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Uma Noite E Um Bebê Para Mudar Duas Vidas 2

capítulo 01: feridas que ainda estão abertas

Se você está caindo nessa história de paraquedas aconcelho a começar pelo livro um, com esse mesmo título para se situar do que aconteceu e entender melhor o desenrolar dessa história.

Um beijo e ótima leitura,lembrando que o apoio de vocês é fundamental para o crescimento e desenvolvimento da história e conto com os seus comentários, curtidas,presentes e votos , qualquer florzinha já alegra o meu dia.kkkk

Por Geisyane

Naquele dia em que fui escorraçada por Ravier de sua casa sem ao menos a chance de me explicar a minha vida mudou completamente , ele deixou claro que eu deveria sumir e que não queria saber de mim ou do nosso filho e assim eu o fiz ,após sair da casa dos seus pais desesperada e atônita sem sequer juntar as minhas coisas o medo e o desespero estavam corroendo a minha alma ,eu já havia passado por muitos tipos de humilhações na minha vida mas aquela marcou a minha alma definitivamente e até hoje me dói as palavras de Ravier gravadas nos meus pensamentos e sempre machucando o meu coração, não entendo como alguém que dizia me amar podia ser tão cruel ao ponto de me comparar a mulher terrível que infelizmente é a minha genitora e marteri ao mesmo tempo.

Após sair de lá correndo desesperada e com o meu filho nos braços José me levou para casa, embora ele não gostasse de mim foi o único apoio que eu recebi naquele momento e mesmo com o seu jeito cético e que me dá nos nervos tentou me ajudar.

_ Geisyane não é bom para o seu filho todo esse desespero, não importa o que esteja acontecendo na sua vida ,você precisa ser forte e tomar os rumos do seu destino. Esse menino aí no seu colo precisa de você,seja forte por ele.

Embora as palavras de José parecessem vazias e sem sentido o que ele falou fez as ideias clarearem na minha mente,eu estava sozinha novamente, mas não tão sozinha quanto a minha vida inteira,eu precisava reagir e tomar uma atitude em nome do meu filho e assim que o carro parou enfrente ao enorme e luxuoso prédio no jardins eu agradeci a José e subi pelo elevador exclusivo usando a minha digital como chave pois deixei para trás na casa de Rosita a minha bolsa com todas as minhas coisas.

Subo para casa com o meu filho no colo que dorme inocente sem imaginar a tempestade que estamos prestes a enfrentar, observo o seu rostinho bonito e as bochechas rosadas e me sinto feliz por o ter apesar de tudo, dou uma olhada no lugar a minha volta ,uma casa chique e elegante como sempre sonhei mas que não é mais um lar feliz desde que Ravier deixou as suas dúvidas e as insinuações de terceiros acabar com a nossa felicidade e sinto uma angústia tão grande que sufoca o meu peito e me dá vontade de chorar porém as lágrimas estão presas e já chorei mais do que poderia aguentar e para o meu bem e do meu menino eu preciso deixar tudo isso para trás,um dia eu voltarei e vou esfregar a verdade na cara de todos os meus inimigos, Ravier vai saber o que perdeu e o tamanho da sua ignorância, mas agora eu me sinto fraca e sem forças para lutar, não sei o que aconteceu para o exame dar negativo mas não tenho dúvidas que tem dedo de Ravena e Ramon nessa história e uma hora ou outra a verdade vai aparecer mas enquanto isso eu preciso de um tempo,um tempo para curar as minhas feridas e cuidar dos meus bens mais preciosos que nesse momento são os meus filhos.

Sigo em direção ao quarto onde dormia com Ravier e coloco o gorduchinho que está pesando nos meus braços sobre a cama ainda adormecido e alheio ao meu sofrimento,vou até o cloded e pego uma mala grande,vou jogando as coisas dentro a esmo sem pensar direito apenas pegando o que julgo essencial no momento,dou uma olhada em Enzo que permanece dormindo e vou para o seu quarto, faço o mesmo com as suas coisas e pego uma bolsa dele para por os itens pessoais , não tenho tempo para muita coisa , quero sair daqui o mais rápido possível pois não vou suportar olhar na cara de Ravier ou de ninguém da sua família nesse momento,pego a bolsa com os documentos e sigo para o escritório do apartamento,os meus dedos tremem ao digitar a senha do cofre que fica escondido atrás dos livros na estante do escritório, mas consigo o abrir , dentro tem muitos documentos e além das minhas jóias algumas centenas de dólares guardadas para uma emergência,pego um valor significativo, não sei o que será das nossas vidas de agora em diante e preciso garantir que nada falte ao meu filho até conseguir me estabilizar outra vez. Sei que não serão momentos fáceis mais eu vou vencer em nome de Jesus.

Saio com o meu filho no colo que já está disperto e com os dedinhos emaranhados nos meus cabelos que apenas amarrei num coque mal feito e arrastando a nossa mala de carrinho,com uma bolsa grande a tiracolo e entro no táxi que já está me esperando,algumas pessoas me olham sem entender nada mas eu não devo explicação a ninguém então os ignoro completamente e mando o táxi seguir em frente, não sei para onde ir no momento e a minha cabeça está em parafuso de tanta confusão,mas tenho ciência que preciso sair para o mais longe possível e não vou conseguir me esconder dos Hernandes usando o meu próprio nome ,, peço ao motorista que pare um pouco e tento organizar as minhas ideias olhando o trânsito engarrafado se tornando cada vez mais caótico, tão caótico quanto a minha mente nesse momento,hoje é véspera de Natal e as pessoas estão correndo de um lado para o outro para resolver as suas ceias e os presentes dos familiares e amigos,penso em procurar o Leandro,mas logo descarto a idéia,ele também é amigo de Ravier e não vai apoiar que eu fuja e me esconda então a única pessoa que me vem a mente é o Glauco,ele é um antigo falçario e tem os contatos necessários para me tirar do país, embora ele não queira saber de mim e me odei pelo simples fato de existir não vou aceitar o não como resposta e ele terá que pelo menos uma vez na vida me ajudar.

_ Senhorita Gabrielle!

Sou tirada das lembranças amargas nas quais estou mergulhada por batidas na porta e a voz da governanta invade o ambiente.

_ pois não dona Florence! Respondo secando as lágrimas que banham o meu rosto.

_ a senhorita está bem? A mulher parada na porta pergunta notando o meu choro.

_ estou sim querida! O que deseja?onde estão os meus filhos?

_ eles estão no quarto com a babá,eu só vim saber se já posso servir o jantar?

_ onde está o Louis? Pergunto já recomposta.

_ o Messier Louis está no seu quarto,disse que não vai descer para jantar e pediu apenas que lhe servisse um chá.

_ ele está indisposto outra vez?

_ sim.

_ ok! Prepare uma bandeja com um chá de capim limão e os biscoitos que assei com o Enzo mais cedo que daqui a pouco eu mesma o sirvo e não precisa servir o jantar,eu vou comer na cozinha, não gosto de jantar sozinha.

_ com licença! A governanta da casa sai e eu vou ao banheiro lavar o meu rosto e me arrumar, não quero que Louis perceba que eu chorei.

capítulo 02: uma nova identidade

Por Geisyane

Vou ao banheiro lavo o meu rosto e prendo os meus cabelos que já estão crescidos, preciso ir ao salão para cortar porém os dias tem sido corridos com uma bebê pequena e um irmão ciumento que também exige muita atenção,eu sofri com a ausência de Ravier mas Enzo sofreu muito mais ,ele agora é um menino de dois anos e três meses mas até hoje não esqueceu o pai e pergunta constantemente quando ele vai voltar ,eu até tento o manter ocupado e não pensar nesse assunto mas nós primeiros dias foi complicado ao ponto do meu filho ficar doente por falta do pai e dos avós de quem eu não tenho notícias desde aquele fatídico dia , eu não quero contato com eles e também não quero que descubram onde estou,sei que Rosita e Antônio não merecem pagar pelos erros dos outros mas não me sinto preparada para os ter novamente na minha vida,tudo ainda é muito recente na minha mente e frequentemente as lembranças atormentam a minha memória me fazendo ficar emotiva e pensativa a respeito de tudo o que se passou .

Louise tem seis meses agora,eu já suspeitava que estava grávida e não fiquei surpresa quando descobri a gestação,apesar do apoio do Louis também não foi fácil passar por mais uma gravidez sozinha,eu estava longe de tudo o que eu estava acostumada em um país que não conhecia e com uma identidade nova ,uma vida nova e completamente diferente de tudo o que já havia vivido, até mesmo o idioma era mais uma barreira para mim pois apesar de o conhecer as vezes a pronúncia das palavras complicava tudo, sorte a minha Louis ter aparecido no pior momento da minha vida e me estendido a mão senão nem sei o que seria de mim e dos meus filhos nesse momento.

Eu que nunca fui ajudada na vida até me surpreendi com a sua generosidade mas quando ele me contou a sua história de vida entendi que ele estava tentando se redimir de tudo de ruim que fez na vida contra a sua própria filha e viu em mim e no meu filho uma esperança de redenção.

Passo no quarto das crianças e a babá está colocando Louise para tomar a mamadeira,Enzo está brincando no tapete do quarto com o seu carrinho recém recebido de presente não sei nem porque já que a véspera de natal é só amanhã e vem correndo na minha direção abraçando as minhas pernas

_ calma meu amor, assim você derruba a mamãe.

_ mãe vem brincar comigo! Olha como o meu carrinho novo é legal.

_ é lindo filhão,você agradeceu o vovô por ele?

_ sim ,eu disse obrigado e dei um montão assim de beijinhos.diz abrindo os braços num gesto exagerado que lembra muito a sua avó Rosita e me faz sorrir.

_ e o senhor já jantou seu Enzo?

_ ele comeu sim dona Gabrielle.A babá se mete na conversa e eu pego a minha pequena Anne Louise de seu colo e lhe dou um beijinho,ao contrário do Enzo , Louise tem uma vasta cabeleireira negra e só lembra ser minha filha por seus enormes olhos azuis como dois diamantes brilhantes.

Deixo as crianças por conta da babá e vou até a cozinha ver se o chá está pronto, ao entrar vejo Florence arrumando a bandeja e eu a pego

_ pode deixar Florence! Eu mesma vou servir o chá,você colocou os biscoitos de damasco com canela?

_ sim, deixei os de chocolate e baunilha para o Enzo.

_ ok! Obrigada! Digo e saio da cozinha levando a bandeja comigo.

Subo as escadas devagar e bato na porta do primeiro quarto no corredor e como ninguém responde equilibro a bandeja em uma mão só e giro a maçaneta empurrando a porta com o pé

_ trouxe o seu chá! Posso saber porque não quis descer para jantar?

_ eu estou cansado e indisposto! Diz sentando na cama se apoiando na cabeceira acolchoada.

_ você tomou os seus remédios hoje?

_ não,eu já disse que não quero essas porcarias Gabrielle,por favor não insista.

_ eu não posso lhe obrigar a nada Louis,mas você é ciente que precisa tomar se quiser ver as crianças crescerem, não vou ficar teimando com você até porque sei que é um velho turrão, mas se tomasse as medicações que o médico lhe prescreveu se sentiria muito melhor.

_ lá vem você com as suas chantagens usando as crianças,me dê essa porcaria que eu vou engolir,mas amanhã eu quero sair com as crianças e comprar os presentes de natal.

_ e você não já os deu os presentes de natal?

_ pra que me serve tanto dinheiro se não é para comprar presentes para as pessoas que eu amo?

_ tudo bem, amanhã eu vou ao salão de beleza e depois podemos passear com as crianças.

_ não sei porque você insiste em cortar o cabelo se fica tão bonita com ele mais comprido. Reclama ranzinza

_ os cabelos longos me lembram uma pessoa que eu não sou mais Louis,você sabe disso.

_ você precisa resolver o seu passado minha querida, não dá para se esconder para sempre.

_ o passado é passado e está enterrado Louis, agora come antes que o chá esfrie e fique gelado.

_ você fez biscoitos? Eu senti o cheiro lá do escritório.

_ sim,aí estão os seus preferidos de damasco com canela , Enzo me ajudou.

_ ele adora ficar na cozinha observando tudo.

_ isso é verdade. Sorrimos e ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, depois eu me despedi dele e fui colocar as crianças para dormir,a babá me ajuda a cuidar das crianças mas faço questão de ser uma mãe presente e cuidar pessoalmente de todos os assuntos relacionados a eles que são a razão da minha vida.

Depois dos dois estarem na cama roncando e sonhando com os anjinhos eu volto para o meu quarto ,retiro as roupas e vou para o banheiro tomar um banho, estou cansada e com a cabeça cheia, amanhã é véspera de Natal e faz um ano que a minha vida deu um giro de trezentos e sessenta graus e mudou completamente, agora eu me chamo Gabrielle Silva,apesar de ter se recusado a me ajudar eu não sai da porta do Glauco até ele fazer uma nova identidade para mim e como não conseguiu me despachar mesmo tendo tentado de todas as maneiras imagináveis eu não desisti e ele foi obrigado a ceder, naquele mesmo dia o meu cabelo foi cortado e tingido de uma cor escura , novos documentos foram feitos para mim , Geisyane havia morrido e no seu lugar surgiu a Gabrielle,uma mulher totalmente o oposto da pessoa que eu era antes.

capítulo 03: lembranças de como tudo aconteceu

Aí sair do banho eu me encaro no espelho,a maternidade mais uma vez causou mudanças no meu corpo e na minha rotina ,a minha vida mudou desde aquele dia, me lembro de quando cheguei ao aeroporto,já era noite de Natal,eu fui para uma pousada simples com o meu filho depois de sair da casa do Glauco,o homem parece viver bem ,a sua casa é bonita e organizada mas percebi em seus olhos azuis como os meus uma tristeza profunda e quando ele olhou para o menino nos meus braços seus olhos marejaram em lágrimas que ele não deixou rolar.

_ o que você quer? Perguntou ríspido,eu não vou te dar nenhum centavo,saia da minha porta agora mesmo.

_eu não quero o seu dinheiro! Eu preciso de ajuda para sair do país e você tem que me ajudar.

_ eu não te devo nada garota e não sou obrigado a te ajudar seja lá qual for a confusão em que esteja metida, tú é chave de cadeia igual a sua mãe e eu quero distância de vocês duas

_ não fale naquela mulher por favor! você não sabe o quanto mal ela me fez,eu preciso de documentos para sair do país e você é sim obrigado a me ajudar. Digo firme com uma força que nem sei de onde tirei.

_ vai embora garota! Sai daqui.diz batendo a porta na minha cara,mas eu me recuso a sair e fico lá sentada no batente com o meu filho no colo e as nossas coisas ao lado.

A noite começa a cair e eu não saio de lá,estou com fome e com uma dor de cabeça terrível, Enzo está chorando e eu pego um agasalho de dentro da mala e lhe envolvo para o proteger do frio ,o homem tenta disfarçar mas vez ou outra olha pela janela da casa para ver se eu desisti, eu já não fome,mais nada na bolsa para dar pro menino comer e estou quase desmaiando de fome ,a última vez que comi foi ainda na casa de Rosita e já tem mais de seis horas desde então,as bolachas e suquinhos que coloquei na bolsa dei pro Enzo e me sinto completamente fraca ,no entanto não tenho outra opção, não posso voltar para casa e se eu sair daqui perco a única oportunidade de sair do país com o meu menino, eu poderia ir até a casa de Rosita e fazer um escândalo,exigir um novo exame mas isso é engolir o orgulho demais ,eu não suporto mais viver nessa situação e me afastar é o melhor que eu posso fazer por mim mesma.

Enzo chora no meu colo e eu tento o acalentar porém é inútil,ele está com fome e grudento de suor, estamos aqui fora a mais de três horas e o homem está irredutível,me pergunto se ele tem um coração de pedra dentro do peito e quando estou prestes a concluir que não, a porta se abre e ouço a sua voz grossa e fria como o sereno da noite.

_ você não vai desistir! Parece uma praga tão resistente quanto uma erva daninha.

_ eu sou sua filha! Quem sai aos seus não degenera.digo devolvendo o insulto e tento me levantar porém o mundo gira e só não caio com o menino no colo porque ele me segura .

_ me acampanhe ,dême o menino aqui! Eu fiz uma sopa,você parece que não come a dias.

_ eu não sou uma mendiga,tenho dinheiro e vou pagar pelos seus serviços.digo chateada por toda a situação.

_ não parece ! Esta acampada na minha porta a horas parecendo uma sem teto ,agora deixe de teimosia e entre.

Eu entro esquentando o meu corpo com as mãos enquanto Enzo permanece no seu colo ,ele tem jeito com criança e o menino parou de chorar assim que Glauco o pegou.

Observo ao redor e a casa é simples mas bastante aconchegante,a mesa está posta com dois pratos e tem uma panela com algo quente pois está fumegando encima da mesa de quatro cadeiras.

_ sente e pode se servir,eu fiz uma sopa de legumes,vou dar um pouco pro menino que parece está com fome, não fique muito a vontade eu não estou fazendo isso por você,vou fazer pela criança que não tem culpa dos pecados dos outros.

Ele diz isso como se eu tivesse,eu era só um bebê e não pedi para nascer mas parece que ele não pensa assim e me culpa pelas maldades que a Marília Gabriela lhe fez como se eu também não fosse uma vítima.

Depois de comer eu dei um banho no meu filho e o coloquei para dormir no quarto que ele me indicou,depois que voltei a sala ela me entregou uma tintura de cabelo e me mandou ir tingir os fios no banheiro,a tinta era castanho escuro e vai acabar com o meu cabelo mas eu não tinha outra saída então pintei os cabelos que depois foram cortados pelo homem

_ se você quer sumir tem que mudar a aparência, é bonita e chama muita atenção por aí. Diz enquanto estaqueia o meu lindo cabelo que cai sobre a minha roupa.

Quando terminou de me transformar em um verdadeiro patinho feio ele tirou fotos e começou a fazer a minha nova identidade, após isso me mandou embora pois os documentos só ficariam prontos no outro dia e ele não me queria na sua casa.

Como prometido no outro dia a noite,no dia de Natal ele me entregou os documentos e um passa porte,os documentos do Enzo também foram alterados e quando fui pagar pelos seus serviços ele se recusou a receber

_ guarde o seu dinheiro para que não falte nada ao menino. Disse e virou as costas indo embora como se nunca tivesse nos visto na vida.

Esse homem tem uma grande ferida no seu coração e por mais que se faça de duro isso o machuca além do que posso imaginar. A sua tristeza é tão profunda quanto a minha e apesar de se esconder sob um poço de arrogância eu percebi que talvez ele também tenha sido vítima das maldades da minha mãe e as coisas não sejam exatamente como ela sempre me falou e quem sou eu para o julgar se eu também passei a vida inteira me subjugando as suas vontades e nunca fui dona da minha própria história.

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