A então costumeira chuva de Londres banhava novamente e mais uma vez a bela cidade, ainda não havia anoitecido mais o céu já se tornará escuro devido às inúmeras nuvens de chuva que pareciam não querer abandonar a cidade, os carros lavavam as calçadas com a água que se empossava nas sarjetas, então uma batida de pé na calçada, um allstar molhado e um resmungo — droga… Motorista imbecil - então os passos aceleraram e o guarda-chuva foi fechado para que a porta do bar fosse aberta, a bela garota de olhos azuis e cabelos pretos adentrou no bar secando a sola de seus tênis no capacho que dizia "seja bem-vindo quem tem dinheiro para pagar" O que a fazia rir toda a vez, então colocou o guarda-chuva no latão ao lado da porta e pendurou o seu casaco no gancho da parede, se dirigiu ao balcão e sentou-se no belo talhado a mão, então soltou o rabo de cavalo preso ao topo da cabeça, os longos cabelos lisos e pretos deslizaram pelas costas até a sua fina cintura.
— Não acha que já deveria ter aprendido a usar um sapato mais aberto em dias chuvosos senhorita?
Os olhos escuros encaravam com deboche por detrás de longos cílios o velho com a sua careca lustrada, óculos quadrados e bigode grosso como se fosse um famoso encanador de jogos de vídeo game, a garota olhou para o chão e viu o longo rastro de água que os seus tênis haviam deixado.
— Desculpe Lucio, eu limpo para você.
Ele sorriu para ela e balançou a cabeça.
— Só estou te enchendo Estela, o mesmo de sempre?
— Por favor.
Estela Graham, a jovem dos Olhos azuis e cabelos pretos de 21 anos, 1 metro e 65 de altura e com a pele tão branca como uma porcelana, pegou o copo de cerveja da mão do seu grande amigo Lúcio o dono do pequeno bar onde frequentava todas as noites des de que se mudou para Londres a três anos, Estela não contava detalhes da sua vida, ninguém sabia muito sobre ela por mais que fosse simpática e fácil de fazer amigos , é aluna de biologia na universidade de Londres, estava no seu segundo ano e é tudo que sabiam sobre ela, não sabiam de onde teria vindo, quem era a família... nada... um gole na cerveja e uma olhada para tela plana presa na parede logo acima do bar para ver as notícias.
— mais um desaparecido — comentou Lucio um tanto abalado com os sumiços recentes na cidade — O que será que esta acontecendo por aqui ?
Lúcio foi atender os demais clientes do balcão, Estela olhou fixamente para Tv observando cada detalhe do caso imaginando o que poderia ter acontecido se desligando totalmente do que estava a sua volta, o barulho da porta do bar se abrindo a despertou do transe, ela olhou por detrás
de seus ombros e pôde ver um rapaz alto, uns trinta centímetros mais alto que ela, ele tirou o casaco e pendurou o lado do dela, vestia uma camiseta preta e uma calça camuflada e olha só quem diria um par de alltars — ao menos a peça nunca saí de moda — pensou Estela, voltou rapidamente para cima e pôde ver o corpo um tanto forte e atlético, a pele branca como a neve, os olhos castanhos esverdeados por detrás dos fios de cabelos negros que caiam sobre eles agora olhavam para ela que rapidamente ao perceber isso disfarçou e olhou para seu copo, ela podia ouvir seus passos pesados passando por trás, então continuou andando e sentou numa mesa mais reservada ao fundo , Estela deu mais uma golada na cerveja e o copo estava vazio,ela então com seu sorriso simpático e com o copo balançando no alto pediu que Lucio lhe desse outro.
— aqui esta senhorita — ele retribuiu o sorriso e antes que saísse ela segurou a sua manga da blusa — esta tudo bem Estela?
— Lucio quem é aquele cara sentado nas ultimas mesas ao fundo? — sussurrou disfarçadamente.
— é um rapaz que sempre vem aqui no bar, porém nunca o vi nesse horário, é só mais um cliente, ele incomodou-a?
— oh não eu só achei que o conhecia, mas não o conheço.
sem perceber já eram mais de dez da noite, Estela pagou a conta se despediu de Lucio e foi no sentido contrario para seu apartamento, no caminho sentiu passos a acompanhando então acelerou um pouco os dela, quando os passos aceleraram mais um pouco ela abruptamente parou e virou para trás,ela e a garota que fugia da garoa que estava se iniciando assustaram.
—moça mil desculpas, eu não queria te assustar — disse a garota enquanto passava correndo por Estela.
Ela ofegou, engoliu a seco e levou as mãos à cintura enquanto recuperava o fôlego — calma Estela — ela sussurrava pra si mesma enquanto voltava a caminhar , após alguns quarteirões chegou na frente de seu prédio tocou o interfone.
— pois Não? — a voz masculina quase falhando no interfone.
— Michel é a Estela.
— esqueceu as suas chaves de novo senhorita graham?— Estela pôde ouvir as risadas do porteiro.
—não, é que eu amo ouvir a sua voz.
— entra logo, garota.
a trava do portão se abriu e Estela entrou , caminhou até Michel o jovem da mesma altura que Estela, com cabelos loiros e olhos azuis e o sorriso simpático.
— alguma correspondência para mim?
— lamento senhorita graham, mas ninguém lembra da sua existência—Estela o olhou debochada
— sabe que é brincadeira senhorita graham — ambos dão risada.
já no seu apartamento Estela sai do banho enrolada em seu roupão com os cabelos úmidos e escova de dentes na boca quando parou do lado da janela da sala para observar a chuva , Estela morava na alta classe de Londres , seu apartamento ficava no terceiro andar do prédio, era um loft de dois andares, enquanto ela olhava para fora viu na calçada o rapaz do bar, ele a olhava com raiva então em um susto ela encostou na mesinha ao lado e derrubou seu livro ao agachar para pegar e voltar ela olhou para fora novamente e ele não estava mais la, Ela rapidamente olhou para fora em todos os lados e não o viu
—será que é fruto da minha imaginação?
De manhã Estela estava indo apressada para universidade andando na calçada com medo só não sabia do que, enquanto ela caminhava uma mao a agarrou e a puxou para um beco escuro, era o rapaz do bar ele a olhava com tanto ódio que ela podia sentir, suas garras afundaram em seus braços e ela jogou seu material no chão enquanto perdia sua força nas pernas e tentava gritar, mais a dor era tanto que não conseguia o sangue escorreu pelos seus braços, então a outra mão a agarrou pela cintura e as garras novamente a perfuraram, outro grito que parecia nem ser ouvido pelas pessoas que passavam nas calçadas a poucos metros dela, ao olhar para ele novamente já sentindo a morte no ar ela viu seus olhos vermelhos e seus caninos amostra, quando sentiu a mordida em sua jugular apagou-se completamente.
ao acordar estava em seu quarto novamente, suava frio, sentou ofegante na beira da cama e caminhou ate seu banheiro com a roupa ensopada de suor, olhou fixamente para o espelho olhou para seus braços que estavam com as marcas das garras, e para seu pescoço que estava ainda com o machucado em forma dos caninos do rapaz — então não era um sonho — Estela pensa assustada. — se não era um sonho o que ele é? — pensou novamente com os olhos arregalados.
— sou um vampiro ! — sussurrou uma voz atrás de Estela.
Estela olha para trás e da de cara com o rapaz de mais cedo, Estela se apavorou e recuou para trás, ele se aproximou dela, uma mão tapou sua boca e a outra a imobilizou pela cintura, seu coração acelerou a ponto dela pensar que sairia pela sua boca, Estela paralisou e não conseguia ter qualquer reação, seus olhos começaram a encher de lágrimas então ele sussurrou…
— eu vou te soltar mais por favor não grite só quero conversar.—aquela voz quente e um pouco grossa fez com que Estela ficasse vermelha.
Ela assentiu com a cabeça.
—ótimo.
Ele soltou a boca dela e apoiou a mão na parede ao lado da sua cabeça.
—oque você quer comigo? — a voz de Estela tremia e quase não saíam.
— quero me desculpar por mais cedo .
Estela estava mais calma mas ainda tensa com o ocorrido.
— Me ataca, quase me mata e agora aparece em minha casa pedindo desculpas?
— olha se você não quer minhas desculpas tudo bem, eu vou embora.
Estela olha desconfiada para o rapaz.
— aliás oque você é?
ele a olha com deboche.
— eu já falei sou um vampiro.
— não, isso não e possível! vampiros não existem.
—tudo e possível senhorita graham.
ela o olha mais calma quando ele se afasta.
— como sabe o meu sobrenome?
— leio mentes, sei tudo oque você esta pensando, e pelo jeito se acalmou mais.
Estela o observa sem dizer nem uma palavra.O rapaz solta a cintura dela tira um papel do bolso e entrega para Estela.
— não se atrase.
— por que eu deveria ir?
ele a olhou de cima a baixo, até seus olhos se encontrarem, Estela congelou, podia jurar que parou de respirar por alguns instantes, seu olhar ainda parecia querer máta-la, então ele suspirou e em um piscar de olhos sumiu, Estela foi sentindo as pernas falharem até que se sentou apoiada na parede, segurando o bilhete com força contra o chão, de olhos fechados e ofegantes, tentando buscar o ar para se acalmar, então olhou para mão e se sentiu indecisa por alguns instantes, não sabia se queria ou não ler o bilhete, então decidiu abrir.
"praça leste da igreja matriz às 8:00pm"
A praça ficava a pouco minutos do apartamento de Estela, dezenas de pensamentos passavam pela sua cabeça agora, e ela não sabia em qual deles parar, então abriu uma garrafa de vinho e sentou-se no chão da cozinha na frente de um blindex e começou a beber direto do gargalo. Antes que conseguisse dar a última golada no vinho ela olhou no relógio.
— ai mais que merda!!! — indagou com raiva por que já era 7:15 pm e ela ia se atrasar.
Estela saiu cambaleando pelo apartamento, tomou um banho gelado rápido e nem isso ajudou o efeito do vinho, se enxugou escovou os dentes, vestiu uma calça jeans, seu allstar, e uma camiseta simples preta, pegou seu celular, o casaco e as chaves e saiu. O cabelo úmido balançava conforme ela dava passos ágeis até chegar na praça, lá estava ele sentado em um banco em frente ao chafariz, ele percebeu a chegada dela e se levantou, Estela parou a poucos passos dele e do banco, ao ver o estado dela ele tinha o semblante de confuso e curioso.
— esta tudo bem com você?
Estela não esperava por essa reação.
—ahmm...sim...está sim…—Estela então suspirou, abraçou o casaco e olhou para ele com os olhos enchendo de lágrimas.
— por que esta querendo chorar? sente-se por favor
Ele delicadamente puxa Estela pelo ombro e a ajuda a se guiar até o banco, então senta ao seu lado.
— esta cheirando a álcool.
Estela olha para ele confusa — uma hora ele é simpático outra hora parece ter uma raiva que não acaba—
pensou Estela, ele a encarou e um silêncio ficou entre os dois, os olhares de ambos se encontraram e ela ainda sentia medo ao vê-lo.
— olha você sabe que sou um vampiro, de agora em diante não poderei ir embora, descobriu um segredo meu e não costumo confiar em humanos.
Estela congelou quando ele chegou mais perto, após alguns minutos ele se afastou, Estela se levantou querendo ir embora se sentiu tonta e depois de três passos caiu, o rapaz se aproximou com uma cara de nem um pouco preocupado, mas , estendeu a mão para ela que por alguns estantes exitou ao pegar, mais acabou aceitando a ajuda para levantar. Ela levantou e puxou a mão de volta tendo ir cabaleando, enquanto ele observava ela dando os poucos passos revirou os olhos e respirou fundo.
— Minha função seria roubar seu sangue mais você não consegue nem andar sozinha, não teria graça assim, vamos eu te levo até em casa.
— não preciso da sua ajuda.
Ela passou por ele e saiu andando de volta para o seu apartamento.
— espera ai.
Ele alcançou Estela que ao ser tocada no braço, agarrou a mão dele e em um único e doloroso giro fez com que ele se ajoelhasse grunhindo.
— nunca mais toque em mim, cansei de ter medo de você
— para uma humana esta muito corajosa não acha?
em meio à careta de dor ele encontrou seu olhar no dela, aqueles olhos que estavam tomando uma cor alaranjada quase vermelha, aquilo a paralisou novamente , ele pôde girar o seu corpo por baixo dos braços e agarrar os ombros da garota colocando-a contra um enorme carvalho, Estela soltou um gemido de dor enquanto deixava sua jaqueta cair na grama úmida, nesse momento ela orou para que houvesse alguém por perto mais a aquela praça estava sombriamente vazia, ele prendeu Estela de um jeito que ela não conseguia mexerr os braços, e a pancada contra a árvore fez as suas pernas fraquejarem, ele chegou bem perto dela, ela podia sentir o frio do corpo dele.
— Nunca mais ameace um vampiro novamente — dizia entre uma voz baixa, porém ameaçadora — Eu tenho mais que o triplo da sua idade então eu poderia te matar aqui e agora.
Ele a soltou, a fazendo cair sentada de lado na grama, ele a ergueu segurando em seu pescoço, não para enforca-lá , mas para causar medo, Estela agarrou a mão dele enquanto se contorcia para se soltar e começava a chorar, ele a puxou para bem perto.
— Isso não acabou ainda !
Então a soltou, Estela cambaleou para trás e encostou no carvalho buscando ar, quando finalmente ergueu a cabeça ele já não estava ali, Estela olhou para todos os lados e não viu nem sombra dele — como pode ser tão rápido e silencioso?— passou pela cabeça dela enquanto pegava a jaqueta e corria para o prédio.
Ela rapidamente entra no saguão e Michel esta na recepção, ela tenta disfarçar a cara de assustada e de choro enquanto passa por ele.
— senhorita graham, aconteceu alguma coisa?
Estela sentiu o seu corpo congelar, olhou para ele e respondeu tranquilamente.
— não, por que?
— esta toda vermelha, e sua cara não está nada agradável.
— bom, eu estou bem.
Antes que Michel continuasse falando, Estela se dirigiu rapidamente até o elevador indo para o apartamento, as portas do elevador se abriram e seu apartamento era logo de frente, suas mãos tremiam ao tentar destrancar, tanto que deixou as chaves caírem,e sem conseguir forças para pegá-las, foi encostando na porta até que foi sentando no chão, colocou a cabeça sobre os joelhos, os abraçou e desatou a chorar, toda a angustia e o medo estavam esmagando por dentro, Estela chorava compulsivamente sem perceber o tempo que passou, mal ouviu o elevador parar novamente no andar e as portas se abrirem, então ouviu as suas chaves, alguém pegou para ela, enxugou as lágrimas e o olhar para cima num único pulo colocou-se de pé quase enfartando, ela parou no lugar, mal conseguia respirar nem mesmo perguntar oque ele fazia ali, só podia ser um pesadelo, até que o rapaz com os cabelos pretos e olhos castanhos enverdeados soltou algumas palavras.
— você só sabe chorar e ficar bêbada ?
— oque você esta fazendo aqui? — disse perplexa quase em um tom de raiva — por que Michel deixou você subir? vou chamar a polícia!
— para um vampiro? — levantou uma sombrancelha enquanto esboçava um sorriso malicioso e sarcástico.
—isto é invasão não te dei permissão para entrar aqui e não é a primeira vez que você faz isso.
Antes que terminasse ele levou o seu dedo indicador aos lábios como quem pedisse silêncio
— quer continuar a conversa aqui com uma futura platéia ou quer resolver isto em um lugar mais reservado?
Estela pode ouvir um de seus vizinhos destrancando a porta e rapidamente pegou as chaves das mãos dele, abriu o seu apartamento e mandou-lhe entrar, enquanto ele passava, ela se protegia atrás da porta, então a trancou e apontou para um dos bancos de madeira da cozinha.
— sente-se, não tente nenhuma gracinha e ponha as mãos aonde eu possa ver.
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