Terramoda, foi uma das mais conceituadas empresas do ramo de moda do país, época em que grandes modelos, desfilavam nas passarelas levando o nome da empresa a ser respeitado e reconhecido nas principais passarelas do país, mas isso ficou no passado, o senhor Armando Olivares, parece não ter mais o mesmo olhar que tinha em outros tempos para conduzir a empresa adiantes, após colecionar numerosos fracassos, seja com os críticos da moda, seja com as coleções que acumulavam fracassos, atrás de fracassos, e diante de uma série de insucessos, Armando resolve fazer uma reunião visando abrir o jogo para seus funcionários sobre a situação da empresa.
Estavam todos reunidos no auditório da Terramoda, apesar de todos os esforços de Armando, a receita da empresa havia caído bruscamente, e até mesmo pagar os funcionários, era um desafio agora.
- Senhoras e senhores! peço sua atenção, o motivo dessa reunião, acredito que todos já estejam cientes, é tratar sobre o delicado momento o qual temos passado nos últimos anos, os funcionários mais antigos devem lembrar o que foi o auge da Terramoda, quantas campanhas publicitárias tínhamos, quantas modelos de destaque até mesmo internacional, e acho que todos já perceberam, observando pelo dia-a-dia que temos tido dificuldade em honrar até mesmo nossas obrigações mais básicas, como o salário de vocês, temos tido imensa dificuldade em contratar modelos para desfilar, não vou mentir, estamos a beira da falência, e se não formos capazes de nos sair bem no próximo desfile... não sei o que será da nossa tradicional empresa... Diz o Sr Armando.
Diante da repercussão das sinceras palavras do mandatário da empresa, os funcionários se agitam, com medo de perder o sustento de suas famílias, de suas subsistências.
Um pergunta daqui, outro pergunta dali,alguns funcionários mais exaltados, outros mais curiosos e Armando tem um pico de pressão e desmaia, e com rapidez e presteza uma ambulância é chamada e o chefe é socorrido.
No Hospital...
- Sr Armando, o senhor está terminantemente proibido de ter estresse, se tem amor a sua vida, por favor lhe recomendo que se resguarde por alguns dias e evite estresse, sei que para um homem de negócios isso é um pedido impossível de ser atendido, mas sua pressão arterial, está alta a níveis alarmantes, é um milagre o senhor não ter tido um AVC, afinal, lembre-se que a vida é única, o senhor se vai, mas o negócios ficam, diz o Dr Ricardo, médico de Armando.
As notícias correm rápido, e chegam até a casa de Armando a notícia de que ele havia passado mal durante reunião com os funcionários,sua filha única logo chega ao hospital para ficar com o pai, e saber como ele está, ela se chama Catherine, tem 21 anos, é a única filha de Armando, que é viúvo, sua esposa faleceu alguns anos atrás vítima de um câncer, desde então só começaram os problemas na vida de Armando, sua saúde foi ficando cada vez mais debilitada, os estresses nos negócios, as dificuldades que a empresa vinha passando, isso tudo pesava muito nos ombros de Armando, que desejava muito que Catherine sua filha assumisse os negócios, porém....
- Pai! Vim assim que soube o que aconteceu com o senhor, você está bem? pergunta Catherine que chega preocupada com seu velho pai no hospital.
- Não se preocupe minha filha, está tudo bem com o seu velho pai, não será qualquer coisa que vai me derrubar, contudo o médico quer que eu tire um descanso do trabalho, mas receio que não seja o momento adequado para isso... Diz Armando.
Nisso, o Dr Ricardo entra no quarto, e interrompe a fala de Armando e conta a sua filha a real situação do paciente.
- Imagino que esta bela moça seja sua filha ... bom jovem seu pai está com a pressão a níveis bem preocupantes, num pico de pressão desses, e ele pode ter um avc, eu recomendo que seu pai descanse bastante, tenha repouso, evite estresse... para seu próprio bem, inclusive irei passar uns exames para ele fazer imediatamente, então peço a senhorita que ajude a convencer ele a se desligar um pouco da empresa, do trabalho... se quiser viver um pouco mais...
Catherine sabe como seu pai é teimoso, e como o convencer, não é uma tarefa das mais fáceis... contudo...
- Pai, eu sei como aquela empresa é importante para o senhor, eu não tenho interesse no mundo da moda, nem em administrar a Terramoda, isso nunca foi meu projeto de vida, sei como aquela empresa é importante para o senhor, mas lhe pergunto... será que não é hoa de o senhor se aposentar disso tudo, eu não quero, não tenho a mínima vontade de estar a frente daquela empresa ....
- Filha, eu não posso, aquela empresa é o legado de meu avô, depois de meu pai, que lutaram tanto para levantar todo aquele império, por favor filha, eu ficaria imensamente feliz se você ao menos tentasse... até que eu me sinta melhor, se você tentasse conduzir a empresa, sei que você é capaz, confio na sua capacidade, sua mente jovem e cheia de novas ideias, tenho certeza que você iria e muito contribuir com a Terramoda, afinal, você é formada em Administração, especialista em economia,sem contar sua formação em finanças, eu reconheço que estou velho demais para levar a Terramoda adiante, mas sei que você pode ... por favor Catherine...
- Tudo bem papai... eu não vou garantir nada, mas prometo que vou tentar fazer o que puder, embora não me agrada muito....
- Obrigado filha... eu esperei tanto por este dia... tenho certeza que sua mãe está muito feliz lá no céu...
Para tranquilizar seu pai, Catherine concorda em acatar o seu pedido, de estar a frente da Terramoda até que ele se recupere, ela já tinha conhecimento de que as coisas lá não andavam muito bem, mas na verdade, estavam muito pior do que o esperado, e depois da reunião que Armando havia feito para relatar que a empresa passava por um péssimo momento, as coisas só se complicaram ainda mais.
Catherine já ao chegar na empresa, se depara com um clima bastante hostil, os funcionários ao tomar conhecimento da dificuldade atravessada pela empresa, temiam pela própria segurança financeira de seus direitos, e o pagamento assegurado de seus salários.
Catherine após passar o dia no escritório, analisando Arquivos e balancetes, constata que a situação era mesmo desesperadora, as dívidas eram enormes, e todas as modelos haviam rompido o contrato com a empresa, e pior, havia um desfile próximo, e um contrato que praticamente obrigava a empresa a apresentar uma nova coleção de moda,dependendo do desempenho.
Haviam duas possibilidades,em caso de sucesso, entraria uma boa verba que permitiria um suspiro, e um planejamento de rota, mas em caso de fracasso, ficaria muito difícil a situação da empresa, pois Armando já havia investido que tinha na empresa.
- Bom… só nos resta fazer todo possível e ver o que temos em mãos… de Catherine, que vai falar com Edgar, o estilista da Terramoda.
Edgar é um homem muito rude, que não costuma ligar muito para quem quer que seja e costuma utilizar uma sinceridade que muitas vezes irrita…
Catherine bate a porta do atelier de Edgar…
- Quem é ? Pergunta.
- Sou eu Edgar… Catherine, meu pai como você sabe, está com problemas de saúde, e bem… vou substituir ele pelo menos até que ele melhore, vim saber de você se tem alguma ideia sobre quem possamos contratar para o desfile, afinal como estilista famoso e conhecido…
- Pode parar por ai moça… vamos contratar modelos como ? pagar com o quê? meu amor… você sabe por que todas as modelos rescindiram contrato com a Terramoda? eu te digo… por que seu pai não pagou nenhuma delas, a situação nessa empresa vai cada dia mais e mais de mau a pior, não há o que fazer, se nem o seu pai foi capaz de fazer algo até agora sendo um homem experiente, dos negócios, que dirá uma mocinha que não faz ideia do que é o mundo da moda igual você que por sinal nem sabe se vestir… ai mais que brega essa sua roupinha… diz Edgar.
Porém a arrogância de Edgar não abala em nada Catherine.
- Bom Edgar se você já acabou… de falar, de dar o seu showzinho, só quero que faça um favor, diga as modelos que rescindiram que voltem todas novamente, pois até o final da semana todas receberão tudo que tem pendente para receber com esta empresa, cada centavo estará na conta delas, pois eu estou dando a minha palavra, a cafona aqui, por que estou aqui, no lugar do meu pai, não é para ser comparada com ele, você faz o seu trabalho de criar peças e coordenar as modelos, as finanças... ficam por minha conta... estamos entendidos?
Edgar fica insultado com aquelas palavras de Catherine.
- Minha querida, não é pela minha genialidade que estamos nesta situação não meu amor, e eu mesmo que não me queimar e dizer algo para as modelos que você não é capaz de cumprir… onde você vai conseguir dinheiro para pagar as modelos? Pergunta Edgar curioso.
- Isso é problema meu, só quero saber se você quer mesmo colaborar ou vai ficar sem fazer nada enquanto esta empresa vai à ruína total.
Edgar pensa por alguns instantes…
- Ok então Catherine… Eu irei fazer os desenhos, em 1 mês até o desfile começar, você disse que teria o dinheiro para barrar a saída das modelos e contratar mais até o final da semana não é isso? Bem, hoje já é terça- feira, caso você cumpra sua palavra, eu lhe garanto que terá simplesmente minhas melhores peças já criadas em todos os meus anos de carreira, além de trazer as modelos de volta. Diz Edgar.
Catherine fecha o acordo, Edgar não leva muito a sério Catherine, para ele, a falta de experiência dela nos negócios, principalmente no ramo da moda, vai fazer ela quebrar a cara, quando descobrir que as coisas são na prática mais dificeis que apenas ostentar diplomas.
Catherine sabe que a batalha não é tão fácil quanto parece, mas ela sente a necessidade de se provar capaz, e provar para Edgar a sua capacidade de levar os negócios a frente, contudo havia duas coisas a descobrir, uma é como levantar o dinheiro necessário para pagar as modelos, e outro era saber o motivo do rombo financeiro nas contas da empresa.
Catherine havia convencido Edgar a preparar tudo para o desfile, e conseguir convencer alguém com um ego daquele tamanho... já foi sua primeira vitória.
- Bom, agora eu preciso apenas convencer os demais funcionários a cumprirem cada um sua tarefa e fazer o seu melhor, sendo assim…
Catherine aciona o sistema de som da Terramoda, e convoca todos para uma reunião no auditório da empresa.
- Senhoras e senhores colaboradores da Terramoda! Solicito a presença de todos vocês no auditório da empresa, por favor, grato a direção.
Um verdadeiro burburinho se faz acontecer nesse momento, se no dia anterior, Armando havia dado a notícia sobre a situação da empresa, todos os funcionários não colocavam fé que Catherine fosse capaz de obter sucesso onde o pai fracassou.
No auditório da Terramoda, Todos entram e cada um toma o seu lugar nas cadeiras, e apenas Catherine estava ali a frente, o semblante de apreensão nos olhos de todos pelo medo de perderem seus empregos, e do fechamento da empresa, era expresso no olhar de cada um deles.
- Senhorita! Quando o dr Armando vai retornar a empresa ? Pergunta um dos funcionários que trabalhavam no maquinário há muitos anos.
- Bom, primeiramente boa tarde a todos, vou começar respondendo a pergunta do colega de vocês a todos… Meu pai o Sr Armando não irá voltar tão cedo, ele passa por problemas de saúde, devido a situação que a empresa vem passando, e o peso que ele tem carregado gerindo tudo isso sozinho, o médico recomendou que ele descanse, para poder recuperar sua saúde, enquanto isso, eu ficarei a frente da Terramoda, sei que quase nunca venho aqui na empresa, e não sou muito inteirada sobre o mundo da moda, mas sou formada em administração, e economia, cursei finanças, e me sinto capaz de conduzir a empresa adiante e trazer dias melhores de volta não só para as finanças da empresa, mas para as nossas vidas também, afinal assim comos vocês tiram o sustento de suas familias daqui, minha família também depende da Terramoda.
Houve certo burburinho por parte de todos, ninguém levava muito a sério, pelo fato de Catherine ser jovem, ser mulher… e logo perguntas começaram a surgir…
- Quando vão fazer o nosso pagamento? a empresa vai quebrar ? entre outros, e Catherine fica meio nervosa diante de tantas perguntas.
- Quietos! grita Edgar, o estilista da empresa.
Catherine fica nervosa quando ela vê Edgar caminhar em sua direção, e subir no palco do auditório.
- Quero lembrar a vocês… que a srta Catherine, conta com total apoio de seu pai, o dr Armando, esse é o momento de nos unirmos, de termos confiança, e dar um voto de credibilidade a ela, assim como vocês, eu também não boto muita fé nela, sei que é difícil acreditar que ela poderá de fato resolver alguma coisa, contudo…. ela já me deu garantias de que conseguirá o dinheiro para pagar as modelos até sexta agora, e não só as modelos, mas também pelo menos um mês de salário atrasado, então se alguém aqui tem alguma ideia melhor, ou é capaz de trazer alguma solução mais plausível… por favor, fale agora ou se cale para sempre, obrigado.
As palavras de Edgar, mesmo ácidas, parecem fazer um efeito de convencer os demais funcionários a colaborar com Catherine.
- Edgar, muito obrigada, agora pelo menos irei ter 3 dias para levantar este dinheiro, e conseguir a confiança de todos.
- Então não me decepcione, garota… diz Edgar encarando-a com indiferença.
No dia seguinte Catherine vai ao banco tentar um empréstimo, e descobre que seu pai havia numerosos empréstimos em nome da empresa, o curioso é que estes valores não estão disponíveis nos balancetes da empresa, o que causa espanto em Catherine.
- Lamento, senhorita, mas não é possível conseguir nenhum aporte financeiro, nem aqui e talvez em nenhum banco… a não ser que tenha algo de valor a oferecer… diz o gerente do banco.
Catherine se lembra do colar que sua mãe lhe deixou de herança, um colar de ouro, com um diamante, era uma joia avaliada em milhões de reais, era a única coisa de valor que possuía, e estava disposta a penhorar a joia para honrar com sua palavra e cumprir aquilo que havia prometido diante de todos, pois havia uma outra coisa coisa que ela tinha quase certeza que estava acontecendo, alguém estava roubando a empresa.
Catherine sai do banco e vai até sua casa em busca do colar, e também decidida a falar com seu pai, se ele faz alguma ideia do que poderia estar acontecendo na empresa, contudo, ao chegar a sua casa, em um horário diferente daquele em que ninguém a esperava, ela se depara com aqueles carros na sua casa, seguranças do lado de fora, que certamente eram os seguranças da pessoa que estava ali, ela desce do carro, e entra em casa sob o olhar dos seguranças, na biblioteca ela ouve uma discussão com o seu avô e outro homem.
- Seu velho cenil! até quando acha que vou aguardar que pague tudo o que me deve ? Minha vontade é contar a todos , inclusive a sua filha, que o pai dela, é um viciado em cassinos e jogos de azar que torrou todo o dinheiro da empresa, em cassinos! diz aquele homem.
- Meu pai, o senhor fez o quê? diz Catherine com os olhos lacrimejando ao ouvir aquela triste verdade sobre seu pai, e sobre os débitos que a empresa havia contraído, e que explicavam não só a situação da empresa, mas também as palavras do gerente do banco, sobre os numerosos empréstimos que seu pai havia feito, em nome da Terramoda.
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