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Quatro Estações E Um Destino

1° CAPÍTULO - MINHA BAGUNÇA DE VIDA

YURI

“Hoje está um dia lindo de outono, o cheiro particularmente úmido não me incomoda. Haaá as cores são realmente fantásticas, o marrom contrastado com o laranja, amarelo e o vermelho torna tudo ainda mais bonito e atraente aos meus olhos, há esse meu pequeno quarto próximo ao parque lindo de Tóquio deixa tudo ainda mais perfeito. Ai que frio na barriga amanhã inicio meu estagio em uma das empresas filiais da China a Architecture Four Seasons, me sinto nas nuvens com a oportunidade, desde que sai fugida de Xangai para estudar no Japão a um ano e meio tudo parece estar se encaminhando bem agora. Vou hoje acertar as coisas no meu emprego de meio período, como vou sentir falta do café, amo o pessoal de lá, a vibe deles é maravilhosa.”

Em sua sacada de meio metro a jovem é interrompida de seus pensamentos profundos, com gritos vindo da rua, com sorriso gentil apertando a xícara de chá já frio em suas mãos avista seu vizinho. “Hum, é Gabi sempre animado pra tudo, não sei como consegue tanta energia assim.”

— Yuri, até quando vai ficar aí nessa sacada, você não tem aula hoje de manhã? Grita o jovem com sorriso com covinhas acenando sem parar.

— Vou só às 10h hoje, tenho orientação de estágio, lembra? Pare de gritar no meio da rua. Yuri responde em tom amigável, sorrindo.

— Há tá! Responde o jovem casualmente, acessando até desaparecer correndo.

“Ele sempre responde “Há tá” com aquela cara.  A cara de surpresa dele é a mais engraçada, Gabi não parece ter a mesma idade que eu seus cabelos ruivos e sardinha nas bochechas e seu olhar verde faz qualquer um se perder, o sorriso marcante com covinhas e um corpo de jogador de basquete, me deixam envergonhada toda vez que ele fica só de shorts pelos corredores. Ainda bem que meu corpo magro de estatura mediana, cabelos preto, olhos castanhos mel a pele branca que precisa de sol urgente, me ajuda a disfarçar... contudo o Gabi fala que pareço com um personagem de anime escolar ainda mais com as roupas que uso o cabelo curto e boca carnuda como ele chama: “Mude esse corte de cabelo Yuri e venha malhar comigo se não quer ser confundido com uma garota o tempo todo.” “Queria gritar para ele toda vez: Mas Eu sou uma garota!” No entanto, não posso viver como um homem por mais um tempinho.”

— Chega de suspirar na sacada, vamos tomar banho e começar esse dia lindo de outono. A jovem se sacode acordando dos pensamentos se direcionando ao banheiro.

“Há que água fria porque não está esquentado.... chuveiro mal? Deixa para lá vou tomar banho mesmo assim....” sussurra a jovem em gritinhos tomando banho frio.

“Minhas roupas são todas iguais calça jeans azul ou preta, camiseta branca ou preta, moletom e tênis all star de todas as cores... as vezes tenho que concordar com o Gabi, preciso melhorar esse guarda roupa, para o estágio gastei minhas ultimas economias comprando um terninho preto básico e duas camisas brancas simples acho que dá por enquanto até eu receber o acerto do café, me recuso a usar sapato social masculino são horríveis vou de tênis preto e está ótimo kkk. (suspira fundo) Há se eu pudesse usaria de tudo um pouco mas vim pra cá sem muitas condições então é isso que posso fazer por enquanto, no entanto quando começar a trabalhar de verdade quero muito mudar para um lugarzinho mais aconchegante que eu mesmo quero decorar, tirei muitas fotos por ai quero ter um pequeno estúdio também...”

Sussurra a jovem entre suspiros e sorrisos andando pelo pequeno quarto, se arrumando para ir a faculdade, o celular toca surpreendendo a jovem com o número na tela.

— Saito Yuri falando em que posso ajudar? Yuri atende falando educadamente pois é a empresa do estágio ligando.

“Senhor Saito Yuri, precisamos que esteja na empresa hoje as 14h para dar início ao seu estágio é possível?

— Sim claro, estarei aí como solicitado. Obrigado! A jovem gentil responde animada e curiosa com o pedido repentino.

Yuri se volta para o terno básico o vestindo, sentindo alivio que recebeu a ligação ainda em casa dando tempo de se arrumar, se olhando no espelho fica animada como resultado os ajustes ficaram perfeitos e o tênis até que combinou, deixando o estilo moderno e casual ao mesmo tempo, delicadamente ajeita o cabelo curto entre suspiros relembra de seu antigo visual, pra fechar adiciona um óculos redondo retro.

“Ok pronta, assim dá tempo de passar no café antes de ir a empresa, peguei tudo...celular, laptop, caderno estojo, nécessaire do socorro, carteira e chave, ok tudo aqui.” Sussurra a jovem verificando a mochila com cuidado na porta antes de sair.

— Tchau senhor Chin até mais tarde! Cumprimenta respeitosamente o Senhor Chin, o porteiro do prédio muito gentil e amável com todos.

— Tchau Yuri! Você está muito elegante menino, boa sorte! Grita o senhor ao jovem que corre entre as escadas respondendo com sorriso gentil e acenos rápidos.

“Ha como esse parque é lindo amo caminhar por aqui o chão forrado de folhas amarelas e laranjas com tons amarronzado são perfeitos como um tapete para o céu...amo todas as estações quando cada uma chega é uma experiência diferente como não amar... a estação que mais amo é o inverno o frio aproxima as pessoas é assim que vejo, as comidas quentinhas são como abraço de vó e a paisagem é mágica aos meus olhos a maioria das minhas fotos são do inverno, a segunda preferida é a primavera como não amar é muito lindo o florescer das cerejeiras.”

Continua a jovem pensativa andando em passos lentos pelo tapete de folhas na calçada do parque que tanto ama. Quarenta minutos depois chega à faculdade extasiada pelo passeio perfeito da manhã....

“Essa faculdade é linda toda vez que entro aqui ainda me surpreendo com a arquitetura perfeita e sofisticada.” Sussurra a jovem admirando a arquitetura em seus detalhes exuberantes.

— Yuri, o professor Zhou Wei mudou o local da sua orientação, você não viu a mensagem que mandei mais cedo. Fala auto uma senhora no corredor, olhando o jovem de cima a baixo.

— Desculpe, não vi professora Saki. Yuri engole em seco com o susto. “A professora Saki me assusta, como sempre estou viajando em pensamentos devia ter olhado o celular mais cedo.” Pensa a jovem agarrando a alça da mochila com força.

— Sala 15, ande logo ele já o aguarda! A professora fala em tom ríspido.

“Ela fala de um jeito bravo e apavorante, vou apressar meus passos pra longe dela...” Sussurra a jovem correndo até a sala indicada.

— Com licença professor Zhou Wei desculpe o atraso estava na outra sala que havíamos combinado antes, me perdoe. Yuri fala em tom ofegante apoiando as mãos na coxa. “Minha nossa estou ofegante, o olhar do professor Zhou Wei é sempre sereno e calmo ainda bem” Pensa a jovem sorrindo e se sentando.

— Tudo bem, Yuri na verdade não está atrasado, está adiantado 20 minutos veja... o professor fala em tom calmo e sorridente apontando para o relógio na parede.

“Passeando no parque sempre perco a noção do tempo, aff preciso arrumar minha conta de telefone.” Pensa a jovem em silêncio sorrindo para o professor retirando o caderno e o estojo da mochila.

— Bom, podemos começar a orientação...sua entrevista correu muito bem como já sabia que ocorreria. Yuri, você sabe em qual área irá ficar na empresa? Pergunta o professor em tom calmo, verificando a pasta com as informações de estágio.

“A voz do professor Zhou Wei é como uma poesia cantada muito fofo.” Pensa a jovem, respondendo em tom animado.

— Ainda não sei, porém, a moça que me recebeu disse que provavelmente irei ficar na área criativa de designer de interiores devido meu currículo e indicação de mentoria, na verdade irei começar hoje meu estágio me ligaram mais cedo, solicitando que iniciasse as 14h.

O professor olha para o jovem com um sorriso, entendendo a vestimenta do rapaz agora.

“Há entrevista foi caótica pois estavam se preparando para receber os diretores ou coisa parecida, não entendi nada, porém ganhei pontos pois falo as duas línguas chinês e Japonês, no entanto não vou falar nada para o prof. sobre isso.” Pensa a jovem segurando o queixo deixando essa informação de lado.

—Que bom espero que realmente fique na área criativa e aprenda muito por lá...bom vou lhe passar as formas básicas de comportamento e algumas orientações para seu relatório final e pesquisa ok. Continua o professor repassando uma folha para a jovem.

— Sim, por favor, agradeço todo apoio Mestre Zhou Wei. O professor sorri de uma forma meiga quando é chamado de mestre, um senhor de meia idade com tanto a ensinar, Yuri admira muito esse professor.

Duas horas depois....

“Há quanta coisa minha nossa será que vou dar conta, estou até atordoada... deve ser fome só tomei uma xícara de chá e comi uma barra de cereal hoje...vou até o café comer alguma coisa e já acerto tudo por lá... ainda bem que o café fica a 20 minutos de caminhada da faculdade que fome” Sussurra a jovem andando em passos lentos pelo corredor. Depois de uma longa caminhada chega ao café.

— Yuri...Yuri ainda bem que veio aqui tão rápido que saudades... A dona do café fala em tom apavorado como se o mundo fosse acabar, agarrando o braço da jovem que chega ofegante da caminhada até ali.

— O que houve senhora Hia Mizuki já está um caos sem mim. A jovem sorri, respondendo em tom ofegante. O jeito desastrado de Hia cativa a jovem que tem um apresso muito grande por essa pessoa maravilhosa que a ajudou muito no início de sua estadia no Japão.

— Yuri... esse café é um caos sem você... Como você está lindo, onde pensa que vai vestido assim? Continua a mulher em tom meigo.

— Claro que está! (risos) A empresa me convidou antes, preciso chegar dentro do horário, não posso perder essa oportunidade de jeito nenhum, contudo estou morrendo de fome senhora Hia. Yuri responde em tom animado, entre sorrisos e gestos carinhosos.

— Sente-se vou providenciar algo delicioso para você. Hein já depositei o valor do acerto não se preocupe, vê se compra umas roupas novas e arruma esse celular. Hia fala de um jeito amável, mas com um ar de deboche no final levando a mão à boca segurando o riso.

Yuri ri entendendo o que ela quis dizer, pois Hia é a única que sabe que Yuri na verdade é uma mulher. Quando a jovem chegou no Japão com os novos documentos e a matrícula na faculdade providenciada ela teve que ficar em um dormitório masculino em suas condições foi muito complicado se adaptar, um mês em Tóquio a jovem estava chorando apavorada por ter que ficar no mesmo quarto com um cara estranho, que não falava sua língua, compartilhando o mesmo espaço, foi traumático, Hia a encontrou vagando aos prantos, próximo ao café em um dia de chuva. Hia a acolheu lhe dando um emprego no café e providenciando o quarto onde a jovem está agora livrando de mais sofrimentos, a jovem não contou toda história a Hia só disse que esse disfarce era para que ela ficasse segura por um tempo, até que sua família resolvesse as coisas em Xangai.

— Obrigado senhora Hia, estava delicioso como sempre, já vou indo até mais. Yuri fala com carinho e abraçando com força.

Chegando na empresa....

— Minha nossa parece que esse táxi demorou uma eternidade ou sou eu que estou muito nervosa com tudo isso... Sussurra a jovem em tom angustiado andando até a recepção.

— Olá, o Saito Yuri, a senhora Yuna me aguarda às 14h. Yuri fala educadamente entregando o documento à moça da recepção.

 "Nossa com está uma bagunça aqui, porque as pessoas estão correndo pra lá e para cá, as moças da recepção estão até sem cor no rosto” Yuri observa olhando em volta, dando de ombros sem entender nada.

— Aqui pegue esse cartão, vá até o terceiro andar a escada é aqui a esquerda, se parecesse entre na sala 5 e aguarde a senhora Yuna lá. A moça fala em tom ofegante entregando o cartão com a identificação de estagiário.

“Nossa que tom ofegante é esse, moça? Tem alguma coisa acontecendo aqui hoje, deve ser por isso que me chamaram um dia antes...ok escadas a esquerda achei, terceiro andar porta 5 ok correr isso será fácil subo escadas o tempo todo, porém se estão com pressa porque não me mandaram pelo elevador estranho... Haaaa quem esbarrou em min... Aiii meu braço a minha visão está turvaaa, aí minha cabeça não consigo ficar acordada droga...”

2º CAPÍTULO - QUE LUGAR É ESSE?

Yuri como sempre perdida em seus pensamentos corre pelas escadas sem olhar por onde está passando, esbarra em alguém se desequilibrado rolando escada abaixo, ao bater a cabeça desmaia indefesa.

— Mestre...Mestre acorda...Mestre oiii... AiAi será que ela vai ficar bem....

“Que voz doce éessa...que cheiro de folhas e chuva de outono... Mestre quem é Mestre...há que fofinho aqui...Espera eu estou a caminho da sala 5...Ai, ai meus olhos ardem... minha cabeça à é eu bati quando cai....Q..Que lugar é esse? Que lindo...” Yuri acorda em um lugar completamente diferente chocada com a paisagem a sua volta.

 — Mestre como está, consegue me ouvir... Ela parece bem. Fala em tom preocupado uma criaturinha pequena e brilhante.

— Háaaa o que é você é?? Minha nossa eu morri...esse é o caminho do céu como no parque cheio de folhas há que cores lindas e vivas... e essa chuvinha como uma delicada brisa de outono.... Yuri grita assustada, depois olha em volta se distraindo com a beleza e os cheiros diferentes a sua volta.

“Acho que a queda danificou a cabeça dela, espera minhas coordenadas... estamos no lugar errado, e agora?” Sussurra a criaturinha flutuando de um lado a outro.

— Mestre você não está morta... fala a criaturinha em tom calmo.

“Eu consigo ouvi-lo como assim a minha cabeça está danificada e que coordenadas são essas, espera esse cristal está me chamando de Mestre porquê?” Yuri observa a tensão da criaturinha sussurrando sem parar, ficando aliviada com a informação de não estar morta.

—  Se não estou morto, como vim parar em um lugar lindo desses... e você o que é? Um cristal que fala, que estranho seria mais fofinho com olhinhos é estranho uma pedra que brilha falando. Yuri fala com a criaturinha de uma forma mais casual se acalmado, voltando a observar a paisagem a sua volta. “E esse lugar é muito lindo, olha essas árvores são esplêndidas, a estação aqui com certeza está no outono a brisa úmida com folhas espalhadas por toda parte lindo...lindo”

— Esse olhinho está bom Mestre? A criaturinha interrompe os pensamentos da jovem mostrando o olhinho adicionado a sua forma de cristal.

(risos) — Que fofo... Pare de me chamar de mestre me chame pelo nome. Yuri ri achando fofo, percebendo em seguida que a criaturinha ficou confusa flutuando meio apavorada.

— Sou uma estrela guia, qual dos nomes devo lhe chamar mestre Hana ou Yuri? “Ela parece calma e encantada com a vista a pouco, mas essa cara aprovada é porquê? Como posso dizer que aqui não é o céu e sim uma provação dos pares...por onde começo...”

“Será que essa estrela guia sabe que consigo escuta-la, ok fique calma e sorria como essa estrela sabe que tenho dois nomes.... não é o céu, mas uma provação dos pares o que é isso? Ok respira precisamos resolver a questão do nome” Yuri sente o coração acelerar, encarando a estrela com olhar confuso e apavorado.

 — Ok estrela guia que legal...Meu nome é Yuri e eu sou um homem não me chame de mestre nem de Hana entendeu? Estrela vou te chamar de Mizuki adoro esse nome! Yuri fala em tom firme observando a estrela com olhinho fofo se balançar para lá e para cá a sua volta.

“Que sonho maluco devo estar desmaiado ou coisa parecida, preciso acordar e se descobrirem meu segredo. Essa mata fechada parece com um vale o barulho da água é relaxante, não sei porque é muito lindo essas cores de marrom, verde musgo, laranja, amarelo e vermelho muito belo e intenso, quero ficar deitada aqui por um tempo.” Yuri se perde em pensamentos de novo observando a sua volta, acreditando estar em um sonho.

— Mizuki ok, pode me chamar como quiser... a estrela responde em tom amigável observando a jovem que se deita no chão apreciando o clima.

“Ela não quer usar seu nome verdadeiro e quer ser tratada como homem. Eu sei de tudo mais aqui ela não precisa ser outra pessoa, contudo ok mudar configurações de fala:  o que ela está fazendo, hum!! Anjinho nas folhas a Leide Hana é muito fofa...Mizuki confusa muda suas configurações para atender o pedido de sua Leide... De repente as duas se assustam...

 — Que som arrepiante é esse?”

— Mizuki você ouviu isso parece um rosnado de um urso feroz...está perto. Yuri fala em tom apavorado olhando para todos os lados.

— Yuri se esconda entre as folhas, camufle seu cheiro com elas agora..... Mizuki grita em tom apavorado avistando o urso vindo em direção a sua Leide.

“Está bem...aí meu pulso está queimando...que droga isso virou um pesadelo, acorda logo” Yuri se esconde rapidamente cobrindo seu corpo com as folhas, ficando apavorada com o barulho se aproximando, tentando controlar a respiração ofegante, confusa se realmente é um sonho...

—Yuri coloque a mão na boca e no nariz de vagar... Sussurra Mizuki grudada a roupa de Yuri com seu brilho apagado.

“Está andando próximo...que medoo...e parece ser enorme...meu pulso esta ardendo o que está  acontecendo aqui… porque parece tão real...Haaa minha perna a pata me arranhou que dor, respira que droga está acontecendo aqui? Aii....” A jovem se pergunta se realmente é um sonho ao sentir a dor estridente vindo de sua perna.

—Yuri fique calmo o urso enorme já está saindo parece que algo o espantou, fique calmo! Mizuki tenta acalmar a jovem que chora com muita dor agora.

“Preciso tira-la daqui imediatamente...preciso pedir ajuda, mas que droga não era para ela parar aqui o que deu errado? Era para estarmos no inverno....” Sussurra a estrela flutuando para lá e para cá apavorada.

“O que o Mizuki está sussurrando, não consigo entender nada como posso sentir muita dor assim num sonho?” Sussurra a jovem se levantando e olhando o corte próximo ao joelho.

— Há não minha calça nova rasgou, aí está sangrando pare quieto Mizuki está me deixando tonto flutuando de um lado para o outro. A jovem fala em tom nervoso. “Mizuki parece preocupada como se tivesse cometido um erro, o que faço agora?” A jovem sente seu corpo estremecer, o medo toma conta ao perceber que realmente não é um sonho e ela sangra com dor.

— Vamos ali até aquela árvore... Mizuki aponta para uma árvore próxima, falando em tom calmo.

A jovem se levanta com dificuldade mancando até a árvore...“ ai que dor imagina se esse animal pisasse na minha perna teria quebrado facilmente, que tipo de lugar é esse com um animal tão grande a solta assim, há que bom me sentar, vou recostar a cabeça um pouco... há essa árvore parece me abraçar com suas grandes raízes para fora da terra a sua cor é linda suas folhas todas de um amarelo vivo prestes a cair como uma brisa leve de outono, que sensação gostosa de sono, será que posso dormir no meu próprio sonho.”

Mizuki se apavora ao perceber que a jovem adormece...ouvindo barulhos de alguém se aproximando em passos firmes...chama por Yuri sem conseguir acorda-la, Mizuki espia quem se aproxima...é um homem alto, braços fortes, ombros largos, cabelos vermelhos, olhos verdes como esmeralda contrastando com o rosto triangular o maxilar travado destaca uma boca fina rosada,  as vestes de um caçador de tempos antigos....

Enquanto isso no Palácio de Inverno:

Gritos são ouvidos do quarto do mestre Fuyuki, levando um criado e os guardas entrarem às pressas.

— Mestre Fuyuki o que aconteceu? Pergunta um de seus guardas apavorado ao observar o sangue escorrendo.

— Minha perna. Fuyuki responde em tom ríspido.

— Está sangrando, vou chamar o curandeiro imediatamente. O criado fala em tom apavorado ao se aproximar da cama de seu mestre.

— Não há nada aqui o que houve mestre Fuyuki? Fala em tom ansioso um dos guardas ao vasculhar o quarto.

— Como vou saber acordei com a dor estridente na minha perna. Responde Fuyuki em tom ríspido.

"Meu pulso também está ardendo, mas que diabos está acontecendo aqui." Sussurra o mestre Fuyuki sem entender o que está acontecendo.

De volta a mata o homem se aproxima de Yuri e Mizuki.

— O que fazem nessa mata? Questiona o homem em tom calmo, pendurando o arco as costas.

— Perdão Mestre Aki-Hidek, me enganei com as coordenadas trazendo meu mestre para cá. Mizuki responde em tom apavorado, percebendo se tratar do mestre do outono, Mizuki se posiciona entre Yuri e o homem.

— Essa floresta é muito perigosa, como você pode cometer um erro desses com um dos pares...para onde são as coordenadas? O homem range os dentes cruzando os braços, falando em tom ameaçador.

— Para o inverno, mestre Aki-Hidek. Mizuki responde em tom trêmulo, se arrependendo de criar olhos em sua forma agora.

O homem descruza os braços rapidamente se aproximando de Yuri com olhar furioso.

— Pedra idiota não sabe que isso é extremamente importante...Ele está ferido...Por isso senti uma vibração forte vindo dessa área...Não posso acreditar que isso esteja acontecendo! O homem fala em tom bravo observando uma tatuagem de folha no pulso direito de Yuri.

— Me desculpa não sei o que realmente, aconteceu. Mizuki responde em tom choroso observando o homem rasgar um pedaço de suas vestes e amarrar no ferimento e Yuri.

— Vamos até minha morada, precisamos cuidar desse ferimento. Que estação estava o par no momento da viagem? Pergunta o homem segurando Yuri inconsciente nos braços.

— Está na metade do outono mestre. Mizuki responde em tom mais calmo se agarrando a roupa de Yuri.

— Então foi isso...vocês foram arrastados até a estação correspondente ao do local que o par perdeu a consciência... Responde o homem em tom curioso.

— No entanto o que houve com esse par? A chegada dos pares é só daqui a dois dias... Continua o homem em passos largos serrando os olhos.

Mizuki permanece em silêncio observando tudo em volta, muito preocupada com seu erro pois precisa levar Yuri ao inverno o mais rápido possível. Mizuki se sente mal por ser uma péssima estrela guia, não conseguindo fazer muito por Yuri agora.

3º CAPÍTULO - ESTÁVAMOS A SUA ESPERA!

Um tempo depois de uma longa caminhada, chegam a moradia que o homem mencionou...Mizuki observa tudo encantada já que no inverno é tudo branco e frio, ficando surpresa com as cores lindas e vibrantes da moradia que se trata de um enorme palácio tradicional chinês, para chegar passam por um portal vermelho com pedras grandes em volta abrindo o caminho para um corredor lindo com árvores enormes em tom laranja e vermelho formando um tapete com folhas que parecem descansar gentilmente sobre o chão sem perder a cor vibrante...os criados bem vestidos em vestes tradicionais chinesas bem coloridas, parecendo seres humanos normais como Yuri, prostrados entre o corredor e a porta de entrada cumprimentam seu mestre com olhares curiosos.

— Chamem a curandeira, aguardo no quarto reservado ao par... Fala o homem em tom firme caminhando em passos apressados cortando sala com chão espelhado de uma madeira escura as paredes todas em tons mais bege com colunas variando entre vários tons de marrom, entrando em um corredor com colunas em tom de vermelho com lindas lanternas laranjas penduradas por toda a extensão do mesmo, as portas dos quartos estão posicionadas de frente para o corredor que faz divisa com um imenso lago no meio, contornado toda a extensão do palácio envolto em enormes árvores de outono majestosas em tons variados de amarelo, laranja e marrom.

O homem entra em um dos quartos colocando gentilmente Yuri na cama tradicional chinesa da época dos imperadores com cortinas leves em tom branco e laranja, a janela redonda ao lado da cama se pode apreciar um jardim belíssimo de outono.

— Irei me retirar a curandeira já deve estar a caminho, vou solicitar que as criadas tragam roupas limpas para o par se banhar. O homem fala em tom calmo se retirando do quarto.

Mizuki flutua pelo quarto, tendo a sensação de já ter estado em um lugar parecido com esse....

— Mizuki...precisamos fugir daqui... Yuri sussurra se sentado na cama.

— Calma Yuri o Mestre do outono, irá nós amparar. Mizuki responde em tom calmo.

— Você tem certeza... aquela raposa enorme no portal é assustadora...Yuri fala em tom rouco levando as mãos ao rosto.

— Que raposa não vi nada, Yuri você estava acordado? Pergunta em tom curioso se aproximando da jovem apavorada.

— Acordei quando aquele homem pegou no meu pulso, fingi dormir porque fiquei com medo, mas espiei o caminho todo sem ele perceber...tinha uma raposa laranja enorme no portar vermelho...onde já vi uma parecida? A jovem responde em tom confuso receosa.

— Com licença podemos entrar, jovem mestre. Uma voz suave e gentil fala do lado de fora do quarto.

— Sim entrem por favor. Mizuki responde em tom calmo.

 Yuri se deita novamente, encarando o belo teto de madeira polida em tom escuro com luminárias em tom laranja penduradas suavemente nas colunas.

— Olá jovem mestre sou a curandeira desse palácio irei atende-lo da melhor forma...por favor me avise se sentir dor... posso começar. A mulher de meia idade se aproxima da cama e fala gentilmente com Yuri que se sente aliviada por se tratar de uma mulher a vir atende-la.

Yuri assente com a cabeça com um leve sorriso no canto da boca, virando a cabeça para o lado da janela fica chocada com a visão linda do jardim com árvores lindas de tom amarelo, vermelho e laranja formando um tapete que lembra muito o do parque que a jovem costuma passear, lágrimas escorrem pelo seu rosto pálido ao admirar tamanha beleza, os animais parecidos com Bambi, coelhos com vários tons de marrons deixam a paisagem ainda

 mais linda.

— Yuri o que foi está doendo muito? Mizuki flutua falando aprovada ao ver que a jovem chorar.

— Não está doendo, só fiquei emocionada com a paisagem lá fora os animais são muito fofos e o tapete de folhas me lembra o parque próximo a minha casa. A jovem responde em tom melancólico voltando o olhar para o teto, percebendo que as mulheres no quarto olham para fora e depois para o jovem deitado.

— Yuri acho que você está com febre não tem animal nenhum ali...Mizuki fala em tom nervoso voltando do jardim.

— Sem febre, sem ferimento está perfeitamente bem. A senhora fala em tom surpreso dando um passo para traz.

Yuri se senta rapidamente na cama e olha para sua perna sem sinal nenhum do ferimento... Yuri passa a mão sobre a perna puxado a calça até a coxa... — Mas eu me feri veja o sangue e o rasgo na minha calça...os animais estão ali olhem lindos e perfeitos. A jovem fala em tom engasgado pensando estar louca agora.

— Com licença posso verificar uma coisa no seu corpo. A mulher pergunta em tom suave com a cabeça abaixada e mãos inquietas.

 — No meu corpo, mas em que partes do corpo? Yuri sussurra preocupada em ser descoberta agora.

— Pulsos, nuca e peito. A mulher responde em tom calmo.

Yuri verifica os pulsos achando marcas que se assemelham com tatuagens coloridas de uma flor de cerejeira e uma folha de outono uma em cada pulso. A mulher olha para Yuri com olhar marejado, Yuri faz sinal para mulher verificar sua nuca... a mulher se aproxima gentilmente dobrando a gola do blazer e da camisa levando as mãos a boca em choque.

— É o desenho de um Sol Yuri, Mizuki responde em tom curioso.

— Ok falta o peito eu verifico. A jovem se levanta se direcionando ao canto do quarto abre os botões da camisa puxando a camiseta branca por baixo enfiando a mão afasta a faixa que aperta seus seios. — Há tem uma tatuagem de floco de neve que fofo...mas quando essas tatuagens... apa..recerão. Yuri engole em seco ao se virar e ver as mulheres ajoelhas com o rosto no chão chorando… sussurrando estamos... libertas estamos libertas....

— O que foi se levantem...porque vocês estão chorando... isso é tudo tão confuso...Mizuki o que está acontecendo me explique. A jovem suplica se sentando na cama com as pernas trêmulas.

— Eu também não sei meu sistema não permite acesso a esses sinais...mas que droga. Mizuki responde em tom chateado se fixando no travesseiro.

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