedir para me casar sem que eu tenha algum benefício próprio ou que eu seja responsável pelas decisões erradas que vocês tomaram. E segundo, pai, você é o CEO da empresa e meu futuro sogro é o presidente da outra empresa. Um pouco de nepotismo nunca matou ninguém, não é? Ou você não consegue me contratar na filial por não ter influência suficiente?
Jessica diz o último usando como chacota e desafiando-o, o senhor Morrison deixa de lado o seu charuto e coloca a mão no queixo. Depois de alguns segundos de silêncio, ele responde.
-Concordo com o cargo de gerente, mas é o máximo que vou fazer. Lembre-se de que você faz parte desta família, é sua obrigação fazer isso, por todos os anos em que te alimentei e te dei teto.
Jessica deu uma risada na cara do seu pai. Será que todos os pais usam esse tipo de desculpa para mandar fazer tudo o que querem? Mas o pai dela estava muito enganado se pensava que usando isso iria convencê-la a ceder. Jessica, depois de dar uma longa risada, fica séria e com cara de raiva, olhando para o seu pai.
-Me alimentando e me dando teto? Não me faça rir. Quem fez tudo isso por mim foi o dinheiro do meu avô e minha mãe. Se dependesse de você, eu morreria de fome, já que nem sabe fazer um sanduíche. Além disso, você não fez nada mais do que sua obrigação, já que, se você não fizesse isso, iria para a prisão.-Jessica diz isso calmamente, vendo seu pai ficar bravo com cada palavra que saía da boca dela. -Não entendo por que você diz isso agora, a menos que... pai, está com medo de mim?- Jessica diz isso tirando sarro do seu pai e, para acabar com chave de ouro, diz. -Não acredito que o grande Alexandre Morrison tenha medo da filha. Não se preocupe, não vou pedir para ser a CEO da empresa ou para você se vestir de palhaço.
Ela diz isso e dá um sorriso encarando o seu pai.
-Pare com as suas brincadeiras. Mesmo sem esse seu maldito pedido, você irá se casar!
-Pai, lembre-se de que, se eu não quiser, eu não vou. Nem Deus nem suas ameaças vão me fazer assinar o registro de casamento ou ir ao maldito cartório. Você sabe que, quando não quero, não há poder humano que me obrigue a fazer algo que não desejo. Lembra da festa de Ano Novo da empresa?
Pai e filha se encaravam, cada um esperando o outro ceder, mas essa luta não iria a lugar nenhum, pois ambos eram tão teimosos a ponto de preferirem permanecer ali para sempre a admitir sua 'derrota'. Jessica herdara do pai a determinação de não ceder em nada e de não aceitar um 'não' como resposta, o intelecto do avô e a beleza da mãe. A senhora Margaret sabia que essa situação não levaria a lugar nenhum se ela não interviesse. Ela não queria perder sua filha e destruir sua família.
-Parem, vocês dois! Filha, sei que você não quer se casar, e sou a primeira a te pedir desculpa por isso. Então, vou te conceder o desejo que quiser, e sei que seu irmão vai fazer o mesmo, já que ele não esteve de acordo com isso desde o início.- Depois de dizer essas palavras, a senhora Margaret olha para o seu marido. -Meu amor, nossa filha nunca te pediu nada e sempre fez o que podia para não nos dar trabalho. E todas as vezes que agiu rebelde, fomos beneficiados. Então, pense no pedido da nossa filha como o último antes de fazer sua vida e sair de casa.
O senhor Morrison olha para sua linda esposa, que nunca tinha se envolvido em nenhuma discussão que ele tinha com seus filhos. Agora, ela se envolvia não para impedir o casamento, mas sim para chegar a um acordo entre eles. As palavras da sua esposa o faziam pensar que ela não estava errada e que depois do casamento, sua filha iria embora de casa e não seria mais uma dor de cabeça. Mas era difícil dar o braço a torcer. Se ele recuasse, não o faria sozinho, sua filha também perderia algo.
-Está bem, eu vou te conceder um desejo, assim como sua mãe e seu irmão, mas pode esquecer da mensalidade e a casa dos Loren, você concorda?
Jessica olha para o pai, começa a pensar e confirma com a cabeça.
-Concordo, mas eu quero tudo isso por escrito em um contrato feito pelo advogado e assinado por toda a família.
O pai dá uma gargalhada. Ele realmente tinha uma filha inteligente, é realmente uma pena que ela tenha nascido mulher. Se ao menos seu irmão mais novo fosse pelo menos metade do que ela é.
-O que? Você não confia na sua família?
O senhor Morrison diz para provocar a sua filha, a qual calmamente pega o seu chá, dá um último gole e olha para ele.
-"Se tudo for registrado e esclarecido em um documento ou neste caso contrato, garantimos que ninguém descumpra o que foi dito". Foi o que meu pai e avó me ensinaram, apenas estou praticando o que me foi ensinado, mesmo sabendo que meu pai jamais quebraria sua palavra, não é?
-Você está certa, minha filha. Acho que seu futuro marido estará orgulhoso de ter uma esposa que aprende rápido e é inteligente.-O senhor Morrison diz com um sorriso.- O contrato estará pronto depois que você se casar.
Jessica olha para o pai com cara séria.
-Claro que não, eu quero o contrato para amanhã ou antes do casamento. Se você deseja especificar no contrato que não vou receber nada se não me casar, será melhor do que esperar pelo bendito casamento, o que acha, pai?
-Você tem um ponto. Ligarei para o advogado agora para fazermos o contrato, e amanhã iremos assinar para levá-lo ao cartório para confirmar sua legitimidade. E, é claro, você terá o original. Alguma outra coisa, filha?
Jessica ficou satisfeita com o acordo. Não tinha mais o que dizer. Mesmo que ela não quisesse, teria que se casar. Seu pai não era o homem dos sonhos, mas, se não fosse por sua ganância e por ele pensar que ela era fraca por ser mulher, ele seria o melhor pai do mundo. Até esse momento, ele nunca a tinha ameaçado ou falado rudemente.
Jessica não queria que sua mãe, pai e irmão perdessem o prestígio e passassem por dificuldades. Ela amava sua família, principalmente seu irmão, que sempre esteve ao seu lado. No entanto, não iria perdoar seu pai facilmente por tê-la colocado nessa situação.
-Me deseje parabéns pelo casamento e pelo meu futuro marido, que me odeia, e também pela infelicidade pelo resto da minha vida.
E foi o último que ela disse antes de se levantar e sair. Antes de partir, ela viu sua mãe quase chorando e seu pai em choque com o que ela disse. Claro, ela sempre age racionalmente, mas precisava dizer algo que os machucasse tanto quanto ela estava. Seu coração estava apertado. Ela queria chorar, mas não o faria. Não daria o gostinho de vê-la sofrer, para quem? nem mesmo ela sabia.
Quando saiu de casa, entrou no carro e partiu sem saber para onde ir, mas não queria ficar ali. O único lugar que veio à mente dela foi ir beber e esquecer de tudo. Depois de tudo isso, ela merecia beber e esquecer que o homem com quem iria se casar não a amava e possivelmente pensava que ela era gananciosa. A última vez que ela tinha visto Daniel foi quando tinha 8 anos e ele, 11. Foi quando ele veio para sua casa. Ele era uma pessoa legal, mas o que a fez odiá-lo ou sentir raiva dele foi ele ter incomodado seu irmão mais novo, fazendo Dan chorar, e isso ela nunca perdoaria. Por isso, ela bateu nele. Depois disso, ele nunca mais voltou à casa e ela sempre o evitará, o último que ficou sabendo era que ele foi para os Estados Unidos estudar e que tinha voltado alguns anos atrás, mas nunca se encontraram desde então.
Jessica sobe no carro e vai dirigindo para o bar, acelerando para sentir o ar no rosto. Cada acelerada é um grito silencioso de revolta contra o futuro marido. 'Marido, não me faça rir', ela murmura enquanto pisa mais fundo no acelerador.
"joint venture" (ou empreendimento conjunto) é uma colaboração empresarial em que duas ou mais empresas trabalham juntas temporariamente para alcançar um objetivo compartilhado, combinando recursos e conhecimento, mantendo suas identidades legais separadas. Isso pode envolver compartilhamento de capital, produção, pesquisa, marketing ou exportação/importação, e os detalhes são geralmente definidos em contratos específicos. É uma forma de compartilhar riscos e recompensas para atingir objetivos que podem ser difíceis de alcançar individualmente.
Daniel
-Você está louco se pensa que vou aceitar esse maldito casamento sem fazer algo antes.
-Isso não está em discussão, Daniel. Você irá se casar, ou será deserdado, se seu irmão se casar no seu lugar ele será meu herdeiro universal.
-Pai, eu já tenho uma noiva, eu quero me casar com ela.
-Então case-se e perca sua posição como herdeiro e toda a ajuda da família.
Queria gritar e destruir tudo. Como meu pai pode ser tão obstinado? Ele me disse que irei me casar em dois meses e meio sem me dar nenhuma opção ou me perguntar. Ele ainda quer que eu organize tudo para a lua de mel. Só pode estar brincando. Mas eu não vou deixar minha namorada por aquela maluca que se faz de pessoa civilizada.
-Pai, minha namorada também é uma boa mulher. Ela é inteligente e tem um bom cargo. Ela...
-Ela é uma mulher decidida, com um diploma em mecatrônica e um MBI, fluente em quatro idiomas, e o sangue de um empresário inovador que revolucionou a indústria tecnológica corre em suas veias.
-Pai! Jessica não é a mulher perfeita que você pensa.
-Claro que é, e eu a quero como minha nora, a qualquer custo. Você não faz ideia do que tive que fazer para conseguir que ela se casasse com um dos meus filhos. E eu quero que você se case com ela porque você é meu primogênito. No entanto, se você não o fizer, Robin o fará, e ele se tornará o herdeiro universal ao casar com ela.
-Pai, o que você tem com ela? Por que essa obsessão com ela sendo sua nora?
-Filho, você esteve longe muito tempo, então não sabe o valor que ela tem. Mas sei que com ela as empresas vão longe, será uma empresa mundial, e o apelido Statham será conhecido por todos.
Como vou discutir com um homem que não entende razões e só quer que seja da forma como ele quer.
-Pai, não importa o quanto você queira, eu não irei me casar com ela!
Posso ver como ele fica vermelho de raiva pelo que acabei de dizer, mas ele sabe que não pode me obrigar a me casar com essa mulher louca que só causa problemas. Depois de um tempo, meu pai se acalma e se senta na cadeira atrás de seu escritório.
-Está bem, então pegue suas coisas e saia da minha casa, e pegue sua rescisão amanhã na empresa. Depois de dois meses, veremos o que você acha.
Olho pasmo para meu pai depois do que ele disse. Ele vai realmente fazer tudo isso por essa mulher?
-Você está falando sério, pai?
-Nunca falei mais sério. Depois de dois meses, se você não voltar para casa, seu irmão se casará com ela, e eu só terei um filho, porque o outro estará morto para mim.
Não posso acreditar no que meu pai acaba de dizer. Mas se essa é a sua vontade, ele também estará morto para mim. O seu maldito dinheiro e os seus negócios, nunca me importarão.
-Se é isso que você quer, pai, você também estará morto para mim.
Ele dá um sorriso, e eu me viro para sair. Quando seguro a maçaneta da porta, meu pai grita.
-Veremos se a sua querida namorada aceitará você sem seu dinheiro. Aposto minha fortuna que ela só quer o seu dinheiro.
-Não fale dela como se a conhecesse!
Dou um grito para meu pai e viro para olhar para ele. Ele me olha e mexe a cabeça em forma de decepção.
-Veremos se você sobrevive a este mês ou se rende, voltando como um cachorro com o rabo entre as pernas e se casando no final.
-Veremos, Senhor Statham.
É a última coisa que digo antes de sair do escritório do meu pai, batendo a porta. Vou direto para meu quarto e começo a fazer as malas para ir embora. Tiro toda a minha roupa e os relógios. Quando fecho minha mala, minha mãe entra pela porta.
-Filho, é apenas um casamento. Não faça todo esse drama por uma mulher.
-Mãe, você também concordou com essa loucura. Por favor, estamos no século 21, não existem mais casamentos arranjados.
-Filho, nascer em uma família que tem gerações de fortuna não foi feito apenas de inteligência e bons negócios. Também requer influência.
-Sim, estou consciente disso. Você se casou com meu pai por isso, não foi?
Eu vejo minha mãe ficar um pouco triste e abaixar a cabeça levemente, lamentando ter tocado nesse assunto. Isso me deixa triste, porque ela amava outro homem quando se casou com meu pai. Mas depois, ela se apaixonou por ele. Quando estou prestes a segurar seus ombros e pedir desculpas pelo que disse, ela levanta a cabeça e dá um sorriso autêntico.
-Sim, e olha como estamos felizes e com dois filhos lindos.
Essas são as últimas palavras da minha mãe para me impedir de ir embora. Mas infelizmente, não vou seguir as ordens do meu pai. Quero me casar com uma pessoa que eu amo desde o início, e nem todo o dinheiro do mundo pode comprar uma felicidade genuína.
-Sim, mãe, mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, e eu prefiro perder tudo antes de seguir por esse caminho que sei que não terá volta.
-Mas filho…
-Mãe, se deseja minha felicidade, deixe-me ir.
E o último que digo antes de pegar minhas malas e deixar minha mãe chorando no meu quarto. Quando desço as escadas para ir embora, olho pela última vez à porta do escritório do meu pai e vou para a saída. Vejo meu irmão Robin parado na porta, com as mãos nos bolsos, olhando para mim.
-Saia da frente, vou embora.- Digo, exasperado.
-Sério, irmão, vai deixar o caminho livre tão facilmente para mim. -Robin me provoca, mantendo-se firme.
-Robin, você sabe que eu nunca quis isso. Agora, saia da frente.- repito, impaciente, mas Robin continuou sem se mover.
-Isso não significa que nosso pai vai desistir tão facilmente, Daniel. Você pode estar indo embora agora, mas ainda há muito em jogo.
Suspiro, sabendo que as palavras de Robin continham mais verdade do que eu gostaria de admitir.Eu encaro Robin com uma expressão cansada, minha paciência está se esgotando rapidamente diante da teimosia de Robin.
-Robin, você não entende? Isso não se trata apenas de seguir as ordens do nosso pai. Trata-se de fazer a escolha certa para a minha vida. Eu não posso me casar com alguém que não amo, só para satisfazer os caprichos do nosso pai. E, se você acha que ele não vai desistir facilmente, eu continuarei teimoso até ele ceder.
Robin ergueu as sobrancelhas, seu rosto mostrando descrença.
-Você realmente acredita que pode encontrar a felicidade indo embora assim? Abandonando tudo?
-Sim, acredito que posso encontrar a felicidade fazendo as minhas próprias escolhas, Robin. Não quero viver uma vida que foi planejada para mim. E, se isso significa perder tudo o que tenho, então que assim seja. Pelo menos terei a chance de fazer minhas próprias escolhas.
Quando eu digo isso, Robin vem na minha direção com uma cara séria, ele para na minha frente me encarando e dá um sorriso sincero e tira a mão do bolso e me abraça.
-Se precisar de qualquer coisa, é só me avisar, irmão.
Eu solto as minhas malas e devolvo o abraço. Meu irmãozinho cresceu muito todos esses anos. Ele me solta, e eu o pego pelos ombros.
-Espero que você seja feliz com Jessica, e não se arrependa deste casamento, Robin.
Ele sempre gostou de Jessica. Nas vezes que ele ia me visitar, ele contava histórias dela e o quanto a amava. Se eu me casar com ela, ele ficaria arrasado, e eu já tenho uma mulher que amo, mesmo pensando que ela não é a mulher certa para ele, já que ela é louca.
-Obrigado, irmão. Quando o temperamento do nosso pai abaixar, eu aposto que ele irá mandar você voltar, você e o filho favorito dele.
Ele diz e dá um sorriso meio triste e preocupado, por mim.
-Eu duvido, é a primeira vez que ele age dessa forma, e tudo por causa dos Morrison.
-Vai passar, mas você vai ficar bem? Se precisar de algo, me chame.
-Não se preocupe, Robin. Não estudei todos esses anos para me deixar cair tão facilmente. Depois de tudo, sou seu irmão mais velho e um Statham.
-Onde você vai ficar? Aposto toda minha mesada e meu salário que ele já bloqueou seu cartão.
Eu solto um suspiro, e ele dá outro meio sorriso.
-Eu também aposto, deveria ter te ouvido e mudado o meu dinheiro para minha conta pessoal, mas vou ficar com Jennifer.
-Você quer que eu te leve lá?
-Não precisa, vou pegar um táxi. Se eu pegar o meu carro, é capaz da polícia me prender por roubo.
-Você ainda duvida.- Ele dá outro sorriso e pega uma das minhas malas. - Vamos, eu pago o seu táxi.
Ele diz isso e vai andando para a porta, ele abre e deixa eu sair primeiro.
-Os que foram expulsos primeiro - brinca, apontando para fora.
Sorri e passei pela porta.
-Você é um grande piadista. Para quando o seu show de stand-up? - provoquei, ainda tentando manter um pouco de leveza na situação.
Robin riu mais uma vez e fechou a porta atrás de nós. Mesmo neste momento difícil, o meu irmão ainda está presente, e isso me dá forças e conforto.
-Daniel, já está vindo o táxi.
Robin me tira dos meus pensamentos, ele para o táxi.
-Obrigado, você já pode voltar.
Robin me dá um sorriso e sobe junto comigo no táxi.
-O que você...
-Não vou te deixar sozinho agora, é capaz de você ir para um bar e se embriagar e dançar a macarena. Me agradeça depois por te salvar desse momento constrangedor.
Eu dou uma gargalhada, subo e fecho a porta. Será bom ter Robin comigo durante a viagem.
O táxi nos levou pelo caminho até o apartamento de Jennifer. Durante a viagem, minha mente estava repleta de pensamentos conflitantes sobre a decisão que havia tomado. Embora ei tivesse saído de casa com a cabeça em alto, orgulhoso e decedido a não me casar com alguém que não amava, não sabia o que aconteceria daqui para frente. "tenho certeza que meu pai não me deixará viver em paz". Penso.
Robin, ao meu lado, tentou manter o ânimo e me desviar dos meus pensamentos, fazendo algumas piadas e tentando aliviar a tensão que pairava no ar. Seu apoio era inestimável, e eu sabia que podia contar com ele, não importasse o que acontecesse.
Finalmente, o táxi parou em frente ao prédio do apartamentos de Jennifer. Agradeci ao motorista e, com a ajuda de Robin, peguei minhas malas com ajuda de Robin e subimos até o apartamento dela.
Enquanto subíamos as escadas até a porta de Jennifer, minha mente estava a mil por hora. Eu sabia que tinha que enfrentar a realidade e explicar a ela o que havia acontecido. No entanto, não sabia como ela reagiria.
Ao chegarmos à porta, bati suavemente. Após alguns momentos de expectativa, a porta se abriu, e Jennifer apareceu, com uma expressão de surpresa e preocupação.
-Daniel? Robin? O que estão fazendo aqui? - ela perguntou, claramente confusa com nossa chegada inesperada.
-Jennifer, precisamos conversar - disse com seriedade. - Algo aconteceu.
Ela franziu a testa e nos convidou a entrar. Robin e eu entramos no apartamento, e eu percebi que a tensão no ar estava ficando cada vez mais densa. Eu sento no sofá pensando, no que meu pai falou de Jennifer, que ela apenas estava comigo pelo meu dinheiro, agora veremos se é verdade ou mentira. Só havia duas formas disto acabar, a primeira eu sendo expulso da casa da mulher que amo por não ter mais dinheiro ou eu e ela felizes.
-Você está bem, Daniel? - Jennifer perguntou com preocupação.
-Sim, estou, mas... - suspirei, buscando as palavras certas. - Preciso te contar sobre o que aconteceu com minha família e como isso afeta o nosso relacionamento.
Jennifer olhou para mim, claramente confusa e ansiosa por saber o que estava acontecendo. Comecei a relatar a conversa que tive com meu pai e sua insistência em me casar com outra pessoa, contra a minha vontade. Expliquei como ele ameaçou me deserdar e passar a herança para Robin se eu não aceitasse.
À medida que eu contava a história, Jennifer ouvia com atenção, seu rosto demonstrando uma mistura de compreensão e preocupação. Quando terminei de falar, ela permaneceu em silêncio por um momento, processando a informação.
-Daniel, isso é terrível - ela finalmente disse, sua voz carregada de compaixão. - Não posso acreditar que seu pai faria isso com você.
Eu assenti, grato pelo apoio que ela estava me dando.
-Eu sei que isso muda tudo entre nós, Jennifer. Eu não esperava que isso acontecesse, mas quero que saiba que minha decisão ainda é a mesma. Eu não vou me casar com outra pessoa que não seja você.
Jennifer segurou minha mão com firmeza, olhando-me nos olhos com ternura.
-Eu também não quero que você se case com outra pessoa, Daniel. Nós enfrentaremos isso juntos, não importa o que aconteça.
Aquelas palavras eram um alívio para mim. Eu estava certo de que a nossa ligação era mais forte do que qualquer desafio que enfrentássemos. Jennifer e eu nos abraçamos, decididos a enfrentar o futuro incerto juntos, independentemente das adversidades que surgissem em nosso caminho.
Mas algo no canto do meu olho chamou minha atenção enquanto estávamos abraçados. Robin, estava olhando para nós com uma expressão estranha no rosto, como se tivesse visto algo estranho.
Daniel
Levo Robin para a saída depois de termos bebido café e conversado sobre como Robin irritou nosso pai ao comprar um carro esportivo com o cartão dele sem pedir. Essa não era a primeira história engraçada envolvendo Robin e nosso pai. Lembro-me de uma vez em que Robin decidiu fazer uma festa surpresa de aniversário para nosso pai no mesmo dia. Ele correu para comprar presentes de última hora e decorar a casa, mas ele não conseguiu acabar, quando nosso pai chegou em casa e viu a bagunça, ele ficou perplexo e não sabia o que estava acontecendo. Foi uma situação hilária, e nosso pai nunca deixou Robin esquecer disso.
No entanto, mesmo com essas histórias engraçadas, notei que Robin não estava muito à vontade desde o abraço que eu e Jennifer nos demos. Agora vejo como ele está lutando para me contar algo ou não, enquanto caminhamos em direção à avenida principal. Robin sempre foi o tipo de pessoa que guardava suas preocupações para si mesmo, mas podíamos compartilhar qualquer coisa um com o outro.
-Desembucha logo, está me deixando ansioso.
Ele me olha, faz uma careta com a boca e solta um suspiro.
-Você a ama muito?
-Claro - respondo de imediato. - Ela é uma mulher incrível, que mesmo enfrentando dificuldades conseguiu prosperar por conta própria. Robin me olha como se estivesse analisando o que eu disse e não soubesse se deveria falar.
-Como vocês se conheceram?
Paro de andar e dou um sorriso, relembrando aquele dia.
-Eu estava prestes a entrar em uma cafeteria perto da empresa quando Jennifer, que estava ao telefone com uma mão e com a outra segurava o café, saiu da cafeteria e derramou café quente em minha roupa. Ela percebeu seu erro e se desculpou rapidamente, oferecendo para me convidar para jantar como gesto de compensação. Aceitei seu convite, e foi assim que conheci a mulher da minha vida.
Olho para o céu enquanto conto a história, mas quando olho para Robin, ele me olha pensativo.
-Não sei como dizer isto para você, Daniel, são apenas suspeitas e não quero que haja mal-entendidos por causa disso.
-Pode dizer qualquer coisa, mesmo que sejam apenas suspeitas. Somos irmãos, e sempre estaremos um ao lado do outro, não foi isso que você prometeu quando eu levei a culpa do troféu que você quebrou do papai.
Ele me dá um sorriso e relaxa.
-Quando você estava abraçando Jennifer, vi um pouco de preocupação e um outro sentimento que não sei como descrever, no olhar dela, mas não era por você. Parecia ser por outra coisa. Foi estranho, pensei que ela estava irritada e triste, mas depois de conversar com ele eu não tenho mais certeza.
-Por que você acha isso?
-Quando alguém está preocupado com outra pessoa, geralmente demonstra tristeza. Mas quando tudo está resolvido, essa expressão desaparece, não é? Então, por que ela fez uma careta enquanto te abraçava, já que tudo foi solucionado no momento em que você decidiu morar com ela e trabalhar fora da empresa.
-Talvez ela pense que eu não estou bem por me afastar da família dessa forma. - Digo e solto um suspiro. - E ela não está completamente errada.
Robin me olha e balança a cabeça concordando.
-Sim, essa noite foi um desastre para você. O que você diz faz sentido, mas tenha cuidado, Daniel. O amor é muito complicado e pode fazer as pessoas agirem irracionalmente.
Eu olho para Robin e dou uma risada, vendo como ele tenta ser sério.
-Olha quem está falando. O homem que está cego de amor por "Jessica, a imprevisível". Você a chama de "Jessi", falta só chamar de "Jessi, meu amor, minha vida, quero..."
-Está bem, entendi, pode parar com a sua cena romântica.
Robin diz, revirando os olhos, já que estava fazendo uma voz melosa para a encenação.
-Agora percebeu que, comparado a você, parece que nem estou apaixonado.
Dou um sorriso e Robin também depois do momento desconfortável que causei a ele. No entanto, ele ainda parece triste e me olha seriamente com as mãos nos bolsos.
-Daniel, se qualquer coisa acontecer, não hesite em me chamar. Somos irmãos, e sei que você faria o mesmo por mim. Não deixe que este momento difícil afete seu julgamento e o leve a cometer erros dos quais possa se arrepender depois.
Olho para ele, meu querido irmão, tentando me dar conselhos, mesmo que até um momento antes estivesse agindo como um brincalhão. Seguro seu ombro e o abraço enquanto continuamos a andar. Suas palavras ressoam profundamente na minha mente, e sei que, aconteça o que acontecer, sempre poderemos contar um com o outro. É esse vínculo que nos dá forças para enfrentar qualquer coisa, mas acho que el está sendo dramático.
-Claro irmãozão, vou me cuidar.
Ele dá uma risada e me empurra. No meio da conversa, vemos um táxi e o paramos. Robin vai embora depois de se despedir, e é comovente ver ele me dar conselhos da vida, nem parece que ele tem 24 anos e eu sou 6 anos mais velho.
De volta para o apartamento, penso no que Robin disse, mas Jennifer é uma mulher boa que nunca faria nada para me prejudicar desde que voltei do estrangeiro ela tem estado aí para mim. Perdido nos meus pensamentos, chego à porta do apartamento e entro, já que tenho a chave. Jennifer não estava na sala, então vou para o quarto. Quando entro, encontro ela falando ao telefone de costas para mim.
-Não, você tem que fazer isso o mais rápido possível, no máximo em um mês. Se passar dessa data, tudo pode ir para os ares... Sim, vou esperar sua resposta.
Ela desliga o telefone sem se despedir e vira para me olhar. Quando ela me vê, percebe que ela está um pouco pálida, mas ela fala.
-Meu amor, quando você chegou?
-Eu acabei de chegar, mas você está bem? Ficou pálida depois da ligação.
Ela parece aliviada e um pouco estressada, ela senta na cama, abaixando a cabeça preocupada.
-Sim, é por causa de um projeto da empresa que não pode se atrasar, ou vamos ter problemas, podemos perdê-lo para outra empresa e se isso acontecer terei problemas, já que é um projeto bilionário.
Ela diz, preocupada e triste. Eu vou até ela, fico agachado na frente dela, seguro a mão dela e olho para ela.
-Se precisar de ajuda, não hesite em me pedir ajuda.
Ela continua de cabeça baixa depois que digo isso e solta um suspiro.
-Não quero te sobrecarregar depois do que aconteceu hoje e você já me ajudou muito em outros projetos. Você deve estar cansado, além disso sinto que o que aconteceu é minha culpa.
Ela diz, com uma voz triste e parecendo que irá chorar. Eu levanto a cabeça dela e olho nos olhos cor de mel dela.
-Meu amor, eu sempre estarei ao seu lado. Se precisar de algo, é só me pedir. O que aconteceu hoje não foi culpa sua. O nosso amor é mais importante do que qualquer coisa. Você é minha vida, Jennifer, você entende?
Uma lágrima cai dos olhos dela.
-Mas sua família...
Dou um beijo nela para interromper seus pensamentos, depois digo perto do rosto dela.
-Shh, nada de "mas". Você é mais importante para mim, e meu irmão está do nosso lado. Nada mais importa para mim.
Ela me olha e me abraça forte, e eu a abraço também. Ela me beija, o beijo começa a ficar mais intenso, e eu começo a abrir o zíper do vestido dela, ela acaba com nosso beijo para desabotoar minha camisa. Meus lábios encontram os dela novamente, e o beijo se torna mais urgente, mais profundo. Ela me puxa junto com ela para cairmos deitados na cama. Minhas mãos traçam um caminho suave pelo seu corpo tirando o tecido que não me deixava explorar cada curva e contorno, ela aperta a sua boca da minha.
-Eu te amo Daniel.
Eu volto a me apoderar da sua boca. Nossos corpos se entrelaçam com paixão e desejo. Cada toque, cada beijo, cada suspiro é uma expressão intensa do amor que compartilhamos.
-Daniel!
Jennifer geme meu nome com um tom de urgência, como se não pudesse esperar mais. Nossos olhos se encontram, e vejo neles a mesma paixão que sinto. Tiro a roupa que me restava.
Cada movimento é uma sinfonia de amor e prazer. O calor dos nossos corpos é arrebatador, e a paixão nos leva a novas alturas. Não há palavras, apenas gemidos de prazer. Enquanto o mundo lá fora continua girando, Jennifer e eu nos perdemos na intensidade do nosso amor, prometendo um futuro juntos, cheio de paixão e felicidade. Nada mais importa, nem a herança nem a empresa, somos apenas Jennifer e Daniel.
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