"Nem todo mundo que diz ser teu amigo é realmente AMIGO. E nem todo mundo que você pensa que é seu inimigo é realmente INIMIGO." (J.Dhany)
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Lavinia conheceu sua colega de apartamento chamada Bruna, duas semanas após sair do orfanato. Bruna salvou Lavinia de ser enganada por sua chefe. Lavinia não sabia quanto as garçonetes recebiam, ela recebia menos que as outras garotas.
Após a discussão, Bruna e Lavinia foram mandadas embora, desde então, as duas fazem bicos (os chamados trabalhos temporários).
Lavinia estava em casa quando Bruna chegou com uma notícia.
— Consegui uma boa pra nós. -disse Bruna jogando a bolsa no sofá.
— Que boa?
— Vamos servir bebidas em uma festa chique. P Bernardo nos colocou nesta festa. Demais né!
Bernardo é o namorado de Bruna, ele que arranja a maioria dos bicos que elas fazem, Bruna confia cegamente nele e faz tudo o que Bernardo manda.
Lavinia não gosta de Bernardo, quando ele está por perto ela evita ficar no mesmo ambiente, todas as vezes que ele vem visitar Bruna, Lavinia se tranca no quarto usando a desculpa que o casal precisa de privacidade.
Bruna cega não nota os olhares que Bernardo lança para Lavinia.
— Bernardo disse que festa é? Casamento? Aniversário?
— E isso importa? Dinheiro e dinheiro Lavinia e estamos ficando com muito pouco.
Lavinia e Bruna estavam morando juntas a mais ou menos quatro meses.
— Ok eu vou... -Fala Lavinia a contra gosto.
Bruna abraçou a amiga.
As duas ficaram conversando sobre as suas expectativas para a festa.
O relógio marca meia-noite, Bernardo chegou de surpresa a casa delas. Lavinia já estava no quarto.
— E sua amiga? -pergunta ele olhando para o corredor.
— Já está dormindo. Ótimo né? assim podemos namorar a vontade.
Ela se joga no pescoço dele lançando beijos por todo o rosto de Bernardo.
— Antes de irmos para a cama preciso te contar uma coisa. -fala Bernardo.
— Fale.
— Essa festa é muito importante, terá gente de alto nível bebê, e eles esperam serem servidos da melhor forma. Sua amiga topou ir?
— Sim ela vai.
— Escute com atenção. Preciso que Lavinia sirva na sala verde com muita disposição... ela tem essa carinha de anjo e eles vão amar tê-la como acompanhante.
Bruna desgruda dele.
— Você tinha prometido parar de me vender a esses homens ricos e agora quer vender a Lavinia também? Ela é pura Bernardo.
Ele segura o rosto de Bruna.
— Ela não vai saber que está sendo servida de bandeja aos poderosos. É só botar alguma coisa na bebida dela que a garota vai ficar fora de órbita, maluquinha pra trepar com os homens.
— Não posso fazer isso com ela. seria crueldade demais.
— Amor, depois ela toma um banho e vai estar novinha em folha. Você sabe como isso acontece... ela vai se acostumar, tanto que tenho certeza que vai pedir mais serviços como esse. E ai? vai fazer? Por mim? -Diz ele beijando a boca dela.
Bruna suspira e depois abraça o namorado.
— Vou fazer isso.
— Ótimo bebê. Você é a melhor.
Bernardo pega ela no colo e os dois vão para o quarto.
No dia da festa, Lavinia acordou cedinho e limpou a casa. Queria deixar tudo organizado antes de sair.
Bernardo chegou uma hora antes para pegá-las e trouxe os uniformes. No quarto se trocando estava Bruna e Lavinia.
— Eu não entendo... por que as roupas tem ser tão apertadas. -fala com inocência Lavinia.
— Esses ricos gostam de nos ver embaladas a vácuo. Só vamos fazer o nosso trabalho e pronto.
— Ainda bem que vamos só servir bebidas atrás do balcão. Eu não ia conseguir andar pelo salão com isso. -diz Lavinia ao ver a roupa colada no seu corpo. — Não parece eu, estou me sentindo estranha.
— Não exagera Lavinia. Vamos logo que Bernardo está nos esperando para nos levar.
Lavinia sente uma sensação de medo e insegurança, mas decidi ir com Bernardo e Bruna.
Ao ver as meninas Bernardo assovia, beija sua namorada e depois passa os olhos pelo corpo de Lavinia.
— Estão Belíssimas damas.
— Meu amor sempre galanteador.
Bruna estava imersa em sua fantasia romântica, enquanto Lavinia se sentia mal por estar vestida daquele jeito e ainda tendo que encarar os olhares maliciosos de Bernardo sobre ela. Lavinia sentiu uma imensa vontade de sair correndo.
— Vamos garotas. -diz ele.
— Vamos. -fala Bruna.
Lavinia entrou no carro.
Durante o trajeto, Lavinia lembrou de sua infância na casa com sua mãe até os seus doze anos, ela amava sua mãe, mas infelizmente a mulher casou com um homem que aparentava ser o melhor padrasto, que depois se revelou ser um canalha. A gota d'água foi quando ele bateu na mãe dela e depois tentou espancar Lavinia, os vizinhos chamaram a polícia.
A mãe de Lavinia se recuperou, mas amava tanto o homem que continuou com ele e não prestou queixa. O homem nunca quis a Lavinia, então fez a mãe dela escolher entre a criança ou ele.
Tadinha da menina, no dia seguinte foi deixada sozinha na casa, a mãe e o marido sumiram no mundo. Lavinia foi abandonada em casa e os vizinhos chamaram a assistência social que levou a menina embora direto para o orfanato.
— Lavinia? Não esta me ouvindo?
Lavinia volta ao tempo presente meia desorientada, ela não tinha escutado Bruna falando.
— Desculpe estava distraída.
Lavinia olhou para os lados e viu que o carro já estava no estacionamento. Bernardo já tinha saído do carro e conversando com um dos seguranças.
Ele faz sinal para elas.
— Vamos.
Bernardo ficou do lado de fora enquanto as meninas entraram seguindo o segurança.
— Vocês vão trabalhar aqui. -fala o segurança.
O ambiente estava meio escuro, com uma iluminação avermelhada com azul. Lavinia enruga a testa.
— Eu não gostei desse lugar Bruna.
— Relaxa Lavinia. Vamos beber alguma coisa antes de começar.
Já tinha algumas meninas trabalhando, servindo aos convidados. De repente alguém segura no braço de Lavinia.
— Você pode ficar aqui. -diz ele para Bruna. — Você pode vir comigo para a outra sala.
Bruna vira as costas, Lavinia fica em pânico.
Ele leva Lavinia para a sala vip.
Deixa ela sozinha no local a porta foi trancada. Ela tenta abrir a porta para sair. dali.
— Não vai abrir sem o meu comando.
A voz grossa assusta Lavinia. Ela não via ninguém ali, parte da sala estava escura.
— Tem alguém aqui? Se tiver quero dizer que estou aqui por engano... foi um erro.
Lavinia olhou e não conseguia ver ninguém até que a voz falou novamente.
— Isso é algum jogo? Agora vocês costumam fazer joguinhos antes da festa.
— Festa? Eu quero é sair daqui moço. Eu sabia que não deveria ter dado ideia a Bernardo ele nos enganou.
Lavinia bufa.
Lorenzo levantou da poltrona, andou até ela.
Assim que ele saiu das sombras, Lavinia se sentiu mais intimidada.
— Qual o seu nome? O verdadeiro.
— E tem falso?
— As meninas como você costumam usar um outro nome de trabalho.
— Meninas como eu? O que está pensando que eu sou?
Ele analisa minuciosamente Lavinia.
— Uma acompanhante?
Lavinia ficou indignada.
— Eu não sou acompanhante... eu vim aqui servir bebidas e de repente descobri que estão oferecendo outros tipos de serviços. Eu não sou esse tipo de pessoa, tenho caráter. E exijo que me deixe ir agora.
Diz Lavinia cruzando os braços.
Lorenzo abre um sorriso malicioso, nenhuma mulher tinha despertado sua atenção até então. Ele não queria demonstrar, mas estava satisfeito o tal erro que ela falou.
— Não vai a lugar nenhum.
— Eu sou uma pessoa e tenho o direito de ir e vir.
— Bela
Ele tenta acariciar o rosto dela, mas Lavinia recua.
— Não sou bela, sou Lavinia e quero sair daqui agora ou eu vou...
De repente ouviu-se barulhos de tiros, a grande janela de vidro foi quebrada com o impacto do que parecia ser uma bomba sendo lançada.
Lorenzo se joga contra o corpo de Lavinia, protegendo a garota dos estilhaços. Um intenso tiroteio começou, homens sendo atingidos e outros a revidar o ataque.
Lorenzo pegou sua arma atrás do corpo, olhou para a mulher embaixo de si. Lavinia tinha perdido os sentidos.
Lorenzo levantou do chão e pegou Lavinia desmaiada no colo. Seguiu para a saída mais segura.
Um de seus homens veio escoltar sua saída, o reforço estava chegando, mais homens de Lorenzo. O helicóptero dele foi ligado, em meio a um intenso tiroteio, Lorenzo levou Lavinia com ele até a aeronave.
— Vamos embora.
Diz ele ao piloto.
O helicóptero levanta voo, Lorenzo olha para baixo e vê a bagunça que os seus inimigos fizeram.
— Eles vão pagar por isso.
Diz ele olhando para a batalha que acontecia lá embaixo, depois olhou para a mulher ao seu lado. Sorri ao tirar o cabelo do rosto dela.
— Bela Lavinia.
O helicóptero foi embora levando os dois.
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"Nem todo mundo que diz ser teu amigo é realmente AMIGO. E nem todo mundo que você pensa que é seu inimigo é realmente INIMIGO." (J.Dhany)
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Lavinia acordou assustada. Primeiro pensou estar ainda sonhando, no sonho tinha armas e ela era levada por um homem estranho que pensava que ela era prostituta.
Ela senta na cama e nota que tudo ali parece real. Não poderia ser um sonho o frio que sentia nos pés ao tocar o chão, ela cambaleante vai até a porta aberta e fica impressionada com o enorme banheiro.
— Será que morri?
Lavinia vai até a pia do banheiro. Lava o rosto na água gelada.
— Isso não é um sonho! Eu realmente estou neste lugar estranho.
Ela escuta o barulho da porta do quarto, Lavinia corre para se esconder e fica escondida atrás da porta do banheiro.
Lorenzo entra e fica do lado da porta, ri ao ver a garota encolhida através do reflexo do espelho.
Lavinia estava de lado, com os olhos fechados parecendo cansada.
— Pode sair Lavinia, não vou te machucar.
Ela não se mexeu.
— Quando decidir sair de trás da porta, estarei esperando aqui no seu quarto.
Lorenzo vai em direção a cama e senta, esperando que Lavinia decida sair sozinha do banheiro.
Ela respira fundo e sai.
— A onde estão minhas sandálias?
Pergunta ela meia receosa, Lavinia ainda mantinha uma certa distância entre eles.
— Não vai mais precisar daqueles pares de lixo. Venha aqui Lavinia.
O coração dela disparou, decida a mostrar ser forte, Lavinia andou cobfiante até a poltrona e sentou nela. Infelizmente o vestido curto deixou parte das suas coxas amostra, ela tenta puxar o tecido pra baixo, mas acabou rasgando.
— Que droga! -diz ela tentando consertar o estrago.
Lavinia se surpreende ao ver o homem parado a sua frente com um roupão de banho na mão, estendido para ela.
— Use por enquanto. Novas roupas devem chegar em breve.
Lavinia balançou a cabeça, e pega o roupão que ele oferecia, o tecido era macio e fez Lavinia fechar os olhos admirando a peça fina. Era como estar sendo abraçada por um urso fofinho. O roupão era enorme e cobriu Lavinia até o meio das pernas, seu braços foram totalmente cobertos. Ela se sentia nas nuvens.
Quem olhava com atenção era Lorenzo, a garota parecia tão inocente e ingênua. Um pequeno sorriso se formou no rosto dela ao alisar o roupão. Parecia estar admirada com um simples roupão de banho.
— Nunca tinha visto um roupão com fios de algodão egípcios. -diz ele olhando no rosto dela.
Lavinia se assusta, por alguns segundos ela esqueceu de onde estava e com quem estava.
— Onde estou? -pergunta ela aguentando os cabelos e sentando novamente na poltrona.
— Está segura agora.
— E os tiros a minha amiga Bruna também está segura?
Lorenzo agacha perto dela, olha dentro dos olhos de Lavinia.
— Sua suposta amiga saiu ilesa com o cafetao dela, que pensei que era o seu também.
— Que história maluca é essa de cafetao! Bruna é trabalhadora igual a mim. Nunca iria se envolver com...
— Você está enganada bela, eles te enganaram. Meu braço direito puxou toda a ficha dela, e sua também.
Lorenzo se afasta.
— A minha? Pra que? Eu quero ir embora. Quero ir pra casa.
— Já está em sua casa Lavinia.
Lavinia se levanta alarmada.
— Não, aqui não é minha casa.
Lorenzo fica muito perto dela, Lavinia tenta recuar mas suas pernas batem na poltrona fazendo-a cair sentada. Encurralada, Lorenzo põe as duas mãos uma em cada lado do braço da poltrona, olha fixamente dentro dos olhos de Lavinia.
— Você mora aqui agora. Escute com atenção Lavinia, não aceito sua rejeição... nós vamos fazer o seguinte, você terá um tempo para aproveitar sua temporária liberdade, porque dentro de duas semanas vamos nos casar.
Lavinia quase teve um enfarte ao ouvir a palavra casamento.
— Ficou doido? Eu sou muito jovem para casar.
— Eu não estou doido. Agora você é minha protegida e em breve será minha esposa.
— Eu... não...
— Eu não sei lidar muito bem com rejeição Lavinia. E a propósito, a sua ex-amiga Bruna e o namorado dela, irão pagar por terem tentado te vender a força. Eu não costumo deixar meus inimigos em pune.
Lavinia fica chocada com as revelações de Lorenzo.
— Eu posso saber o que pretende fazer? — perguntaa ela engolindo a seco.
Lorenzo beija a testa de Lavinia e se afasta.
— Não precisa saber muito minha querida, so que eles nunca mais vão machucar ninguém. Suas roupas vão chegar em breve. Quero que esteja bem quando for jantar comigo.
— Mas senhor...
— Lorenzo, me chame de Lorenzo.
Lavinia olhou o homem e muito tranquila levantou da poltrona para falar com ele racionalmente.
— Eu acho que não está pensando direito Lorenzo. Eu não posso me casar com você, nós somos incompatíveis e eu não o amo.
Lorenzo alisa a bochecha dela.
— Vai amar minha bela.
Ele saiu do quarto em seguida.
Lavinia ficou ali parada olhando para a porta fechada sem acreditar que aquele homem estava com a ideia fixa de casar com ela.
Minutos depois duas empregadas entram no quarto, com várias sacolas nas mãos, Lavinia fica olhando elas indo e voltando com mais sacolas, arrumam tudo dentro do closet.
— Esta tudo devidamente arrumado senhora. — uma delas, fala.
— Pode me chamar de Lavinia.
As duas mulheres se entre olham.
— Prefiro obedecer ao patrão e chamá-la de senhora. Se precisar de mais alguma coisa é só apertar esse botão que uma de nós vira correndo lhe atender.
Ela mostra o botão verde perto da cabeceira da cama. Lavinia sorri.
— Obrigado as duas.
— Não quer nada para comer antes do almoço? a senhora deve estar com fome, ontem chegou aqui desmaiada e ficamos monitorando se iria acordar para comer. -fala a funcionária.
— Eu estou bem.
— O almoço será servido em uma hora. Com licença senhora.
As duas fazem uma leve reverência com a cabeça a saem do quarto. Lavinia fica sem saber o que fazer para fugir do lugar estranho.
"Se o que Lorenzo falou for verdade, eu não tenho para onde ir. Não posso voltar a casa de Bruna, sabendo que ela e seu namorado me enganaram. Tenho que arrumar um jeito de ir embora daqui e depois fugir para longe."
Lavinia entrou no closet pegou a roupa que iria vestir. Foi ao banheiro tomar um banho.
No escritório da casa, estava Lorenzo em reunião com os seus seguranças, de repente entrou Diego seu amigo e parceiro de negócios.
— Eu soube do ataque e voltei correndo da viagem. Como está Lorenzo?
— Com raiva! Querendo matar alguém... sabe que nunca tinham chegado tão perto de me matar. Perdi doze homens, mas os deles fora. trinta de ralo. Quase que mataram a mim e minha mulher.
Diego arregalou os olhos.
— Como assim sua mulher? Resolveu aceitar a proposta do seu avô e casar com Úrsula? A levou naquele lugar vergonhoso? O pai dela vai te...
— Pare de falar besteiras... não vou me casar com Úrsula. E sim com outra mulher.
— Ah! Quem é ela?
— Vai descobrir no almoço. Fica para comer?
— Mas é claro que sim. Não posso perder a oportunidade de conhecer a mulher que fez você aceitar a ideia de um casamento forçado.
— Eu até pensei que seria forçado para mim, mas a garota me despertou o interesse... só tenho que conquistá-la.
— Para você não será um desafio tão grande, metade das mulheres da cidade te querem e a outra metade você já dormiu com elas e te querem também.
Os dois caem na gargalhada.
— Lavinia e diferente.
— Pra mim todas são iguais... o que sua noiva fazia lá no clube?
— Foi levada enganados por dois idiotas, quero que cuide disso para mim. Eles não podem sair ilesos depois de quase terem prejudicado Lavinia.
— Vou cuidar disso.
— Como estão os negócios em Socovia? -pergunta Lorenzo.
Diego começou a explicar como andava a fábrica de mineração na Rússia.
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Lavinia ficou a esperar se alguém iria chamá-la para comer. Sentou na poltrona que fica de frente para a janela, aguardando por alguém.
Ela encostou a cabeça no encosto e ficou admirando a vista, nada parecia fora do normal ali, ela lentamente fechou os olhos, vencida pelo cansaço.
No sonho Lavinia sentiu uma mão acariciando o seu rosto, acreditando ser uma sensação passageira ela quis sentir mais e resmungou algo como "não para" e então sentiu a mão novamente alisando o seu rosto. Ela sorri.
Minutos depois sentiu alguém beijando-a, levemente Lavinia se inclina pra frente retribuindo o beijo e depois riu. Ao sentir novamente os lábios, agora mais intensos, ela abre os olhos, assustada e vê que tudo é real.
Empurrou Lorenzo e bruscamente levanta da poltrona.
— Quem te deu o direito de beijar-me?
Lorenzo ri. Lavinia fica furiosa.
— Eu não deixei que me beijasse... Não faça mais isso.
— Eu não tenho que pedir permissão Lavinia, você é minha.
Ela enruga a testa.
— Eu não sou nada. O senhor colocou essa ideia absurda na cabeça, mas eu não sou obrigada a concordar com as suas loucuras. Tenho uma vida, e prezo muito por minha liberdade.
Lavinia cruza os braços indignada.
Lorenzo não se deixa intimidar, gosta do gênio Lavinia, demonstrando que fez a escolha certa ao colocar seus olhos na garota.
— Esta tão bonita neste vestido.
— O quê?
Ela fica desconcertada diante da mudança de assunto dele. Lavinia olhou para Lorenzo e disse:
— Eu não sei o que pretende, mas quero deixar claro que não o amo. Não quero casar-me.
Lorenzo se aproxima dela.
— Não tem para onde fugir, sua vida fora daqui é vazia, não tem ninguém te esperando. Quem você pensou que deveria cuidar e zelar por você, te abandonou para fugir com o seu padrasto. E sua melhor amiga te vendeu para conseguir mais dinheiro para o namorado vagabundo. Saindo daqui para onde iria Lavinia? Não tem casa, não tem ninguém.
Lavinia ficou triste, realmente ela não tinha para onde fugir, nem um refúgio. Ela sentou na cama com a cabeça baixa.
Lorenzo levantou o queixo dela
— Levante a cabeça minha querida sua sorte mudou. Eu posso dar-te tudo o que muitos na sua vida só irão imaginar. Não fique triste, aceite-me como o seu amigo, companheiro e marido. Nunca vou deixar ninguém pisar em você Lavinia. Aceite que agora não está por baixo e sim por cima.
— Eu não consigo ver desta maneira Lorenzo.
Ele beija a testa dela.
— Mas vai ver bela, vai ver.
Ele segura a mão de Lavinia.
— Agora vamos comer.
Lavinia o seguiu até a sala onde o almoço seria servido. Assim que chegaram, ela viu que já tinha um homem sentado que levantou rápido ao vê-los entrando. Lorenzo fala ao homem.
— Diego, essa bela moça é a Lavinia minha noiva.
O rapaz estende a mão para ela.
— Prazer em te conhecer Lavinia e meus parabéns pelo futuro casamento, você foi a única que conseguiu domar essa fera.
Lorenzo resmunga e Diego ri. Lavinia fica sem jeito.
— Vamos comer que de boca cheia você fala menos asneiras. -diz Lorenzo.
Lorenzo puxa a cadeira para que Lavinia se sente. Ela amou esse gesto de cavalheirismo dele, era uma forma de cuidado. Lorenzo queria conquistar sua futura esposa e usaria as duas semanas para isso.
Lavinia, por outro lado estava muito receosa, se aceitasse a loucura do casamento estaria se colocando nas mãos do desconhecido. Para ela ele é um completo desconhecido. Ele já sabia tudo dela, mas ela nada sabia dele.
A comida estava ótima, mas Lavinia não conseguia aproveitar, os dois homens começaram uma conversa sobre trabalho e Lavinia ficou ali na mesa mexendo distraída no purê de batata com o garfo.
Diego faz um sinal com a cabeça para Lorenzo, ele olha para Lavinia a sua esquerda.
— Não gostou da comida querida? Posso pedir para o cozinheiro fazer outra coisa que goste.
Lavinia olha para Lorenzo.
— Eu gosto de purê, só estou sem fome.
— Ah.
— Posso voltar para o meu quarto? Não estou-me sentindo bem.
Lorenzo suspira.
— Pode ir querida!
Ele faz um sinal para a empregada ir com Lavinia.
— Com licença. Bom apetite para vocês.
Fala Lavinia. Depois saiu.
Lorenzo joga o guardanapo longe, empurra o prato para frente sem terminar sua refeição.
Diego fica analisando a cena.
— Eu não sei mais o que fazer para Lavinia me aceitar.
— Meu amigo. Sua persistência me comove... a garota passou por situações difíceis e você foi uma delas. De um tempo para ela raciocinar, acalmar os ânimos, aceitar que agora sua realidade é esta. Ela acabou de chegar e você já quer que ela o trate como se o conhecesse a vida inteira.
Lorenzo estala os dedos. Ele acabara de ter uma ideia.
— Você é um gênio Diego.
— Eu sou? É eu sou mesmo.
— Lavinia sente medo de mim porque ainda não me conhece. Eu posso demonstrar-lhe que eu falo serio na questão que irei cuidar dela. E contar a ela sobre mim.
Diego ri.
— Nem tudo poderá ser dito né meu amigo russo.
— Claro que não! Ela pode saber algumas coisas relevantes sobre a minha vida. Não necessariamente tudo que envolve os meus negócios.
— Comece levando-a para jantar fora. Que tal em Paris? Leve ela para jantar na torre e ver a vista da cidade a noite. Conte sobre a sua infância, cachorro e o seu avô. A garota vai se sentir mais participante da sua vida. Mulheres adoram um homem que compartilha suas coisas.
— Eu vou fazer isso. E aquele assunto resolveu?
— Tudo resolvido. -fala Diego, depois ele espeta o garfo na carne e leva a boca.
No apartamento antigo de Lavinia.
Bernardo e Bruna estavam amarrados na cadeira. Três homens quebram tudo do apartamento, TV, rádio, celulares, mobília, eletrodomésticos da cozinha... nada passou desapercebido.
Bernardo levou a pior sendo espancado com um taco de golf, as suas pernas foram quebradas, eu rosto estava totalmente ensanguentado. Bruna teve os cabelos raspados, com suas sobrancelhas. Ela também recebeu alguns, tapas.
— Só vão ficar vivos porque o chefe foi claro em dizer que deveríamos apenas os castigar. Se fosse outra sentença estariam mortos. Isso é um aviso, se tentarem vender alguma jovem de novo, vão perder a cabeça.
O homem saiu e foi seguido pelos outros dois. Nenhum deles soltou o casal da cadeira, Bruna e Bernardo se quiserem atendimento médico, teriam que sair por conta própria.
NA MANSÃO.
Lavinia estava no quarto deitada, abraçada ao travesseiro.
— Eu tenho que fugir. E vou buscar por alguma maneira de conseguir isso.
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