...Olá pessoal, primeiramente gostaria de pedir desculpas por estar colocando uma história nova sem antes terminar a última. Como expliquei para algumas meninas que me mandaram mensagens, perdi meu celular e não estou conseguindo recuperar minha conta, pedi 40 capítulos prontos, e fiquei um tempo sem celular. Juntando isso ao trabalho, sumi completamente daqui, mas continuei tentando achar alguma forma de recuperar minha conta porque sinceramente não estava nos meus planos reescrever tudo....
...Enquanto tentava recuperar, acabei começando essa aqui e consegui finalizar, então vou soltar essa e depois reescrevo a "Para sempre sua" combinado?...
Espero que gostem.
..." Dentro de mim...
...Estou desaparecendo,...
...Desaparecendo....
...Fiz um juramento com o sangue da minha mão, não vou quebrá-lo. "...
...Natural - Imagine Dragons...
Às vezes a vida é uma estrada escura, e quando finalmente na esquina seguinte enxergamos a luz, corremos com todas as nossas forças e em apenas dez passos para chegar, aquela luz se apaga bruscamente, levando consigo nosso último fio de esperança.
Me encaro no espelho visualizando a grande bagunça que sou, meus cabelos castanhos dourados caem em meus seios, meus olhos azuis já não encantam mais porque logo abaixo há manchas escuras, castigo da noite acordada pensando que hoje minha mãe completaria 45 anos, completaria caso não tivesse sido assassinada a sangue frio enquanto me levava para a escola.
- Tá se arrumando porquê? - A voz do meu pai furioso me tira do transe, só aí reparo que ele está parado na porta, me viro para olhar seu rosto e também encontro manchas escuras abaixo dos olhos, como de quem não dorme há algum tempo.
- Para a escola pai.
- Você não vai! - Sua voz irrompe quarto a dentro.
- Já conversamos sobre isso, estou no último ano, faltam dois meses para terminar o colégio, eu preciso ir.
Ele passa asperamente a mão pelo cabelo castanho claro maior que o normal.
- Lohana, por favor faça o que estou mandando, hoje não é um bom dia. - Ele me encara como se estivesse realmente me implorando, bate a porta e sai.
Reviro os olhos e continuo me arrumando, minha blusa preta justa realça os meus seios grandes, a calça jeans rasgada no joelho me entra com facilidade depois dos quilos perdidos e coloco um cinto da Chanel para a manter no lugar.
Na hora em que ouço o carro do meu pai sair de casa em direção ao trabalho me sinto segura para ir para a garagem pegar meu carro, jogo a mochila no banco de trás e respiro fundo antes de ligar o motor. Lágrimas quentes descem pelo meu rosto, raiva, mágoa, saudade. Não deveria sair de casa, não por medo do meu pai, quero que ele vá para o inferno desde quando assumiu um relacionamento com sua secretária com quem traia minha mãe. Mas não deveria sair de casa por ser um dia ruim, um dia que me faz parar no tempo e não me concentrar em nada além dela, mas se eu ficar em casa vou enlouquecer, por isso, ligo o motor e acelero em direção a escola.
- Bom dia loh! - Cassie diz sorrindo calorosamente, seus cabelos longos e escuros estão em um rabo de cavalo no topo da cabeça e sua blusa exageradamente decotada deixa a mostra a marca do biquíni em sua pele morena.
- Sou sua melhor amiga e tenho o direito de dizer que está mais ousada que o normal hoje.
Cassie revira os olhos.
- Daqui vou para a casa do Lucien, preciso transar. E notando o seu humor, acredito que não sou a única, você precisa de um macho!
Minha vez de revirar os olhos, abri a boca para retrucar quando meu celular vibra no bolso da calça. 16 ligações perdidas do meu pai.
Voltei para casa e você não estava, Lohana venha para casa agora, não é seguro para você na escola e nem na rua, você está sendo seguida.
Logo depois outra.
Estou indo te buscar, não saia daí.
Meu coração acelerado enquanto a confusão toma conta do meu rosto. Seguida?
..."Me dê um dia ou dois para pensar em algo mais inteligente....
...Para escrever uma carta a mim mesma para me dizer o que fazer."...
...Happier Than Ever - Billie Eilish...
Meu corpo arrepia enquanto ando pelo corredor vazio da escola, dígito uma breve mensagem para meu pai dizendo que não precisa me buscar pois já estou voltando, não espero a resposta.
Por um lado o sentimento de medo e apreensão me deixa aliviada, me mostram que ainda sou capaz de sentir, tem anos que não sinto absolutamente nada. Vivo como uma morta que ainda respira, então sei que essa sensação de hoje é o meu ponto alto em meses, me lembrando de que ainda estou aqui, pelo menos uma parte de mim.
Quando ando pelo pátio em direção ao meu carro, sinto alguém me observando, minha respiração fica irregular enquanto olho em volta. Nada. Talvez seja só o medo me fazendo sentir coisas. Ando mais rápido e entro nele o mais rápido possível, não tem ninguém aqui fora, todos estão em suas aulas assim como eu deveria estar fazendo, se eu não tivesse que ter mentido sobre uma emergência familiar para poder sair logo no começo da aula.
Entro no carro ainda olhando por todo o pátio só para diminuir a adrenalina que corre nas minhas veias, eu juro que senti alguém me observando. Quando ligo o carro duas mãos cobrem minha boca e nariz com um pano úmido, bato nos braços que me envolvem no banco, ele estava escondido no banco de trás, o tempo todo. Sei que é um homem pelos músculos que me firmam no banco enquanto tento respirar o ar que passa queimando pela minha garganta, o sono iminente me leva para o escuro em apenas uns minutos, até que não vejo mais nada...
...
Minha mãe me chama da cozinha, suspiro fundo mas vou rápido até seu encontro. Ela está usando seu vestido verde florido longo até seus joelhos, o cabelo loiro quase branco cai em camadas pelo seu decote.
- O almoço está pronto querida. - Diz enquanto me lança um sorriso meigo.
- Mãe, a senhora sempre sonhou com isso? Ser dona de casa, fazer almoço para sua filha. Nunca planejou uma vida de sucesso e trabalho? - Esperei ver uma expressão magoada em seu rosto, embora não tenha sido nessa intenção que perguntei. Mas sei que ela entendeu que eu achava pouco a vida que ela levava, minha mãe tem um tremendo potencial e o gasta fazendo almoço e jantares.
- Meu amor, meu sonho sempre foi ter tudo o que tenho hoje. Já tive de tudo um pouco, mas nada como isso aqui, nada como você. Uma vida normal sempre foi meu maior sonho! - Ela se vira enquanto pega o tabuleiro de lasanha, meu estômago se agita, amo lasanha.
- Antes sua vida não era normal? - Ela enrijece o corpo.
- Coma minha filha, você está quase atrasada para a aula. - Ela me serve e beija o topo da minha testa, me sinto tão sortuda por tê-la, por me demonstrar tanto amor.
Meu coração se aperta quando a sensação boa se vai, assim que a consciência me atinge como um tijolo. Eu estava sonhando, minha mãe não está mais aqui. Abro os olhos com dificuldade, tento olhar em volta sem reconhecer onde estou, e aí me lembro do carro, das mãos apertando o pano úmido contra meu nariz me obrigando a inalar seja que remédio ele usou. Me levanto em um pulo olhando em volta do quarto, meu coração se agita ao cair a ficha que fui sequestrada.
... " Oh, eu espero que algum dia eu consiga sair daqui, mesmo que demore a noite toda ou cem anos....
...Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar algum por perto....
...Quero me sentir vivo...
...Lá fora, não consigo lutar contra o meu medo."...
...Lovely - Billie Eilish...
Olho ao redor do quarto, a cama cabe três de mim, em cima tem lençóis macios na cor cinza, um guarda roupa preto enorme ocupa quase metade do quarto, não parece nada com um cativeiro, esse quarto é quase tão bonito quanto o meu. Abro as portas e vejo algumas peças de roupas, short, blusas, vestidos, de tudo um pouco. Fecho e ando até a porta de madeira no final do quarto, abro com medo bem lentamente, olho pela brecha e vejo o banheiro com a enorme banheira de porcelana, há cremes para o rosto e pele, perfumes, escova e até um secador em cima da enorme bancada abaixo do espelho.
Ando até a entrada do quarto e observo a enorme porta cinza, olho em volta procurando alguma tranca cadeado, mas não acho. Coloco cuidadosamente a mão na maçaneta e o ar preso sai da minha boca quando a porta se abre, olho do lado de fora e vejo o enorme corredor escuro, parece que estou na mansão de alguém com muito dinheiro. O longo corredor tem várias portas, pinturas em quadros obviamente caros estão pendurados pelas extensas paredes, não ouso abrir nenhuma das portas, nem mesmo a porta de frente a minha do outro lado do corredor, é uma porta grande preta.
Ando pelo corredor com calma, até chegar a escada que dá para o que parece uma sala de estar, um enorme sofá em formato de L, continuo olhando pelo lugar e reparo que há vidros por toda parte e do lado de fora consigo ver o enorme jardim e o início da piscina. Começo a descer as escadas impressionada com o lugar, é incrivelmente lindo.
Vozes chamam a minha atenção, meu coração acelera ao ouvir dois homens conversando do outro lado da mansão. Ando na ponta do pé até a entrada do que parece ser a cozinha, um homem alto de ombros largos está de costas para mim, tem o cabelo num tom castanho-claro bem aparados, o segundo é mais baixo e tem o cabelo mais claro como o meu, alguns fios caem sobre o rosto irritado encarando o homem mais alto. Ele é bem bonito e a sua aparência jovem e descontraída não me dá medo algum. Os dois estão vestindo um terno formal, calças lisas pretas e sapato preto social nos pés.
- Porra, eu não sou babá Ryde. Hoje tenho um encontro, cuide da garota você.
- Ninguém sai dessa casa hoje, as ordens foram bem claras.
A voz sombria do homem de costas fez meu corpo se arrepiar, era sombria e sem paciência. Uma voz dura e sem nenhum pingo de sentimento. Recuei antes que notassem minha presença, fui andando rapidamente de volta para a sala procurando uma porta, preciso sair desse lugar. Olho em volta pelos vidros tentando reconhecer se ao menos estou na mesma cidade, se estou pelo menos no mesmo país, não consigo ver nada além dos muros altos em volta da propriedade. Quando vejo a entrada da mansão meu coração dá uma cambalhota, corro até ela e mais uma vez giro a maçaneta e ela para minha surpresa se abre.
- Eu não faria isso se fosse você. - O dono da voz sombria fala alto atrás de mim.
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