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A Secretária Do CEO

O Começo

Minha vida a cada dia que passa, ia de mal a pior. Desempregada e com contas atrasadas, eu tinha que continuar o tratamento de minha mãe. As ruas de Nova York estavam como sempre: Agitadas, com barulhos de buzinas para todos os lados.

Enquanto a maioria batia papo nas calçadas, eu corria que nem uma desesperada, em mais um dia tentando entregar vários currículos em qualquer lugar que pudesse me dar um salário mínimo.

Estava tão distraída tirando os papéis da bolsa, que meu corpo foi de encontro a alguém, me fazendo cambalear alguns passos para trás.

— Desculpe! — Pedi, sem nem ao menos dirigir meu olhar a pessoa ou esperar uma reclamação em troca.

Quando eu achava que o dia não podia piorar, o mundo me mostrava que minha opinião não valia de nada. Os pingos de chuva começaram lentos e grossos. Chegava a arder quando batia contra minha pele.

Parei em frente a tapagem da empresa mais cobiçada de toda Nova York, e peguei meu celular. Uma pessoa normal não poderia nem ao menos ficar ali, esperando a chuva passar, mas eu tinha meus meios.

Minha melhor amiga era a secretária do CEO de Nova York, e acabei pegando amizade com os seguranças, as quais me viam quase todos os dias ali, entregando almoço a minha quase irmã.

Estava com a cabeça apoiada na parede, com os olhos fechados, quando eu ouvi a porta automática se abrir. A voz de Agnes soou, junto a risadas das pessoas que saiam para comer.

— Anne! — A maluca se jogou nos meu braços, como se não estivéssemos nos visto de manhã. — Como está? Conseguiu entregar seus currículos?

Ela estava estranha. Os olhos brilhando mais do que o normal. Provavelmente alguém deve ter contado alguma fofoca das boas, para ela estar tão sorridente daquele jeito.

— Bem… — Murmurei, enquanto franzia levemente meu cenho. — Trouxe seu almoço.

— Ah, obrigada! — Deixou um beijo na minha bochecha, antes de pegar a marmita de minhas mãos. — O que seria de mim sem minha irmã me entregando almoço.

— Com certeza você ia chamar um motoboy para entregar, e de quebra, iria ficar com ele. — Dei de ombros, observando a falsa expressão de inocência. — Tem algo a me dizer?

Ela ficou alguns segundos em silêncio, ponderando se dizia ou não. Na maioria das vezes, nós não escondemos nada uma da outra. Vivíamos a maior parte do tempo sozinhas, ou uma na companhia da outra.

Minha única família que eu considerava, estava no hospital, enquanto Agnes não tinha ninguém para apoiar no sonho dela. Nós éramos nossas confidentes, e nunca tivemos medo de falar algo uma para outra. Não até aquele momento.

Por um segundo, duvidei de Agnes. Era algo muito importante para ela não querer compartilhar comigo, e provavelmente ela estava achando outras amigas pelo trabalho, que entendia realmente o seu sonho e que não precisasse ficar explicando a elas como tudo funcionava.

Talvez nossa amizade estivesse sendo um peso para ela, e ela se sentia na obrigação de contar tudo a mim. E eu não queria isso.

— Sendo sincera, — Suspirou, antes de baixar os olhos, tristes, e logo os levantou, com um sorriso de orelha a orelha. — Você não vai acreditar!

Lá estava novamente sua empolgação. Se Agnes não quisesse se tornar uma escritora famosa, eu com certeza iria dizer para se tornar uma atriz, por era muito fingida.

— Se você me contasse, talvez eu acreditaria… — Murmurei o óbvio, enquanto ela ria da minha cara.

— Fui chamada para morar na europa e escrever livros. — Os olhos brilhavam a cada palavra que ela falava baixo, como se não quisesse que ninguém mais ouvisse. — Estou pra pedir conta aqui, e adivinhe?

Pisquei os olhos várias vezes, engolindo aquela informação. 1: Ela iria para a europa. 2: Ia pedir conta no trabalho. 3: Eu ia ficar sozinha e provavelmente ser despejada do apartamento ao qual dividia com ela. 4: Eu não ia ter mais a companhia dela.

Fiquei alguns segundos daquela forma, enquanto observava os olhos dela brilhando, esperando que eu ficasse do mesmo jeito que ela.

— Eu vou te ligar por vídeo chamada todos os dias! — Segurou minhas mãos, enquanto a marmita estava embaixo dos braços. — Não fique preocupada com isso.

Na primeira semana, até acreditava. Mas depois disso, provavelmente ela iria querer viver a vida dela lá, e não carregar um fardo nas costas. Era isso que eu era para todos, apenas um fardo, o qual precisava de ajuda sempre porque minha mãe estava doente.

— Eu estou muito feliz por você! — A puxei para um abraço apertado, sentindo meus olhos marejarem. Eu não podia chorar. Era o sonho dela, e eu deveria estar feliz por ela estar conseguindo o realizar, é assim que amigos devem agir. — Tenho certeza que você vai se dar muito bem lá!

Ela murmurou palavras de agradecimento, enquanto ficamos algum tempo abraçadas. Me separei dela, ouvindo-a fungar, provavelmente emocionada pelo nosso momento.

 — Obrigada… — Sussurrou, limpando as lágrimas que caiam em seu rosto. — É tão bom ver minha amiga me apoiando.

Por um momento, me senti mal comigo mesma. Pensar que ela iria me esquecer, era até um egoísmo da minha parte.

— Como eu não poderia ficar feliz? — Indaguei, um sorriso iluminou meu rosto, depois que a tempestade de sentimentos assombrosos saiu de minha mente. — É o seu sonho, te acompanhei nessa desde o início.

— Eu tenho outra notícia. — Murmurou, batendo palmas silenciosas. Arqueei uma de minhas sobrancelhas, curiosa com a outra notícia.

— Qual? — Indaguei, cruzando meus braços, vendo um sorriso lascivo se formar em seus lábios. — Agnes…

— Vou colocar você no meu lugar. — Minha boca se abriu, enquanto eu fiquei sem palavras. — O salário aumentou, então pode ficar despreocupada. — Sorriu, apertando levemente meu ombro, me vendo em estado de choque. — Eu falei que você precisava desse trabalho, e com certeza era uma secretária melhor do que eu.

— Agnes…eu não sei nem o que falar. — Balbuciei, vendo ela rir.

— Ele aceitou, mas quer que você faça pelo menos uma entrevista de emprego formal. — Riu levemente. — Se acostume com ligações indesejadas na linha dele, e com as outras funcionárias jogando seus charmes para ele. — Colocou seu dedo no queixo, como se estivesse pensando. — É um grande mulherengo sem coração. Cuidado para não cair nos encantos dele.

Capítulo 2

— Ok… — Eu ainda estava em estado de choque. Então foi por isso que ela perguntou dos currículos. Idiota. Ela já sabia que eu ia arranjar um emprego. — Você…

— Sou uma grande amiga. — Jogou os cabelos, me dando as costas. — Eu sei, eu sei.

— Obrigada. — Sussurrei, ainda em choque. — E quando é pra eu vir?

— Hoje, às quinze e trinta. — Me mandou uma piscadela, com um sorriso debochado. — Venha arrumada, digna de uma princesa, como você é.

Ela entrou novamente na empresa, me deixando ali, no frio, com uma notícia que parou o meu mundo. Rapidamente puxei a manga da minha blusa pra cima, para ver que horas eram. O relógio apontava para as uma e meia da tarde. Precisava almoçar o mais rápido possível.

Fui andando o quanto pude, pelas tapagens das lojas. Quando entrei no prédio onde morava, eu estava no misto de coisas. Não estava molhada, e nem seca.

Sequei meus pés no pano de chão que colocaram na porta, e acenei com a cabeça para o porteiro, o cumprimentando. Os minutos pareciam estar correndo, como se quisessem me atrapalhar. O elevador estava demorando tanto, que eu subi cinco andares pelas escadas, tamanha era minha pressa.

Peguei o molho de chave desesperada, tentando acertar a chave correta na fechadura, que parecia lutar contra mim. Joguei minha bolsa de qualquer jeito no sofá, e corri para a cozinha.

Minha mãe sempre dizia para não tomar banho de barriga cheia, mas aquela regra não seria aplicada neste dia para mim. Engoli o almoço rapidamente e corri para o banho, arrancando minhas roupas no caminho do chuveiro.

Depois de um banho relaxante, eu procurei a roupa mais formal que havia no meu guarda-roupa. Provavelmente as mulheres que iriam trabalhar com ele só usavam aqueles ternos de saia e um blazer, se duvidar, colocavam até mini-saia, mas como minha mãe sempre dizia: Seja você mesma.

Não seria legal fingir ser algo que não sou. Optei por colocar uma calça jeans   com uma blusa branca, e um tênis. Óbvio que Agnes iria me matar quando me visse assim, mas eu iria com a minha cara mais lavada que tinha.

Deixei meus cabelos soltos e troquei meus objetos para uma mochila pequena que eu havia ganhado da minha mãe no meu vigésimo aniversário.

Eu não sabia mais o que fazer, a não ser a opção de me encaminhar para a empresa. Eram quinze horas, quando fechei a porta de casa com o guarda-chuva em uma das mãos. Poderia pegar um táxi? Sim. Mas seria mais dinheiro jogado fora, pela preguiça de andar por algumas ruas.

Eu sabia que não chegaria atrasada, mas mesmo assim, apertei o passo enquanto abria o guarda-chuva. A chuva ia aumentando, assim como minha ansiedade em chegar na empresa.

Pelo visto, era o horário de pico na empresa. As pessoas saiam e entravam com pressa, como se algo de importante fosse acontecer. Entrei de fininho pela porta, me esquivando o quanto podia das pessoas arrumadas que passavam por mim.

Me senti um peixe fora d'água quando entrei de fato, dentro da empresa. O hall era magnífico, e olha que eu tinha plena certeza que o chefe não ficava mais de um minuto ali. Os funcionários não tinham uniforme, mas todos usavam um crachá emoldurado como se fosse ouro, pendurado em seus pescoços.

Avistei Agnes parada na bancada principal, conversando com a recepcionista. Quando finalmente ela me viu, acenou e me chamou para mais perto. Mesmo envergonhada, caminhei até ela, sorrindo levemente para a recepcionista, que me olhou de cima abaixo e franziu o cenho. Pelo visto ela não havia gostado das minhas vestimentas. Agnes apenas limitou-se em um murmurar um "mas tarde a gente conversa", apontando para minhas roupas.

Eu estava pouco me importando com a opinião dos outros, só queria o emprego. Mesmo que fosse muito necessário, minha mãe sempre me disse para não fazer nada contra meus princípios. Não me sentiria confortável naquelas roupas formais, e pelo visto, não era uma regra usar, então, podia entrar ali com minhas peças de roupa normais.

— Lia, essa é a Anne. — Sorriu, antes de me dar uma leve cotovelada na costela, me fazendo arfar. — Ela que vai entrar no meu lugar.

— Legal. — Percebi que a mulher não estava interessada em saber daquilo, e fitei Agnes com um olhar julgador, o qual ela sabia que deveria parar de me jogar como assunto. — Espero que ela saiba como fazer o seu trabalho.

Eu senti o qual ruim aquelas pessoas poderiam ser, apenas por causa das minhas roupas. Revirei os olhos e caminhei para longe dali, sendo seguida de perto por Agnes, que se desculpava pela sua outra colega.

— Mas Anne… — Eu conhecia aquele tom. Ela iria tentar me dar um sermão, enquanto eu era humilhada pelas roupas que usava. — Entenda que essa não é uma roupa para se usar nesse local…eu sei que você não gosta, mas faz pela sua mãe.

— Eu não vou usar algo que não gosto. — Grunhi, me sentando de braços cruzados, enquanto esperava pacientemente ela me contar onde seria essa tal entrevista de emprego.

— Você é tão imatura às vezes. — Eu cerrei meus dentes. Óbvio que aquela atitude era totalmente imatura de minha parte, e estava ciente disso. Mas porque só eu precisava mudar de atitude? A sociedade pode nos julgar pelas nossas roupas, nossa cor, o jeito que falamos, mas nós somos os imaturos.

— E vocês que me julgam pela roupa que visto, são o que? — Levantei o queixo, mostrando que não iria me abater com aquela afronta. — E não existe só essa empresa. Se não quiser me aceitar pelas roupas que visto, procuro outra.

— Anne… — Suspirou, se arrependendo do que disse. — Não foi…

— Foi isso sim. — Resmunguei, já sabendo o resto de sua frase. — Você sempre reclamou das roupas que eu visto. No final, tenho certeza que metade dos funcionários pensam assim, só porque querem andar na moda.

— Anne, é porque eu quero que você fique com esse emprego. — Suplicou, apertando meus ombros, e me sacudindo levemente. — Precisa impressionar ele…ele…não aceita qualquer pessoa.

Capítulo 3

— Que pena. — Revirei os olhos, cruzando minhas pernas. — Acho que ele precisa aceitar a sociedade a volta de si.

— Desculpa, tá? — Pediu, se sentando ao meu lado, enquanto eu apenas assenti. — Então…

— Hm… — Resmunguei indicando para que ela continuasse falando, enquanto eu mexia no chaveiro da minha mochila.

— A entrevista vai ser no quinto andar, sala sete. — Murmurou, enquanto acariciava levemente minha mão. — Não diga besteiras e evite assuntos polêmicos, ele é muito reservado e frio, não vai conseguir tirar nem um sorriso de canto dele.

Ótimo! Realmente, um chefe o qual não tinha um pingo de humor era tudo o que eu precisava para completar minha vida. Bufei, inconformada. Minha vida ia ser só tombo o tempo todo? Eu não tinha psicológico para aguentar mais nada.

Vendo que minha reação não foi uma das melhores, ela continuou, querendo amenizar o bicho de sete cabeças que se formou em minha mente.

— Ele é calmo, não atrasa nossos salários e apenas…manda. — Coçou a nuca, envergonhada com aquela descrição. Meu cenho se franziu, enquanto eu a fitava com curiosidade. — Muito mandão. Devo pontuar.

— Certo. — Não poderia imaginar um chefe diferente. Ele era um CEO, não um dono de restaurante de esquina. — Mas alguma notícia?

— Ele odeia atrasos. — Sorriu. — Você não tem esse problema, provavelmente ele vai gostar de você.

— Ao menos algo. — Resmunguei, fitando minhas próprias mãos.

— Já avisei a ele que você chegou. — Murmurou. — Ele não mudou de expressão, mas seus olhos se levantaram rapidamente pra fitar o relógio e os olhos se estreitaram levemente.

— Isso é um bom sinal, senhora analista de expressões corporais? — Cruzei os braços a fitando, enquanto ela jogava a cabeça para trás rindo. Achei aquilo extremamente forçado, mas deixei passar. Talvez ela apenas quisesse retirar o nervosismo de mim.

— É. Com certeza. — Se levantou, agitada. — Pode subir junto comigo se quiser, lá é mais calmo que aqui.

— Ok. — Dei de ombros. Eu já tinha chegado em um ponto da minha vida, que eu só ignorava o que eu não gostava. Meu psicológico estava abalado a muitos anos. Tempo e dinheiro, era algo que não tive nesses últimos cinco anos. — Espero que isso não seja uma perda de tempo…

— Não vai ser! — Animada e otimista, chamou o elevador. Enquanto eu observava o local, e tentava ler a placa que avisava sobre os andares e suas salas, Agnes tagarelava, descrevendo como as mulheres das empresas caíam em seu encanto frio e arrogante. Pelo visto ela já estava fissurada nele e não sabia. Só falava dele. — Chegamos!

Eu queria a empolgação de Agnes para meu dia a dia. Na parte do dia o qual não estava entregando currículos, eu estava com minha mãe no hospital, e a outra parte dormindo.

— Aqui, meu espaço, e logo mais, o seu. — Sorriu, dando a volta. — Ele está terminando uma reunião na sala cinco, mas pode ficar na sala sete o esperando e pensando no que não falar.

— Certo, certo. — Ri, acenando com a mão para ela, enquanto olhava para as plaquinhas com os números das salas. Eu queria muito saber, pra que tantas salas de reuniões, se ele era um só. — Me deseje sorte.

— Boa sorte e bico fechado. — Acenou de volta, enquanto se preparava para voltar ao seu trabalho.

Abri a porta com receio, pedindo a Deus para que não tivesse ninguém lá dentro. A sala estava vazia e escura, optei por não mexer em nada, enquanto me desloquei até ao lado do sofá, onde fiquei em pé, esperando dar a hora.

Eu fiquei em pé, sem tocar em nada por longos dez minutos. Quando eu iria reclamar sobre o chefe gostar de pessoas pontuais, e ele mesmo chegar atrasado, a porta se abriu, iluminando a sala escura.

Eu congelei, sem saber o que fazer no momento. Engoli em seco, observando a grande silhueta fechar a porta e bater duas palmas, fazendo a luz se acender.

Vi a expressão dura se tornar confusa quando seus olhos pararam sobre mim. Tratei de me explicar, antes que ele achasse que eu estava bisbilhotando a sala.

— Boa tarde. — Cumprimentei, vendo ele apenas acenar com a cabeça.  Que legal, ele parece muito empolgado. — Apenas estava esperando o senhor chegar, não toquei em nada, como pode ver…

Estava óbvio que eu não havia tocado no sofá. Era felpudo, e com certeza ficaria marcado, caso eu me sentasse ou tocasse nele. Ele caminhou até a mesa de reunião e indicou que eu o seguisse.

Observei com cuidado ele se sentar, e me mandar fazer o mesmo. Me sentei com cuidado. Tudo ali cheirava a milhões de dólares, e eu não tinha nem um, quanto mais milhões.

— Então, — Um silêncio se instalou, quando a voz grossa soou. — senhorita Anne Hickmann. — Um arrepio passou por todo o meu corpo, quando ele falou meu nome e me olhou ao mesmo tempo no fundo dos olhos. — Vejo que gosta de chegar antes de todos.

— Pode ser tarde demais. — Murmurei, lembrando de minha mãe. — Prefiro evitar tudo de ruim que pode acontecer.

Os olhos frios me analisaram, sem nunca me deixar perceber o que tanto olhava. Eu nunca estive tão nervosa em toda a minha vida. Mentira, já sim.

— Já trabalhou como secretária? — E voalá, a pergunta que custava milhões. — Sei que sua amiga que te indicou, mas não posso colocar qualquer um no lugar dela.

— Eu trabalho com tudo. — Afirmei séria, vendo ele me fitar com cenho franzido. — Sobre o serviço ter que ser com alguém de confiança, o senhor não têm com o que se preocupar. — Suspirei, me ajeitando na cadeira. — Eu não gosto de me meter em nada, logo, o senhor não vai ser incomodado. Só lhe responderei quando perguntar algo, e só falarei se precisar lhe dar alguma informação, como avisar se alguém te ligou, entre outras coisas.

Ele pareceu se interessar sobre o que eu estava dizendo, e ficou longos minutos em silêncio, como se estivesse testando minha paciência. Continuei parada, apenas esperando a próxima pergunta dele.

— O que quer dizer, quando trabalha com tudo? — Indagou, cruzando as mãos e as colocando embaixo do queixo.

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