Abri os meus olhos e observei o verde das folhas, o quente dos tecidos que me enrolavam o cheiro de floresta que me cercava, ouvi uma voz
Mulher desconhecida: cresça, minha pequena, cresça e guie o seu povo.
A sua voz era tão aconchegante, senti o calor de um beijo nas minhas bochechas e conforme a sua voz se distanciava acordei.
Mais uma vez esse sonho, tem se tornado cada vez mais frequente. Chamo-me Aisha, tenho 17 anos e fui criada por uma mulher chamada Hilda. Hilda é um amor, sempre cuidou de mim, me ensinou tudo o que sabe, graças a ela sempre fui a melhor da sala, isso ajudou-me a superar a rejeição que tive das outras crianças aqui todos se parecem, conhecem os seus pais, vivem aqui desde sempre. Não sei se rejeitavam-me pela minha aparência ou, porque sou órfã, mas o amor de Hilda sempre supriu as minhas tristezas a pesar de ter tirado as melhores notas e poder fazer qualquer faculdade, escolhi ficar aqui e cuidar dos negócios com Hilda, ela tem uma floricultura e já está com a idade avançada, ela é puro amor e gentileza ajuda a todos com os seus conhecimentos sobre as plantas locais. Enfim preciso me levantar
Levanto e olho no espelho, meu cabelo está uma bagunça prancho ele, Hilda ensinou-me a me aceitar, mas sempre que as pessoas me vêem só o que observo no olhar delas e confusão, minha pele escura, meu cabelo branco e meus olhos cinzas só deixam as pessoas com dúvida então tento parecer o mais "normal" possível
Hilda: Você alisou a cabelo de novo? Já lhe disse que a sua beleza está no natural Aisha
Aisha: Eu sei Hilda, só é mais fácil correr de cabelo liso
Hilda: Vou fingir que acredito, você já vai fazer a sua corrida matinal pela floresta?
Aisha: Sim, você precisa de algo?
Hilda entregou-me uma lista com umas ervas
Hilda: Aqui, o seu café da manhã está na mesa, vou precisar que fique na loja hoje para que eu vá ao mercado, então peço que tome cuidado e que não demore.
Tomei o meu café e fui para minha corrida, sempre fui boa em correr, e apesar de não me dar muito bem com as pessoas da minha idade ao longo da vida, amo este lugar, conheço cada estrada, floresta e trilha daqui, sempre me senti um com esse lugar. Aquele sonho vem sendo cada vez mais frequente, talvez mais tarde pergunte a Hilda se sabe algo sobre.
*Peguei as ervas para Hilda e voltei para loja, quando cheguei ela já saíra e pediu para eu abrir e cuidasse da loja enquanto ela estava fora, assim o fiz, o dia passou rápido, Hilda só chegou no fim da tarde*
Hilda: Pensei que já teria fechado a loja a está hora
Aisha: Estava a esperar por você, demorou um pouco mais do que o normal, está tudo bem?
Hilda: Está sim, vi uma amiga no mercado e fui tomar um chá na casa dela, coisa de gente velha não se preocupe
Aisha: Você está muito cansada? Podemos conversar?
Hilda: Claro querida, vamos fechar a loja e sentar para conversarmos melhor
*fechamos a loja e fomos a sala, liguei a lareira enquanto Hilda se acomodava
Aisha: Eu tenho tido um sonho igual todas as noites, eu não sei falar ou andar…
*Hilda ouve com atenção cada palavra, ela parece acreditar no que digo e assim que termino ela demora um pouco para falar*
Hilda: Querida, você sabe que não falo muito sobre como adotei você, sempre esperei o momento certo e torci para que o meu amor fosse o suficiente para sua felicidade, vi você crescer e se tornar uma mulher linda e incrível. Eu ia esperar até a sua maior idade, mas se realmente quiser saber vou-lhe contar tudo sobre o que sei
Aisha: Antes de contar-me quero que saiba que eu lhe amo, você sempre foi suficiente, apenas quero esclarecer esse sonho que me atormenta
*Hilda dá-me um olhar de gratidão, eu aperto a sua mão e a deixo falar*
Hilda: Eu estava na floresta colhendo flores quando vi um cesto, ouvi um riso de bebé, você estava brincando com uma borboleta-branca, ao redor do seu cesto estava rodeada de mil-em-ramma. Sabe além de essa ser uma flor medicinal dizem que Aquiles sempre as carregava para guerra em presságio de vitória. Quando vi os seus cabelos brancos como a neve e os seus olhos cinzas eu sabia que os Deuses designaram-me a tarefa de cuidar de você, sempre acreditei que você estava destinada a algo grande Aisha, fiquei triste quando você não quis ir para grandes faculdades mesmo com todo o seu potencial, mas compreendo o amor que você tem por este lugar. Infelizmente minha filha não tenho todas as respostas, mas agradeço aos Deuses diariamente por terem-me dado você e sempre lhe vou amar
*Uma lágrima escorregou pelos meus olhos, nós abraçamos-nos, mais uma vez o amor de Hilda supriu tudo, não vou mais preocupa ela devido a sonhos. Terminamos a noite jantando e fomos dormir, passei muito tempo pensando em tudo que a Hilda me disse, acabei por dormir*
*Alguns dias passaram desde a minha conversa com Hilda*
O meu aniversário já é amanhã. Não vejo grande coisa em tornar-me maior, Hilda pretende assinar a minha carteira e pagar-me um salário, mas já disse-lhe que isso não é necessário, o dinheiro que ela me dá é suficiente, mas mesmo passado o dia e os meus sonhos parados não me sai da cabeça que a Hilda acredita que estou destinada a algo grande, e a voz dizendo que tenho que salvar o meu povo, afinal, ninguém aqui nunca me tratou bem como Hilda, hoje respeitam-me, mas acredito que seja mais pelo fato de eu cuidar da Hilda e trabalhar na loja, isso tudo só deve ser coisa da minha cabeça.*
Homem estranho: Com licença, você sabe onde posso arrumar prata?
Aisha: Perdão, pensava tão alto que não o vi entrar
*Quando levantei os meus olhos para velo, era um homem alto, forte, um maxilar bem desenhado, cabelos loiros, ele cheirava a ferro, não era daqui, o seu olhar fitava-me como todos os outros com confusão, mas aquilo já não me envergonha mais*
Estranho: Você não é daqui é? É completamente diferente das pessoas que vi nesta cidade.
* Os seus olhos estreitaram-se, ele me perguntou como se estivesse num interrogatório, como se eu devesse temer pela minha resposta, infelizmente se era essa sua vontade ele estava redondamente enganado, não temo ninguém e já estou acostumada a ser julgada pela aparência*
Aisha: Sim, sou daqui, cresci aqui diferente de você que é a primeira vez que vejo nesta cidade. Só trabalhamos com flores e ervas, não há muitos vendedores de prata aqui, acredito que terá que comprar ‘online’ e esperar pelo correio. Posso ajudar em mais alguma coisa?
* Os seus olhos espantaram-se com a minha firmeza e a sua desconfiança, ou seja lá o que ele sentia parece ter sumido com a surpresa*
Estranho: Desculpe a minha franqueza, dizem que às vezes sou muito direto, não quis ser desrespeitoso. Chamo-me Alexsander, estou apenas de passagem à procura de umas pessoas
* Os seus olhos mostram real arrependimento, talvez ele só nunca tenha visto alguém como eu realmente*
Aisha: Prazer Alexsander, chamo-me Aisha, também peço desculpas pela resposta direta, acredito que é meu mecanismo de defesa para o julgamento, todos o fazem
Alexsander: Não entenda errado, nunca vi nenhuma mulher com uma beleza tão única e pode me chamar de Sander
* As minhas bochechas coraram... Ninguém nunca falou de mim assim, tenho que mudar de assunto para não parecer uma idiota*
Aisha: É... nã..não acho que aqui seja o lugar certo para procurar pessoas, cidade pequena sabe, mesmas pessoas, mesmas coisas sempre
* Os meus esforços pareceram em vão quando gaguejei, ele sorriu, é um homem realmente lindo*
Alexsander: Ainda sim, há uma mansão abandonada na parte norte da cidade, não é? Você sabe quem são os donos ou o porque foi abandonada? Já perguntei a algumas pessoas, mas ninguém parece querer falar sobre isso.
Aisha: Não sei, desde pequena sempre foi assim, aquela é a única parte da cidade que nunca explorei a fundo, e estranhamente também nunca ouvi falar sobre isso
*Hilda entra na loja assim que termino de falar*
Sander: Certo obrigada, tenho a estranha sensação que vamos nos ver de novo. Adeus moça bonita
*Ele fala e sai da loja, me deixando parada e corada quando Hilda se aproxima*
Hilda: Hum! Rapaz novo e bonito na cidade, pelas suas bochechas, acho que posso voltar a ter esperanças de você encontrar alguém novamente
Aisha: Não Hilda, por favor, já passamos da fase que você me empurrava para os rapazes que morriam de medo da menina estranha
Hilda: Ele não pareceu te achar estranha, pelo contrário
Aisha: Não acho que ele seja um novo morador, comentou estar de passagem atrás de alguém eu acho
Hilda: Sim, talvez esteja atrás do amor, nessa época de aurora boreal é a época perfeita, luas lindas e luzes brilhando no céu.
Aisha: Você não tem jeito kkk
*Hilda passou a noite falando sobre o rapaz novo, as luzes, o amor. Eu não gosto de ter esperanças, mas gosto de vê-la feliz o restante da noite voou, logo estava na cama*
...****************...
Abri os meus olhos e estava na parte norte da cidade
*Como vim parar aqui?*
Voz feminina: Você precisa saber a verdade
Aisha: Quem é você? Quem está aí!?
*olho ao meu redor, mas não vejo ninguém, a voz parece vir de dentro da minha cabeça, uma voz suave e distante*
Voz feminina: É chegada a hora precisa saber... Quem você é Aisha!?
Aisha: Como assim quem eu sou? O que você quer dizer?
AAAUUUUuuu
*Me viro para o lado da rua e vejo um lobo negro de olhos vermelhos, ele uiva e mostra os dentes, nos seus olhos sinto raiva, sofrimento, ele quer vingança...*
Voz feminina: Corra!!
*instintivamente obedeço, o lobo avança e eu corro para o outro lado, corro até os meus pulmões queimarem, o lobo negro corre também, parece que ele quer me pegar, vejo-me em frente a um portão preto uma mansão gigante, não tenho tempo para pensar uso o impulso da corrida para pular o muro, na mansão me viro, o lobo já não me persegue mais, ajoelho no chão ofegante*
Aisha: Onde estou? Porque um lobo? Hilda me disse que não vê lobos na cidade há 19 anos
Voz feminina: Prossiga criança, até encontrar a verdade
*olhei ao redor havia um jardim, um labirinto, e a grande mansão, as suas paredes de pedra mostra que ela estava lá muito antes de eu nascer e as plantas tomando conta de tudo por algum motivo entristece-me, segui ao portão principal, os meus olhos não reconheciam, mas o caminho parecia certo, portas grandes com puxadores trabalhados, quando entrei não havia plantas ou musgo, tudo parecia novo como se eu tivesse viajado ao passado, tudo limpo e iluminando
Subi as escadas o caminho parecia certo. Haviam muitas portas, mas eu parecia em transe, uma grande porta de madeira escura com detalhes em dourado, quando eu abri, de um lado muitos quadros de pessoas que pareciam ser importantes, do outro, criaturas como lobos, entretanto maiores, retratos de caçadas e de lutas nesta mesma cidade, segui incrédula, é impossível que seja real, no fim do corredor lá estava o maior quadro da sala, estava uma guerra em um dia nublado repleto de neve eu reconheci o lugar é uma das fronteiras. De um lado homens cobertos com peles de lobos e armas que brilhavam cinza o homem que conheci... Ele estava no quadro com uma pele de lobo negra como a do que me perseguia, do outro, grandes feras, 3 vezes maiores que lobos comuns, lá estava ele... O lobo negro dos olhos vermelhos, os seus olhos estão igualmente cegos de ódio como antes. O que me intriga é que no meio um pouco mais distante um grande lago congelado uma pedra bem alta e uma loba branca como a neve de olhos azuis. Atrás dela, uma lua cheia vermelha como sangue que parece que se derramará com a batalha.
AAAUUUUUUU
*Ouço um rosnado na porta da sala, sinto as minhas pernas gelarem, não há saída, ouço as patas se aproximando lentamente olho para os lados, mas não para trás tenho muito medo do que me espera, vejo janelas, não penso duas vezes, no momento que a fera avança corro e me jogo da janela, sinto os cacos cortando a minha pele e o barulho da janela se partindo, abro os meus olhos esperando o último olhar para o chão, mas vejo uma grande lua cheia no seu lugar no momento que vou me chocar contra ela, acordo com um grande susto*
Hilda: Aisha? Querida está tudo bem? Você está encharcada
*olho ao redor com medo, mas pareço estar em casa*
Hilda: Calma querida, está tudo bem deve ter sido só um pesadelo, está tudo bem agora
*Hilda me abraça, e eu regulo minha respiração no seu abraço. Foi tão real, ainda sinto a dor dos vidros em meus ombros.*
Aisha: Obrigada Hilda, já estou bem.
Hilda: Vá tomar banho, eu já fui colher as ervas, deixei você dormir até tarde afinal hoje é seu dia especial
...****************...
* levantei e fui ao banheiro, quando tirei a minha blusa percebi estar um pouco vermelha em meus ombros, era sangue haviam cortes onde senti os vidros, não pode ser, nada disso faz sentido, preciso ir aquele lugar. Hilda nunca me falou sobre lá, pelo contrário sempre me disse para evitar, aquela parte da cidade não leva a lugar nenhum depois da fronteira só tem floresta. Se eu perguntar, Hilda vai saber que quero ir, vou à noite quando ela dormir. Tomo banho, merendo e vou para a loja, ajudo Hilda a parte da manhã recebo alguns parabéns dos clientes, logo chega a tarde*
Hilda: Querida, você pode ir ao mercado para mim?
Aisha: Claro, o que você precisa?
*Hilda me entrega uma lista e algumas entregas para fazer. Acho estranho porque ela nunca me pede para entregar, mas aceito mesmo assim. Pego a minha mochila com as entregas*
Aisha: Esse pedido todo é para uma pessoa só?
Hilda: Sim, o cliente disse que foi mordido por um cachorro. Algumas ervas são para dor, outras para passar no ferimento, enfim vá é tome cuidado
*Saio e vou primeiro ao mercantil, Hilda pediu algumas coisas chatas de achar, depois de 1 hora inteira vou fazer a entrega a cidade não é muito grande gosto de fazer tudo a pé, enquanto ando em direção ao endereço, planejo como vou fazer para chegar a mansão abandonada, perdida em meus pensamentos logo me vejo de frente ao endereço, mas pensei que ninguém morasse naquela casa, de qualquer forma bati a porta*
Mulher estranha: Olá, posso ajudar?
*Ela me olhou como todo mundo que me vê pela primeira vez, por isso não faço entrega Hilda sabe que é desconfortável para mim. Mas nunca tinha visto aquela moça, ela era bonita, tinha cabelo ondulado loiro e olhos verdes, parecia ter minha idade, a sua casa exalava cheiro de ferro, estranhamente familiar*
Mulher estranha: Você está me ouvindo?
Aisha: hã… Desculpe, estava divagando nos meus pensamentos, vim deixar uma entrega da floricultura, mas acredito que o endereço está errado devia ser para um homem que foi mordido por um cachorro
Mulher estranha: Não, é aqui mesmo, é para o meu irmão, ele caça e foi mordido por um cachorro do mato. Você não é daqui não é?
*De novo isso, não entendo esses visitantes, nunca viveram aqui e pensam que sabem quem é nativo ou não*
Aisha: Sou daqui sim, cresci aqui, mas você nunca vi
Mulher estranha: Desculpe se fui indiscreta, minha família já viveu aqui há muito tempo, mas eu não era nascida na época.
Aisha: Aqui está, o seu irmão tem muito azar, quase não há cachorros do mato aqui.
*Eu entrego os potes e sacos com plantas para ela e ela pega com uma cara de confusão*
Mulher estranha: Ai meu Deus, pensei vir com instruções, não sei como usar nada disso. Você pode me ajudar?
*Sorrio com o desespero dela, como pode comprar tanto sem conhecer nada*
Aisha: Posso sim, kk você tem caneta e papel para eu poder anotar o que fazer com cada coisa?
Mulher estranha: Porque não faz melhor e me ajuda a preparar?
*Ela faz uma cara de cachorro pidão kkk essa menina é uma graça*
Aisha: Tudo bem, mas tem que ser rápido, tenho de voltar à loja
*Ela sorri e me puxa para dentro*
Mulher estranha: Que bom, pode entrar e ficar à vontade. Me chamo Alice, vem te levo para a cozinha
Aisha: Prazer Alice, sou Aisha, sou filha da Hilda, a mulher de quem você encomendou tudo isso
*Ela me leva para a cozinha, eu observo a casa que parece ser bem grande só para 2 pessoas*
Alice: encomendei tudo por telefone, o hospital aqui não tem as injeções, pede de outro fora da cidade e temos que esperar. Lá pediram para gente procurar a Hilda, essa cidade é pequena mesmo
Aisha: Hilda entende tudo das flores e plantas daqui, ajuda muita gente
Alice: Certo, o que você precisa?
*peço tudo a ela e enquanto preparo as coisas nós conversamos*
Alice: Meu irmão é um cabeça dura, ele normalmente caça com outros, mas viemos na frente alguns amigos da família já não tem casa aqui, então tem que alugar pousadas para chegar
Aisha: Poucos aqui caçam, vocês vieram para cá só para caçar?
Alice: É parecido com uma caravana de caça, onde as presas vão nós vamos atrás
Aisha: Não entendo muito sobre, está pasta vai arder muito caso colocado no ferimento, mas é a melhor para não ter infecção e para uma boa cicatrização você tem que aplicar bem dentro do machucado
Alice: Sander nunca vai me deixar passar, quando éramos menores a nossa mãe sempre tinha que segurá-lo para passar qualquer coisa
*Sander? Ela é irmã daquele homem, como não pensei nisso antes, o cheiro, a aparência e não há muitos visitantes na cidade*
Aisha: Você quer ajuda?
Alice: Claro, ele com certeza vai tentar bancar o machão perto de uma mulher bonita. Você é genial Aisha
*Pego a pasta e ela me arrasta para o andar de cima*
Alice: Sander?
Sander: Entre, sabe que dói para levantar.
Alice: Muito bem! Tenho uma surpresa para você.
*Alice me arrasta para dentro do quarto dele, fico surpresa ao ver ele sentado sem camisa de frente para uma escrivaninha, seus braços fortes tem algumas cicatrizes de aranhões que parecem profundos, a sua escrivaninha está cheia de papéis. Assim que os seus olhos encontram os meus ele fecha o livro na sua frente e tenta se levantar, mas geme de dor e volta a cadeira*
Sander: Aaarr.. Droga de perna, olá Aisha eu não sabia que viria pedi pra Alice só alguma coisa para dor, não para encantar minha vista
Alice: Então vocês já se conhecem, e você parece gostar dela, isso vai facilitar as coisas
*Eles me veem corar e parecem se divertir com isso, só então sander repara na pasta verde em minhas mãos e olha desconfiado para Alice*
Sander: Alice, o que você está planejando?
Alice: Você sabe que está mal, a senhora da floricultura disse que isso é o melhor remédio para que não infeccione e você pode estar bem quando os outros chegarem
Sander: Você só quer se vingar de mim por não ouvir você, não vou permitir que use uma bela mulher para me torturar
Aisha: Eu não sei bem do que estão falando, mas eu tenho que voltar logo ao trabalho então você pode me deixar ver a sua perna Sander?
*Alice sorri e ele cede virando a cadeira de lado para eu poder ir vê-lo, eu me aproximo, mas ele está de calças então não consigo ver nada além das manchas de sangue no jeans azul*
Aisha: Como espera que eu veja seu machucado?
Sander: Na verdade, eu espero que você me ajude a tirar a roupa
* sinto as minhas bochechas queimarem, quando olho os seus olhos ele está sorrindo com um olhar provocante*
Alice: Não abuse seu sem vergonha
*Alice puxa uma pequena faca e rasga a parte da calça que cobre o ferimento*
Sander: Não estava falando sério, só acho que você fica linda quando cora Aisha
Aisha: Pare de me provocar sander
*Me aproximo e vejo uma mordida feia em sua coxa, está bem profundo e ainda sangra, o que me diz que ele ainda não limpou corretamente, quando Alice vê a gravidade parece ficar preocupada*
Alice: Como escondeu algo assim de mim, você é um idiota sabia!?
Aisha: Preciso de um pouco de álcool e bandagens, está sangrando porque não foi desinfetado corretamente
Alice: Vou pegar
*Alice sai, me ajoelho ao seu lado para conseguir ver melhor, tento pegar ao redor do machucado, mas sander pega meu pulso e aperta com força olho em seus olhos, mas ele parece em transe pensando em algo*
Aisha: Sander, você está me machucando
*Seus olhos estão em minha direção, mas sua mente parece distante enquanto ele aperta mais forte, uso a outra mão para apertar seu rosto e aproximo meus olhos dos dele e falo com firmeza*
Aisha: VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO!
*Ele larga a minha mão e os seus olhos parecem em surpresa, não sei se pelas minhas palavras ou se pelos poucos milímetros que separam os nossos corpos, afrouxo o aperto em seus rosto e ele põe a sua mão sobre a minha, desta vez com ternura e os seus olhos parecem procurar fundo em minha alma*
Sander: Me desculpe, não quis te machucar, me perdi em uma lembrança dolorosa.
*Agora que parece perceber nossa distância ele fica um pouco envergonhado*
Aisha: Tudo bem, você realmente parecia longe... Des.. Desculpe ter chegado tão perto
*Tento-me afastar, mas ele passa o braço em volta da minha cintura me prendendo a ele*
Sander: Sabe quando olhei para você, lembrei de uma coisa que a minha mãe contou-me quando era pequeno. O meu pai morreu num tipo de guerra, naquela noite muitas pessoas morreram, e muitas mais teriam morrido, mas uma mulher ajudou mulheres e crianças a ir para longe durante um grande confronto, a minha mãe estava grávida da Alice na época eu tinha alguns anos e não lembro muito, mas minha mãe sempre chamou a mulher de anjo da noite de cabelos brancos como as nuvens, desde o momento que te vi pela primeira vez isso veio a minha mente, quando vi você agora mais de perto me lembrei de olhar para trás enquanto estávamos fugindo e ver uma mulher com cabelos brancos, como a neve, como você Aisha.
Aisha: Sinto muito por você, mas nunca ouvi falar de guerra aqui Sander então acredito que você estava em outro lugar e não devo ser a única pessoa de cabelo branco no mundo. Ainda sim, mesmo que aqui tivesse havido uma guerra e eu fosse filha desta mulher não o poderia ajudar
Sander: Porque diz isso?
Aisha: Não conheci a mulher que me gerou, Hilda, minha mãe, encontrou-me abandonada num cesto ainda bebê no meio da floresta. Não acho que um anjo faria algo assim
*Seu olhar fica incrédulo, e a sua irmã entra pela porta com álcool, bandagens e algodão nas mãos*
Alice: Não acredito que vocês mal se conhecem e já vão se pegar
* Sander me solta e eu me afasto, me sinto tão envergonhada, estava em seus braços até agora e não percebi*
Aisha: Na.. Não é nada disso que você está pensando
Alice: Realmente fica muito fofa vermelha Aisha, não me importo que queira pegar o meu irmão, apenas não se machuque quando partirmos, como te disse, vivemos viajando
*Ela entrega-me as coisas e agora posso voltar ao machucado dele, ela não estava brincando quando disse que não conseguiria sozinha, Alice teve que segura-lo enquanto derramo álcool e passo a pasta no seu ferimento, mas depois de muitos resmungos e xingamentos á irmã eu terminei e coloquei bandagens*
Aisha: Pronto meninão kk, você está liberado, tente não forçar a perna nos próximos 3 dias e limpe uma vez por dia. Tenho que voltar à loja.
Sander: Zombe a vontade, você realmente não poderia ser um anjo, mas pode ter um dom para tortura
*Sorrio para ele e me levanto para partir*
Aisha: Melhoras para você caçador, Alice pode levar-me à porta?
Alice: Claro vamos, obrigada pela ajuda
Sander: Espere! Como posso falar com você Aisha?
Aisha: Eu moro com Hilda, a parte de trás da loja é uma casa, pode ligar para o telefone de lá também, não uso celular.
*despeço-me, Alice me leva à porta e volto à loja com mais coisa ainda para pensar *
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