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Abandonados

O início

A infância de uma criança deveria ser cheia de boas lembranças as melhores possíveis, mas nem sempre é assim não é mesmo. 

Quando alguém me pergunta sobre a minha infância eu gostaria muito de me lembrar de coisas boas,  como uma família feliz e reunida  mas principalmente eu queria ter tido o amor da minha mãe.

Bom, mas como dizem por aí não temos tudo que queremos certo ?.

Minha mãe nunca me quis e eu não sei o motivo de eu ser rejeitada por ela, talvez algum dia eu descubra né?  Bom, tem que haver algum motivo certo ? Ou uma mãe simplesmente olha para a filha e a repudia? Eu prefiro acreditar que ela tem algum motivo pra me odiar eu só não sei qual.

Logo após o meu nascimento a minha mãe me entregou para a minha avó e foi a minha avó quem me criou até eu ter sete anos de idade.

  A vovó não era muito carinhosa mas também não me tratava mal ela era boa do jeito dela.

  Porém um dia ela me deixou com uma de nossas vizinhas e foi ao hospital 

E quando ela voltou ela estava diferente ela estava mais pensativa e preocupada eu tinha só sete anos mas sempre fui observadora.

Os dias foram passando e a vovó ia ao hospital com mais frequência até que um dia ela me chamou pra conversar.

— Lia eu sei que prometi cuidar de você, mas eu estou doente e logo eu vou ir morar no céu, por isso você vai morar com a sua mãe, tá bom. Disse ela com lágrimas nos olhos 

E naquele momento eu não consegui dizer nada eu só abracei a minha vó e chorei chorei muito ela também me abraçou e nós choramos ali

Uma semana depois….

— ela já deve estar chegando Lia. Disse a vovó com um sorriso em seu rosto 

— Será que ela vai trazer meu irmãozinho também?  Eu perguntei animada

— Provavelmente sim e  acho que o marido da sua mãe também vai vir, o nome dele é José e o nome do seu irmão é Caio e ele tem cinco anos de idade. Disse a vovó enquanto mexia em seu celular 

Meia hora depois eles finalmente chegaram.

Eu fiquei encantada com a beleza da minha mãe, ela era linda, ela tinha lindos cabelos castanhos, pele parda e olhos verdes parecia uma modelo.

O marido dela e meu padrasto José era um homem alto também e ele usava óculos e tinha olhos castanhos 

Combinava muito com a mamãe 

 E por último meu irmãozinho apareceu atrás do meu padrasto ele estava usando uma roupinha de super herói ele estava tão fofo ele se parecia muito com o pai dele 

— Oi mãe. Disse a minha mãe para a vovó 

— Que bom que você venho filha. Disse a vovó para ela 

— como você bem sabe eu não tive escolha né.  Disse a minha mãe com certa raiva em sua voz 

— essa menina linda deve ser a Lia, né?  Perguntou ele me olhando com um sorriso amigável em seu rosto. 

— Sim, essa é a Lia, ela está muito feliz em poder finalmente conhecer a mãe e morar com ela, não é mesmo Lia. Disse a vovó 

Eu acenei com a cabeça e sorri olhando para a minha mãe mas ela nem sequer me olhou.

— querido você pode ficar com o Caio eu vou falar com a minha mãe.  Disse a minha mãe indo com a minha vó para o quarto dela.

— Caio fala com a sua irmã. Lia ele está tímido agora mas ele não parava de falar que queria conhecer a irmã logo. Disse ele rindo 

— Caio meu nome é Lia e eu estou feliz em ter um irmão você é muito fofo.  Eu disse com um largo sorriso em meu rosto 

— Lia é um nome muito bonito irmã. Ele disse olhando nos meus olhos e eu fiquei muito feliz.

Não demorou muito e a minha mãe saiu do quarto com a minha vó.

— Bom, precisamos ir agora já que vamos para outro estado. Disse a minha mãe me olhando, finalmente ela olhou para mim mas foi um olhar tão frio e distante.

— Lia eu amo você e sei que você é uma menina muito forte e corajosa tudo de ruim ou difícil você vai superar eu espero que você fique bem e seja sempre forte. Disse a vovó me abraçando.  Eu gostei daquelas palavras mas ela parecia saber que eu iria passar por algo ruim. 

casa nova

Me despedir da minha avó foi muito doloroso ela foi a minha única família ela foi minha avó, mãe e pai foi ela quem me criou até aquele momento e ir embora sabendo que nunca mais eu a veria doeu muito e  parece que meu pequeno coração tinha sido quebrado em muitos pedaços e quando entrei no carro e olhei para trás e vi ela me dando tchau com lágrimas nos olhos eu chorei muito.

Mas por outro lado, a minha mãe não parecia se importar, ela estava tranquila, acho que ela não sentiria falta da vovó.  Já José meu padrasto ele me olhava pelo retrovisor, ele parecia estar com pena de mim e o Caio bom ele tinha cinco anos ele nem imaginava o'que estava acontecendo. 

A viagem demorou um pouco e durante o caminho meu irmãozinho e eu conversamos sobre o'que ? Super heróis é claro hahaha 

Quando chegamos na minha nova casa fiquei encantada com o lugar, a casa era bem grande e tinha um quintal enorme e um parquinho.

— Vamos lá, Lia, eu vou te mostrar o seu novo quarto e acho que você vai gostar em fui eu mesmo que pintei. Disse José orgulhoso

 — eu ajudei a pintar né papai. Disse Caio 

—  Sim verdade o seu irmão é um ótimo ajudante Lia.  Então fomos nós três ver o tão falado quarto 

E realmente era um quarto lindo a cor era um roxo fraco e suave e a cama e o guarda roupas eram brancos tinha também uma estante com bonecas novas ainda na caixa Eu fiquei muito empolgada.

— esse é meu quarto mesmo?  Eu perguntei sem acreditar era tão lindo 

— Sim Lia é seu quarto e eu comprei algumas roupas pra você espero que sirvam em você e também comprei essas bonecas aqui você gostou?  Perguntou ele me entregando as bonecas 

— Sim eu gostei de verdade, muito mesmo, muito obrigada senhor José.  Eu disse muito animada 

— senhor José, não eu nem sou tão velho assim, que tal tio José? Ele disse com um sorriso 

— tio José, obrigada.  Eu agradeci feliz

— eu vou ir lá na garagem pegar as suas malas tá bom já volto aí.  Disse o tio José saindo do quarto 

— Lia eu vou ajudar o papai tá já  volto também. Disse o Caio saindo correndo pelo corredor 

Enquanto eu olhava para tudo no quarto, a minha mãe entrou e eu nem tinha percebido até que ela falou comigo. 

— Você gostou do quarto Lia?  Ela perguntou me olhando parada na porta 

— Sim, é muito bonito, obrigada mãe.  Eu disse muito feliz porque realmente gostei e porque ela finalmente estava falando comigo 

— Que bom. Mas agora  escuta bem o'que vou dizer Lia eu  não sei como a sua avó estava te criando mas agora que você mora na minha casa vai seguir as minhas regras entendeu o que eu dizer você faz sem questionar e pronto. Fui clara?  Ela disse com uma cara muito brava eu fiquei até com medo dela.

— Sim mãe entendi.  Eu respondi 

— não precisa me chamar de mãe  só senhora já serve e meu nome é Rosana Lia. Ela disse com certa grosseira em sua voz 

E eu apenas acenei com a cabeça em sinal que sim eu tinha entendido ela. 

Ela iria dizer mais alguma coisa, mas meu irmãozinho entrou correndo no quarto arrastando uma das minhas mochilas de roupas. 

— Oi mãe, eu estou ajudando a Lia. Disse o Caio jogando a mochila em cima da cama 

— Ta filho. Mas eu vou ir na padaria comprar algumas coisas quer vir com a mamãe?  Ela perguntou com um sorriso em seu rosto 

— não mãe eu prefiro ficar ajudando a Lia, agora ela tem muita roupa pra guardar. Disse ele me olhando com aquela carinha fofa.

aniversário

Então a minha mãe foi a padaria como tinha dito e o Caio ficou me ajudando a desfazer as malas 

Bom posso dizer que me adaptei bem rápido a minha nova vida, claro que meu irmão e meu tio José contribuíram muito para isso.

Minha mãe quase não falava comigo e quando falava era só o necessário.  

◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇ ◇  ◇

              Três anos depois...

Era um domingo dia trinta de outubro, meu aniversário de dez anos.

  — parabéns Lia, olha o'que eu comprei pra você é aquela boneca que você gostou na loja, lembra?.  Ele me entregou a caixa. 

 

  — Muito obrigada tio José. Eu disse abraçando ele. 

Eu abri aquela  caixa com tanta felicidade que sentei no chão e fiquei ali brincando com a minha nova  boneca.  

O meu padrasto foi para a cozinha onde estava a minha mãe.

Eu estava muito próxima a cozinha então ouvi toda a conversa deles.    Mas eu confesso pra você que eu gostaria de não ter ouvido nada.

  — Então amor vamos comprar o bolo pra Lia como já é de costume ou dessa vez você prefere fazer?.  Ele perguntou todo animado.

  — se você quiser vai você e compre porque eu não vou gastar o meu tempo fazendo bolo pra essa menina!.  Ela disse irritada. 

  —  Rosana, como você consegue ser assim?  Ela é sua filha! Pare de ser assim. Se hoje fosse aniversário do Caio eu tenho certeza de que o bolo já estaria pronto!   Ele disse indignado 

  — O Caio é diferente!   Ela disse apontando o dedo no rosto do meu padrasto. 

  — Diferente como? Os dois são seus filhos!  Ele diz 

A essa altura eu já estava na porta da cozinha chorando eu já tinha dez anos então já consegui entender melhor que a minha mãe realmente não gostava de mim eu só não conseguia entender o porquê, porque ela não gostava de mim oque eu fiz pra ela?.

A minha mãe me viu ali parada chorando em silêncio e me disse o seguinte: você fica ainda mais horrível chorando então pare! Sai da minha frente, vá pro seu quarto já. 

Eu saí correndo para o meu quarto, fechei a porta e fiquei ali chorando. 

Até que alguém abriu a porta.

  — Lia, porque você está chorando?  Diz Caio preocupado comigo 

  — não é nada.  Eu respondo limpando as minhas lágrimas. 

  — mas o papai disse que ninguém chora por nada então você está mentindo! Foi a mamãe que brigou com você?  Diz Caio sentando ao meu lado.  

Apesar de ter só oito anos, ele sempre foi muito esperto. 

  — você é muito pequeno, Caio  você não vai entender. Eu digo olhando para ele.

  — você também é!  Ele disse 

  — é tem razão, mas eu sou mais velha.  Eu digo.

  — crianças vocês estão aqui.  Disse meu padrasto entrando no quarto. 

  — Pai a Lia estava chorando e não quis dizer o porquê.  Caio fala 

  — Eu sei. Lia a sua mãe ela só estava um pouco estressada tá bom. Não é que ela não goste de você é só que ela… 

Ele fica em silêncio acho que nem mesmo ele sabia o'que me dizer.  então o silêncio foi quebrado  pelo Caio. 

  — pai vamos fazer um bolo pra Helena.  Ele diz muito animado. 

  — ótima ideia mas eu acho melhor irmos comprar porque se eu for fazer vai ser bolo, sabor queimado ou até mesmo cru.  

  

  Eu e meu irmão rimos das caretas que ele fez enquanto falava queimado ou cru.

  — Vamos?  Disse ele nós chamado.

  Nós dois respondemos que sim.

 Então saímos do quarto. José meu padrasto disse para irmos para o carro enquanto ele ia pegar a carteira.

   Quando estávamos passando pela sala vimos a minha mãe que estava sentada assistindo alguma coisa ela nem olhou para mim apenas disse para o meu irmãozinho levar um casaco. 

Ele foi para o quarto dele pegar o casaco.

  Eu já estava no carro esperando eles  quando meu irmãozinho apareceu com dois casacos um pra ele e um pra mim.

  — Você pegou um pra mim também?  Eu disse surpresa.

  — Claro que sim. Você também poderia ficar com frio. Ele disse entregando o meu casaco. 

  

Eu me lembro que eu fiquei muito feliz com o gesto dele e o abracei.  

  — prontos? Então vamos lá. Olha eu mudei de ideia vamos a uma padaria comemos um bolo lá mesmo e depois podemos ir no parquinho oque vocês acham?  Diz ele conferindo se estávamos com o cinto.

  — mas e a mamãe?  Diz Caio 

   Eu fiquei em silêncio  já que  claro que ela não iria querer ir com a gente.

  — Ela está com dor de cabeça.  Então ela vai ficar descansando. Mas nós vamos aproveitar por ela tá.

 Nós fomos primeiro a uma padaria lá comemos um bolo de chocolate muito bom meu irmão e meu padrasto cantaram parabéns pra mim. Depois nós fomos ao porquinho ficamos um pouco lá e em seguida fomos ao cinema e eu escolhi o filme depois do filme fomos para casa. Eu nunca esqueci do meu aniversário de dez anos por dois motivos: um bom, outro nem tanto.  O bom é que eu passei um bom tempo com o meu irmãozinho e meu padrasto.  Já o Ruim é que sempre vou lembrar das palavras da minha mãe.  

 

  Chegamos em casa já era noite.       minha mãe disse para irmos tomar banho. 

  Eu fui primeiro  quando eu saí do banheiro  presenciei a minha mãe xingando meu padrasto pela demora pois ele tinha dito para ela que só íamos comprar um bolo e logo voltaríamos o'que não ocorreu.  

 

 Eu me senti muito culpada porque ele saiu pra comemorar o meu aniversário. 

  Eu odiava quando eles brincavam por minha culpa. Essas brigas ocorriam sempre que a minha mãe estava  brigando comigo e ele entrava  no meio pra me defender.

Fui pro meu quarto e adormeci. 

Os dias foram passando.

A minha rotina era ir pra escola de manhã A tarde eu limpava a casa inteira para a minha mãe e no final da tarde eu podia ir pro meu quarto brincar com as minhas bonecas e estudar.

   Eu me lembro que eu tinha muita dificuldade em algumas matérias, era muito difícil pra mim estudar sozinha porque  eu não tinha ninguém pra me ajudar então sempre que eu terminava de limpar toda a casa  eu ia pro quarto estudar pra tentar melhorar naquelas matérias..

  

Eu estava no meu quarto estudando quando meu irmãozinho entrou. 

  — Lia vem jantar. ele diz 

 

  — Tá bom, eu já vou. Eu respondi 

Estávamos nós quatro na mesa jantando. 

Quando de repente o meu padrasto derrubou o talher que estava em sua mão. Todos nós olhamos para ele.

  — O que foi você está bem José?   Minha mãe pergunta.

  — Eu só senti uma dor muito forte no abdômen.  Ele diz com a mão no local da dor. 

 — papai você está dodói?  Caio pergunta preocupado. 

  — não é nada filho Fica tranquilo. ele responde passando a mão na cabeça do Caio 

Depois do jantar meu irmãozinho e meu padrasto foram para a sala assistir. Eu estava lavando a louça e a minha mãe varrendo o chão.

   Sim você leu isso mesmo  ela estava varrendo o chão quando o meu padrasto estava em casa ela ajudava a limpar tudo mas quando ele estava fora ou trabalhando eu fazia tudo sozinha. 

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