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Olá, De Novo Amor

Reencontro

"Aperte o cintos, pois essa história vai começar!"

Caro leitor,

Prepare-se para uma aventura eletrizante, cheia de reviravoltas e emoções! Aperte os cintos, pois essa história está prestes a começar e queremos que você seja parte dela!

Você está cordialmente convidado a mergulhar em um universo fascinante, onde personagens ganham vida, cenários ganham forma e cada página reserva surpresas inesperadas. Será uma jornada inesquecível, repleta de mistérios a serem desvendados e sentimentos a serem explorados.

Ao adentrar esse mundo literário, você terá a oportunidade de se conectar com personagens cativantes, enfrentar desafios emocionantes e se perder nas páginas de um enredo envolvente. Sua imaginação será sua maior aliada nessa jornada única.

Se você está pronto para se deixar levar pela magia das palavras e experimentar novos horizontes, junte-se a nós nessa experiência literária extraordinária. Espero que goste!

Com entusiasmo,

E. SENA "

❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

Naquela noite de verão, com o calor ainda presente no ar, encontrava-me imersa nos destroços do meu coração, tentando disfarçar a dor com um sorriso no rosto. A cada batida acelerada, uma mentira escapava dos meus lábios, transformando-me na pior mentirosa do mundo. Naquele momento, compreendi que o amor não deveria causar feridas profundas e marcas incuráveis. Percebi que não valia a pena derramar lágrimas por alguém que não merecia. É nesse ponto que a minha história começa, na busca por uma nova perspectiva, na descoberta de minha verdadeira força e na reconstrução de um coração partido em pedaços. Foi naquela noite, sob o céu estrelado, que uma jornada de autodescoberta se iniciou. As sombras das decepções passadas contrastavam com a esperança que despertava dentro de mim. Determinada a não mais sucumbir às lágrimas e à dor, eu ergui minha cabeça e decidi que era hora de seguir em frente. A cada passo adiante, sentia uma força desconhecida brotar do meu âmago, como se a própria noite estivesse me envolvendo em seu manto protetor. Naquele momento de vulnerabilidade, descobri a minha verdadeira essência: uma mulher resiliente, capaz de superar qualquer obstáculo que a vida colocasse em meu caminho. Envolta pelo silêncio da noite, decidi que não mais me permitiria ser a vítima de uma história que não merecia ser contada. Aquele amor falho e desgastante não tinha mais poder sobre mim. Agora, era chegada a hora de escrever uma nova narrativa, repleta de autenticidade, autoamor e autoconfiança. Com a brisa suave acariciando meu rosto e o brilho das estrelas iluminando meu caminho, segui adiante, abandonando os escombros do passado. Sabia que o processo de cura seria desafiador, mas estava disposta a enfrentar cada batalha, sabendo que, no final, emergiria uma versão melhorada de mim mesma. Assim, naquela noite de verão, abandonei a dor e as máscaras, abrindo espaço para a verdadeira essência florescer. Sabia que não seria fácil, mas estava pronta para me libertar das amarras emocionais que me prendiam, pronta para trilhar o meu próprio caminho de amor-próprio e felicidade.

As palavras inúteis que ouvi alguns segundos atrás ainda ecoam em minha mente, deixando-me em estado de choque. Elas me fizeram sentir como se fosse a pior pessoa do mundo. Por vezes, me questiono se tudo teria sido diferente se eu não estivesse naquele lugar naquele momento. Talvez, se eu não tivesse ido, eu não teria sofrido tanto e não teria sido ferido da maneira como fui. Ouvir aquelas palavras amargas me fez refletir sobre como as pessoas nem sempre estão preparadas para sentir e compreender o amor. Com o passar do tempo, tomei medidas para apagar qualquer lembrança dele. Apaguei as músicas que nos lembravam momentos compartilhados, as fotos que capturavam sorrisos que já não eram para ser, e as mensagens que continham palavras que me machucavam. Essas ações foram necessárias para me manter distante de qualquer lembrança dolorosa, permitindo que eu seguisse em frente.

No entanto, essa jornada de cura não se limitou a simplesmente apagar essas lembranças. Eu também busquei preencher minha vida com experiências e pessoas positivas. Descobri novas músicas que me traziam alegria, encontrei novos hobbies que me ajudaram a encontrar um propósito e busquei apoio em amigos e familiares que me amavam incondicionalmente. Essas ações enriqueceram meu caminho de recuperação, tornando-o mais significativo. Agora, compreendo que a dor que senti não foi culpa do local ou das circunstâncias. Era parte de uma jornada em que precisei aprender a valorizar a mim mesmo e a reconhecer que nem todas as pessoas estão preparadas para lidar com o amor de forma saudável. Essa experiência me fortaleceu e me fez perceber que mereço ser amado por alguém que compreenda e respeite meus sentimentos

Mas algo ecoava dentro de mim, ressoando como uma melodia triste e persistente. Mesmo sabendo que as chances eram mínimas, eu ainda nutria a esperança de que você retornasse, de que o arrependimento fizesse você repensar suas palavras tão duras. Mas a realidade cruel desfez esse anseio, deixando-me envolto em uma tristeza sufocante. Era uma segunda-feira sombria, o amanhecer trazendo consigo nuvens carregadas de desânimo. O despertador tocou impiedosamente, rompendo o silêncio da manhã. Levantei-me, mergulhando em um banho gelado, que buscava ser um choque de realidade, uma tentativa de afastar as memórias dolorosas que insistiam em me assombrar. Sob a água fria, deixei escorrer não apenas as gotas, mas também as lembranças do passado. Enquanto lavava meus cabelos, sentia cada fio escorregando entre meus dedos, como se levassem consigo fragmentos do que éramos. Cada movimento repetitivo, um ritual para libertar-me das amarras do que já não existia mais. Deixei para trás o conforto da minha casa e segui em direção ao trabalho, carregando no peito o peso das palavras não ditas, a mágoa que insistia em se fazer presente. O mundo parecia ter perdido seu brilho, as cores se transformando em tons acinzentados, refletindo minha tristeza interna. No caminho, observei as pessoas apressadas, mergulhadas em suas próprias vidas, alheias às tormentas que assomavam minha alma. Os rostos desconhecidos refletiam histórias ocultas, cada um com suas dores e esperanças silenciosas. Tentei encontrar conforto naquela sensação de compartilhar o fardo da existência humana, mas, naquele momento, a solidão se tornou minha companheira mais fiel.

Na tranquila sala, eu observava atentamente o movimento incessante da rua através das imponentes janelas, que proporcionavam uma vista panorâmica deslumbrante da cidade. A luz suave do sol derramava-se pelo ambiente, criando um jogo de sombras e reflexos nas paredes adornadas com obras de arte sofisticadas. Sobre a imponente mesa de mogno, pilhas de papéis meticulosamente organizados aguardavam minha atenção. Eram documentos importantes, contratos a serem assinados, símbolos tangíveis do crescimento e expansão do nosso negócio. A cada rubrica, a cada decisão tomada, sentia-me responsável por moldar o futuro da empresa que construí com tanto esforço. Do lado de fora do escritório, o ritmo acelerado da vida empresarial se desdobrava diante dos meus olhos. Pessoas apressadas, com pastas e laptops em mãos, corriam freneticamente em busca da melhor proposta, da oportunidade que nos permitiria alcançar novos horizontes. A competição era acirrada, mas minha determinação era inabalável. Cada passo dado era um avanço em direção ao sucesso almejado. De repente, a porta se abriu lentamente revelando Roger, meu secretário particular. Seu rosto jovem e simpático irradiava uma energia contagiante, trazendo consigo um ar de otimismo e confiança. Com sua voz suave, ele pronunciou meu nome, destacando o respeito e a consideração que havíamos construído ao longo dos anos de trabalho conjunto.

- Senhora Rosales - Ele disse, enquanto mantinha o olhar respeitoso. Sua presença era reconfortante, um apoio constante no turbilhão da vida empresarial. Percebendo a urgência que se impunha no momento, Roger se aproximou, trazendo consigo uma pasta contendo informações cruciais para a nossa empreitada. Ele estava sempre um passo à frente, atento a cada detalhe, pronto para auxiliar e garantir que nossa estratégia fosse executada com maestria. Com um olhar atento, direcionei minha pergunta a Roger, meu secretário particular, buscando esclarecer a natureza dos documentos que repousavam sobre a mesa. Era importante ter clareza sobre a origem e a importância desses papéis.

-Esses são os papéis da filial? – Indaguei, esperando uma resposta afirmativa que confirmasse minhas suspeitas. Roger, sempre diligente e prestativo, assentiu com um aceno de cabeça.

-Sim, senhora! – Respondeu ele, confirmando minhas suposições. – Após a sua assinatura, poderemos marcar uma reunião para discutir os próximos passos. O que a senhora acha?

- Acho uma ótima ideia. Aliás, tenho em mente marcar um almoço com o diretor Marques. Seria uma oportunidade valiosa para discutir nossos planos e verificar se ele estaria disposto a considerar a proposta de vender uma de suas ações.

- Sim, senhora. Posso entrar em contato com a equipe responsável para agendar esse encontro e fazer as devidas preparações.

- Roger, há mais uma coisa. Hoje é o aniversário da minha irmã. Gostaria que você encontrasse o presente perfeito para ela. Conhece bem seus gostos e preferências, então confio em sua capacidade de escolher algo especial.

Ao mencionar o aniversário da minha irmã, uma sensação de carinho e afeto se misturou ao ambiente corporativo. Sabia que, mesmo envolvida em minhas responsabilidades empresariais, era essencial celebrar momentos significativos com aqueles que amo. Roger assentiu com um sorriso, compreendendo a importância desse gesto.

-Com certeza, senhora. Vou me empenhar para encontrar o presente ideal e garantir que sua irmã se sinta querida e especial neste dia especial.

Roger saiu e eu fiquei imersa na leitura daqueles imensos papéis por várias horas. Conforme a hora do almoço se aproximava, decidi ligar para Roger, que estava na sala ao lado, para perguntar se já poderíamos ir comer. Descemos apressadamente até o estacionamento e entramos no carro.

Para minha surpresa, assim que saímos, percebi que o trânsito estava caótico. Olhei no relógio e percebi que estava atrasada. A impaciência tomou conta de mim, e não pude deixar de perguntar a Roger o motivo de toda aquela demora.

- Roger, por que está levando tanto tempo? - Questionei de forma impaciente.

Com um tom de preocupação em sua voz, ele respondeu:

- Parece que houve um acidente ali na frente, senhora. Estamos presos neste engarrafamento.

Frustrada, olhei pela janela do carro, em busca de alguma alternativa. E então, meus olhos se fixaram em uma figura conhecida do lado de fora. Lá estava ele, o ex-amor da minha vida, de pé, observando o prédio à nossa frente e contando as janelas. Fiquei perplexa, confusa e curiosa. O que ele estaria fazendo ali, já que supostamente tinha ido para a Suíça?

Milhares de pensamentos passaram pela minha mente, tentando encontrar uma explicação lógica para sua presença inesperada. Será que ele havia voltado sem eu saber? Ou talvez fosse apenas uma ilusão causada pelo estresse e pela pressa do momento. Enquanto o trânsito permanecia parado, minha mente continuava a questionar o que ele estaria fazendo ali. Eu sabia que precisava obter respostas, mas, por enquanto, estava presa dentro do carro, sem conseguir alcançá-lo ou descobrir a verdade por trás daquela aparição surpreendente.

Conversas, planejamento, destino.

Quando dirijo ao salão do hotel, avisto o Diretor Marques à distância. Ele estava vestindo um terno azul marinho e tinha cabelos grisalhos. Um sorriso estava estampado em seu rosto. Assim que ele me viu, o Presidente Marques caminhou em minha direção. Ele tinha uma postura confiante e transmitia uma aura de liderança. Seus olhos transmitiam determinação e sua voz era firme ao cumprimentá-lo. Ele apertou sua mão com um aperto de mão firme e caloroso, transmitindo um senso de proximidade e interesse genuíno. Ele perguntou como eu estava e se mostrou disposto a iniciar uma conversa. Sua presença era cativante e transmitia a sensação de estar na presença de uma figura importante e carismática.

- Quando recebi a ligação do seu secretário fiquei muito surpreso, você sabe que te acho uma mulher incrível. – Disse animado

- Vejo que andou praticando seus elogios. – Digo em tom de deboche – Quero saber se você está disposto a vender sua parte na ação.

- Senhorita Rosales, sabes minha opinião sobre isto.

- E você sabe que eu não desisto Marques.

- O que você me pede é impossível de eu aceitar

- Marques, você já está na idade de aposentar, tem que apreciar este momento, deixe de implicância e me vende a sua parte.

Marques ficou em silencio por alguns segundos e respondeu:

- Sei que gosta de apostas, então vamos apostar algo. – Estava desafiador. – Mês que vem vai ter um evento internacional, várias empresas vai estar presente neste evento, mostre que você é uma boa líder e faça três negociações, uma com a França, outra com a Inglaterra e outra com a Coreia do Sul, se conseguir, vendo minha parte e a parte da minha esposa, mas se não conseguir não me procure mais. – Disse se levantando. – Senhorita Rosales, vejo que você está igualzinha ao seu pai.

Eu refletia sobre as palavras de Marques, uma enxurrada de memórias e emoções invadiu sua mente. Meu pai, o fundador da empresa, sempre foi um exemplo de determinação e persistência. Ele construiu o negócio do zero, enfrentando inúmeras adversidades ao longo do caminho. Recordo os momentos em que acompanhava meu pai em reuniões, observando-o negociar com confiança e sabedoria. Desde que assumi a liderança, sempre levei a sério o juramento que fiz ao meu pai, em honrar tudo o que ele havia realizado, tomando decisões estratégicas com base nos valores e na visão que ele havia incutido em mim desde jovem. Enfrentei inúmeros desafios ao longo do caminho. Encontrei resistência, céticos e obstáculos em meu caminho. Agora, diante da oportunidade de adquirir a parte de Marques e sua esposa na empresa, senti um senso de dever ainda maior. Era uma chance de consolidar sua posição como líder e garantir que a visão e os valores de seu pai continuassem a guiar a empresa. Estou determinada a honrar o legado de meu pai, não apenas pelo sucesso financeiro da empresa, mas também pela manutenção de uma cultura corporativa baseada na ética, no respeito aos funcionários e no impacto positivo na comunidade.

Depois da conversa desafiadora com Marques, senti uma urgência em agir. Não podia mais ficar parada. Com determinação em meus olhos, cruzei a porta do hotel e encontrei Roger, meu parceiro de confiança, esperando do lado de fora com o carro. Roger abriu a porta do carro para mim, dando-me um sorriso encorajador. Agradeci com um aceno de cabeça e entrei no veículo. Voltamos para a empresa, onde eu estava determinada a tomar medidas imediatas para alcançar os objetivos estabelecidos por Marques.

Ao chegar à empresa, mergulhei em uma série de reuniões intensas. Encontrei-me com os principais membros da minha equipe, bem como com outros departamentos estratégicos. Nosso objetivo era discutir e implementar as estratégias necessárias para realizar negociações com as empresas da França, Inglaterra e Coreia do Sul. Nas reuniões, liderei com confiança, compartilhando as informações que havia coletado no evento internacional e definindo metas claras para cada negociação. Envolvi minha equipe, delegando tarefas e atribuindo responsabilidades específicas para garantir que estivéssemos em sincronia. Durante todo o dia, minha agenda estava repleta de discussões, análises de mercado, revisões de propostas e tomadas de decisão importantes. Aproveitei cada momento para extrair o máximo de cada reunião, buscando insights valiosos e oportunidades para garantir o sucesso das negociações futuras.

À medida que o tempo passava rapidamente, mal percebia que já era tarde da tarde. A intensidade das reuniões e a concentração necessária para tomar decisões estratégicas absorviam toda a minha atenção. No entanto, permaneci resiliente e comprometida com meu objetivo de cumprir a aposta proposta por Marques. Enquanto o dia chegava ao fim, reservei um momento para fazer um balanço. Estava satisfeita com o progresso feito durante o dia, mas também reconhecia que ainda havia muito trabalho pela frente. Sentindo-me cansada, mas determinada, comecei a planejar minhas próximas etapas. Sabia que a chave para o sucesso era uma preparação meticulosa e uma abordagem estratégica. Revisitei minha lista de tarefas, identifiquei as prioridades e comecei a definir um cronograma claro para o próximo dia. Estava dando sete da noite quando recebo uma ligação. O toque do telefone interrompeu minha concentração no trabalho. Ao atender, reconheci imediatamente a voz do outro lado da linha: era minha querida irmã mais velha, Beatriz.

A frase inicial de Beatriz revelou seu descontentamento. Ela parecia chateada e acusava-me de ter esquecido seu aniversário. Era verdade, o tempo tinha passado tão rápido que acabei deixando a data importante escapar da minha mente ocupada. Como irmã mais nova, sempre me esforçava para manter um relacionamento próximo com Beatriz, mas às vezes as responsabilidades profissionais assumiam grande parte do meu tempo.

Beatriz havia optado por seguir um caminho diferente na vida. Enquanto eu assumi o comando da empresa, ela escolheu dedicar-se à família. Meu pai, fundador da empresa, tomou a decisão de me nomear como sua sucessora, confiando-me a responsabilidade de conduzir os negócios da família.

Ao ouvir a decepção na voz de Beatriz, senti uma pontada de culpa. Eu a tranquilizei, garantindo-lhe que estava indo ao encontro dela imediatamente. Levantei-me rapidamente da minha mesa, deixando para trás a pilha de documentos e projetos que me mantinham ocupada.

Eu sabia que Beatriz esperava que eu estivesse no escritório naquele momento. Ela não compreendia totalmente as demandas e desafios que vinham com a posição que meu pai me concedeu. Mas apesar das diferenças entre nós, nossa relação familiar sempre foi importante.

Saindo da minha sala, fiz um sinal para Roger, e ele estava sempre pronto para me acompanhar em qualquer momento. Eu sabia que ele entenderia a urgência do momento e faria o possível para me levar até Beatriz o mais rápido possível.

Enquanto seguia em direção ao carro, eu refletia sobre as escolhas que havíamos feito. Beatriz optou por uma vida dedicada à família, enquanto eu mergulhei de cabeça nos negócios. Ambas as escolhas eram válidas, mas exigiam sacrifícios diferentes. No caminho para encontrar Beatriz, uma mistura de sentimentos tomou conta de mim. Eu sentia culpa por não ter lembrado do seu aniversário, mas também havia orgulho em meu coração pelo trabalho que estávamos realizando na empresa e pela confiança que meu pai depositou em mim.

Ao chegar à casa de Beatriz, respirei fundo antes de sair do carro. Sabia que a conversa com minha irmã seria importante. Era hora de lembrar a ela que, embora nossos caminhos fossem diferentes, nosso amor e apoio mútuo nunca mudariam.

Com o coração cheio de determinação, abri a porta e adentrei a casa, pronta para enfrentar a conversa com Beatriz. Nossa ligação familiar seria testada, mas estava disposta a fazer o que fosse necessário para fortalecê-la e encontrar um equilíbrio entre minha carreira e minha família.

- Desculpe a demora querida. – Disse abraçando.

- Achei que tinha esquecido Ellen.

A eu não havia me apresentado né?

Meu nome é Ellen Rosales, a filha mais nova de Raul Rosales e Maria Rosales. Nasci em uma família empreendedora, onde o espírito empresarial sempre esteve presente. Meu pai, Raul, fundou a empresa há décadas com muito amor e dedicação, e desde então, tem sido o alicerce do nosso negócio.

Além de mim, tenho uma irmã mais velha chamada Beatriz Rosales. Beatriz é casada com Tomas Rariel, um profissional experiente e talentoso que atua como diretor de Marketing na nossa empresa. Ele traz uma visão estratégica e criativa para impulsionar nosso crescimento. Beatriz e Tomas têm dois filhos adoráveis, Malu e Matheus, que são gêmeos. Malu é uma menina encantadora, cheia de criatividade e talento para o desenho. Matheus, por outro lado, é um garoto enérgico e aventureiro, sempre em busca de novas experiências esportivas. Eles são a alegria da família e trazem vida para cada reunião e encontro. Falei tanto de negócios que esqueci de apresentar.

-Cadê de os meninos? – Olhei ao redor e vi que a casa estava vazia, silenciosa como nunca antes.

-Eles já estão chegando... – Beatriz respondeu, mas pude notar uma sombra de tristeza em seus olhos. Ela refletiu por alguns segundos, como se estivesse revivendo memórias dolorosas. - Achei que você ia dar outra desculpa, como das últimas vezes.

-Eu precisava de tempo, você sabe o quanto eu me machuquei. - Suspirei, lembrando das cicatrizes emocionais que ainda não haviam sarado completamente.

-Eu sei, e sinto um pouco de culpa nisso. - Beatriz abaixou o olhar, parecendo carregar um fardo de arrependimento.

-Eu já disse que é para esquecer essa história. - Minhas palavras foram mais duras do que eu pretendia, mas a dor ainda estava presente.

-Se eu não tivesse te apresentado ele, talvez não teria afastado você tanto de mim. - Ela continuou, sua voz carregada de remorso e tristeza.

-Já disse que isso é passado. - Tentei abafar a mágoa que ainda existia em minha voz, mas não pude evitar uma pontada de ressentimento.

O silêncio pairou entre nós por um momento, as palavras não ditas ecoando em nossos pensamentos. A verdade era que nossa relação havia sido abalada por eventos passados, por escolhas e consequências que ainda reverberavam em nossas vidas. O caminho para a cura era longo, mas estávamos dispostas a tentar. Enquanto aguardávamos a chegada dos meninos, percebi que a casa estava preenchida com lembranças felizes da infância compartilhada. Fotografias nas paredes capturavam momentos de alegria, risos e abraços apertados. Embora o tempo e as circunstâncias tivessem causado feridas, o amor de família ainda pulsava em nossos corações. Respirei fundo, buscando a compaixão e o perdão em meu interior. Era hora de deixar o passado para trás e nutrir as relações que eram tão importantes para nós. A chegada dos meninos seria uma oportunidade para reconstruir laços e criar novas memórias que fortaleceriam nossa conexão familiar.

Enquanto Beatriz e eu aguardávamos, decidi abrir meu coração e compartilhar minhas vulnerabilidades. Não seria fácil, mas era necessário para quebrar as barreiras que havíamos construído ao longo do tempo. Aprendi que guardar ressentimentos e culpas só perpetuava a distância entre nós.

-Beatriz, eu entendo que você estava tentando ajudar. Sei que suas intenções eram boas. Mas, no fim das contas, cada um de nós precisa assumir responsabilidade por nossas próprias escolhas e encontrar o caminho para a cura. Eu não quero mais carregar essa dor e mágoa entre nós. Precisamos seguir em frente juntas, como irmãs, como família.

Beatriz levantou o olhar e seus olhos se encheram de lágrimas. Percebi que ela também estava pronta para deixar o passado para tras e reconstruir nosso relacionamento.

Beatriz parecia prestes a revelar algo importante quando, de repente, a porta se abriu e as crianças entraram correndo, seguidas por Tomas. Mas o que mais chamou minha atenção foi a figura de Vicenzo Conti parado ali, como se o tempo tivesse congelado. Vicenzo era alguém que eu não esperava ver novamente. A última vez que o vi foi há muito tempo, e sua aparência havia mudado significativamente. Seus cabelos estavam mais longos e um pouco desalinhados, uma mudança em relação ao homem bem-apessoado que eu me lembrava. Ele não estava vestindo terno, o que contrastava com a imagem sofisticada que eu tinha dele. Quando nossos olhos se encontraram, pude sentir uma mistura de emoções surgindo em mim. Uma onda de lembranças e sentimentos há muito tempo adormecidos veio à tona. Vicenzo parecia tão perplexo quanto eu, provavelmente surpreso por me ver ali. Beatriz, percebendo a tensão no ar, rapidamente correu até Tomas, puxando-o para outro cômodo, deixando-nos sozinhos. O silêncio pairava entre nós, carregado de significados não ditos. Eu não sabia o que fazer ou dizer naquele momento. As lembranças de nosso passado, os momentos compartilhados e as histórias interrompidas começaram a surgir em minha mente. Eu me perguntava o que ele estaria pensando e se ainda havia alguma conexão entre nós após todo esse tempo. A presença de Vicenzo ali, tão inesperada, abria um turbilhão de questões e possibilidades. Eu me sentia dividida entre o passado e o presente, entre o que poderia ter sido e o que era agora. Enquanto eu lutava para encontrar as palavras certas, Vicenzo permanecia em silêncio, observando-me com uma expressão indescritível em seu rosto. Eu sabia que precisávamos conversar, enfrentar o que ficou no passado e entender se ainda havia espaço para nós dois. Mas por enquanto, naquele momento cheio de incertezas, apenas o silêncio e a presença marcante de Vicenzo dominavam o ambiente.

Um Conto do passado e um esbarrão

Era uma quinta-feira, e eu estava na minha empresa, onde o Vicenzo, um dos funcionários, não havia comparecido ao trabalho. Ele era parte da minha equipe e sua ausência era incomum. Naquele dia, eu estava reunido com meus diretores executivos, discutindo os assuntos do negócio.

Rodrigo Mates era o diretor de finanças. Ele era uma pessoa simpática e cheia de entusiasmo. Sempre trazia novas ideias para impulsionar a empresa e estava constantemente buscando maneiras de melhorar nossa situação financeira.

Ariel Surts era o designer. Ele veio da Alemanha e trouxe consigo um olhar detalhista e uma abordagem meticulosa para o trabalho. Sua perspectiva internacional e habilidades criativas foram inestimáveis para a empresa.

Patrícia Manus era minha vice-diretora. Ela era uma mulher determinada e cheia de entusiasmo. Sempre se dedicava a suas responsabilidades e trazia uma visão estratégica para os projetos em que estávamos envolvidos. Pietro Poeta era o responsável pela divulgação da empresa. Ele me ajudava a criar campanhas publicitárias eficazes e a transmitir a mensagem certa para o nosso público-alvo. Sua criatividade e habilidades de comunicação eram essenciais para o sucesso de nossas iniciativas de marketing.

Enquanto estávamos reunidos, discutindo os projetos em andamento, a ausência do Vicenzo começou a levantar preocupações. Normalmente, ele era muito confiável e nunca faltava ao trabalho sem avisar. Comecei a me perguntar se algo havia acontecido com ele. Decidimos entrar em contato com Vicenzo para verificar seu bem-estar e saber o motivo de sua ausência. Liguei para o seu celular, mas não obtive resposta. Enviamos também uma mensagem, mas não houve resposta imediata. Fiquei cada vez mais intrigado e preocupada. Aquela situação era incomum e eu não conseguia deixar de pensar em todas as possibilidades. O que teria acontecido com o Vicenzo? Será que ele estava bem?

Fizemos a reunião sem ele, algumas decisões só ele poderia tomar, pedi a Roger que entrasse em contato com o prédio onde ele morava, mas Roger estava sem sucesso. Depois da reunião fui até o escritório para terminar algumas coisas, quando bateram na minha porta.

- Ellen. – Patrícia entrava. – Já vai para casa?

- Só vou resolver algumas coisas e depois irei. – Disse concentrada em alguns papeis.

- Te achei bem preocupada, está tudo bem?

- Está sim. – Digo querendo mentir para mim mesmo.

- Sabe que além de ser sua vice-diretora, somos amigas, pode me dizer tudo que quiser.

- Sabe me dizer por que o Vicenzo não veio?

- Ele não disse nada, vejo que ele anda saindo do trabalho mais cedo do que de costume, achei que vocês tinham brigado.

- Eu e ele parece está bem...- reflito minhas palavras. – Mas...

- Mas?

- Também tenho notada ele estranho, como se estivesse escondendo algo de mim...

Foi então que eu recebi a pior mensagem da minha vida, eu tinha uma amiga, Yara Vasconcelos, digo que tinha por que foi ela que começou a causar essa dor insuportável em mim, ela disse com todas as palavras amargas

Sabe aquela noite, quando você pediu a Vincenzo para me levar em casa, pois bem, eu e ele ficamos.

Eu fiquei chocada e atordoada com as palavras amargas de Yara. As informações reveladas em sua mensagem eram como uma punhalada em meu coração. Ela afirmou que Vicenzo e ela tiveram um envolvimento íntimo naquela noite em que eu pedi a ele para levá-la para casa. Meu mundo parecia desmoronar diante de mim. A traição de Vicenzo, combinada com a revelação de Yara, causou uma dor insuportável em meu peito. Sentimentos de tristeza, raiva e decepção se misturaram dentro de mim, deixando-me sem palavras. Tudo parecia tão inesperado. Eu confiava em Vicenzo. Nunca imaginei que ele seria capaz de me trair dessa maneira. E Yara, uma amiga de longa data, parecia ter se transformado em alguém completamente diferente. No meio da turbulência emocional, eu me perguntava como lidaria com essa situação. A traição de Vicenzo colocava em xeque nossa relação profissional e na nossa relação, enquanto a revelação de Yara deixava nossa amizade completamente abalada. Com o coração partido, percebi que precisava tomar uma decisão. Seria necessário confrontar Vicenzo sobre a traição e buscar respostas mais claras sobre seus motivos e intenções. Ao mesmo tempo, teria que lidar com a situação delicada com Yara e decidir se ainda havia espaço para uma possível reconciliação. Essa revelação mudou completamente o curso das coisas. Meu mundo profissional e pessoal foi abalado, e eu teria que encontrar forças para enfrentar as consequências dessa traição e decidir como seguir em frente.

Meu estado emocional estava em frangalhos após a revelação de Yara. Sentei-me à mesa, com a mente cheia de pensamentos turbulentos. Patrícia, preocupada comigo, correu rapidamente para buscar uma água, mas minha agonia era tamanha que não pude esperar. Decidi agir imediatamente. Chamei Roger, e sem hesitar, fomos em direção à casa de Vicenzo. No caminho, minha mente trabalhava freneticamente, tentando organizar as palavras que eu gostaria de dizer. Eu sabia que seria uma conversa difícil e dolorosa, mas sentia que era necessário confrontá-lo e buscar esclarecimentos.

As palavras que eu carregava dentro de mim eram um turbilhão de sentimentos misturados. Eu queria expressar minha tristeza, minha decepção e minha raiva, mas também ansiava por respostas. Desejava entender os motivos de Vicenzo, como ele pôde trair minha confiança e comprometer nosso namoro e relação profissional. Enquanto dirigíamos em direção à casa de Vicenzo, refleti sobre a importância da calma e da clareza nas palavras que eu escolheria. Eu queria ser assertiva, mas também cuidadosa para evitar mais dor e conflito. Ao chegar à casa de Vicenzo, respirei fundo e tentei reunir toda a coragem que tinha dentro de mim. Era hora de enfrentar a situação de frente e descobrir a verdade por trás de suas ações.

- Vicenzo? – Bato o interfone, minha voz estava tremula, tentei encontrar forças. – Eu sei que você está aí.

O portão se abriu e entrei na residência de Vicenzo. Ele estava parado, olhando fixamente para o celular. Nossos olhares se cruzaram por alguns segundos, e naquele momento, todo o peso da situação recaiu sobre nós. Eu me aproximei devagar, sentindo um misto de ansiedade, tristeza e uma necessidade urgente de entender o que havia acontecido. Cada passo que eu dava parecia uma eternidade, enquanto meu coração batia acelerado. Vicenzo parecia tenso, seus olhos evitavam o meu olhar. O silêncio pairava no ar, como se todas as palavras não ditas fossem sufocantes. Eu ansiava por respostas, por uma explicação que pudesse aliviar a dor que consumia minha alma. Com um nó na garganta, tomei coragem para quebrar o silêncio. Minha voz tremia um pouco quando finalmente disse:

-Vicenzo, precisamos conversar. O que aconteceu? Por que você escondeu isso de mim? Eu confiei em você. Por favor, me explique.

Esperei ansiosamente pela resposta de Vicenzo, enquanto o peso da situação continuava a nos envolver, criando um ambiente carregado de tensão e emoções conflitantes.

- Eu acho que não tem nenhuma explicação. – Disse ele. – O que eu fiz não tem como voltar atrás, não tem como corrigir, aconteceu, e é isso.

- Então por decidiu me contar só agora?

- Eu não sabia como contar, não sabia como dizer isso a você, você fica tão presa neste trabalho que mal tinha tempo para nós.

- Agora você está me culpando pela sua infidelidade, você sabia da minha ausência, eu expliquei você.

- Preciso dizer que nosso amor já tinha acabado faz tempo, eu já não sentia nada mais por você, estava com você por conta do trabalho, eu já estava de olho na Yara já faz tempo, você que não percebeu.

As palavras de Vicenzo atingiram meu coração como facadas. A frieza em sua voz e suas justificativas vazias apenas aumentaram a dor que eu estava sentindo. Ele admitiu sua infidelidade e, pior ainda, colocou a culpa em mim, alegando que nosso relacionamento já estava deteriorado há muito tempo. A raiva começou a se misturar com a tristeza, enquanto eu lutava para compreender suas palavras. Como alguém em quem confiei tanto poderia me trair dessa forma e ainda tentar justificar suas ações, transferindo a responsabilidade para mim?

Eu me senti enganada e usada. As lembranças dos momentos compartilhados e dos sentimentos que pensei serem genuínos pareciam desmoronar diante de mim. Era difícil aceitar que Vicenzo já estivesse interessado em Yara há tanto tempo, enquanto eu estava cegamente envolvida em nosso relacionamento. A dor e a decepção foram esmagadoras. Minhas mãos tremiam e lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu precisava processar tudo o que estava acontecendo, mas também sabia que precisava me afastar dessa situação tóxica. Com todas as forças que me restavam, eu disse a ele:

- Chega, Vicenzo. Não quero mais ouvir suas desculpas ou suas tentativas de justificar o injustificável. Nossa relação acabou agora. Não quero mais ter nada a ver com você.

- Eu já não estava a muito tempo com você.

Após aquela noite devastadora, uma transformação profunda ocorreu em mim. A dor da traição e da decepção me consumiu de tal forma que me tornei uma pessoa fria e distante. Para proteger minha própria sanidade, decidi me afastar de tudo que me lembrava Vicenzo, incluindo minha família e amigos mais próximos. Eu me refugiei no trabalho, encontrando nele uma distração e uma forma de preencher o vazio deixado pela quebra de confiança. Foi como se eu tivesse construído uma muralha ao redor do meu coração, evitando qualquer forma de conexão emocional.

Os dias se passaram em uma rotina exaustiva de trabalho árduo e dedicação. Eu me tornei obcecada em alcançar o sucesso profissional, colocando toda a minha energia e foco nas minhas responsabilidades e objetivos. O trabalho se tornou minha única prioridade, um refúgio seguro onde eu podia me sentir forte e no controle. No entanto, essa busca incessante pelo sucesso profissional veio com um preço alto. Eu me isolei emocionalmente, afastando as pessoas que realmente se importavam comigo. Minha família, amigos e até mesmo colegas de trabalho começaram a notar minha mudança de comportamento, minha frieza e distância. Percebi que, apesar de tentar me proteger da dor, também estava me privando de outras formas de felicidade e conexões significativas. Comecei a questionar se minha escolha de me fechar emocionalmente era realmente saudável e se estava me ajudando a superar o passado. Foi nesse momento que percebi a necessidade de buscar ajuda e apoio para lidar com minhas emoções e cicatrizes emocionais. A jornada de cura e reconstrução pessoal seria longa, mas eu estava disposta a enfrentar meus medos e abrir novamente meu coração para o mundo.

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Vê-lo parado ali, diante de mim, trouxe uma avalanche de emoções. Todas as dores do passado ressurgiram intensamente, como se o tempo não tivesse passado desde o dia em que descobri sua traição. Um turbilhão de sentimentos invadiu minha mente e meu coração, deixando-me sem palavras.

Beatriz, ao notar minha aflição, correu em minha direção, desculpando-se e deixando claro que não tinha nenhuma participação naquela situação dolorosa. Seu olhar expressava compaixão e preocupação genuínas, como se ela também pudesse sentir o peso do que estava acontecendo.

Tomas, por outro lado, parecia atordoado e sem saber como reagir diante daquela cena carregada de tensão. Sua expressão refletia confusão e impotência, sem encontrar as palavras certas para expressar seu apoio ou consolo.

Enquanto eu enfrentava essa tempestade emocional, senti-me perdida e fragilizada. A presença de ambos, mesmo que bem-intencionada, não era suficiente para aliviar a dor que eu estava sentindo. Eu precisava de um tempo para processar tudo e encontrar meu próprio caminho para a cura.

Com um nó na garganta, murmurei que precisava de um momento sozinha e me afastei lentamente dali. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu buscava refúgio em um local tranquilo, longe das lembranças dolorosas e das pessoas que estavam ligadas a elas.

Recebi uma série de mensagens de Beatriz, expressando seu arrependimento e pedindo desculpas repetidamente. Ela parecia genuinamente arrependida pelo papel que desempenhou em minha dor e queria reconstruir nossa amizade. Porém, eu me encontrava em um estado emocional frágil e não estava pronta para enfrentar aquela situação ainda. Tomas, por sua vez, insistia em ligar para mim repetidamente. Ele buscava uma oportunidade de se desculpar pessoalmente e explicar sua posição naquele episódio. Eu sabia que ele não tinha culpa direta, mas sua presença naquela situação ainda era uma lembrança dolorosa para mim.

Nas últimas semanas, tomei a decisão de não ir ao trabalho. Optei por trabalhar em casa, tentando me distanciar do ambiente que me lembrava constantemente do que aconteceu. Trabalhar em um espaço familiar e confortável me permitia ter mais controle sobre meu estado emocional e concentração nas tarefas.

Quando voltei ao escritório, me deparei com meus diretores executivos visivelmente aflitos. O encontro internacional estava se aproximando rapidamente e havia muito a ser preparado. Ainda me sentindo fragilizada pela traição de Vicenzo, eu tentava focar nas tarefas e nas responsabilidades profissionais que exigiam minha atenção.

Enquanto eu analisava alguns papéis, o telefone do escritório tocou. Era Roger, meu assistente, do outro lado da linha. Ele informou que minha irmã estava presente e perguntou se poderia deixá-la entrar. Por um momento, considerei dizer para ele que eu estava ocupada e pedir que minha irmã esperasse. No entanto, antes que eu pudesse desligar o telefone, ela entrou na sala sem ser convidada.

Olhei para ela com surpresa e certa resistência. Desde a última vez que nos encontramos, eu havia mantido certa distância, querendo lidar com minha dor sozinha. No entanto, ela parecia ter ignorado meu desejo de isolamento e estava ali, diante de mim, com lágrimas nos olhos. Ela começou a falar em voz trêmula, expressando arrependimento por ter respeitado meu espaço anteriormente e se mantido distante. Ela compartilhou como ficou sem falar comigo por tanto tempo e como o passado voltou para assombrá-la novamente. Suas palavras eram carregadas de emoção e arrependimento. A resistência em meu coração começou a ceder diante de sua sinceridade e vulnerabilidade. Apesar de todas as dificuldades que tínhamos enfrentado, ela era minha irmã, minha família. Eu sabia que não podia continuar me isolando completamente. Deixei escapar um suspiro e, com as emoções misturadas, abri espaço para que ela se aproximasse. Nossos olhares se encontraram e, naquele momento, eu entendi que ela estava ali para ficar ao meu lado, não importasse o que acontecesse. Aos poucos, nossas lágrimas se misturaram em um abraço reconfortante. Eu percebi que, mesmo com todas as feridas e os desafios do passado, a presença da minha irmã era um apoio valioso em meio à tempestade.

- Eu não quero isso, não quero que você se afaste de mim de novo. – Disse se afastando de mim.

- Não vamos nos afastar de novo.

- Jura?

- Juro!

- Não vou deixá-lo se aproximar de novo de você, eu e o Tomas vamos fazer de tudo para proteger você, em falar no Tomas ele está arrasado com tudo que aconteceu.

- Fale com ele que não estou brava.

- Você pode dizer isso a ele, ele está lá fora esperando.

- Mande chamá-lo.

Ela foi empolgada chamá-lo, ele entrou tímido na sala, conversei com ele, nos entendemos, e logo começamos a falar dos gêmeos e suas grandes aventuras, pedi Roger para trazer um café, já fazia tempo que não tinha essa conversa com eles, ficamos conversando amanhã inteira. Enquanto conversávamos, Tomas compartilhou uma informação surpreendente, Vicenzo havia retornado para a cidade para fazer negócios com a T.M.G, uma empresa concorrente da nossa. E para minha surpresa, a T.M.G era de propriedade de Yara e João Casttel, outro ex-amigo meu. A traição de Vicenzo agora parecia ainda mais profunda, pois ele estava se envolvendo com pessoas que haviam se afastado de mim após toda a situação.

Mais tarde, eu estava com pressa para um encontro com outro presidente, quando acidentalmente esbarrei em um rapaz. Seus cabelos lisos e seu olhar penetrante me cativaram instantaneamente. As pastas que eu estava carregando caíram no chão, espalhando papéis e documentos por todos os lados.

- Me desculpe, eu não estava prestando atenção. Deixe-me ajudar a recolher esses papéis.

- Não se preocupe, foi um acidente. Obrigada pela ajuda.

Enquanto nós dois nos abaixávamos para recolher os papéis, trocamos um olhar fugaz. Havia uma conexão inexplicável entre nós, algo que eu não experimentava há muito tempo. O encontro com o outro presidente de repente parecia menos importante em comparação com aquele momento inesperado.

- Meu nome é Miguel Lwis, por acaso trabalha aqui?

- Sim, sou Ellen, dona desta empresa.

A conversa com Miguel parecia fluir naturalmente, e ele tinha um carisma que me intrigava. Ficamos ali por um tempo, trocando histórias e risadas enquanto organizávamos os papéis no chão.

Roger finalmente chegou dizendo que estava atrasada, interrompendo nosso momento de descontração. Eu agradeci a ele e ofereci um café para Miguel.

-Você gostaria de tomar um café comigo? Podemos continuar nossa conversa em um lugar mais confortável.

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