Eram quase sete da manhã quando Erick chegou no hospital com a cara de poucos amigos, parecia que havia bebido todas, não era difícil de se notar que a cada dia que passava estava se afundando em sua solidão, parecia que o silêncio havia se tornado sua melhor companhia, e ele só conseguia sair de sua bolha quando estava trabalhando, mais mesmo assim seus pensamentos não o deixavam em paz, não havia um dia sequer que não pensasse naquela que tinha sido o amor de sua vida e agora a grande causadora de sua lastimável solidão.
_ sou uma merda mesmo, quando vou superar você. – murmurou pra si mesmo, mas o som de leves batidas na porta de sua sala o tirou de seus pensamentos.
_ pode entrar. – disse ele, sua voz era baixa, grossa e rouca. Era Gabriele Couter, esposa do dono do hospital, sua amiga e companheira de cirurgia que não deixou de notar seu semblante lastimável e triste, que mais parecia um cachorro sem dono.
_ doutor Vegas, aqui está o exame de colonoscopia do paciente de 12 anos que deu entrada no hospital algumas horas sentindo fortes dores abdominais e vomitando, creio que se trata de uma obstrução intestinal. – falou ela pra ele que está com a cabeça baixa em uma posição fetal, seus cabelos grandes cobriam sua face, ela então não soube dizer se ele estava lendo algumas das fichas médicas amontoadas na mesa ou apenas dormindo ali parado.
_ Erick? – chamou outra vez. Ela queria saber o que se passava na cabeça dele, mas não teve coragem de perguntar, receando a reação do mesmo pela sua intromissão, eles eram amigos, se é que ainda podia dizer isso, pois ele mal falava com ela, o que a causava certa tristeza ao lembrar de quando se tornaram amigos na faculdade, quase que irmãos, mas ele acabou se transformando em um homem amargurado e triste, quase digno de pena.
_ doutor Vegas? – insistiu novamente, quando o mesmo se levantou pegando a ficha médica na mão dela relendo a mesma.
_ realmente trata-se de uma obstrução intestinal e o intestino esta perfurado, prepare o paciente, teremos que operá-lo imediatamente. – assim dito ela deixou a sala.
Algumas horas depois a cirurgia acabou, ocorreu tudo bem, parece que era mesmo intestino torcidos, e a ferida irá cicatrizar em algumas semanas.
Já era quase hora do almoço quando ouve alguém o chamar, era fernando o diretor do hospital.
_ preciso falar com você, o espero daqui a meia hora em minha sala. – O tom de sua voz era sério, Erick até já imaginava do que se tratava. Chegando lá vê a porta entre aberta e entra, Fernando estava parado próximo a janela, com uma certa carranca em seu rosto, Erick fecha a porta a trás de si e senta na poltrona a sua frente, prestes a ouvir o que tinha evitado a cerca de 2 anos.
_ doutor Vegas estive conversando com os assistente e colaboradores do hospital e decidimos que você precisa tirar férias. – comentou ficando a sua frente. _ você já trabalhou 2 anos seguidos sem tirar férias e eu não posso mais permitir isso, pois vai contra as normas trabalhistas e o hospital poderá ser indenizado por exploração ao trabalho. - Falou ríspido e seco, Erick tentou opinar, mas fernando o interrompeu.
_ amanhã mesmo você estará de férias com todos os seus direitos trabalhistas. - ordenou ao deixar a sala, deixando Erick com cara de paisagem por não ter tido a oportunidade de opinar.
Sua irritação agora era completamente visível, se não estivesse no seu local de trabalho já teria socado a primeira parede a sua frente.
Já estava em sua sala arrumando alguns papéis, fichas médicas e qualquer outra coisa que fosse relacionados ao hospital, para deixar em ordem e assim poder da inicio as suas indesejadas férias, quando Gabriela entra, parando a poucos centímetros da porta, Erick estava parado de costa para a mesma sem se importar com quem havia acabado de entrar na sala.
_ oi! eu soube que você tirou férias, eu fiquei muito feliz por você. - Falou com receio.
_ eu não tirei férias, fui obrigado a fazer isso quase ameaçado. – suspirou fundo tentando não rosnar, mas estava sendo difícil, pois Erick amava seu trabalho e fazia com amor.
_ desde aquele dia eu.... – houve uma pausa em seu falar, seus olhos pareciam está perdido. Gabriela se entristeceu, o vendo ali tão quebrado. _ você sabe. Minha vida tem se resumido a esse hospital, e é isso que me mantém ocupado e de certa forma vivo, mais pelo visto o seu marido não entendi isso, e nem ao menos me deu escolha. - Sua Voz saiu como um rosnado, se ela não conhecesse a dor que o deixou assim teria saído correndo dali de tão assustador que ele parecia ser. E agora sem receios se aproximou dele ficando a sua frente.
_ Erick você precisa entender que se o Fernando não fizesse isso, você mesmo não faria, e isso poderá trazer problemas pra ele e para o hospital, e você precisa tirar férias, olhe pra você, você não está bem, não tem se cuidado, está parecendo um morto vivo, é deprimente vê-lo assim.
E pela primeira vez naquele dia ele olha para ela com sua face dura e neutra.
_ não me olhe com esse olhar de pena. - Vociferou irritado demais. _ eu não suporto isso. Ele caminhou em direção à janela e suspirou fundo. _ eu só não sei o que fazer agora que estou de férias. – Sua voz saiu baixa, Parecia está mais calmo, porém confuso e triste.
Gabriela acompanhou seus passos com os olhos, e sentiu um aperto no peito ao vê-lo naquele estado de melancolia e mágoa, pois seu coração ainda estava com profundas feridas que parecia nunca cicatrizar, mas ela na esperança de tentar animá-lo, torna a dizer.
_ você poderia tentar se arrumar mais, fazer a barba de vez em quando, conhecer novas pessoas, tem tantas coisas que você pode fazer. ou melhor porque você não viaja? tem tantos lugares lindos por aí. você poderia aproveitar essa oportunidade pra visitar o Eduardo e a Nicole afinal eles vivem te cobrando uma visita.
_ NÃO. – Sua resposta foi tão rápida e um tanto agressiva que acabou assustando a Gabriela, tirando assim o sorriso em seu rosto. Ele percebendo que fora grosso abaixou a cabeça.
_ não quero ser um incômodo para eles. Eu só quero me enfiar no meu apartamento e beber uma tequila, depois eu vejo o que eu faço.
_ Erick como assim, você enlouqueceu? quer se matar é isso? porque se ainda continuar desse jeito, se acabando na bebida vai acabar morrendo, você é médico deveria cuidar melhor de si mesmo, e pare de agir feito uma criança mimada que acabou de perder um brinquedo qualquer. Elisa errou em te deixar daquela forma, mais a vida continua, se você não quer que as pessoas sinta pena de você, então para de dá motivos pra elas, e a corda pra vida. - Sem dó e nem papa na língua Gabriela cuspiu aquelas palavras que tanto doía nele, mas que era justamente o que precisava ouvir.
_ não fale o nome dela. - Rosnou irritado demais, se afastando da janela, encarando Ela com certa indignação, por tais palavras que o afetou em cheio.
O silêncio pairou sobre a sala, ele agora estava mais uma vez olhando da janela a fora, enquanto Gabriela estava ao lado da mesa de escritório olhando pra ele triste, se vira sobre o calcanhar pra sair, quando ele diz:
_ acho que vou viajar...
Gabriela parou de imediato, com um certo sorriso de alívio em seu rosto, enquanto ele a olha por sobre os ombros. Ainda parada de costa para ele diz.
_ que bom, tenho certeza que nossos amigos vão ficar muito felizes com isso.
_ é mais não é certeza que eu vá.
_ como assim? você tem que ir, acredite vai te fazer muito bem e eu mesma faço questão de tirar sua passagem pra garantir que você vai mesmo. - Falou já virada pra ele, ambos então se olham.
_ ah Gabriela não precisa, eu mesmo posso fazer isso. – respondeu cortando o contato visual
_ eu insisto. Diz ela quase gritando e sai da li sem que ele pudesse opinar.
Chegando em seu apartamento que não era muito grande, mas possuía divisões internas bem definidas, sala de estar, cozinha, quarto, banheiro e uma área de serviço. ele então abre a porta e entra. na sala de estar havia um sofá, uma televisão, uma estantezinha com Alguns livros empoeirados, ao lado da mesma havia uma escrivaninha que ficava seu notebook e algumas fotos dele e de seus pais sobre ela, em seguida o balcão da cozinha, sobre ela estava sua torradeira que ele havia usado pela manhã, com algumas correspondência ainda lacradas ao lado, o fogão estava limpo, porem a pia estava amontoada de louças sujas, a cima dela tinha um pequeno armário embutido, a geladeira estava vazia com apenas algumas garrafas de água, a fruteira tinha algumas maçãs quase podridas com umas laranjas murchas, o chão de todo o apartamento estava pegajoso e sujo, ele então Deixa sua bolsa e o jaleco branco que parecia está amarelado sobre o balcão e se dirigiu ao pequeno quarto minúsculo.
A cama estava feita pois ele ainda tinha o costume de arrumá-la, já o guarda-roupa estava todo aberto com algumas peças de roupas pelo chão, em seguida ele começa a se despir para tomar banho, pois precisava afinal de contas aquele dia tinha sido cansativo e até agora estava tentando assimilar tudo isso, nunca poderia imaginar que esse seria seu último dia de trabalho antes de tirar férias.
Aquela pequena palavra fez ele suspirar com certa raiva, mas logo entra no banheiro, que era muito simples, na verdade todo o apartamento era bem simples, Erick não tinha o costume de ficar redecorando ele, e nem de limpá-lo pelo visto.
Mas o banheiro estava num estado bem crítico, a pia estava com vazamentos, acima dela um pequeno armário espelhado, dentro dele estava seu creme dental com uma escova de dente, o vaso sanitário estava todo encardido, e o piso não sabemos dizer qual era a sua cor exata de tão sujo que estava, mas ele já estava acostumado demais pra notar essas coisas. logo encara o espelho a sua frente e pensa.
O que eu vou fazer pra me manter ocupado? será que devo insistir em continuar trabalhando? Não, o Fernando não irá fazer isso nem se eu implorasse, Acho que vou viajar. é Eduardo parece que eu vou te visitar, apesar de não está muito animado pra isso, pois agora que estou de férias o que eu menos quero é sair de casa.
Pensava enquanto olhava seu reflexo no pequeno espelho do banheiro e só assim pôde perceber que havia descuidado de si mesmo, pois os cabelos estavam grandes, quase nos ombros e a barba parecia que não era feita a meses, e confessou que estava irreconhecível, o que não foi difícil de lembrar da última vez em que esteve naquele estado decadente quando se entregou ao luto pela morte de seus pais, aquela foi a pior dor que sentiu na vida, seus pais estavam vindo de um jantar em comemoração aos seus 25 anos de casados, quando o carro deles foi atingido por um motorista imprudente que dirigia bêbado em alta velocidade. Perdê-los no melhor momento de sua vida foi insuportável, foi tão difícil seguir adiante sem o amor e apoio de seus pais, não foram poucas as vezes que tentou desistir de tudo; seus sonhos, sua carreira, sua vida, e quando achou que não conseguiria suportar, Eliza apareceu em sua vida como o sol que aquece as manhãs frias e gélidas da primavera. Ainda lembrava bem de quando se conheceram, como se tivesse acontecido minutos atrás.
Ela era recém formada na faculdade de medicina, e começou um estágio no hospital onde Erick atualmente trabalha, Ela era divertida e muito espontânea, sua amizade foi fácil de conquistar, não se sabe quando esse amor de amigo mudou pra outro tipo de amor, e mesmo quebrado Erick escolheu se entregar ao amor, e amou de forma verdadeira e genuína, mas o que não sabia era que esse amor iria lhe causar mais uma dor, e só percebeu isso quando Eliza partiu seu coração pois no final de tudo era somente ele que amava, ali foi mais um golpe que a vida lhe deu, mesmo depois de dois anos essa dor ainda persiste, o fazendo se entregar a solidão afundando a vida por alguém que nunca o amou de verdade.
_ maldição. – ele engoliu em seco e Socou a parede se sentindo um miserável.
Depois de uns longos minutos com as mãos apoiadas na pia, respirando fundo ele tirou a franja do rosto e resolveu fazer a barba com a pouca paciência que lhe restava, pois as lâminas do único barbeador que ainda tinha ali, estava totalmente cegas, mas no final até que ficou bem feita, o cabelo continuou do mesmo jeito, ele apenas lavou com o pouco do sabonete que ainda restava. terminando o banho pediu uma comida, comeu e agarrou-se a uma garrafa de bebida e bebeu até adormecer, sendo consumido pelas lembranças de Eliza.
No dia seguinte, Erick despertou assim que o toque do celular tornou persistente em seus ouvidos, sentindo sua cabeça latejar por pura ressaca, procurou pelo celular que havia se perdido no quarto sujo, quando o encontrou viu que era Gabriela ligando.
_Erick bom dia! Escuta bem, já tirei sua passagem e deixei aí na portaria, o voo é ao meio-dia, o hotel já foi reservado você só vai precisar confirmar a reserva e pagar por ela, já te mandei a localização exata dele com mais informações. Curta bem suas férias você merece tudo de bom nessa vida, boa viajem. Em seguida ela desliga rapidamente, com receio dele não aceitar, e num impulso ele salta da cama, pois já tinha desistido de viajar antes mesmo de chegar em casa.
_ o que? Gabriela.... o que está dizendo?.... Gabriela?.... Gabriela?...... merda ela desligou.
Mais que merda Gabriela eu não queria viajar assim tão de repente. – murmurou irritado.
Tentou diversas vezes ligar pra ela, mas sem sucesso, e mais uma vez sua cabeça doeu, ele franziu a testa em contrastes com a dor, tomou um remédio e voltou a deitar.
já era quase 9 da manhã e ainda estava deitado preguiçosamente em sua cama, sua dor de cabeça aparentemente já havia passado, e agora estava pensando em apenas deixar as horas passar e assim perder o voo, mas de repente pensou no quanto a Gabriela se esforçou para fazer tudo isso por ele, e parecia feliz ao telefone, quando ligou para lhe comunicar a respeito da viajem, por um momento ele sorriu feliz, percebendo o quanto ela se importava com ele, como uma verdadeira irmã que nunca teve, e por fim resolveu arrumar a mala.
Colocou pouquíssimas roupas, falava para si mesmo que voltaria em menos de duas semanas, arrumou a cama como de costume tomou banho e partiu para o aeroporto, trajava uma calça jeans azul, e uma camisa cor de vinho. parecia que havia vestido a primeira roupa que viu na sua frente, mas ainda assim estava bonito.
Erick não era feio, na verdade era muito bonito, alto, forte, cabelos lisos e preto, pele clara e olhos escuro, apesar de ter se descuidado por um bom tempo ainda era incrivelmente belo.
A algumas distância dali em um bairro chique, estava Marina completamente alvoraçada, tentando vestir a roupa o mais rápido possível depois de ter tomado o banho mais rápido de sua vida, estava atrasada e com pressa, seu voo saía ao meio dia e só lhe restava 30 minutos pra chegar no aeroporto.
_ droga eu dormir de mais. – resmungou enquanto tentava pentear os cabelos com a maior rapidez que seus braços lhe permitia.
_ “ pega leve Marina foram dois dias de pura chatice, inúmeras palestras e reuniões, você precisava de descanso.” – falou pra si mesma.
Vestia uma saia preta e uma blusa social branca de seda, cabelos soltos e uma maquiagem bem levinha que os poucos minutos que tinha lhe permitiu fazer; máscara nos cílios e um batom rosa nos lábios, e pronto, podia ir.
Marina estava no táxi, o desespero em seu rosto era visível, podia se dizer que a mesma estava quase tendo certeza de que perderia o voo. quando finalmente chegou no seu destino.
O som agudo dos salto alto batendo no chão denunciavam que estava com pressa e atrasada, pois os portões do Gate estava preste a fechar, a fazendo se apressar ainda mais, Entregou o cartão de embarque para as mulheres no portão, despachou a pequena mala e entrou no avião.
Marina entrou no avião completamente desnorteada, passou a as mãos nos cabelos para mostrar sanidade e tentou procurar por seu assento, enquanto tentava não se importar com os murmúrio de insatisfação de alguns passageiros. Erick que estava levemente irritado pela demora do avião em decolar, olhou discretamente pra mulher responsável por toda aquela demora e estresse que ele e os demais estavam passando, seus olhos inevitávelmente acompanhava cada passo que ela dava, pois era muito bonita; pele clara, estatura média, magra porem seu corpo era bem modelado, olhos castanhos e cabelos ondulados, mas ao perceber seu olhar em sua direção rapidamente desviou o olhar para o outro lado. Marina praguejou baixinho vendo que seu assento era do lado da janela.
_ olá desculpe. – disse ela para o homem que a encarou com dois olhos incrivelmente negros. _ poderia por gentileza ir ao lado da janela? pode parecer loucura mas tenho pavor de aviões, e sentar desse lado aumenta ainda mais esse medo. – ela quase não conseguiu falar, olhando pra ele de soslaio. Pois a feição do mesmo parecia impassível. Logo a mesma se sentiu inconveniente, o que estava pensando, além de ter feito o avião se atrasar uns 20 minutos ainda queria escolher o lugar de seu assento. Quanta audácia.
_ claro. – respondeu em um murmúrio curto e direto, Interrompendo os pensamentos dela.
_ obrigado. – sorriu em agradecimento, Enquanto Erick se acomodava no assento ao lado da janela.
Assim que os motores foram ligados marina se sentiu desconfortável de alguma forma, logo lembrou que era porque odiava voar, suspirou fundo abriu o computador portátil e colocou os fones de ouvido, na tentativa de se concentrar no mesmo ate que aquele pesadelo acabasse, para sua sorte o voo de Houston para nova Iorque durava cerca de três horas.
O avião já estava no ar, mas as luzes para que não retirassem o cinto de segurança ainda se mantia acesas, o que deixava marina levemente nervosa, a mesma vez ou outra olhava pra Erick que parecia está irritado, Pois o perfume doce dela estava o deixando enjoado, ou talvez Ainda estivesse sobre o efeito do álcool que bebeu na noite passada, seja lá o que fosse aquela expressão austera, só fazia Marina se sentir mais desconfortável.
Marina realmente estava mal afinal odiava viajar de aviões, mas na situação atual era um mal necessário, seu pai estava se recuperando de uma cirurgia na coluna e ela como filha única, tinha que tomar a frente das negociações e questões burocráticas relacionadas a empresa, a grande e famosa companhia de hotelaria Mercury, e consequentemente teve que viajar sozinha até Houston para uma reunião, seu pai lhe confiou essa missão pois desde cedo o mesmo lhe ensinou tudo que precisava saber sobre negociações, e aquela era a primeira vez que fecharia um contrato sem a sua presença, sorte ou não foi um sucesso. Isso lhe deixava muito feliz pois não se tratava de um contrato qualquer , era simplesmente um contrato milionário que iria expandir as redes de hotelaria Mercury.
Marina pareceu despertar de sua alegria momentânea quando sentiu o balançar do avião indicando uma turbulência.
_ o que está acontecendo, está balançando muito. – perguntou preocupada.
_ estamos enfrentando uma turbulência. – comentou Erick a olhando de soslaio.
_ turbulência.??? – falou alto e em bom som. _ essa não. – Marina estava assustada sua respiração ofegante confirmava seu estado, mas infelizmente era um mal que precisava enfrentar.
Toda sua agitação chamou a atenção de Erick, que a olhava por cima dos cílios, e por impulso segurou firme na mão dela com o intuito de acalmá-la, pois as mãos da mesma estavam quase se fundindo com a poltrona, tamanha era sua aflição.
o ato feito fez a mesma olhar em seus olhos, e quando levantou o olhar para ele vira as orbes negra a olhando fixamente, Erick engoliu em seco, o cheiro adocicado e suave dela invadiu ainda mais as suas narinas de tão próximo que estavam.
_ relaxe, é muito importante manter-se calmo em horas como essa, controle sua respiração e concentra-se em respirar de forma tranquila e pausadamente. – pediu, sem cortar o contato visual. marina sentiu seu hálito fresco em seu rosto pois ele estava próximo demais, a mesma corou vendo ele a olhar daquela forma como se a achasse bonita, Ela com certeza não estava no juízo perfeito pois sentiu seu corpo queimar, entreabriu os lábios tentando controlar a respiração mas estava sendo difícil, pois o olhar de Erick fora devagar para os lábios bem desenhados na face dela, fazendo ela esquecer aquela maldita turbulência como se nada mais importasse.
Minutos depois a comissária de voo informou que em poucos minutos iriam pousar. Erick caindo em si soltou de imediato as mãos de marina, pois ele ainda segurava firme nas mãos dela.
_ desculpa. – a voz dele a fez sair de sua transe.
_ tudo bem, sou eu quem devo desculpas por ter arruinado sua viajem, é que aviões turbulência me apavoram. – respondeu com um sorriso amarelo tentando amenizar o clima.
_ em fim desculpa mesmo. – Disse ela sem graça, Erick apenas assentiu com um meio sorriso.
Assim que todos levantaram pra desembarcar, Marina se levantou pra pegar sua bagagem de mão, e prestes a sair virou para Erick que ainda permanecia sentado.
_ a propósito, meu nome é Marina. Marina tonso. Muito obrigado por tudo. – disse sincera.
_ Erick! – Respondeu com um tom rouco que a fez arrepiar os cabelos da nuca.
Marina logo desviou do seu olhar pra não se perder na imensidão que era seus olhos e sem olhar para trás ela deixou o avião.
por volta das quatro da tarde Erick chegou no hotel que ficava no centro da cidade, ele entrou no grandioso edifício de 18 andares e seguiu até a recepção, pagou pela hospedagem que estava reservada, em seguida caminhou até o elevador, subindo até o décimo quinto andar.
No corredor havia quatro portas, ele andou até a última porta a direita, digitou a senha de entrada e entrou no local, que na verdade era um quarto com um generoso espaço, composto por um banheiro e uma sacada.
Erick então deixou a mala ao lado da cama e entrou no banheiro, esse que tinha armários espelhados a cima da pia, em seguida o vaso sanitário e o box, tirou as roupas e entrou no chuveiro, ligou a água em temperatura normal e relaxou em baixo do chuveiro sentindo a água fria cair sobre os seus ombros largos e definido.
De alguma forma lhe veio a imagem de marina, seu belo rosto bem desenhado, pele quente e macia, logo achou graça lembrando da reação dela quando ele informou sobre a turbulência.
Minutos depois terminou o banho vestiu uma calça moletom e uma camisa preta, em seguida ligou para o serviço de quarto do hotel pediu sua comida que estava inclusa com a hospedagem comeu e em algumas horas adormeceu pois estava cansado.
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