Ágata, 18 anos, antissocial, filha de um advogado juntamente com uma médica, e rebelde, muito rebelde mesmo; prazer, sou eu. Desde os meus 12 anos rebelei-me, deixei de comunicar-me, fazer amigos e acatar ordens de todos; deixei de ser a menina boba e ingênua que todos pisavam. A minha vida nunca foi fácil, mas, ninguém nunca me ajudou ou importou-se comigo.
Memórias on.
*Oi, esquisita!* Emilly disse enquanto espalhava os materiais escolares de Ágata por todo o chão.
*Cara, o que foi eu te fiz?* Ágata pergunta enquanto juntava seus materiais.
*Bom, nasceu... Agora deixa de mimimi, na saída a gente se fala, boneca de vudú!* Emilly sai com as suas amigas e o seu namorado, rindo de Ágata.
*memórias off*
— Desgraçada! (Fala, enquanto uma lágrima solitária cai do seu olho.)
— Filha, já arrumou as suas malas? (A mãe de Ágata pergunta, adentrando o quarto.)
— Já mãe, não vejo a hora de ir embora! (Ágata diz, secando rápido aquela lágrima e indo em direção às suas malas.)
— Leva pro carro, saímos em 30 minutos! (Ela fala e sai.)
— Lá é espaçoso? (Ágata pergunta.)
— Do jeito que você gosta, mais mato do que gente! (Ela responde rindo.)
Ágata estava com as suas emoções neutras, já que não tinha expectativa de fazer amigos alí, nem em lugar nenhum. Caro leitor, você deve estar se perguntando, o pq de "boneca de vudú", nada mais, nada menos que, a cor da sua pele; sim, ela era negra, linda, lábios fartos, cintura fina, cabelos sempre trançados, e o que mais chamava a atenção, olhos azuis, sim, havia herdado de sua mãe. Após muitas horas de viagem, eles haviam chegado a cidade que agora iriam residir, era minúscula, mais mato do que casas; Ágata ficou encantada com a floresta densa que havia alí.
— Chegamos, filha! ( O seu pai diz enquanto estaciona o carro na garagem de uma linda casa, bem rústica por sinal.)
— Eba, pai! (Fala em tom de deboche.)
— Puxou a sua raça ruim! (A mãe de Ágata diz ao esposo, enquanto desce do carro.)
— A minha? A tua mãe que é assim! (Ele diz, nada satisfeito com a afirmação da esposa.)
— Eu ainda estou aquí, sabiam? (Ágata diz chateada, porém, já acostumada com esse tipo de comportamento.)
— Tanto faz! (Ambos os pais dizem juntos.)
Ágata revira os olhos em contestação e sai do carro, adentrando a casa, indo direto para onde seria seu quarto. A casa era um pouco primitiva, havia uma lareira na sala, detalhes em madeira e um carpete grosso, que servia para aquecer a casa no inverno, já que ali fazia muito frio nessa época do ano. Ágata arruma suas coisas no closet e vai tomar banho, descendo para a cozinha logo em seguida para comer algo.
— Quando você vai entrar na faculdade de medicina? (Sua mãe lhe questiona mais uma vez, aliás, aquele era um assunto recorrente na sua casa.)
— Não quero fazer medicina, e você sabe. (Ágata lhe responde já irritada.)
— E desde quando você tem que querer? (Seu pai responde adentrando a cozinha.)
— Desde quando a escravidão acabou, e os negros foram libertos! (Ágata diz bem irritada.)
— Bom, os negros não eram nossos filhos! (Sua mãe diz com um sorriso duvidoso.)
— Sorte deles... (Ela murmurou.)
— Bom, estou indo trabalhar, e o seu pai vai ver o novo cliente dele, o Sr. Danôva! (Ela diz pegando o seu jaléco no sofá e a sua bolsa, e saindo pela porta.)
— Ok. (Ela diz enquanto prepara sua refeição.)
Alí perto, estava o Sr. Danôva, não era o alfa supremo da alcateia, mas ainda assim, era um alfa. Empresário, várias empresas espalhadas pelo país; então, não trabalhava mais, agora quem cuidava dos seus negócios eram os seus funcionários e melhores amigos, Aleck e Gustavo.
— Bom dia, Sr. Danôva! (O pai de Ágata lhe deseja, enquanto adentra o escritório do Sr. Danôva.)
— Bom dia, Bernardo! Por favor, se refira a mim pelo primeiro nome, Alex. Estou muito jovem para ser chamado de senhor, 25 anos não é tanto assim! (Alex diz enquanto rir, apontando a mão para a cadeira a sua frente, indicando que queria que Bernardo sentasse.)
Alex, 25 anos, empresário, um dos alfas da alcateia em que nascí e crescí. Extrovertido, desejado, bonito, pardo, alto e musculoso, prazer, sou eu! Confesso que a humildade nunca foi meu forte. Sempre tentando ser o melhor em tudo, tanto que, nunca quis um relacionamento sério com ninguém, gosto da minha liberdade. Perdí os meus pais ainda muito jovem, com muita dificuldade e com a ajuda dos membros da alcateia eu me reerguí, fundei a minha empresa, hoje sou bilionário e curto a minha vida ao máximo.
— Bernardo, como sabe, tenho uma empresa! E contratei você para cuidar de processos e algumas outras questões que implicam à sua área. (Alex diz enquanto beberica o seu whiskey.)
— Bom, já me informaram tudo que eu deveria fazer, então já posso começar amanhã se quiser! (Ele diz enquanto analisa o homem a sua frente.)
— Claro, por favor, venha hoje a um jantar com a sua família na minha casa; gosto de conhecer àqueles que me rodeiam! (Ele diz enquanto se levanta da sua mesa, abrindo a porta do escritório e levando Bernardo até a porta.)
— Até mais tarde Sr... Alex! (Ele diz virando as costas e indo até o seu carro.)
Alex vai até a cozinha, onde dá as ordens aos funcionários que preparassem um jantar especial, já que teria visitas.
Na casa de Ágata, ela dormia, estava cansada da viagem, quando derrepente alguém bate na porta do seu quarto.
— Ágata!!! (Bernardo grita na porta do quarto.)
— Oi, pai!? (Ágata responde ainda sonolenta.)
— Trate de se arrumar, às 6:00 horas iremos sair! (Ele diz e sai.)
— Que saco! (Reclama baixo.)
Ela olha no relógio e já são 4:37, então ela levanta, toma seu banho, veste uma calça folgada nas pernas, um cropped, e um tênis. Ela gostava do que via, tinha esse estilo mais despojado; fez um coque com suas tranças e uma maquiagem leve. Olhou no relógio e já estava próximo das 5:52.
- Nossa, demorei hoje! (Ela diz enquanto pega sua bolsa no closet e desce.)
A sua mãe já estava na sala, arrumada, muito chique por sinal, enquanto teclava no seu notebook. Quando derrepente ela para, e encara Ágata.
— Você vai com esta roupa? (Ela fala com desgosto na voz.)
— O que tem a minha roupa, mãe? (Ela diz revirando os olhos.)
— Roupa de favelado! (Ela fala incrédula.)
— É do jeito que eu gosto de me vestir! (Ela diz chateada.)
— Por que não usa os vestidos caríssimos que lhe compro? (Ela diz, dando ênfase no caríssimo.)
— Não tô afim hoje! (Ela diz, deixando a sua mãe ainda mais possessa.)
— Hoje é o primeiro jantar com o patrão do seu pai, quer mesmo passar a impressão de favelada? Você é a vergonha da família! (Ela diz, fazendo questão de repetir a frase mais dita a Ágata, desde os seus 10 anos.)
— Que novidade!? (Ágata responde dando de ombros.)
— Vamos logo, meninas! (Bernardo chama.)
Na casa de Alex, estava tudo pronto, ele havia colocado uma roupa social, como de costume, não costumava receber ninguém com roupas do dia a dia; costumava dizer que "o homem é aquilo que veste."
— Boa noite, o Sr. Danôva já está a esperar por vocês! (A empregada diz, abrindo a porta e dando espaço para que eles passem.)
* Entro naquela mansão e me impressiono com o tamanho daquele lugar, aposto que o dono deve ser um velho asqueroso que se acha superior a todo mundo; a vizinhança já deixa transparecer o tipo de gente que mora aquí.*
— Boa noite Sr. Alex! (Bernardo diz.)
— A só Alex, por favor! (Alex diz, sorrindo e para os olhos em Ágata por alguns instantes.)
— Boa noite, senhora Natália, e Senhorita Ágata, imagino... (Alex diz, com o seu jeito galanteador de ser.)
— Boa noite, Sr. Danôva! (Ágata diz.)
* De velho ele não tem nada, mas é muito bonito! Que porra você tá pensando Ágata, ficou louca?*
— Boa noite, Alex! (Natália diz, um pouco perdida na beleza daquele homem.)
Alex rir discretamente com os pensamentos de Ágata.
— Por favor, sente-se! (Alex diz, sentando no seu lugar de direito da mesa, afinal, é o anfitrião da noite.)
O jantar ocorria muito bem, a beleza de Ágata chama a atenção de Alex, fazendo seu lobo interior gritar.
*Nossa, é ela.*
Ágata percebe a inquietação de Alex, e atrevida como era, deixou claro que não seria pra ele, domar aquela fera.
— Perdeu algo em mim, Sr. Danôva? (Ágata diz demonstrando uma falsa insatisfação.)
* Apesar de lindo, não me enganará, homens não prestam. Mas, que boca perfeita a desse homem.*
E mais uma vez Alex rir dos pensamentos de Ágata.
— Desculpe Alex, a minha filha é muito rebelde, não irá se repetir! (Bernardo diz, morto de vergonha.)
— Calada Ágata! (Natália a reprime.)
— Imagine Bernardo, é compreensível! Na idade dela também era rebelde. (Ele diz.)
*Mas que mentira, na idade dela eu não tinha tempo nem para isso.*
— Não sou tão jovem quanto pensa! (Ela retruca.)
— A não? Que idade você tem? (Ele pergunta a demonstrar não muito interesse.)
* Que seja maior de idade, que seja maior de idade.*
— 18! Mas muito em breve 19... (Ela diz animadamente.)
*Graças a deusa selene, um problema a menos.*
— Farei questão de presentear-te quando esse dia chegar! Sinto que seremos bons amigos. (Ele diz, perdido no sorriso encantandor que ela tinha.)
* Como Selene adora pregar peças, uma companheira humana? Sério? Como a explicarei como funciona o nosso mundo? Como ela irá reagir ao ser marcada? E transformada?*
— Alex? (Bernardo diz, chamando a atenção de Alex.)
— Sim? Desculpe, estava perdido em pensamentos! (Ele diz sem graça.)
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— Bom o jantar estava ótimo, faço questão que você jante conosco semana que vem! Espero chegar aos pés do seu jantar hoje, hein haha. (Natália diz, enquanto todos se dirigem até a porta.)
— Claro, estarei lá! (Ele diz, sem retirar os olhos de Ágata.)
— Até mais! (Todos dizem em conjunto.)
Alex não conseguiu tirar Ágata de seus pensamentos, então, pensando ser um caso perdido, ligou para a sua segunda opção preferida, Amanda, uma das alfas da alcateia, a quem ele recorria para matar sua fome insaciável e logo descartava, já que ele havia deixado claro que não queria um relacionamento sério com ninguém.
Olá Amanda!
Oi meu lobinho! Sentiu saudades de mim?
Tá afim de vir aquí em casa agora?
Chego já!
Alex toma banho, e veste uma calça de moletom, permanecendo sem camisa. Amanda chega e vai direto pro quarto, onde eles se usam.
— Quer que eu te leve até a sua casa? (Alex pergunta, deixando claro que não quer que ela durma com ele.)
— Achei que eu poderia dormir aquí hoje! (Ela diz manhosa.)
— Você sabe que desde que começamos nisso, temos um combinado, não dormimos juntos, não nos tratamos como casal! (Ele diz ríspido.)
— Grosso!! Pode deixar que irei sozinha. (Ela diz fazendo drama.)
* Babaca, ainda vou casar com você, e me apossarei do seu dinheiro, se não fosse isso já teria te matado.*
— Para de drama Amanda! (Ele diz fazendo pouco caso.)
Então ela vai embora, ele toma outro banho e volta a dormir.
Na casa de Ágata, ela já havia feito a sua higiene e deitado na cama para dormir; mas continuava a se revirar de um lado para o outro, pensando naquele sorriso. Ela nunca havia namorado ninguém, muito menos beijado, a sua infância e adolescência haviam sido frustradas pelos maus momentos que passara, causando inseguranças e traumas.
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