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O Amigo Do Meu Pai

Capítulo 1 - A vida continua

Ezgui acorda e se senta na cama. Passa as mãos pelo rosto, suspira, e depois olha para a foto de sua avó ao lado da cama.

- Ah vovó, mas que falta a senhora me faz - diz a garota com a voz embargada

Sra Lúcia faleceu a alguns meses, e Ezgui ainda luta para seguir em frente. Lúcia quem deu amor, carinho, educação e tempo para a neta. Durante os primeiros dez anos de Ezgui, ela via o pai apenas algumas vezes ao ano, já que o mesmo estudava e trabalhava fora. Fez três faculdades, e investia tudo que tinha em trabalho. Assim que Demir voltou para Bosrun, Ezgui se apegou também ao pai, já que já tinha perdido o avô. Alan, amigo de infância de Demir, e também padrinho de Ezgui, também entrou no mundo dos negócios imobiliários e construtoras junto ao amigo, fazendo com que os negócios se expandissem cada vez mais.

Com o passar do tempo, Ezgui foi se apaixonando pelos negócios do pai, e isso a fez começar a cursar a faculdade de arquitetura, já ingressando também para um estágio na empresa da família.

Nos últimos dias, Ezgui apenas escuta o pai e o padrinho falar o tempo todo que Ferit estará de volta logo, e que o mesmo também fará parte da empresa. A única coisa que a garota sabe, é que o rapaz é 2 ou 3 anos mais novo que o pai, e que se conheceram quando Demir estudava fora.

Entre uma reunião e outra, Ezgui se sente esgotada, mas sabe que se reclamar não adiantaria nada. Ela presta atenção na negociação que o pai e o padrinho fazem sobre um novo empreendimento, e anota cada detalhe que acha importante.

No final do dia, Marco, motorista da família, a leva para casa, já que Demir e Alan irão sair para se divertirem um pouco.

Ezgui entra na casa, beija Sofia, que é funcionária da casa desde que Ezgui era criança, e depois sobe para o quarto. Ela joga o celular em cima da cama, toma um banho demorado, e fica na sacada pensando na vida.

Ezgui teve dois namorados. O Primeiro, era Mateus, um amor de escola, o primeiro beijo, o primeiro friozinho na barriga, os primeiros sorrisos bobos. O segundo, foi Deniz. Um pouco mais velho, mais maduro, com quem ela viveu novas experiências, teve sua primeira vez, conversas mais sérias, viagens a dois. Mas tudo acabou quando Deniz e ela viram que tinham planos diferentes, e não se encaixavam mais um na vida do outro.

Ezgui suspira e olha o celular. O grupo da faculdade estava cheio de mensagens, a galera combinando de sair. Ela ri e diz que no próximo dia irá

Sabrina - " Ezguiiii! Sempre pra próxima né"

Leila - " Aff Ezgui, aff "

Ezgui cai na risada ao ver as reclamações das amigas, e promete que no dia seguinte fará algo para si mesmo. Ela sabe que está em falta com ela. Sabe que precisa reagir sobre a morte da vó. Sabe que a vida continua.

 Ela desce e espera o pai por um longo tempo, mas ao ver que o mesmo não vem, ela janta sozinha e depois se senta na sala, para ler um livro. Entre um pensamento e outro, a mesma questão de sempre vem a sua cabeça: " Porque minha mãe nunca se importou comigo? "

Capítulo 2 - Um novo sócio

Alguns dias depois...

Depois de adiar tantas vezes, Ezgui finalmente sai com as meninas, e colocam o papo em dia, já que estão de férias da faculdade. Quando ela chega em casa, Demir e Alan estão na sala, mais uma vez, falando sobre negócios. Ela os abraça, troca poucas palavras e logo sobe.

No dia seguinte, a mesma rotina de sempre. No final do dia, Ezgui diz que irá caminhar um pouco no parque antes de ir para casa. Ela anda calmamente para lá e pra ca, observa as crianças correndo juntos aos pais, e alguns casais abraçados. Então, por um momento ela se lembra de Deniz

" Mas Deniz... Nós combinamos, você terminaria a faculdade de arquitetura e trabalhariamos juntos agora - diz Ezgui com os olhos cheios de lágrimas

- Me desculpa amor... Mas não é isso que quero pra mim. Eu descobri que não é isso que quero

- E você esperou terminar o curso TODO para perceber isso, Deniz? - diz a garota indignada - quantos anos você tem? Achei que era 25

- Você sabe, sempre fui apaixonado por artes. Decidi que preciso tentar. Eu vou para Çok ( nome fictício ) e vou estudar lá

Ezgui sente os olhos pesarem - quê?

Deniz engole seco - eu preciso tentar

- e, e nós dois?

- Vem comigo Ezgui

Ezgui ri nervosa - eu não vou largar tudo que tenho aqui pra seguir essa loucura sua. Acabei de fazer 18 anos Deniz, minha vó está doente, posso perdê-la a qualquer momento, tenho meu pai aqui, meu padrinho. Eu não vou

Deniz sente uma pontada no peito - e eu também não quero mais ficar aqui "

Ezgui suspira e segue lembrando de alguns momentos ao lado do ex namorado. A última vez que se viram foi a dois meses, quando a sra Lúcia faleceu, e ao saber do ocorrido, Deniz veio correndo até Ezgui, que ao vê-lo entrando na sala, desmoronou nos braços do rapaz, como uma criança procura por aconchego.

Por um momento, os dois se esqueceram do passado, e Ezgui recebeu todo apoio que precisava naquele momento. Mas ela foi obrigada a voltar a realidade, quando Deniz recebeu um telefonema de trabalho, sendo obrigado a voltar para Çok.

Ela se senta num banco, olha os patinhos na lagoa, e sorri. O leve vento mexe com seus longos cabelos, os fazendo cair lentamente sobre a pele branca da garota. Minutos depois, ela dirige para casa, e franze a testa ao ver um carro diferente na garagem.

Ezgui passa as mãos alinhando os cabelos, retoca o gloss ainda no espelho do carro, e finalmente entra na casa.

Demir - Filha, até que enfim você chegou princesa.

Alan - Oi pequena

Demir - acabei de falar sobre você para o Ferit. Ferit, essa é a minha filha Ezgui, Ezgui, esse é nosso amigo Ferit

Ezgui o olha, e sente um frio na barriga, enquanto ele a encara e estende a mão - olá Ezgui

Ezgui sorri e corresponde ao rapaz - muito prazer

Demir - eu estava falando para ele como você entrou de cabeça no mundo da arquitetura. Enfim, Ferit agora é nosso mais novo sócio, então espero que vocês se dêem muito bem

Capítulo 3 - A grosseria de Ferit

Ezgui sorri, encantada com a beleza do homem, enquanto o mesmo logo desvia o olhar.

Ela sobe para o quarto e se joga na cama, ainda pensando em como ela nunca se interessou em ver um foto ou se aprofundar mais no assunto quando pai e o padrinho falavam sobre o amigo. Ezgui ze pergunta se já viu um homem tão bonito como ele. Alto, forte, cabelos alinhados, mãos grandes.

No dia seguinte, eles se esbarram no corredor da empresa, e a garota logo sorri, enquanto o mesmo apenas a comprimenta consentindo com a cabeça.

Ezgui almoça com Leila e Sabrina, e comenta que o novo sócio do pai é um homem muito charmoso

Leila - ele tem 34 anos?

Ezgui - sim, mas acreditem, nem parece meninas

Sabrina- é uma ótima idade,seria uma ótima experiência bebê

Ezgui ri, logo diz - aiai, nada a ver. Ele é quieto, mal fala comigo

Logo elas trocam de assunto, e combinam de sair a noite.

Ezgui se arruma lindamente, avisa ai pai que irá sair, e pede para que o motorista a leve hoje.

Por chegar antes das meninas, ela decide pedir uma bebida, e quando se dirige ao balcão, algo lhe chama a atenção: um homem alto, forte, ombros largos. Ela sorri ao reconhecer que é Ferit, olha para ela mesma, arruma os cabelos, e se aproxima

 - Olá, Ferit

Ela a encara - olá

- Tá sozinho aqui?

- Esperando um amigo

- Não quer beber alguma coisa até ele chegar?

- Já pedi. Prefiro esperar sozinho.

Ferit pega a bebida que o barmem lhe entrega, ergue o copo mostrando a bebiba para a garota, e sai. Ezgui fica em choque com a grosseria do homem, mas é tirada de seus pensamentos com as meninas se aproximando eufóricas, perguntando quem era o homem com quem a amiga conversava. Ao ouvirem quem ele é, as mesmas ficam surpresas.

Elas pegam bebidas e logo vão dançar, mas minutos depois, Ezgui diz estar se sentindo mal e vai embora.

Nos próximos dias, segue a mesma coisa: Ezgui sempre simpática e tentando se aproxima e puxar conversa com Ferit, mas o mesmo age com frieza e indiferença com a mesma.

Ezgui sai da faculdade, e depois do almoço ela segue para a empresa, e assim faz todos os dias. Devido a volta as aulas, ela acaba saindo menos, e se dedicando mais as aulas e ao trabalho.

As amigas reclamam, pois normalmente, garotas de 19 anos gostam de sair, curtir, namorar, mas Ezgui diz ter outras prioridades.

É uma sexta-feira, Ezgui chega em casa, e antes de almoçar,vai rever um contrato importante, pois logo o pai precisará da pasta de documentos.

Assim que ela acaba de arrumar a pasta de documentos, ela escuta Sofia falando com alguém

Ezgui - Papai, acabei de rever os documentos do contrato e... - ela se cala assim que vê Ferit ao lado de Sofia,que logo pede licença e se retira

Ezgui sorri - ah, Ferit. Meu pai não está, e...

Ferit - eu sei. Ele está numa reunião, e pediu para que eu viesse buscar a pasta

Ezgui - aqui está - diz a sorrindo

Ferit pega a pasta, abre e olha o contato rapidamente, se mantendo sério.

Ezgui então resolve quebrar o clima tenso - é, quer beber alguma coisa?

Ferit segue com os olhos na pasta- não vim para isso. Bom, vou indo, até mais

Ezgui fica em choque - que grosso, ridículo - ela sussurra balançando a cabeça

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