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Meu Marido Tirano [+18]

Capítulo 1

– Barão Phillipe Lawillee... Você deve imaginar que pedi a presença do senhor, da senhora e da senhorita com único intuito. - O rei dizia com tranquilidade segurando a xícara pela alça com toda calma, segurava o pires na outra mão cruzando as pernas de forma elegante.

– Receio que vossa majestade tenha ouvido os boatos de que nossa Selene é a mulher mais bela entre os continentes. - Disse o barão receoso.

– Sim, exatamente esse o caso. A dama tão bela que os olhos lembram uma tempestade no oceano, os cabelos são como fios de platina e a voz como o soar dos anjos. Não houve um único homem que não tenha pedido a mão dela desde a maturidade no reino gelado do Norte. - Apoiava a xícara no pires. - Devo dizer que a vendo pessoalmente devo concorda que os boatos não exageraram.

– Obrigada, vossa majestade. - A moça se inclinou de forma respeitosa segurando o vestido.

– Por qual razão a dama não aceitou se casar ainda? - Perguntou o rei intrigado.

– Eu estava em busca de um amor verdadeiro, majestade. - Apertou os dedos no vestido.

– Nenhum homem foi capaz de conquistar vosso coração? - Apoiou a xícara na mesinha diante de si.

– Sim... Todos eram vazios demais. - Suspirou em tristeza.

– Eu tenho uma proposta... Como sabem eu não tive filhas. Meu único filho já está jurado para a filha do rei do oriente. Nossos maiores inimigos são da ocidente atualmente. - Se levantou. - Ocidente nos invadiu e dizimou nosso povo por dezenas de vezes no passado. O rei está beirando a morte agora e para nossa sorte ou azar o filho dele, arquiduque de Veilmont é um homem centenas de vezes mais cruel, porém solteiro. O rei do Ocidente nos enviou uma extensa carta pedindo para que juntassemos nossos reinos em um. Contanto que uma esposa fosse providenciada para o arquiduque. - Rei passou caminhando pela moça olhando cada mínimo detalhe de sua pele, olhos e cabelos longos que batiam abaixo do quadril. - Mas parece que nenhuma mulher gera interesse no arquiduque, ele gosta de bebidas, negócios, música e luta, mas nada de mulheres. O rei do Ocidente está desesperado para que o filho tenha herdeiros. Mas todas as esposas que ele manda para ele são mandadas de volta sem nem se quer ver o arquiduque. Pensamos então que tamanha beleza seja algo pelo qual o arquiduque será incapaz de recusar.

– Entendo, mas senhor nossa... - Antes que Phillipe terminasse Selene o interrompeu.

– O que nossa família ganharia? - A jovem dizia com as mãos para trás.

– Além de ter a futura arquiduquesa do Ocidente e futura princesa do norte? Eu os darei o título de conde e condessa. - Disse o rei com sorriso de canto.

– Nossas terras estão afundando em pobreza o povo morre de fome, como poderiam cuidar de ainda mais terras? - Disse olhando o rei nos olhos.

– Eu cuidarei disso se a dama desejar. Mas também colocarei minhas regras para que tudo seja concretizado. Você jamais deve voltar ao Norte sem ser oficialmente arquiduquesa. Seu marido não deve lhe devolver de forma alguma e precisa consumar o casamento com ele. Pela índole dele jamais voltaria atrás depois de desonrar uma dama. Então precisará consumar o casamento. - Cruzou os braços olhando para a mulher de longos fios platinados.

– Só preciso consumar o casamento e então serei oficialmente arquiduquesa do Ocidente e princesa do norte? Como saberão que houve a consumação do casamento? - Apoiou a mão no queixo.

– No reino do ocidente eles expõem para fora do castelo do ducado os lençóis da primeira noite, para que todos saibam que o herdeiro está a caminho. - O rei dizia gesticulando. - Os boatos vão circular todo o reino e logo chegarão até mim quando isso acontecer.

– Tudo bem. Por um título oficial, pelos meus pais, nosso povo e pela paz entre os reinos. Eu, Selene Lawillee aceito o casamento arranjado com o arquiduque do ocidente. - Se Inclinou apoiando a mão no oeito.

– Excelente, faça suas malas! A carruagem sai ao amanhecer. - O rei dizia animado. - Teremos um casamento!

✧(>o<)ノ✧

Selene caminhava com ambas as mãos diante do corpo até a carruagem.

– Você não precisa se casar se não quiser, nós daremos um jeito. Nem que eu venda meu título. - Phillipe dizia repleto de tristeza ao acompanhar a filha.

– Eu estou bem com o casamento. Eu já notei a um certo tempo que amor é algo de histórias apaixonadas escritas por pessoas que vivem de sonhos e ilusões. Eu devo honrar o que acredito então. Acredito que o senhor será um conde e se caso o rei não cumprir sua palavra serei arquiduquesa e ajudarei nossas terras. - Sorriu juntando as palmas das mãos. - Serei a princesa dos dois maiores reinos, sinto que como mulher esse é o único jeito que serei ouvida. Estou ansiosa por toda grandeza que me espera. Não se preocupe comigo. - Segurava na mão do pai subindo na carruagem. - Quando eu for arquiduquesa quero que venham me visitar.

– Claro que iremos. - Lúcia Lawillee se pronunciou pela primeira vez apoiando as mãos na carruagem. - Me escreva, se houver problemas fuja até nós.

– Pode deixar mamãe, se cuidem. - Abanou o lenço delicado pela janela da carruagem.

– Tchau nossa menina. - Ambos se abraçavam acenando, enquanto a carruagem saía.

Selene se ajeitou no banco da carruagem só então percebendo a presença da mulher de cabelos castanhos ali. - Céus! - Se assustou apoiando a mão no tórax.

– Lady Lawillee, sou a conselheira real do rei do Ocidente. Vim para lhe guiar até o ducado. Também para lhe explicar como as coisas funcionam no reino ao qual pertencerá e suas futuras obrigações. - A mulher de roupas negras dizia com expressão seria. - Sou Delanay.

– Prazer em conhecê-la. - Se inclinou de forma respeitosa.

– De agora em diante não deve se inclinar perante a ninguém que não seja o rei. Arquiduquesa é o equivalente a princesa do reino. Ninguém está acima de vossa graça. - Disse cruzando as pernas. - Vossa graça já parece fina e extremamente elegante, então vamos pular para suas obrigações como arquiduquesa. Como arquiduquesa você deve se juntar com o arquiduque para fazer a contabilidade do ducado. Reuniões, casamentos, tratados de paz, deve saber sobre os aliados e o básico do castelo e abastecimento...

– Delanay e o Arquiduque? Como ele é? - Interrompeu para clarear sua curiosidade.

– Entendo sua curiosidade. A personalidade do Arquiduque é difícil. Ele é um homem cabeça dura. Com todo respeito. - Inclinou a cabeça. - Ele é um guerreiro feroz e não só no campo de batalha. No cotidiano por mais inteligente que ele seja, ainda tem a paciência extremamente limitada. É ranzinza e muito duro com os soldados. Por essa razão o ducado dele é impecável.

– Oh céus. Ele devolveu muitas esposas? - Perguntou curiosa.

– Sim, cerca de dez esposas voltaram para as terras de nascimento. Algumas ele nem as olhou antes de mandar de volta. - A conselheira deixava sua exaustão totalmente visível.

– Entendo. - Apoiava as mãos no vestido. - Eu não serei devolvida. Tenho certeza!

– Esperamos mesmo que ele se encante com tamanha beleza vossa graça. Já que é nossa última esperança. - Disse com olhar repleto de esperanças.

– Até hoje nenhum homem me recusou. - Apoiou as mãos nas coxas.

(゚ο゚人))

– Vossa graça prometeu... - O assistente e mordomo andava desesperado atrás do homem.

– Prometi não mandar ela embora na primeira frase. Não prometi me casar e servir como marido. - Abanou a mão por cima do ombro caminhando.

– Arquiduque Veilmont, por favor. Tenha piedade desse mordomo. - O homem juntava as mãos diante do corpo. - Vá ao seu próprio casamento.

– Não. Mande o procurador. - Apoiava as mãos na nuca.

– Como explicarei ao rei sua ausência em seu próprio casamento? - Andava atrás do patrão desesperado.

– O rei estará lá? - Parou erguendo uma das sobrancelhas.

– Sim! - Mordomo disse animado.

– Hm. - Apoiou a mão na nuca.

– Graças aos céus ele está repensando sobre isso. - Agradeceu aos céus. - Não vai se arrepender, dizem que sua esposa será a mulher mais bela entre os continentes. Olha que sorte a de vossa graça.

– Ela pode se parecer como o sol de tão bela que eu não me importo. - Abanou a mão e voltou a andar. - Mais uma que se vende, não gosto de mulheres assim.

– Mas vossa graça é amante de uma ex concubina. - Disse erguendo as sobrancelhas surpreso.

– Se repetir essa frase outra vez, te puxarei com meu cavalo por centenas de quilômetros pela... Língua. - Os olhos dele brilhavam em um brilho assassino.

(‘◉⌓◉’)

Selene caminhava de uma lado para o outro impaciente. Estava prestes a entrar no altar e seus pais não haviam nem autorização para pisar naquele continente, enquanto tudo não fosse oficializado.

– Futura vossa graça, tudo está pronto. - Delanay se inclinou.

– Sim... - Segurou o imenso vestido rodado de ombros caídos. Várias damas seguravam o véu, enquanto ela caminhava repleta de elegância.

Com o início da música ela pode ver o altar e nele estava um homem velho na casa dos 60 anos, com uma barba grisalha e os cabelos penteados para trás. Tinha um bigode denso e expressão de insatisfação. Ao lado no altar estava o rei, ela reconhecia pelas pinturas. Cabelos negros e olheiras, uma expressão de cansaço e desespero.

Apertou os dedos no buquê ao o receber e caminhou sozinha até o altar. Era terrível, ela imaginou que no máximo o arquiduque teria uns 40 anos. Mas era óbvio que só um homem de idade seria capaz de herdar um ducado e o título de arquiduque mesmo sendo filho do rei.

Parou diante dele, se inclinou para ele e o rei.

A cerimônia aconteceu e pode ver o quão constrangido o homem ao seu lado estava no altar. Ela sorria timidamente, no fundo não parecia um monstro cruel como diziam os boatos. Seria fácil conviver com aquele homem.

Depois da assinatura dos papéis, Selene levantou o véu com intuito de ser beijada, mas em troca o homem se inclinou de forma extremamente respeitosa.

– Meu trabalho está feito. - Entregou a aliança na palma da mão da moça e saiu apressado do altar.

A de cabelos brancos ergueu as sobrancelhas encaixando a aliança no próprio dedo. Definitivamente aquilo foi extremamente rude, será que sua beleza o amedrontou? Nenhum homem havia agido dessa forma.

– Peço perdão pela situação arquiduquesa. - O rei a olhava com ternura estendendo o braço para a ajudar a descer do altar.

– Fiz algo de incorreto majestade? Eu desrespeitei alguma tradição? - Olhou questionadora apoiando a mão sobre o braço dele.

– Não. Foi perfeita, sua beleza, sua elegância e cada mínimo gesto impecável. Meu filho sempre foi assim, odeia obrigações. Mas isso fugiu do esperado. Jamais imaginei que Castiel fosse mandar um procurador se casar no lugar dele. - Suspirou em tristeza.

– Oh! Era um procurador. Achei por um segundo que fosse o arquiduque. - Apoiou a outra mão no tórax. - Ele autorizou um procurador a se casar comigo para representar ele? Que rude.

– Peço perdão no lugar dele. Mas ainda espero que seja você a se aproximar dele. Só um herdeiro me bastará. Não me importa o gênero. - Caminhavam até a carruagem.

– Farei o melhor que conseguir majestade. - Forçou um sorriso e entrou na carruagem. - Obrigada por me acompanhar, fico grata. Espero que eu possa esperar do arquiduque um terço da gentileza de vossa majestade.

O rei deu um sorriso constrangido.

Após acenar, viu a carruagem sair. - Arquiduque já quer que eu desista antes de começar. Vai precisar de muito mais se quer que eu desista. - Retirou o véu.

⋋✿ ⁰ o ⁰ ✿⋌

Desde a chegada de Selene ao ducado, ela estava tendo pesadelos terríveis onde um homem idoso extremamente pervertido a atacava pelas noites. Por essa razão, ela despertava desesperada todas as noites.

Ela não havia pensado na hipótese do arquiduque ser um velho pervertido e que dizia que as mulheres foram mandadas embora, quando na verdade fugiram dele. Podia ser a cabeça fértil de uma mulher jovem e que lê muitos livros. A ideia de um pervertido a desejar era repulsiva para ela, que era uma romântica.

Então o plano era claro, enquanto o arquiduque não viesse ver ela, ela não iria atrás dele, viveria pacificamente e levaria uma vida de luxos e poder. Se o pior acontecesse e ela se recusasse a dormir com ele, voltaria para casa e pediriam ao pai para que mudassem de país.

Com tudo milimetricamente planejado em sua cabeça, a nova arquiduquesa se sentia livre para jogar, comer, dormir e caminhar. Como o casamento não havia sido consumado até então, não havia nenhuma obrigação como herdeira para ser cumprida. Estava aproveitando a vida boa.

– Ocidente é um lugar extremamente quente. - Estava sentada diante da janela.

Usava um espartilho tão apertado que sua cintura parecia uma ampulheta. Os cabelos estavam presos em um coque, como era regra das mulheres casadas, o vestido era verde musgo que ela havia trago consigo do norte. Última moda LÁ, já que era o que a rainha Catarina, a grande usava.

As quatro damas ficaram observando em silêncio.

– Podem falar... - Olhou para as jovens garotas.

– Se vossa graça me permite perguntar... Por que não foi conhecer vosso marido ainda? - Uma das damas de cabelos ruivos e olhos azuis perguntou.

– Hm. Por que ele não veio até mim? - Ergueu uma das sobrancelhas. - Nós dois estamos na mesma situação. Acho plausível que nos evitemos mutuamente.

As damas continuaram em silêncio, mas a expressão de perplexidade foi clara nos quatro rostos.

– Eu gostaria de uma bebida refrescante. - Olhou para ela apoiando as mãos suavemente nas coxas.

As quatro se abaixaram, mas somente duas saíram.

– Podem se retirar, eu gostaria de um tempo a sós para refletir. - Continuou olhando para as duas.

Imediatamente as duas damas se retiraram.

Selene deitou a cabeça para trás suspirando. Se sentia tensa, mesmo que agora estivesse mais calma com relação a isso, arquiduque claramente tinha zero interesse por ela, o que era reconfortante... Porém isso indicava também que ela teria que ir embora, ou que seria expulsa em breve.

As damas trouxeram um suco de cereja com alguns biscoitinhos e saíram em seguida.

A cor vermelha imediatamente chamou a atenção dela, que se sentou diante da mesa para beber. O gosto doce e delicado combinava perfeitamente com os biscoitos. Era prazeroso comer, sentimento que ela nunca sentiu em sua terra natal.

Apoiou a mão nos lábios sorrindo. - Divino!

Se levantou animada com o copo e saiu pela porta, caminhou em busca da cozinha e só então lembrou que nem um tour pela mansão fizeram com ela. Como se todos só esperassem que ela fosse embora. Então seria difícil chegar até a cozinha.

Caminhava confusa, quando ouviu algumas empregadas fofocando.

– Ela é nortenha! Um povo bárbaro e ignorante. Me surpreende que ela seja tão refinada. Dizem que ela era a flor da sociedade deles... Imagine só com aquele vestido... Essa não tem nem chance de ser a arquiduquesa. - Dizia uma delas.

– Cale a boca. Temos que implorar para que ela seja nossa arquiduquesa... Ela é belíssima, gentil, nos trata melhor do que todas as outras noivas do arquiduque. Vamos rezar aos céus para que ela seja nossa senhora. - Disse a outra.

Selene olhou rapidamente para ver quem havia falado bem dela e era aquela empregada ruiva de olhos azuis de mais cedo. Ela se lembraria disso.

Demorou, mas ela encontrou a cozinha.

– Vossa graça poderia ter nos chamado! - Outra dama veio correndo.

– Não, eu realmente quis vir. Quem fez essa bebida? - Perguntou curiosa.

– Fui eu. - Cozinheiro imediatamente abaixou a cabeça.

– Em todos meus 24 anos de vida, essa foi a melhor bebida que já bebi. Eu agradeço por me mostrar! Receio que será meu refresco favorito eternamente. Pode me dizer os ingredientes? - Entregava o copo com um imenso sorriso.

– Oh! Cereja, açúcar, água gelada, um pouco de gelo triturado e algumas gotinhas de limão. - Dizia segurando o avental, parecia empolgado.

– Essa receita é típica daqui ou você a inventou? - Olhava curiosa. - Eu aceitaria mais um pouco.

Imediatamente serviram um copo novo com o refresco para ela.

– Fui eu quem inventei. - Assentiu.

– Entendo, o cozinheiro do arquiduque tem que ser incrível. Eu adorei! Estarei ansiosa pelas próximas receitas do nosso chefe. - Sorria unindo as mãos.

– Agradeço imensamente a arquiduquesa. - Se inclinou respeitosamente.

– Pode se erguer, eu que agradeço. - Abanou a mão e saiu da cozinha, andando pelo corredor.

Por mais que houvesse fofoca, as pessoas ali sabiam retribuir gentileza, ÀS VEZES, já era um bom sinal.

♡⁠(⁠Ӧ⁠v⁠Ӧ⁠。⁠)

– Vossa graça, pelo menos olhe para a garota que o rei trouxe até você. - Mordomo dizia andando atrás do arquiduque.

– Não. Na verdade... Diga a ela que as mulheres do ducado de Veilmont são obrigadas a saber cavalgar e lutar com espadas. - Disse com tranquilidade caminhando.

– Senhor, ela é uma dama muito fina jamais fará essas coisas. - Olhou para o mestre.

– Que pena. Mande de volta para o norte então. Não tenho tempo a perder. - Retirava o sobretudo bordado com fios de ouro no tecido preto, jogando na poltrona do escritório.

– Vossa graça, uma mulher cavalgando? O vestido não permitiria que ela montasse. Poderia cair e até se ferir gravemente. - Tentava explicar para o herdeiro do trono.

– Que ela use calças então. - Se sentou em sua poltrona diante da mesa.

– Uma mulher vestindo calças? Arquiduque seja razoável. Isso causaria desonra ao ducado... - Mordomo dizia suspirando.

– Quem dita o que é ou não é desonra? Se isso é desonroso, faça um pronunciamento dizendo que todas as mulheres nobres do ducado de Veilmont devem saber montar a partir de hoje. Satisfeito? - Disse olhando para o mordomo.

– Pelos céus. Farei como vossa graça deseja. - Soltou um intenso suspiro se retirando.

Depois de providenciar o pronunciamento, o mordomo foi obrigado a se dirigir até a arquiduquesa para a informar. Já esperava um escândalo, já esperava que ela pegasse suas malas e imediatamente fosse embora pelo desrespeito do arquiduque.

Bateu cuidadosamente na porta.

Sentiu um leve alívio ao se lembrar que o arquiduque não comentou mais nada sobre luta com espadas, por isso não enviou no pronunciamento e nem diria a arquiduquesa, ainda havia esperança.

– Entre. - A bela mulher disse com tranquilidade.

– Boa noite, vossa graça. - Se inclinou diante da mulher. - Trago comigo algo que me foi comunicado pelo arquiduque.

Selene engoliu seco a saliva, apoiando a mão no tórax, era a primeira vez que o arquiduque mandava qualquer coisa que fosse. Se fosse um pedido para ir à noite no quarto dela? Gelou por um segundo.

– Pode dizer... - Olhou para o mordomo.

– A partir de hoje se vossa graça desejar ser arquiduquesa, terá que aprender a... Cavalgar. - Disse receoso.

– Cavalgar? - Ergueu as sobrancelhas perplexa.

Capítulo 2

– Eu sempre quis cavalgar! Parece maravilhoso! - Selene disse animada juntando as mãos diante do corpo.

O mordomo e as damas ali olhavam perplexos para ela.

– Mas vossa graça, não acha perigoso? - O homem olhou para ela.

– São tantas as coisas perigosas no mundo, posso tropeçar e me ferir de qualquer forma. Posso me emaranhar nos lençóis e sufocar, posso afogar em uma banheira, até mesmo bater a cabeça com muita força... Tudo é perigoso, nem por isso não deixamos de arriscar a viver. - Apoiava a mão na bochecha sorrindo. - Então só sinto empolgação, já que o perigo está em todos os lugares.

Era de fato um argumento irrefutável.

– Mas vossa alteza... Terá que usar vestimentas apropriadas para cavalgada. O arquiduque optou por calças para as mulheres do ducado de Veilmont. - Disse receoso.

– Parece correto. Calças são as vestimentas que os homens usam para isso, protege a visão de nossas partes íntimas mais do que um vestido faria. Sim, eu concordo plenamente. - Sorria animada. - Quando começo?

– Mordomo, o arquiduque disse que não devemos nunca chamar um joalheiro ou um estilista para as "arquiduquesas" enviadas pelo rei. - Uma das servas falou quase em um sussurro para ele, mesmo que ainda assim a arquiduquesa pudesse ouvir com clareza.

– Eu não estava ciente... Por qual razão não devemos? - Olhou para a serva.

– Arquiduque disse que são ladys que se venderam por riqueza e poder, como vão embora rapidamente, não devem levar nenhuma riqueza ou presente do ducado com elas. Seria um desperdício dos cofres públicos. - Se inclinou de forma respeitosa.

– Conversarei com ele. - Mordomo massageou as temporas. - Por essa razão a arquiduquesa está vestida desta forma?

A nortenha imediatamente franziu o cenho. - O que há de errado com as minhas roupas?

– Oh! Vossa graça, se me permite dizer... Esses espartilhos e modelos de vestido foram utilizados no século passado, literalmente. - Mordomo disse com cuidado.

– Estão terrivelmente fora de moda e de uso. - Uma das damas disse de uma vez.

– Oh! Mas eles são a última moda no norte. - Segurou no vestido girando.

– O norte claramente é atrasado no sentido de estilo. - Uma dama sussurrou para outra.

– Respeitem a senhora da casa. - O mordomo as repreendeu. - Continentes diferentes, devem ter estilos diferentes, não existe nada de errado senhora. Vestidos de vossa graça devem ser muito apreciados em suas terras.

– Sim... Eu era a flor da sociedade nortenha. Mas se meus vestidos estão fora de moda, devo evitar o ciclo social agora se não quiser ser uma chacota. - Apoiou a mão no queixo. - Poderia trazer para mim um desenho dos vestidos na moda aqui no ocidente para eu ver?

– Claro, vossa graça. Conversarei com o Arquiduque sobre os pedidos de calças para a arquiduquesa. - Se inclinou.

– Pode se retirar então. - A de fios platinados apoiou a mão na testa. - Por qual razão nenhuma de vocês me avisou que meus vestidos eram fora de moda?

– Se anseia pela verdade, vossa graça. É pelo fato de que logo voltará para suas terras, não existia a necessidade. - Uma das damas abaixou a cabeça.

– Todas vocês esperam ansiosa para que eu deixe o castelo pelo visto. - Analisou uma por uma de cada uma delas.

– De forma alguma, vossa graça. Isso só tem acontecido com absolutamente todas as senhoras que foram casadas e enviadas para cá. - Olhava para a nortenha.

– Eu não lhe dirigi a palavra, não vejo porque me responderia algo do qual não perguntei. - Disse ranzinza.

A dama imediatamente se inclinou.

– Além de vocês não me respeitarem, desdenham da minha presença. Até minha bondade e generosidade tem limites. Eu tentei ser amigável para termos uma boa relação, mas não vou tolerar mais isso. Saiam agora. - Apontou para porta.

As damas imediatamente saíram apressadas.

(⁠ ⁠◜⁠‿⁠◝⁠ ⁠)⁠♡

– Vossa graça? - Mordomo batia na porta.

– Entre. - O de cabelos vermelhos disse suspirando em seguida.

– Venho informar que o comunicado foi feito no ducado e que a arquiduquesa concordou com ele. - Se inclinou.

– Concordou? - Ergueu uma das sobrancelhas surpreso. - Bom para ela.

– Por essa razão teremos que chamar uma estilista para fazer as calças de montaria para a senhora. - Olhou receoso para ele.

– Chame, não me importo. - Moveu os ombros.

O mordomo continuou parado ali em silêncio.

– Mais alguma coisa? - Cruzou os braços olhando para o servo.

– Sim... Receio que a arquiduquesa esteja sofrendo um tratamento extremamente rude dos servos desde que você tem se desfeito das outras mulheres que seriam sua esposa. - Ajeitou os óculos no rosto olhando para o mestre.

– E o que espera que eu faça? - Apoiou a mão no queixo olhando para ele.

– Mesmo que ela não seja a arquiduquesa oficialmente, seria interessante de vossa parte, alertar aos servos sobre o posicionamento deles com respeito ao tratamento dela. O ducado pode ser terrivelmente mal visto se tiver servos tão rudes. - Disse para o Arquiduque.

– Esse não é o seu trabalho? Disciplinar os servos? - Voltou a olhar para os papéis.

– Receio que não vossa graça, disciplinar os servos é trabalho da arquiduquesa. Mas se vossa graça me ordenar isso, assim farei. - Conteve o suspiro.

– Demita quem foi desrespeitoso, faça parecer que tenho planos de manter essa senhorita que chegou como arquiduquesa. Então reúna todos e diga que se esse posicionamento continuar, todos os servos serão trocados sem cartas de recomendações. - Abanou a mão para o mordomo sair. - Da próxima vez resolva sozinho, não quero saber de coisas tão inúteis. Se ela é uma mulher incapaz de se impor, nem merecia estar aqui. Saia agora.

O mordomo se inclinou e imediatamente saiu fechando a porta atrás de si. Soltou um longo e penoso suspiro, havia visto o arquiduque crescer, sabia que havia ali um homem de cabeça dura e muito teimoso que precisava urgentemente de uma mulher para o amar. Também precisava de uma arquiduquesa para equilibrar a grande tirania que vivia dentro dele graças aos anos de sofrimento. Desde os 15 anos, o herdeiro do trono já foi forçado a ir para campo de batalha lutar na guerra, vivia em meio a lama e o sangue, então definitivamente ele não seria um homem fácil de lidar, mas quando abrisse seu coração... Bom, todos sabem que o amor mais doce é aquele difícil de se conquistar.

– De qualquer forma espero ansioso pela aposentadoria desse velho aqui. - Suspirou caminhando pelo corredor do castelo.

Capítulo 3

O som ensurdecedor vinha do corredor, Selene, que se esforçava para pensar nos desenhos de vestidos da capital do país ocidental estava ficando extremamente irritada pelo som de vozes que tanto a incomodavam.

– Isso já é desrespeito demais. - Dizia irritada, segurava o vestido indo até o corredor.

Abriu as portas duplas de forma súbita, imediatamente suas sobrancelhas se ergueram.

Todas as damas estavam ajoelhadas perante o mordomo, ele repreendia todas elas citando seus nomes para que não houvesse dúvidas de seus erros individuais.

A de cabelos brancos olhava surpresa, mas sentia uma satisfação a preencher, obviamente o Arquiduque e o mordomo não estavam cegos para forma como ela estava sendo tratada.

– Todas vocês quatro estão demitidas, o Arquiduque ordenou que não houvesse cartas de recomendações para nenhuma de vocês, por favor se retirem. Que fique de aviso para as outras. - O homem de certa idade disse. Quando ergueu o olhar se deparou com a arquiduquesa. - Vossa graça, não planejamos incomodar. Vamos nos retirar imediatamente.

– Não... Eu gostaria de falar com você mordomo. - Apoiou as mãos diante do vestido.

– Como posso ajudá-la, vossa graça? - Apoiou a mão no peito diante dela.

– O arquiduque que ordenou isso? - Apoiou a mão no rosto.

– Sim, de fato. - Não era de tudo mentira, já que ele havia ordenado de fato.

– Não imaginei que ele se preocuparia com meu bem estar. Posso pedir uma audiência com ele para o agradecer? - Uniu as mãos diante do tórax.

– Irei solicitar imediatamente. - Se inclinou.

– Já agradeço com antecedência. - Olhou para ele com tristeza.

Sorriu de forma gentil e se retirou.

(⁠~⁠ ̄⁠³⁠ ̄⁠)⁠~

Bateu na porta com os nos dos dedos.

– Vossa graça, sou eu Faraize. - Dizia diante da porta do arquiduque.

– Entre logo. - Dizia o Arquiduque.

A porta foi aberta e pacientemente o mordomo se dirigiu até a mesa do mestre se inclinando.

– Diga logo. - Olhou nos olhos dele.

– A arquiduquesa requer uma audiência. - Faraize dizia com a mão apoiada no peito.

– Recuso a audiência. Ela deve ter muito tempo sobrando se planeja me incomodar. Diga a ela que se quer permanecer no ducado, precisará aprender esgrima. Assim não sobrará tempo para me incomodar. - Abanou a mão para que o mordomo saísse. Voltou a ler os papéis que estava em pilha e espalhados pela mesa.

O servo suspirou, fechando a porta atrás de si. - Esse velho não tem um único dia de paz nesse ducado.

Caminhou todo o caminho até os aposentos da duquesa e bateu a porta, já preenchendo os pulmões de ar.

– Entre. - Disse a voz feminina repleta de gentileza.

– Perdoe o incomodo. - Abriu a porta em seguida. - Infelizmente vossa graça teve de recusar sua audiência, ele está sobrecarregado de trabalho nos últimos tempos. - De fato ainda era uma verdade.

– Tudo bem. Entendo. Por essa razão ele ainda não veio me ver? - Perguntou curiosa.

– Receio que sim. - Assentiu.

– Tudo bem. - Deu um sorriso gentil.

– Também gostaria de saber quando pode começar a aprender esgrima. - Olhou para a arquiduquesa.

– Oh! Precisarei saber esgrima? - Ergueu as sobrancelhas surpresa.

– Receio que sim. - Disse esfregando as mãos.

– Quando as roupas chegarem, já que também terei roupas para isto não é? - Olhou nos olhos do mordomo.

– Claro. Tem toda a razão. Já enviei a carta para a estilista. - Abaixou a cabeça.

– Excelente, você é muito eficiente. Também gostaria de saber sobre o meu orçamento. Preciso de vestidos se quero adentrar a alta sociedade daqui. - Olhou preocupada para ele.

– Receio que a senhora não o tenha. Só arquiduquesa oficial pode ter direito ao orçamento do ducado. - Continuou com a cabeça baixa.

– Já me casei com todos os papéis e o rei prometeu enviar um dote. - Se levantou ainda mais preocupada.

– O casamento só é válido neste continente se existir a consumação carnal, vossa graça. - Continuava de cabeça baixa. - Posso pedir para que consuma seu dote se desejar.

– Não posso... Se o casamento der errado, preciso devolver o dote ao rei. - Apoiou a mão na testa. - Como terei dinheiro aqui?

– Receio não haver um jeito. Pode pedir aos vossos pais. - Ergueu um pouco a cabeça.

– Não, vão me obrigar a voltar se souberem que tenho passado necessidade aqui. - Apoiava a mão na testa.

– Alimentação, moradia e cuidados nunca vão faltar, isso eu garanto. Arquiduque não a deixaria passar qualquer necessidade. - Abaixou a cabeça outra vez.

– Entendo. Obrigada. Pode se retirar. - Suspirou apoiando as mãos no rosto.

O mordomo se ergueu e saiu encostando a porta atrás de si.

– Vamos perder a arquiduquesa perfeita por causa do arquiduque ser tão teimoso. Minhas costas doem e ainda preciso cuidar de todo aquele trabalho. - Suspirou desanimado.

♡⁠˖⁠꒰⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠⑅⁠꒱

Selene acordou pela madrugada, sentia muita sede por alguma razão. Se levantou para se servir de um copo de água, mas até sua jarra do quarto estava vazia. Pensou em chamar alguma serva, mas não estava afim de depender delas por agora, a única saída que restava era ir sozinha até a cozinha.

Vestiu um robe longo e branco por cima da camisola e seguiu pacientemente até a cozinha, que era o único lugar que ela sabia como chegar.

Entrou apressada e ergueu as sobrancelhas, esfregou os braços e então viu uma vela acesa no cômodo seguinte.

Era a sala de jantar dos servos, lá estava um homem belíssimo de longos cabelos vermelhos, um físico forte e invejável, ombros largos, era tão belo que mesmo só com a luz da vela era o bastante para ser notado.

Estava com os pés apoiados na mesa, em um pote comia algo com uma colher de pau também usada pelos servos. Os olhos cinzas imediatamente foram em direção a bela mulher de cabelos platinados e olhos azuis.

– Eu não queria incomodar. Eu vim atrás de um copo de água. Do meus aposentos acabou. - Dizia apoiando a mão no tórax.

Simplesmente apontou para a pia.

– Agradeço. - Encheu um dos copos de água. E se apoiou na mesa bebendo. - Você trabalha na guarda do castelo?

Virou o copo de vinho na boca sem responder, o que ela entendeu como um sim.

– Deve ser difícil ser um cavaleiro. Eu terei que começar a treinar esgrima. No meu país as mulheres são proibidas dessas coisas... Estou um pouco ansiosa. Você tem alguma dica para mim? - Olhou nos olhos dele.

– Não ultrapasse seus limites. Se você forçar além dos seus limites pode ser muito difícil aprender. - Bebia olhando para ela.

– Você tem total razão. Não vou me forçar. - Cruzou os braços se apoiando na mesa. - Você é a primeira pessoa que me trata normal aqui. É tão bom falar livremente.

– São rudes com você? - Ergueu uma das sobrancelhas.

– As damas sim, sussurrando coisas para que eu possa ouvir. O restante me trata como se eu fosse uma boneca. Acho que isso não é algo que o arquiduque ordenou, sabe? Acho que me tratam assim por eu ser estrangeira. Ouvi dizerem que sou de uma terra de bárbaros. - Apoiou a mão na bochecha suspirando. - É normal estranhar algo novo. Mas não imaginei que as pessoas no ducado de uma terra tão intelectual fossem me tratar assim.

– Por que você não reage? Retruca. Discuta. - Apoiou os cotovelos na mesa.

– Eu poderia fazer isso. Mas... Sejamos sinceros, arquiduque pode me chutar a qualquer momento. Eu não tenho nenhum poder aqui, enquanto não consumar o casamento. - Apoiou as mãos na mesa atrás do corpo. - Sinceramente era o que eu temia, eu nem sei como se consuma um casamento nunca me ensinaram isso. Além do mais, se ele for um homem rude, velho? Céus... Eu achei que pelo menos me respeitariam, mas não posso nem comprar vestidos aqui. Não posso sair com os que tenho, pois são fora de moda. Ou seja, nem amigas consigo ter. Você é a primeira pessoa que consigo conversar civilizadamente. Falando nisso, meu sotaque parece muito ruim? - Apoiou a mão no pescoço.

– Seu sotaque é ótimo. Eu não sabia que você está sendo tratada assim. - Apoiou o queixo na mão. - Você era uma duquesa no norte?

– Pfff... Não, eu era uma baronesa. Estava falindo, meu pai ia vender o título dele e parte de nossas terras para pagar nossa dívida. Eu fiz parecer que eu era gananciosa e que queria poder para fazer o rei pagar a dívida deles e dar um título de conde. - Suspirou olhando para o teto. - Não me arrependo. Eu já imaginava que não seria uma flor da sociedade ocidental sabe... Mas desprezo é demais.

– Entendo. Você fez isso pelos seus pais, casou sem nem saber a idade do marido. Você tem um coração tão bom que se me permite dizer faz de você uma trouxa. - Deu um sorriso maldoso.

– De fato. - Deitou a cabeça para o lado. - Se eu tiver que voltar e viver como uma plebeia que seja. Pelo menos eu tentei.

– É um bom pensamento. - Assentiu. - Já que sua escolta não está, melhor eu escoltar você até seu quarto.

– Não tenho escolta, não saio do quarto. Na verdade não conheço nada, só conheço a cozinha por ter descoberto sozinha. - Suspirou. Se ergueu para andar, mas pisou na parte de trás da camisola caindo com tudo para trás.

O ruivo imediatamente a agarrou pela cintura a impedindo de cair. Apertou instintivamente o corpo dela contra o dele.

– Oh! - Segurou nele, quase o envolvendo em um abraço. - M-muito obrigada.

– Por nada. - A olhou nos olhos.

– Pode me soltar agora. - Ria, o olhando nos olhos.

– Não estou mais te segurando. - Ria olhando para ela.

Só então Selene percebeu que quem se segurava era ela. Se soltou rindo. - Desculpe.

– Tudo bem, vou te escoltar. - Apontou para a saída.

– Eu não perguntei... Qual seu nome? - Olhou para ele, enquanto ambos caminhavam.

– Castiel. E você eu já sei, arquiduquesa de Veilmont. - Caminhavam lado a lado.

– Meu nome é Selene. - Sorriu de forma gentil.

– É um bom nome. Tem um significado? - Olhou nos olhos dela enquanto Caminhavam.

– Mulher da luz em grego. - Parou diante da porta do quarto olhando para ele.

– Seus pais estavam realmente certos em te nomear assim. - Acenou. - Tenha uma boa noite.

– Boa noite! - Acenou olhando para o homem que se afastava. Olhava uma última vez para o corpo masculino e sentia um leve formigamento, percorrer todo seu corpo.

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