— Você não manda em mim...— Thomas gritava com o pai totalmente irritado
— Eu sou seu Omma Thomas, seu Omma. — Raphael gritava do outro lado do cômodo. — Você não vai sair e essa conversa está encerrada .
— Eu vou sim, já disse que não manda em mim, nem de mim você lembra. — Thomas estava furioso , teve uma apresentação e Raphael sequer lembrou.
— Estava trabalhando, trabalhando para pagar as suas coisas, garoto. — Respirou fundo, ter um filho adolescente não era nada fácil, e tudo estava piorando cada vez mais.
— Vocês podem parar com isso, por favor. — James entrou no quarto do filho para amenizar a situação.
— Pai, ele não me deixa sair. — Cruzou os braços.
— Você não vai Thomas, não adianta. — Raphael continuou, não iria dar o braço a torcer.
— Filho, seu avô está vindo para cá, jantar em família, então vamos acalmar os ânimos por favor. — Disse calmo.
— Vovô John? — Perguntou sorrindo.
— Sim, ele chegou hoje, está com saudades de você querido, amanhã você pode sair. — James fazia todas as vontades do filho.
— James, ele está de castigo. — Raphael bufou inconformado.
— Você não gosta de mim. — Thomas encarou Raphael com os olhos vermelhos.
— Que merda Thomas, você é meu filho. — Saiu do quarto pisando pesado, não ia discutir por aquilo .
— Thomas tenha paciência com seu pai, por favor, ele está com casos complicados demais no trabalho. — James foi até o filho.
— Ele só pensa em trabalho, só em trabalho. — Isso o magoava muito, nos últimos dois anos tudo tinha mudado para pior com seu pai Raphael.
— Filho, podemos não falar sobre isso na frente do seu avô? Você conhece ele.
— Tá bom pai, modo família perfeita.— Balançou os ombros e James abraçou o filho.
— Vamos fazer algo no fim de semana? Nós dois? — Pediu .
— Tá bom pai, sempre nos dois mesmo .
— Vou lá embaixo terminar a comida. — Deu um beijo na testa do filho antes de sair.
...
— Amor quer ajuda? — Raphael entrou na cozinha com os olhos um pouco inchados.
— Você não deveria brigar tanto com Tommy, ele só tem 15 anos .
— Ele me odeia, e acha que sou um péssimo pai, ele nem me chama mais assim. — Aquilo o abalava de tantas formas.
— Ele não acha isso, Rafa. — Foi até o marido lhe dando um beijo .
Raphael até retribuiu , até ser colocado na ilha da cozinha, James enfiou suas mãos dentro das calças dele com desejo.
— Para... Para. — Separou o beijo. — Não podemos.
— Por favor... — Pediu quase que implorando.
— Para seu pai e seu irmão estão chegando.— Desceu da ilha com pressa indo para a sala deixando o marido para trás frustrado
...
— Oi sogro... — Raphael colocou um sorriso no rosto para abrir a porta da casa para John , tinha passado uma maquiagem para disfarçar o choro recente.
— Oi ... — John abraçou apertado o mais novo. — Que saudade de você querido.
— Também estava sogro.
— Tá bem, Rafa? Tá com uma carinha.— O olhar de Raphael o entregava às vezes.
— Tô cansado sogro, só isso trabalho demais , entre por favor , Tommy está louco de saudades. — Fugiu do assunto, antes que pudesse fechar a porta Julian apareceu de mãos dadas com o novo namorado, John ainda não o conhecia pessoalmente.
— Oi pai. — Julian abraçou o pai. — Oi Rafa ...
— Oi. — Henry fez uma pequena reverência envergonhado.
— Esse é o Henry, meu namorado. — Julian disse animado o apresentando ao seu pai.
John mediu o homem à sua frente, ele possuía algumas tatuagens, assim como seu filho Julian, mordeu os lábios para não falar alguma besteira.
— Oi Henry.— John disse a contra gosto.
— Entre vocês, tá frio aí fora. — Raphael conhecia o sogro e sabia que ele não estava contente.
— Vovô . — Thomas correu até o avô abraçando ele. — Tava com muita saudade, por favor, nunca mais fique tanto tempo longe de mim.
— Você é dramático igual sua mamãe sabia. — Raphael sorriu de canto, fazia alguns anos que o filho não o chamava mais assim.
— Não sou. — Revirou os olhos informado, não admitia que parecia Raphael nunca. — Tio Henry.
O mais novo correu até o namorado do tio, foi o primeiro da família conhecer Henry a anos atrás, os dois ficaram bem próximos coisa que Raphael não gostava nada.
— Oi Tommy. — Henry disse com doçura apertando as bochechas do menino.
— Menino eu que sou seu tio e não sou tão bem tratado assim— Julian resmungou.
— Tio é mais legal.— Thomas se afastou de henry e Raphael forçou um sorriso.
— Chegaram. — James saiu da cozinha e foi até onde todos estavam.
Depois de todos os cumprimentos, todos foram jantar , Jin olhava sempre medindo o homem que o filho gêmeo dizia estar namorando, não era o que esperava.
— Trabalha com o que Henry ? — John perguntou e Raphael franziu a sobrancelha, sabia que não ia agradar o sogro a resposta.
— Senhor, eu tenho um estúdio de tatuagem , sou tatuador. — Henry falou sobre o olhar julgador do mais velho, enquanto mexia no pedaço de bolo, John em momento algum pediu para o mais novo o chamar só pelo nome então continuou o chamando de senhor .
— Tio é muito bom, quando tiver 18 anos vou fazer uma tatuagem com ele. — Thomas disse sorrindo.
John apertou o garfo com força e preferiu não dizer nada ao neto, Raphael não quis dizer nada, não era apropriado na frente de seu sogro começar uma discussão com o filho.
— Isso dá para se manter? É algo que dá algum tipo de segurança no futuro? — John continuou com o interrogatório.
James forçou um sorriso para o irmão, os dois conheciam o pai e quando ele queria sabia ser bem irritante.
— Ah sim senhor, meu estúdio é bem prestigiado, tenho até um sócio, o dinheiro é bem maior do que pode imaginar, e tenho meus investimentos. — Sabia o quanto era julgado, por isso nem todo mundo via o que ele fazia como profissão, pelo menos os seus pais o apoiaram.
— Mas e seus pais? Eles não ligam? O que eles fazem ? — Continuou as perguntas.
— Omma... — Julian estava começando a ficar desconfortável.
— Meus pais sempre me apoiaram em tudo, meu pai Bernardo é empresário tem uma empresa junto com meu tio , e meu pai Gael é um veterinário , tenho um irmão mais novo , ele tá cursando administração.— Estava desconfortável mas não tinha para onde correr, era o pai de seu namorado.
— Vovô, os tios Gael e Bernardo são muito legais. — Thomas tentou mudar o rumo da conversa queria que o avô gostasse de Henry assim como ele gostava.
— Ah sim, estou fazendo perguntas demais.— John forçou o sorriso .
— Sogro vai dormir aqui hoje né? — Raphael por mais que não gostasse de hobi sabia que a conversa estava indo para um lugar estranho.
— Vou sim... Ah, a propósito e vocês dois quando vão me dar outro neto James?
— Pai ... Logo já tá na hora mesmo. — Não sabia o que dizer, só falou sem pensar, Raphael se espantou com a resposta, mas forçou um lindo sorriso e Thomas franziu as sobrancelhas sabendo que aquilo era mentira.
— Isso é ótimo, não vejo a hora. — Sorriu para Raphael.
— Pai, você podia ir lá no bar amanhã né fazer uma visita. — Julian disse esperançoso.
— Não sei filho, vou ver um dia mais calmo para ir, acabei de chegar de viagem.
...
— Por que falou pro seu pai que vamos ter outro filho?— Raphael controlava a respiração e falava baixo para o sogro não ouvir.
— Raphael queria que eu falasse o que em? Que não queremos mais? Que você prefere seu trabalho. — Jogou na cara do marido.
— Não começa, com isso por favor, hoje não. — Entrou no banheiro da suíte trancando a porta
— Raphael amor... Depois inventamos uma desculpa e ele esquece isso. — Disse do outro lado da porta. — Ele só está empolgado para ter mais netos.
— Eu amo seu pai, amo meu sogro, só que ter mais filhos e complicado,não dá James, já temos o Thomas.
— Mas o Tommy ... — Saiu da porta e se jogou na cama , não ia perder o tempo com aquela conversa outra vez.
Raphael saiu do banheiro só de camiseta e deitou na cama se cobrindo.
— Você entende meu lado, não entende?— Raphael perguntou pensativo.
— Sim, eu entendo, e não deveria ter falado daquela forma com meu pai ... Sinto muito. — Abraçou o marido. — Vai ficar tudo bem.
— Obrigado... — Suspirou fundo para não chorar .
— Eu te amo Raphael ...— Não esperou resposta, só apertou ele ainda mais nos braços.
...
— Thomas, seus pais estão bem? — Perguntou ao neto.
— Eles sempre estão vovô... — Revirou os olhos.
— Ata que susto. — Raphael e James eram o casal perfeito para o mais velho.
— Eles se amam tanto que dá nojo. — Riu para o avô e se jogou na cama ao lado dele. — Você sente falta de ter alguém?
— Tommy estou ótimo como estou. — Seu foco era sua família, filhos e neto.
— O senhor é novo e bonito, deveria arrumar um namorado ou namorada sabia. — Lembrou do que conversou com Yuri.
— Nada de namorar, tenho muito trabalho, não tenho tempo para tal coisa, agora vamos dormir mocinho.
— Tenho certeza que isso vai mudar. — Resmungou fazendo o avô rir.
...
— Pai... Pai… — Yuri entrou no estúdio do pai sem nem bater.
— Menino , e se eu tivesse com um cliente. — Matt negou com a cabeça, Yuri não tinha jeito.
— Desculpa, é que é urgente. — Se jogou no sofá do lugar.
— O que é urgente dessa vez Yuri? — Conhecia o filho muito bem para saber que não tinha nada de urgente naquilo.
— Então Pai, você sabe que te amo né? — Deu um sorriso gengival para o pai .
—Yuri não vou cair nos seus truques , então diga de uma vez. — Negou com a cabeça , o filho parecia muito com o seu avô Sam na personalidade.
— Eu preciso de um Violão novo. — Disse abrindo o sorriso mais ainda.
— Yuri, eu acabei de comprar aquele piano... Seu violão está tão bom. — Respirou fundo, o menino fazia aulas de todos os tipos de instrumentos.
— Eu ia pedi para o vovô... — Disse fugindo o olhar do pai.— Mas antes eu vim falar com o senhor, sei que não gosta que peça nada sem te consultar primeiro.
— Você sabe que seus avós fazem tudo por você né. — Riu seus pais mimam muito único neto deles.
— Vovô Bento me disse para falar com o senhor primeiro.— Confessou a parte de já ter falado com um dos avós.
— Você já falou com ele mocinho?— Fez uma careta para o filho. — Vou conversar com os dois viu.
— Mas não falei com vovó Sam ainda ... — Pois o avô compraria no mesmo minuto e seu pai provavelmente brigaria com os dois .
— Porque se tivesse pedido a ele já teria uns dois violões novos na porta do nosso apartamento, filho já conversamos sobre isso, não podemos pedir tudo aos seus avôs. — Por mais que amasse os pais sabia que os dois exageram nos cuidados e proteção com eles.
— Eu sei Desculpa... Não deveria ter falado com o vô Bento... Desculpa, eu vou falar que não preciso. — Jamais passaria por cima da ordem de seu pai.
— Tudo bem Yu, mas por favor não peça mais nada sem falar comigo primeiro, eles são exagerados e querem nos ajudar acima de tudo, eu ainda estou pagando o nosso apartamento. — Matt morava com os pais até um ano atrás , quando conseguiu dar entrada no apartamento no perfeito para ele o filho, não queria ajuda dos pais com isso era algo que queria fazer sozinho, desde que o pai do Yuri abandonou ele assim que ele ficou grávido ele foi ajudado pelos pais.
— Eu sei pai. — Levantou e foi até o pai abraçando ele. — Te amo.
— Também te amo . — Deu um beijo na bochecha do filho.
— Vou pegar um táxi para casa dos vovôs tá?
— Claro, tem dinheiro? — Ia pegar a carteira.
— Tenho, não precisa se preocupar, tchau. — Saiu animado.
...
" Filho." — Sam falou calmo.
" Oi pai, tá bem?" — Respondeu enquanto fechava o estúdio.
" O Yuru tá aqui ainda, vai buscar ele ou quer que eu leve ele para o apartamento de vocês?"
" Eu busco ele pai,tô com saudades de vocês."— Mesmo morando a um ano no apartamento ainda sentia falta da rotina na casa dos pais.
" Você nos viu a dois dias . " — Bento riu respondendo pelo marido.
" Vocês dois não prestam sabia, preciso desligar, daqui 15 minutos chego aí."
" Tá bom querido, te amamos." — Sam finalizou a ligação.
— Como vamos contar a ele? — Bento perguntou ao marido.
— Não sei não vida, não sei como ele vai reagir a isso. — Disse baixo olhando na direção da sala onde o neto estava.
— Os dois estão tão bem. — Sabia que isso não era nada bom para o filho e o neto dele.
— Uma hora isso ia acontecer. Vá ficar com Yuri vou fazer algo para o Nam comer quando chegar. — Sam sorriu fraco, estava preocupado.
— Tá bom. — deu um beijo no marido antes de sair.
...
— Vô por que vocês não tiveram mais filhos? — Yuri Questionou.
— Trabalhávamos muito Yu. — Bento respondeu. — Você sabe , mas por que isso agora?
— Sei lá, não gosto de ser filho único, às vezes queria ter um irmão, meu pai é meio solitário. — Disse pensativo. — Só que você sabe que meu pai nem namorar namora.
— Seu pai se esforça muito por você, não foi fácil para ele ser pai sozinho. — Bento e seu marido tinham orgulho do filho .
— Mas ele tinha vocês dois , vocês ajudaram ele, não preciso e nunca precisei daquele outro que nos deixou. — Pensou. — Vou arrumar um namorado para o meu pai.
— O que Yuri?— O neto tinha uma personalidade idêntica ao do seu marido Sam.
— Eu já tenho uma pessoa para isso. — Falou sorrindo, Thomas havia dado uma ótima ideia ao amigo e Yuri adorou.
— Querido, seu pai não vai gostar disso. — Bento tentou argumentar.
— Não conte a ele por favor vou só tentar, por favor. — Pediu sorrindo.
— Ok Yuri, mas olhe lá, você conhece seu pai vai colocar para correr seja lá quem for.
Yuri sorriu pro avô, tinha esperanças de ver e o pai feliz com alguém.
...
— Pai, você tá estranho. — Matt desde a hora que chegou notou que tinha algo preocupado Sam.
— Come Nam, depois precisamos conversar. — Mordeu os lábios, não era o assunto que queria ter naquele momento.
— Se for sobre me dar dinheiro para o apartamento , esquece eu, tô me virando bem, falta pouco agora. — Disse sentando na mesa da cozinha, para ele esse era o único assunto que poderia deixar os pais assim.
— Não é isso, já entendemos que não quer ajuda com isso, você já tem trinta anos , teve seu filho com quinze, sei que te ajudamos desde então , não se preocupa, entendemos que quer ser independente e não vamos nos meter, só se você pedir. — Sam sentou na frente do filho.
— Passou rápido né, ele já tem a idade que tinha quando tive ele.. — Colocou uma colher na boca não era o que queria para o filho, que ele perdesse a adolescência com algo assim.
— Vocês dois cresceram, é muito... Coma deixa de enrolar.
Sam sabia o tanto que Matt se tornou responsável depois que Yuri nasceu, sempre fez de tudo pelo filho, mesmo com a ajuda dos pais em momento algum deixou seu filho de lado mesmo sendo um adolescente , os pais só deixaram ele começar a trabalhar quando terminou a escola, ele não precisava , os dois sempre foram ricos e não ligavam em ajudado filho e o neto.
Ele começou a trabalhar na empresa do pai Bento, num cargo baixo, afinal ele não tinha experiência e nem estudo ainda para tal coisa, Matt queria ter dinheiro para comprar as coisas do filho pelo menos.
Estudou administração, mas não por gostar e sim para poder dar um futuro bom para o seu filho, sempre quis ser tatuador, e logo após se formar e começar a trabalhar num cargo na empresa do pai e tio começou a juntar dinheiro para comprar um lugar para ele e o filho.
Henry seu primo queria abrir um estúdio de tatuagem e precisava de dinheiro e de um sócio, Matt pensou muito, os pais não se colocaram contra em nenhum momento, então ajudou Henry com uma parte do dinheiro e a outra parte pagou um curso de tatuador para si.
Graças a isso adiou a mudança com o filho , os pais gostam de ter os dois morando por mais tempo com eles, até tentaram novamente se oferecer a ajudar ele comprar uma casa ou um apartamento mas Matt se recusou disse que isso ele tinha que fazer por ele e por Yuri.
Matt e Yuri sempre foram inseparáveis, muito unidos e amorosos um com o outro, Matt cuidava do filho e Yuri cuidava do pai.
Matt decidiu que dormiria na casa dos pais, sabia que a conversa não seria agradável, esperaram Yuri dormir para enfim conversarem.
— Já sei que o assunto não é agradável, então sejam diretos por favor.
— Ele aparece aqui.... Atrás de você e do Yuri. — Sam disse de uma vez e Bento deu um tapa no marido.
— Quando? — Matt morria de medo do pai do seu filho voltar um dia
— Ontem a noite, perguntou onde vocês estavam e disse que queria falar com você. — Bento falou, não queria mostrar sua indignação.
— Coloquei ele para fora, e mandei ele não aparecer mais.— Sam
— Ele não pode chegar perto do Yuri, não pode, não depois de me mandar abortar, não depois de sumir sem olhar para trás.
— Filho, sinto muito, mas a situação é bem delicada, ele disse que iria procurar os direitos dele, se você não falasse com ele.— Sam estava se mordendo de ódio.
— Que direitos ? Que direitos ele tem aqui?— Era um pesadelo.
— Eu consultei nosso advogado, ele disse que vai ser adequado você falar com ele, olha eu odeio isso, mas se queremos ele longo do nosso Yuri teremos que ser sensatos. — Bento exclamou.
— Filho, podemos ir com você, vamos gravar toda a conversa, não vamos deixar ele chegar perto do Yuri. — Sam disse sério.
— E se eu não quiser? — Matt faria o que fosse preciso para aquele homem não chegar perto de seu filho.
— Pode acrescentar isso em relação a qualquer pedido que fizer na justiça, pode alegar que era um adolescente irresponsável , pode alegar que os pais dele o obrigaram a ir embora, pode dizer que ficou com medo de voltar para vida do filho. — Sam explicou um pouco da situação.
— Ele é um desgraçado, ele pode conseguir algo? O Yu tem quinze anos já.— Matt tentava se concentrar.
— Complicado pois são decisões que só o juiz pode tomar num caso assim. — Bento olhou triste para o filho.
— Ok vou falar com ele.
— Não vai pai... — Yuri apareceu na sala. — Você não vai encontrar aquele homem.
— Yuri, o que já falamos sobre não ouvir as conversas. — Matt disse cabisbaixo, não queria que o filho ouvisse.
— Vovô , o senhor tem dinheiro o suficiente para pagar os melhores advogados . — Olhou para Bento. — Não deveria pedir um absurdo desses para o meu pai.
— Filho, os seus avós têm razão... Chega, não vamos falar disso agora.— Matt se levantou . — Vamos dormir Yuri.
— Mas pai....
— Sobe com seu pai Yu. — Sam sorriu pro neto.
— Tá bom...— Subiu a contra gosto com o pai.
...
— Sam algo me diz que isso não vai terminar bem.— Abraçou o marido apertando
— Só vamos ficar do lado deles e apoiar como sempre fizemos. — Bento beijou o marido. — Yu perguntou porque não tivemos outros filhos .
— Você acha que erramos? Escondendo a verdade do matt? — Sam olhou o marido.
— Mas a culpa disso é minha, se eu não fosse ... — Odiava aquela palavra.
— Matt já tem trinta anos. — Sam pensou.
— Não acho que agora seria o momento, não vamos voltar nesse assunto amor. E outra isso afetaria outras pessoas. — Sorriu triste.
— Você tem razão... — Sam sempre pensava sobre aquilo.
...
— Tio Henry... — Thomas mexia nas coisas do balcão da recepção do estúdio.
— Diga Tommy , e pare de mexer aí menino. — Sorriu para o menino, Thomas tava sempre por ali quando saia da escola, seus pais trabalhavam o dia inteiro e ele não gostava de ficar em casa.
— O vovô John , não é ruim, é o jeito dele... Protetor demais. — Sabia que seu avô tinha exagerado na noite passada.
— Tudo bem, eu entendo, tá preocupado com o filho. — Revirou os olhos , ficou muito chateado mas preferiu guardar para si.
— Acho que ele deveria estar mais preocupado com você , por estar com o doido do meu tio. — Brincou.
— Doido sou eu né, como aguentei aquele insuportável.— Tocou a bochecha do menino. — Tá bem? Não brigou com seu Papa de novo não né?
— Raphael é irritante. — Revirou os olhos irritado. — Ele vai viajar para Itália.
— Sozinho? — Aquilo estava magoado Thomas de alguma forma.
— Não com o tio Vinicius. — Disse chateado. — Vão ficar uma semana lá, semana que vem.
— Essa semana sua escola tá de recesso né ? — Henry lembrou já que o menino vivia falando sobre aquilo.
— Pelo menos alguém lembra algo de mim. — Disfarçou a tristeza. — Ele nunca pensa em mim.
— E a trabalho? — Não conseguia entender por que Raphael e Thomas brigavam tanto.
— Não ... Ele disse que quer descansar, pelo menos foi isso que ele disse ao meu pai. — Na sua cabeça só conseguia pensar que Raphael nem se lembrou dele.
— Thomas, poderia ter dito a ele que queria viajar com ele. — o olhar do menino dizia que queria fazer algo com o pai.
— Para que? Estou dizendo há um mês que teria essa semana livre, acho que ele nem prestou atenção, não ia fazer diferença eu dizer algo, deve tá querendo ficar longe de mim. — Doía pensar isso.
— Eu duvido disso Tommy, seu papa te ama, deve ser trabalho demais. — Limpou uma lágrima perdida na bochecha do menino.
— Tudo bem, já tô acostumado, vou pedir para ficar com meu avô essa semana. — Forçou o sorriso, pelo menos com o avô de volta tinha alguém para se distrair .
Henry odiava ver o menino daquele jeito, não queria se meter, mas tava difícil se controlar. Ele sabia bem que Raphael não ia com sua cara.
— Quer ir almoçar no shopping? Só eu e você?
— Só nós dois? — Sorriu para o tio.
— Sim, mas se quiser ligo pro seu tio Julian?
— Não só nós dois .
...
— Raphael ... — Vinicius entrou na sala do irmão sorrindo.
— Diga maninho. — Sorriu olhando o irmão.
— Por que não levamos o Tommy na viagem, a escola dele tá em recesso? — Comentou animado. — Tenho certeza que o meu sobrinho vai gostar.
— A escola dele, o que? E como não sabia disso. — Franziu a sobrancelha.
— Não sei , mas meu enteado estuda lá, você sabe.
— Verdade o filho do Kaio estuda lá. — Ficou pensativo.
— Sim senhor mundo da lua, o Lucas estuda lá.
— Vou mandar uma mensagem para o Thomas, mas duvido que ele queria fazer algo comigo.
" Tommy, sua escola tá de recesso essa semana , se quiser ir comigo e seu tio para Itália, eu compro a sua passagem, vai ser bom um tempo para distrair."
Enviou a mensagem sorrindo pelo menos tentou, sabia que não era o melhor pai do mundo para Thomas pelo menos não nos últimos anos.
— É como estão os planos do casamento?— Perguntou ao irmão.
— Kaio vai me enlouquecer, quer tudo perfeito. — Sorriu.
— Pelo menos você não precisou casar as presas. — Mordeu os lábios.
— Rafa, desculpa...
— Esquece, deixa isso para lá.— Balançou os ombros. — Vamos almoçar?
— Vamos tô com muita fome.
...
— Ele me mandou mensagem perguntando se quero ir com eles. — Thomas estava incrédulo.
— Seu Papa ? Tá vendo, ele não se esqueceu mocinho. — Tentou animar o menino, ficou aliviado não teria que falar nada com Raphael.
— Alguém deve ter lembrado ele nem me iludo, eu deveria ir ?— Perguntou ao tio.
— Poderia ao menos tentar passar um tempo com ele. — Aconselhou.
— Não vou estar perdendo nada, né?
— Não mesmo tommy.
" Pode comprar a passagem... Eu quero ir com vocês, papa." Enviou a mensagem estava feliz, fazia tanto tempo que não fazia nada só ele e Raphael.
...
— James, por que não me avisou que o Thomas ia passar uma semana em casa. — Entrou no closet onde o marido se trocava.
— Oxi amor, ele falou isso mais de um mês. — Encarou Raphael desacreditado, como ele tinha esquecido aquilo. — Porra , parece que ele tem razão as vezes, ele falou tanto sobre isso.
— Tô sempre errado aqui... — Saiu do closet entrou no banheiro.
— Amor não é assim, e que você e o Tommy estão estranhos a muito tempo... Poxa tenta prestar mais atenção nele, ele sente falta de você.— Seu filho e seu marido não estavam em sintonia nenhuma.
— Ele não é mais criança, e sou a pessoa que ele menos quer perto dele.
— Thomas me contou bem animado que você chamou ele para viajar com você e com o Vinicius.
— Sou tão ruim assim? Tão péssimo para nosso filho?— Olhou pro marido com os olhos vermelhos.
— Não pense assim, só que foi difícil para nós dois ter um filho tão novos assim, casamos tão rápido.— Lembrou que Raphael só tinha dezessete quando engravidou.
— Não me arrependo de ter mantido a gravidez não me arrependo, ele é NOSSO filho, só que ele é tão diferente de mim, só brigamos.
— Ele é um adolescente Raphael, para ele somos velhos, vamos ser sincero, nos dedicamos a ele, e não vivemos nossa adolescência. — Viu o olhar triste só marido. — Desculpa, a culpa disso é toda minha.
— Você teria se casado comigo? Teria me escolhido James? Me escolhido para estar ao seu lado por quinze anos se não tivéssemos o Thomas? Se eu não tivesse engravidado? Sempre fui um tolo que você usava. — Aquilo vivia preso em sua garganta, o corpo amargo .
— Raphael... Não é assim.
— Claro que é.. Era um bobo apaixonado por um garoto popular, fui uma aposta para você. — Sorriu forçado.
— Tudo mudou... Temos uma família.
— Ainda somos os mesmos, não mudamos. — Limpou as lágrimas e saiu do banheiro.
— Raphael, amor.
— Vou ver se ele dormiu. — Saiu do quarto fechando a porta devagar.
Foi até o quarto do filho que estava com a porta entreaberta, entrou devagar, sorriu ao ver Thomas no meio dos travesseiros, abraçava um, tinha outro entre as pernas e um de cada lado do corpo.
O menino fazia um bico sempre que dormia era tão fofo, foi até ele e ajeitou os cabelos do menino que estavam cobrindo seus olhos, entrou no closet olhou pro chão e viu duas malas abertas com roupas dentro, o filho já estava fazendo as malas para viajar, pegou o cobertor e voltou com um edredom o cobrindo, Thomas sempre esquecia de se cobrir, era assim todas as noites.
Olhou em volta do quarto, nada ficava fora do lugar, seu filho sempre foi muito organizado, voltou o olhar para o seu menino, passou uma das mãos na bochecha de Thomas e sorriu,
—Tomy, Tomy você é o meu bebê.— Era frase dele é do Thomas desde que o menino ainda era um bebê , tocou o nariz do menino bem em cima da pintinha que ele tinha da mesma forma que fazia toda vez que falava aquilo. — Tomy,Tomy você é o meu bebê.
Seu filho era lindo, amava tanto, deu um beijo em sua testa de Thomas e saiu do quarto fechando a porta.
Thomas abriu os olhos com um pequeno sorriso, era a melhor parte do dia na sua visão, Raphael sempre fazia isso, todas as noite, o mais novo nunca pegava a coberta para que seu papa pudesse vim o cobrir e lhe dar um beijo de boa noite, amava o seu pai, e toda noite tinha certeza que pelo menos um pouco Raphael o amava.
Raphael voltou para o quarto e James já estava dormindo com o celular em mãos, pegou o celular do marido e colocou na mesinha ao lado da cama, ajeitou os cabelos dele e sorriu, se deitou em seguida se cobrindo.
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