Parte1
- Nossa, amiga. Ele era tão grande! - a garota de tranças que parecia pensar que estava falando baixo dizia para a outra garota - Eu pensei que seria horrível, mas foi muito gostoso, eu só consegui revirar o olhos enquanto gemia louca por ele.
Isso era só mais um dia normal em Estroyt. Uma cidade pequena onde certamente ninguém viria para tirar férias. E por ser pequena todo mundo se pega, ou faz algo errado em conjunto.
Todos menos eu. A igreja estava sempre de portas abertas para mim, outros jovens, adultos e idosos, mas o que eu posso fazer se somente eu, com meus 19 anos estou lá?
Varão? Vou arrumar um varão em uma igreja onde só tem velhos segurando uma bíblia e esperando ansiosamente para a morte chegar e lhe carregar para o paraíso?
Mamãe e Papai vivem dizendo que esse é o melhor caminho. Na verdade, eles dizem isso desde quando eu era somente uma criança.
" Aneor, isso é errado"
" Aneor, isso é pecado"
"Aneor"
"Aneor"
"Aneor...."
Estou cansada de ter que esperar o homem certo, para ser sustentada por ele, ser mãe de seus filhos e cuidar da casa.
Eu quero fazer uma faculdade! Quero seguir meus sonhos e eu não quero mais ir pra igreja!
O lugar mais puro da cidade agora me dar nojo..... As pessoas me vêem e só conseguem sorrir sabendo que na verdade minha vida é um inferno.
Jejum a mais de uma hora, orar mais de 2 horas, cantar bem, dançar bem, falar bem, ser uma garota exemplar!
Essa merda! Eu quero....
Quero ser livre....
Peguei o lenço da bolsa rosa bebê, limpando as lágrimas que sem que eu percebesse começaram a descer.
- Oh meu Deus. Aneor, por que está chorando? - mamãe segurou minha mão, já meu pai me olhou estranho. Foi desconfortável. Senti medo.
- A oração foi incrível - as palavras saíram rasgando minha garganta - Estou emocionada, foi tão bonito e puro, chega fiquei arrepiada.
- Aneor virou uma mulher respeitável e perfeita demais para ser de verdade - uma senhora disse em minha direção, sorrindo gentilmente.
- Tenho que agradecer aos meus pais por me criarem tão....bem.
- Amamos tanto você, filha - mamãe me agarrou de lado e papai, papai continuava com aquele olhar de causar calafrios.
Minha falta de experiência não me deixa distinguir o que ele exatamente queria dizer com aquela expressão.
Papai já não é o mesmo e isso me deixa muito desconfortável porque seus olhares me incomodam como nunca, e eu não sei pelo que é.
- Eu amo você, filha..... - senti um aperto em meu coração ao ouvi-lo dizer aquilo, e a vontade de chorar aumentou.
Parecia que uma carga havia sido jogada sobre minhas costas.
E eu não sei porquê.
Quando acabou, voltamos para casa e eu corri para o quarto e me tranquei. Fui até meu computador e então pesquisei por algo que a religião jamais permitiria.
" Demônios "
Estou decidida a sair do meu humilde conforto e cair mundo a fora nem que seja só por uma noite.
" Como invocar "
Se tivesse que comprar itens estranhos meu plano iria água a baixo, mas eu só precisava desenhar, e naquilo eu mandava bem.
Em seguida precisaria pingar meu sangue sobre o desenho de invocação e recitar as palavras em latim que eu ao menos fiz questão de traduzir.
Não devia ser nada demais mesmo. E ainda tinha altas chances daquilo não funcionar.
Furei meu dedo com uma agulha fina que ficava bem guardada dentro da gaveta da escrivaninha e então enquanto meu sangue pingava falei o que estava escrito no site.
Fiquei em silêncio total, tentando escutar algo ou algum barulho sem ser os animais noturnos do lado de fora, mas eu não escutei nada além da minha respiração acelerada e o forte bater do meu coração.
- Como eu já sabia, não iria funcionar mesmo - estou triste e ao mesmo tempo aliviada.
O que eu diria para o demônio?
"Ah, é que eu cansei de ouvir de pessoas falarem de como ficar com alguém é legal e eu quero descobrir se é mesmo."
Que patético...
Fui até a cama, entrando embaixo do cobertor e então fechando os olhos para dormir.
Amanhã vai ser um novo dia.
Meus olhos bateram na porta e uma ansiedade me dominou, comecei a soar frio e minhas mãos tremerem.
Céus! O que tá acontecendo comigo hoje?!
No meio da noite gélida e escura uma presença assustadora se instalou no quarto. Tão pesada que seria sufocante para qualquer pessoa que estivesse no quarto naquele momento.
A janela se abriu com a força do vento, fazendo um barulho assustador enquanto passava pelas cortinas levantando-as rapidamente.
Até que novamente tudo se acalmou. Sem vento, sem barulho, somente podendo ser ouvido a respiração da garota coberta e no seu décimo sonho sobre a cama confortável.
— Senhor, tem certeza que é aqui? Uma pessoa que desejou sua presença nunca teria tanta falta de respeito a ponto de lhe invocar e em seguida dormir.
— É impossível não ser ela — o homem de olhos negros se aproximou da cama — A alma dela está entrelaçada com a minha tanto que consigo senti-la mesmo tão longe... — os dedos gélidos passaram por sua bochecha, pescoço e acariciando de leve o seio coberto pelo lençol.
— Acho que ela achava que nada aconteceria já que é um ritual tão simples para invocar um demônio com tantos domínios — o seu conselheiro voltou a dizer.
— Está na hora do meu pagamento, saia daqui, Ace. Esse lugar é pequeno demais para dois demônios e uma garotinha inocente.
— Posso pelo menos perguntar se vai voltar para casa?
O demônio por sua vez apenas sorriu, tirando a luva preta que cobria deus dedos longos com os dentes.
O conselheiro balançou a cabeça em negação, porém fazendo o que devia já que o obedecia diretamente. Ele voltou para casa, deixando apenas agora os dois alí.
— Agora é só eu e você, pequena mortal — ele a descobriu para que pudesse ver da melhor forma a mulher que agora lhe pertencia até a morte.
Ela vestia um short fino branco que combinava com a parte de cima. Não estava com sutiã então os bicos estavam bem visíveis pelo tecido.
O demônio voltou a dedilhar seus dedos pela pele quente até alcançar o meio de suas pernas, onde ele esfregou um de seus dedos suavemente contra o ponto mais sensível da sua intimidade quente. E bastou só aquilo para seu dedo ser encharcado e um choramingo baixinho sair de seus lábios grossos e rosados.
A vontade dele era de toma-la naquela maldita noite, sem pena, como sempre fazia. Mas naquele momento ele apenas desejou se alimentar da enorme onda de líbido que ela liberava daquele local tão quente e que ia se expandindo por todo o resto de seu corpo.
E ele se alimentaria do prazer repentino que lhe causou, fazendo assim ter sonhos pervertidos em que o próprio demônio controlava como queria.
Enquanto a encarava de longe podia ver ela se remexer, espremendo as pernas como se tentasse prender seu prazer daquela forma, o que não aconteceria nem se quisesse. E não aconteceu, já que a mulher gozou fortemente enquanto dormia, se sujando e sujando a cama também. O demônio sorriu satisfeito por ter se alimentado dela enquanto a mesma estava em um sono profundo e gostoso.
— Boa garota... — ele se abaixou até seu rosto se aproximar da boceta encharcada. Botou a língua pra fora e passou-a por todo líquido que escorria do meio de suas pernas — Você não me fez arrepender em nenhum quesito.
Ele levantou voltando a colocar sua luva e então olhando pra ela uma última vez antes de sumir.
— Até logo.
Abri meus olhos e no mesmo instante me senti estranha. Uma sensação leve me preenchia por todo meu corpo, mas em seguida a ótima sensação foi substituído por ela. O colchão embaixo do meu corpo estava molhado, úmido. Pulei da cama assim que meu cérebro começou a raciocinar às pressas em meio a situação.
Fiz xixi na cama!
Olhei pro colchão e me aproximei para sentir o cheiro, mas aquilo definitivamente não tinha o cheiro que deveria ter. Era um cheiro forte, não ruim, mas forte. Céus o que aconteceu ontem a noite?
Fui até o banheiro pra tirar o pijama e ao me olhar no espelho me senti diferente, tinha algo diferente em mim. Posso ter certeza, mas meu cabelo é o mesmo, meu rosto e meus membros também. Definitivamente não acordei com nenhum braço trocado por pernas de aranha.
Então o que há de errado?
Me apoiei na pia em frente ao espelho e suspirei, e então vi uma marca vermelha atrás de minha orelha. Tinha uma cor avermelhada e a pele ao redor estava roxo como se fosse recente, algo perfurou minha pele e desenhou um símbolo estranho sobre a mancha, como uma tatuagem, só que bem bem mais chamativa, talvez comparada as marcas usadas em bois.
— Mas que porr...
— Espero que tenha começado suas orações matinais, querida! — mamãe bateu na porta.
— Sim, mãe!
Eu odeio essa merda de religião que fui obrigada a crescer sem ter opinião própria sobre o assuntos e decisões.
Tomei um banho rápido sem molhar o cabelo, até porque estava frio e facilmente fico doente com qualquer coisa. Pra piorar o secador acabou quebrando então nada de lavar cabelo nesse tempo.
Vesti um vestido azul soltinho e me ajoelhei na almofada enquanto juntava minhas mãos para começar a oração. Já estava pronta para começar, mas uma dor latejante na marca atrás da minha orelha me fez desistir completamente.
— Que droga é essa? O-oh
Senti minha intimidade latejar e eu me encolhi, apertando minhas coxas com força. Algo escorreu por minha perna, o líquido estranho e transparente.
— Meu Deus — a marca latejou novamente — Que eu não tenha feito nenhum pacto com um incubo, que tudo que fiz tenha sido só uma piada de internet. Não pode ser real, nada daquilo pode realmente funcionar.
— Não sou um incubo... — uma voz rouca sussurrou em meuu ouvido. Cada pelo do meu corpo se arrepiou enquanto sentia a temperatura cair dentro do cômodo junto a um sopro próximo ao meu ouvido — Sou pior que um, Querida. Vim atender seu doce pedido. Vim saciar sua curiosidade sobre a coisa que mais deseja saber.
— E-eu... Eu não desejo...nada... — senti braços enrolarem ao redor de minha cintura e o corpo quente e grande se encostar em minhas costas.
É um sonho, Aneor...
É um sonho! Acorda sua desgraçada!
— Que garota má. Viveu uma vida de ensinamentos fúteis e está quebrando o ensinamento principal, mas deixa eu te avisar de uma coisa importante: Não minta para mim, a não ser que queira ter sua bocetinha arregaçada sem dó.
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