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O Pediatra

CAPÍTULO 01

Queridos leitores, essa obra literária é apenas uma ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais ou lugares é coincidência. A classificação indicativa dessa obra: +18.  Espero que vocês curtam, porque ela foi escrita com muito carinho. Antes que de fato vocês iniciem sua leitura, preciso apenas passar algumas informações

📌 A história que você está preste a ler poderá conter situações que podem gerar gatilhos mentais.

📌 Não sou formada em letras, apenas me aventuro em algo que realmente gosto. Esclarecido o fato, me perdoem se encontrarem erros ortográficos, estou tentando corrigir o máximo que posso.

📌 Caso encontre esses erros e queira me sinalizar, ficarei feliz em corrigir. Porém, não aceitarei críticas.

Aqui se inicia sua aventura nessa história emocionante do "O Pediatra". Desejo uma excelente leitura a todos e um enorme beijo no coração!

...BIANCA BERNARDES...

Tinha acabado de sair de um plantão extremamente difícil. Duas cirurgias valvares. Três revascularizações do miocárdio. E uma cirurgia de peito aberto para descobrir o que estava acontecendo, essa sendo a mais difícil, porque infelizmente não tivemos um diagnóstico preciso antes do coração do paciente parar definitivamente. Perdi na batalha da vida. Estava exausta, chateada e me sentindo mal pela notícia que tive que dar a família do meu paciente. Eu sabia que ao lidar com vidas temos que estar preparado para tudo. Para a perda e para a cura. As duas tinham a mesma proporção. O que às vezes pode ser algo simples de uma hora para outra se torna algo tão complexo que perdemos a batalha.

Não era minha primeira perda, mas todas elas eram uma experiência profundamente triste para mim. Sabia que é crucial entender que a medicina não é uma ciência exata e que nem todos os resultados estão sob o nosso controle. Existem muitas variáveis que podem afetar o curso de uma doença ou condição, e nem sempre é possível evitar resultados trágicos. Mas a perda me deixava com um gosto amargo na boca, me fazia sentir que não fui boa o suficiente.

Nesse momento lembrei que a exatamente 1 hora atrás a enfermeira me avisava que minha mãe estava ligando, porém, devido à cirurgia complicada, apenas naquele momento foi que respirei fundo e voltei a pegar meu celular, retornando à ligação da mamãe.

— Oi, mamãe! — Falei com a voz cansada.

— Filha, você continua no hospital? — Aquilo foi uma injeção de adrenalina no meu sistema.

— O que houve, mamãe? — Perguntei atenta ao que ela iria dizer.

— O Gabriel passou mal, Bianca, a Katie chamou uma ambulância e pediu para que ele fosse transferido para o hospital onde você atende. — Naquele momento a raiva da perda, foi substituída pelo medo.

— Irei verificar isso agora, mamãe! — Observei existir uma mensagem da Katie também.

📱(Katie): Gabriel passou mal e desmaiou no banheiro de casa! Não sei ainda o que aconteceu, porque a ambulância quando chegou, os médicos não puderam falar muito por-que ele ainda estava inconsciente. Estavam o levando para o Mount Sinai Hospital. Mas estou desesperada.

Caminhei apressadamente assim que as portas do elevador se abriram, no térreo. Agarrada ao pensamento que nada de grave havia de fato acontecido. Estava alienada às pessoas que me acompanhavam caminhando naquele corredor, conversando umas com as outras. A postura que mantinha não dava margem para qualquer um se aproximar, independentemente de ser apenas para cumprimentar.

Se alguém me perguntasse qual era meu maior ponto franco, eu citaria sem qualquer dúvida o Gabriel. Meu irmão era tudo para mim, então saber que ele não estava bem era o mesmo que me matar. Compartilhávamos todos os nossos momentos juntos desde a barriga de nossa mãe, afinal éramos gêmeos. Gabriel era aquele a quem eu amava profunda e incondicionalmente. Ele foi meu primeiro amigo, foi com ele que dividi todas as brincadeiras e aventuras e foi com ele também com quem tive minhas primeiras brigas e discussões. Ele era aquele que sempre tomava minhas dores, sempre me defendia e era meu principal apoiador. Foi com o apoio dele que me tornei cardiologista. Porém, antes de chegar a enfermaria da emergência, fui parada pelo Matheus.

— Calma, Bia, onde foi o incêndio? — Ele perguntou brincando e me segurando pelos braços para que eu não me desequilibrasse.

— Matheus, meu irmão foi socorrido, e fiquei sabendo que ele foi trazido para cá. — Nesse momento ele me olhou em alerta. Ele sabia o significado do meu irmão em minha vida.

— Eu te acompanho até lá. Tenha calma que pode não ter sido nada grave. — Ele tentou me tranquilizar.

Assim que chegamos a emergência fomos direto para a bancada de enfermagem checar as informações com a enfermeira chefe. O fato de sermos médicos nos dava um pouco de benefícios em um hospital. Principalmente se naquele hospital todos já tinham conhecimento de quem você era. Fui informada que meu irmão deu entrada ainda inconsciente, com a temperatura altíssima, inchaços dos gânglios linfáticos, e sangramento nasal. Como médica sabia que aquele quadro não era bom. Febre e sangramento junto nunca era bom. Ela me informou que o médico de plantão era o doutor Samuel, já havia escutado falar sobre ele. Um médico com muitos anos de experiência em sua área e que muitas vezes trocava seu consultório pelas emoções das emergências. Então fui em busca do médico.

— Perdão, doutor Samuel, sou a doutora Bianca Bernardes, meu irmão deu entrada na emergência e o senhor o atendeu! — Ele me olhou questionando quem era o paciente, mas pelo meu nervosismo não entendi.

— Perdão, doutor, o paciente é Gabriel Bernardes. — Matheus informou.

— Bem, doutora Bianca, a situação de seu irmão é um pouco crítica. A febre continua muito elevada, solicitei alguns exames, mas não pude dá um diagnóstico exato porque ele ainda continuava inconsciente, então tudo depende dos resultados dos exames. Deixe-me verificar se os resultados já chegaram. — Ele foi até a bancada de enfermagem e os exames estavam lá. Após analisar, ele me encarou. — Doutora, o caso do seu irmão é bem mais grave do que eu poderia imaginar.

NOTA DA AUTORA:

Olá, meus amores, passando aqui para convidar vocês a me seguirem e interagirem comigo no Instagram. Espero em breve encontrá-los lá! // Instagram: sandrinhadmx // Vamos fazer essa autora mais feliz! Beijinhos a todos e uma ótima leitura.

CAPÍTULO 02

Tudo parecia um pesadelo para mim. E não sabia como lidar com aquilo no momento. Então do nada comecei a sentir meus batimentos cardíacos aumentarem, uma sensação de sufocamento, calafrios e náuseas.

Naquele momento eu estava tendo uma crise de ansiedade. O Matheus, percebendo meu estado, logo me conduziu para uma sala e me fez sentar, me orientando no que deveria fazer e pedindo para eu tentar relaxar.

Eu sabia que precisava fazer aquilo, e assumir o controle de mim mesma naquele momento, meu irmão precisava de mim. Então lentamente fui me recuperando e os sintomas diminuindo.

Nunca havia tido uma crise daquela, nem mesmo durante as cirurgias mais complicadas da minha vida, onde precisei está com o coração do paciente em minhas mãos. Mas naquele momento, com a possibilidade de perder meu irmão, eu entrei em pânico.

— Você se sente melhor, Bianca? — Matheus perguntou super preocupado e apenas afirmei com a cabeça. — Tem certeza? Seu irmão não precisa lidar com você tendo essa crise na frente dele.

— Estou melhor, Matheus! O que meu irmão tem doutor Samuel?

— Preciso confirmar com o mielograma, doutora, mas o exame que tenho até o momento, mostra trata-se de uma provavelmente leucemia, e pelas taxas que apareceram em seus exames, bem grave. Estou indo verificar seu irmão, você gostaria de me acompanhar?

— Claro, doutor Samuel! — Respirei fundo mais uma vez, me levantei um pouco mais recuperada e seguir o médico. Quando chegamos ao quarto, meu irmão já havia recobrado a consciência.

— Precisei passar mal para arrumarmos tempo de nos ver. — Ele brincou com a situação, mas não consegui sorrir de volta. Então ele me encarou. — É tão grave assim?

— Sr. Gabriel, sou o doutor Samuel, responsável pelo seu caso. Sinto dizer que ele realmente é muito grave. Seus exames mostraram que o senhor provavelmente tem um quadro de leucemia. Se não começarmos um tratamento em breve suas chances de sobrevivência serão pequenas.

— Imaginei que tivesse sido apenas uma queda de pressão. Não imaginei nada tão grave. Qual o procedimento agora, doutor? — Ele perguntou olhando para o médico.

— Vamos realizar um exame específico em sua medula óssea, e logo após esse resultado, o senhor precisará ficar internado para iniciar o tratamento o mais breve possível. Primeiro teremos que controlar suas taxas um pouco, para que seu organismo não entre em colapso. — Gabriel apenas acenou com a cabeça, e o médico se despediu. Acompanhei o médico e o Matheus me seguiu. Precisava falar a sós com o doutor Samuel.

— Doutor, quais as chances do meu irmão?

— Sendo sincero com a doutora, a situação do seu irmão é bem crítica. O sistema imunológico dele está muito debilitado, precisamos equilibrar suas taxas como falei, para que ele possa iniciar o tratamento. Quanto mais demorar para iniciarmos o tratamento, mas complicada fica sua recuperação. É primordial que nesse momento ele não pegue nenhum tipo de infecção. Mas como médica, você sabe que não é uma matemática exata. Cada organismo reage de uma forma.

— Eu sei, sim. Muito obrigada, doutor Samuel. — Me despedi do médico.

Olhei para o Matheus e ele percebeu o desespero em meu olhar, então logo me envolveu em seus braços, num abraço reconfortante que não demorou muito, pois seu bip começou a tocar informando que ele estava sendo solicitado em seu setor.

— Te encontro mais tarde ou amanhã em casa. Tente descansar e qualquer coisa me ligue. — Ele falou se despedindo de mim. Nesse momento a Katie também chegou com meus pais e entramos no quarto do Gabriel.

— Como você está, meu amor? Fiquei tão assustada! — Katie falou com o marido.

— Estou melhor, amor! Um pouco cansado, mas vou melhorar.

— Então, filha, qual o diagnóstico do Gabriel? — Minha mãe perguntou e o Gabriel me olhou esperando que como médica eu pudesse explicar a situação a todos.

— O Gabriel está com leucemia em um estado avançado. Não é uma doença fácil de tratar. Vai precisar fazer um exame específico para descobrir a que tipo pertence. Ele precisará ficar no hospital para tratamento. — Nesse momento a Katie começou a chorar novamente.

Gabriel e a Katie estão juntos há 8 anos. Sempre se mostraram muito apaixonados, então acreditei não ser tão fácil para a Katie passar por essa situação, mas ela irá precisar ser forte para suportar tudo isso com ele. Gabriel precisará disso.

— Existe o risco de morte? — Meu pai perguntou timidamente.

— Papai, só o fato de estarmos vivos, já corremos esse risco. No caso de Gabriel se agravou, por conta da descoberta tardia. Se esse cabeça dura me ouvisse e tivesse feito um check-up, talvez não estivesse nessa situação, mas como o próprio médico dele disse, nesse momento é extremamente importante que o organismo dele se recupere um pouco, para o tratamento ser iniciado.

— Mas por que o tratamento já não pode ser inicia-do? Quanto antes começar, não seria melhor?

— Depende do caso, mamãe. No caso do Gabriel o organismo dele pode não aguentar e entrar em colapso.

— Você não será a médica dele? — Minha cunhada perguntou entre lágrimas.

— Não, Katie. Por ética não posso e minha especialidade é cardiologia, mas o doutor Samuel, que ficou responsável por ele, é um excelente médico.

— Vou entrar em contato com a clínica de fertilidade para suspender todo o procedimento. — Ela falou com meu irmão e todos olhamos para ele.

— Acredito que seja melhor, meu amor! — Percebi algumas lágrimas se formando em seus olhos.

— Clínica de fertilidade? — Minha mãe perguntou, mas até eu estava curiosa.

— Tínhamos planos para termos um bebê. — Aquilo nos deixou surpresos.

CAPÍTULO 03

Ficamos conversando mais um pouco ali, mas observei que a Katie continuava chorando silenciosamente. Meu irmão me olhou e sei que naquele olhar ele me pedia socorro.

Como o médico havia dito que ele precisa de descanso, então resolvi seguir suas recomendações e dispensei todos eles, inclusive a Katie, que pareceu estar mais abalada do que meu irmão. Depois que todos se foram, Gabriel olhou para mim aliviado.

— Obrigado, Bia. Amo demais todos eles, mas estava me sentindo um pouco sufocado. — Ele me chamou para sentar na cama próximo a ele. — Será que esse tratamento demora muito? — Ele me perguntou pensativo.

— Cada organismo reage de uma forma, irmão. É muito difícil para um médico afirma qualquer coisa. Dependerá como você irá reagir e o tipo de sua leucemia. Por que você não me ligou para fazer o check-up? Poderíamos ter feito um exame de sangue.

— Eu não queria te incomodar com bobagem, Bia. Sei o quanto seu dia é corrido com o hospital, não queria te atrapalhar.

— Você nunca teria me incomodado, Biel. Teríamos apenas aumentado suas chances de um diagnóstico precoce e uma recuperação mais rápida, irmão. Estou me sentindo uma inútil. Como não percebi seu estado em nossas chamadas de vídeo? Se tivesse arrumado mais tempo para te visitar, talvez você não tivesse chegado a esse ponto.

— Bia, você não tem culpa da situação ao qual eu me encontro agora. Você é uma médica, não uma advinha. O culpado dessa situação sou eu. Deveria ter vindo ao médico. Mas agora não adianta chorar o leite derramado. Temos que ergue a cabeça e usar as armas que podemos para sair da situação.

— Eu não posso te perder, Gabriel! — Falei com lágrimas nos olhos.

— Você não vai me perder, irmã. Mas já falei que você precisa está preparada para tudo, pois na nossa vida, existem muitos sins e muitos não. Temos que estar preparado até para aquilo que não dê certo. Não temos o controle de tudo nessa caminhada. E outra, doutora Bianca, como você escolheu ser médica se não estava preparada para perder? Tenho certeza que você convive com isso diariamente.

Sabia estar me comportando como uma garota mimada, mas o problema era que eu estava com muito medo de perder meu irmão. E ele sabia disso, então resolveu mudar nossa conversa.

— Vamos deixar de falar de mim, e conversar sobre você. Como você está? Aparentemente você parece bem cansada.

— O trabalho tem me consumido um pouco. Mas o cansaço é pelo fato de ter estado de plantão e largado agora pela manhã. — Me justifiquei.

— Agora tem um irmão para te dar mais trabalho.

— Você sabe que jamais pensaria isso de você. Tenho uma coisa para te contar. Já era para ter falado isso antes, mas não queria conversar por telefone. Porém, quero que você prometa que não falará nada para a mamãe e nem para o papai por enquanto. — Ele me olhou curioso e assentiu com a cabeça — Fui pedida em casamento!

— Como assim? Quem é ele? Eu nem sabia que você namorava. Imaginei até que você ficaria para titia. — Dei um tapa no ombro dele, o que o fez gargalhar. — Fiquei muito curioso em saber quem é o sabichão que quer assumir a bomba-relógio chamada Bianca Bernardes.

— Como assim bomba-relógio? — Perguntei rindo.

— O cara vai descobrir isso sozinho, não falarei nada a respeito! Mas quem é ele?

— O médico que me acompanhou mais cedo, o Matheus. Somos colegas de apartamento. — Meu irmão me olhou surpreso agora. — Já ficávamos há muito tempo, então ele disse que já valia como namoro, e me pediu em casamento. Ele é neurologista. — Nesse momento meu irmão deu outra gargalhada e fiquei sem entender.

— Talvez esse consiga colocar juízo na sua cabeça. Junta o útil ao agradável. Você irá ser a mulher e a paciente de estudo dele.

— Vai a merda, Gabriel. — Falei fazendo bico, mas sei que ele estava brincando. E isso fez ele rir ainda mais.

— Falando sério, irmã, espero que ele apareça aqui em algum momento. Estou muito feliz por você! Você se esforçou muito para chegar onde está. Renunciou à sua vida social muitas vezes para estudar. Chegou o momento de goza um pouco da vida agora. Espero estar bem, em breve, para podermos comemorar isso. E diga a ele que o passo seguinte só acontece se eu aprovar, então preciso conhecer esse idiota para dizer diante dele os riscos que ele vai correr se te magoar. — Aquilo me deixou com lágrimas nos olhos.

— Não chora sua manteiga derretida. — Ele me puxou e me abraçou. Então ficamos um pouco ali aproveitando aquele momento.

— Agora minha vez, Sr. Gabriel... você e a Katie estavam tentando um bebê faz tempo?

— A Katie não pode ter filhos, Bia. — Aquilo me surpreendeu e o encarei. — Vamos ter nosso bebê por meio de uma barriga de aluguel. Mas com todas as despesas médicas, adiaremos um pouco esse plano. Tudo parece muito improvável nesse momento, mas não quero pensar nisso agora.

— Vocês já iniciaram o tratamento?

— A clínica estava aguardando apenas a pessoa que iria gerar a criança. Estávamos buscando isso e estudando as possibilidades. Tem muitas coisas que se tem que considerar. As despesas não seriam apenas com o bebê, a mulher que geraria também precisaria ser acompanhada. — Entendi o que ele queria dizer.

— Por que você não falou comigo? — Ele me olhou assustado pela minha ideia.

— Nunca te pediria para parar sua vida, para realizar um sonho meu, Bianca. Você estava cursando medicina, ficou presa nos estudos por muito tempo, não seria justo.

— Irmão, é o seu sonho! O que seria nove meses diante de um sonho de vida? Sou a candidata perfeita para isso. Sem contar que já possuo cobertura médica, então seria menos um gasto. Pelo que entendi, você já pagou pela clínica mesmo.

— Mas, Bia, você iria gerar meu filho antes que o seu. E ainda tem a situação de seu noivo. Não quero te causar problemas. Nem sabemos como ficará minha situação.

— Exatamente por isso estou disposta a te ajudar, Gabriel. É o seu sonho, então deixa-me realizá-lo. Ficarei mais do que feliz de ser o meio para a realização dele.

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