Enquanto caminhava o homem atraia a atenção dos transeuntes que circulava pelo aeroporto, seu terno azul marinho feito sob medida deixava claro que aquele homem não era uma pessoa comum até mesmo sua aura podia ser notada apesar de um pouco fria e distante ele era bonito o suficiente para que todas as mulheres olhassem e fizesse uma única pergunta. – Ele está solteiro?
O homem havia retornada da Inglaterra após receber de seu assistente uma carta do seu irmão mais novo sobre um assunto importante que necessitava de sua presença, entretanto tinha algo que ele não entendia era o porquê ele deveria retornar a Mabloville depois do que aconteceu.
Assim que saiu para a calçada do aeroporto ele foi recebido pelo sol acolhedor de sua cidade natal, o vento estava soprando para oeste e os pássaros felizes voando no céu como se não houvesse amanhã e ao vê-los um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, aquele lugar da sua adolescência estava um pouco diferente mais evoluído e quase irreconhecível se não prestasse atenção.
Imerso em suas lembranças ele somente saiu de seu transe após alguém se esbarra nele e o puxar pelo braço fazendo-o cair chão, sem tempo para reagir.
Seus olhos estavam fixos no da mulher e seus lábios colados com o da desconhecida, vendo que estavam em público e em um lugar totalmente sujo ele rapidamente empurrou a mulher e se levantou deixando-a no chão, sem nenhum interesse em ajudá-la.
Apesar do constrangimento ele olhou uma última vez para ela e como estava desarrumada com os cabelos envoltos em um lenço e usava um óculo de sol parecido com o seu, as roupas um tanto sem gosto e de baixa qualidade, rapidamente sentiu um desgosto e sua raiva surgiu.
Ele se culpou por não ter ficado atento e não ter previsto antecipadamente e assim desviar deixando-a cair sozinha, mas agora ele havia beijado sem querer uma mulher de aparência feia, com certeza se seu irmão soubesse ele iria ser chantageado por um longo tempo.
- A senhorita deveria ter mais cuidado por onde anda. - Falou enquanto virava seus pés se afastando\, a mulher por outro lado não falou nada\, apenas olhou por alguns segundos aquele homem\, depois levantou-se\, pegou sua mala agora quebrada e correu ao avistar um taxi vazio.
- Irmão! - Chamou um homem mais jovem assim que parou em uma vaga um pouco à frente do seu irmão.
O mais novo era uma versão bastante diferente de seu irmão mais velho, enquanto um tinha cabelos negros igual ao da mãe o outro tinha cabelos claros iguais ao do pai, a diferença era perceptível instantaneamente mais ambos possuíam uma beleza inegável.
Um era alegre e social enquanto o outro era mais sério e de poucas palavras, talvez fosse devido aos anos que estava na escola militar havia tornado ele deste jeito.
Ao entrar no carro Mauro cumprimentou o irmão mais novo sem demonstrar nenhuma reação ao revê-lo. – Vejo que você além de ter crescido bastante está diferente. - Ele fez algo que costumava fazer quando eles eram mais jovens, que era colocar a mão na cabeça do outro e bagunçar o cabelo.
O homem estava feliz, mas era bem difícil deixar transparecer seus sentimentos talvez fosse por isso que ele se relacionava pouco com os outros, já que quem não o conhecia poderia interpretar de forma errada seu jeito de agir.
-Mauro meu cabelo demorou muito para ficar assim, então não bagunce ele novamente. - O mais novo ficou irritado como gesto que o irmão fez, porém ele não podia culpar seu irmão, pois tinha medo de que ele não o ajudasse em seu problema. Devido este motivo ele revolveu mudar de assunto antes que eles caíssem em um silencio constrangedor e difícil para ambos os irmãos. - Eu não acredito que você veio ao meu socorro, irmão. - Falou enquanto se afastava do aeroporto gradualmente.
- Eu vim porque você me enviou uma carta dizendo que era algo urgente\, não me diga que era apenas mais uma de suas armações para reunir a família. - Mauro já estava tendo dor de cabeça apenas por pensar nisso.
O mais novo por outro lado ficou em silencio o que fez o homem ficar um pouco receoso, por que se fosse como ele estava imaginado não iria ser nada agradável para todos da mansão.
Mauro era um homem que não aceitava muitas coisas e por este motivo ele foi enviado para um lugar recluso e distante onde aprendeu que ele depende apenas de se próprio para seu sucesso na carreira e que mulheres não são cofiáveis.
No passado ele era um jovem sociável e alegre mais tudo isso mudo quando sua mãe sofreu um grave acidente de carro e ficou em estado vegetativo e agora ele estava de volta e iria tentar descobrir algo sobre seu paradeiro, mesmo que fosse algo irrelevante era melhor que nada.
- Eu não posso lhe dizer aqui\, você precisará ver com os seus próprios olhos. - João não queria deixar seu irmão imerso em pensamentos tentando encontrar alguma forma de ajudar- lo. Ele havia chegado de viajem e por mais que precisasse descansar\, teria que se contentar com o tempo de viagem entre o aeroporto até a mansão que ele residia quando morava na cidade.
- Por acaso aconteceu algo com nosso pai ou com aquela mulher dele? – Mauro queria saber o motivo mesmo vendo a relutância de seu irmão em lhe dizer\, mas talvez seja o mesmo do passado e agora deveria fazer como eles queriam\, para que ficasse livre dessas pessoas.
- Não se preocupe com isso e descanse\, pois você vai precisar\, já que nossos avós estão de volta para ficar desta vez. João deixou escapar esta pequena notícia propositalmente para que seu irmão não lhe perguntasse mais sobre o real motivo da ajuda que ele precisava. Mauro por outro lado ficou indiferente após saber que seus avós estavam em Mabloville\, se ele não estivesse errado isso só podia ser algo relacionado ao seu casamento que beneficiaria ambas as famílias e por mais que ele fosse contra\, não podia fazer nada para mudar pois ele ainda tinha que saber de sua mãe.
João vendo que seu irmão estava muito pensativo decidiu deixá-lo mais tranquilo sem pensamentos desnecessários.
- Não se preocupe\, se você quiser se casar com Paula ninguém irá se opor desta vez. – Bem\, talvez fosse verdade\, mas ele tinha certeza de que a família não iria gostar e não iria se opor.
A família de Paula havia subido de status rapidamente com a empresa de jogos e como a família de Mauro precisava urgentemente de alguém que lhe ajudasse a obter mais capital para a empresa essa poderia ser uma ótima união apenas por dinheiro.
- Eu sei\, que ela está na cidade mais pretendo não a rever nunca mais\, já sofre o bastante por causa dela além do que aconteceu com nossa mãe. – João olhou rapidamente para o irmão enquanto dirigia e notou que aquele homem sentado ao seu lado era totalmente diferente do passado assim como ele era agora\, talvez tenha sido a separação brusca com o acidente que sua mãe sofreu ou até mesmo que Paula fez com ele\, mas quem poderia saber o real motivo que mudou tanto seu irmão mais velho.
- Não diga isso você e Paula era o casal\, mas belo da faculdade como pode dizer isso sem ao menos se encontrar com ela mais uma vez\, talvez os sentimentos de ambos retornem a florescer. - João tentou encorajar o irmão a cortejar novamente a jovem mulher e apesar da boa intenção ele sabia que algo a mais havia acontecido para eles terem se separado.
Por fim nenhum dos homens tocou no assunto novamente após terem ficado em silencio.
Vendo que João estava ocupado Mauro decidiu pesquisar sobre as notícias mais recentes de Mabloville e lá estava uma chuva de notícias envolvendo algumas materiais sobre as famílias da alta classe e os mais poderosos da cidade, mas o que lhe atraiu foi algo inesperado e aquela foto era dela.
- Vamos. - João falou atraindo a atenção de Mauro fazendo ele parar de mexer no celular e olhar em volta.
Ao abrir a porta o homem saiu e respirou fundo como se criasse coragem para o que aconteceria em breve.
Aquela mansão foi seu presente de casamento e agora não passava de uma lembrança dolorosa que ele lutou para esquecer.
- Você deve ter se recordado do passado\, mas lembre-se que desta vez você pode escolher. - João estava confiante que seu irmão iria concordar com a decisão da família e que ele ficaria feliz\, mas o que ninguém sabia era que talvez os anos que Mauro ficou distante no exército tenha o mudado em relação a tudo\, principalmente pelo que viveu e viu durante todo esse tempo.
João vendo seu irmão pensativo, colocou a mão sobre o ombro do mais velho e deu algumas batidas em apoio.
- Não se preocupe não planejo viver nesta residência por mais tempo. - Vendo que Mauro estava frio sem sentimentos enquanto falava ele sentiu que podia ser difícil para o que ouviria a seguir.
João estava pronto para falar mais uma voz os atraiu fazendo eles revirarem os olhos em frustração, algo que nunca havia mudado era que ambos os irmãos não se davam muito bem com a irmã caçula, por ela ser muito mimada e às vezes intrometida.
A mulher caminhou em direção aos homens, ela usava um vestido violeta de modelo exclusivo, seus cabelos estavam soltos. Por ser uma mulher elegante e considerada bonita todos a invejava.
- Irmão\, ainda bem que você retornou sentir tantas saudades de vocês. - Ela estava bem sentimental e até deixou escapar uma lagrima\, vendo tal cena os homens abraçaram a jovem que retribuiu os abraços dos irmãos.
- Por que você está chorando? Olhe para você já é uma mulher formada e mais bela de Mabloville. – Mauro falou tirando um sorriso da jovem mulher que parecia feliz com o que ouviu.
- Olhe só quem fala\, você parece que ficou mais bonito depois de tantos anos\, aposto que Paula ficara apaixonada novamente quando te vir\, além disto ela também chegou hoje da França para os preparativos da festa de noivado de vocês. – A jovem mulher falou deixando seu irmão mais velho sem reação\, João que via tudo de fora percebeu que a notícia não deixou o homem feliz e tentou suavizar aquela situação.
- Vamos entra\, pois este assunto não é importante. – Ambos caminharam entrando na mansão.
Assim que Rosália, viu que os rapazes haviam chegado ela foi de encontro a eles e os, comprimento.
- Apenas em uma ocasião tão seria vocês resolvem aparecer. - Os homens se entreolharam e um pensamento lhes passou pela cabeça.
Vendo que Mauro parecia indiferente em relação a tudo e todos o pai dele resolveu quebrar o silêncio que se fez presente na sala de estar.
- Meu filho\, acho que você precisa saber que não tivemos escolha no passado\, mas agora pretendemos nos redimir. O homem falou e caminhou até sua esposa que estava sentada de costas ao lado de outra mulher que Mauro não sabia quem era.
Vendo que o olhar do homem estava sobre a mulher o mais velho decidiu falar. – Miriam este é os nossos filhos venha vê-los. - Ao ouvir seu pai pronunciar tais palavras Mauro sentiu que só podia ser um sonho, sua mãe estava bem e estava bem ali a sua frente.
- Mãe! – A mulher olhou confusa para o filho sem o reconhecer. Sua mente ainda estava vaga e ela se relembrava de poucas coisas do presente.
- Este não é meu filho. - Ela falou fazendo todos ficarem chocados\, a mulher tinha uma aparência bem distante assim como Mauro\, os dois eram parecidos.
Ela foi até João e o abraçou dizendo que sentiu saudades de seu filho amado.
- Meu amado filho olhe como você emagreceu deste a última vez que lhe vi\, lembre-se você deve ser saudável para cuidar de seu irmão mais novo. - Ela disse e o tratou com afeto e preocupação.
- Mãe\, sou seu filho mais novo João e este é Mauro. - Ela olhou para os dois homens e negou mais uma vez.
Mauro sentiu-se um estranho e seu desgosto se fizeram presente.
- O que aconteceu com ela? Por que ela não me reconhece mesmo que eu tenha mudado ela saberia diferencia seus filhos? – Perguntou querendo saber o motivo de sua mãe está daquele jeito\, será que ela ficou com algum problema devido ao acidente que sofreu.
- Filho. - A mulher se referiu a Mauro que não gostou nada de ouvir-lá chamando-o de filho\, sua vontade era de expulsar aquela segunda esposa de seu pai mais isso estaria fora de questão enquanto ela fosse privilegiada com a confiança do marido.
- Você não é minha progenitora muito menos tem a permissão de me chamar de filho. - Ele foi rude e frio com a mulher que se sentiu triste e olhou para o marido como se pedisse.
- Mauro você não deve tratar Rosana de maneira rude ela é minha esposa e sua segunda mãe. - Ao ouvir seu pai ele apenas virou as costas para os que estavam presentes e caminhou em direção à escada\, mas não antes de falar algo que ainda não era compreensível em sua cabeça.
- O que você e a Paula estão fazendo em minha casa? - Ele parou olhando para todos ali\, para ele isto estava muito confuso\, além disso sentiu que tinha algo fedorento no ar e não era apenas modo de falar. – Que cheiro ruim é esse? - Questionou.
Cada um se entreolharam como se não soubessem o que falar, só então percebeu que alguém descia as escadas era uma mulher tão linda quanto sua irmã, mas ele não prestou muito atenção até que ela estivesse perto o suficiente para reconhecer-lá.
- Paula\, o que você faz aqui? – Perguntou vendo a mulher descer as escadas seguida de uma mulher e uma criança de aproximadamente dois anos.
- Voltei para retarmos o nosso relacionamento anterior. – Ela falou timidamente\, seu olhar inocente faria qualquer um querer proteger-lá e mimá-la.
Mauro olhou para mulher que estava diferente, mas ainda exalava sua beleza, os cabelos um tanto diferentes de como ela gostava de usar, agora natural na cor loiro médio, seu corpo ainda continuava perfeito na medida certa, ela era uma mulher que faria qualquer homem se encantar e querer tê-la, até mesmo ele não podia dizer o oposto.
- Quatro anos que não estamos mais juntos\, você acha que irei me apaixonar novamente por você? - Ele disse e olhou a criança que parecia a mãe e o pai biológico.
´´ Ela acha que irei aceitá-la com um filho fruto de uma traição. `` Pensou.
- Mauro sei que errei\, mas desta vez será diferente apesar de eu ter um filho ainda te amo e serei uma esposa fiel\, eu prometo. - A mulher falou sinceramente fazendo todos que a ouviram acreditaram\, mas o homem ainda estava indiferente e saiu após dar uma última olhada na mulher que um dia ele amou.
Paula ficou frustrada com a reação de Mauro ela sabia que deveria reconquista ele independente do que teria que fazer, ela precisava se reconciliar com ele e se casar novamente, só assim poderia fazer o que seu pai lhe pediu.
- Minha querida não fique triste Mauro acabou de chegar ele precisa de um tempo para pôr seus pensamentos em ordem. - Rosana foi consolar Paula que estava parada no último degrau da escada com as unhas cravadas na palma de sua mão.
Apesar de estar sob muitos olhares ninguém percebeu este ato, exceto pela babá um pouco mais velha que a observava em silêncio.
Com os olhos cheios de lagrimas Paulo subiu as escadas deixando sua imagem frágil e indefesa aos outros.
- Moleque insensível\, como pode tratar uma mulher desta maneira. - Miriam falou em defesa de Paula.
- Mãe a senhora não se lembra do passado\, mas Mauro nunca iria tratar Paula desta forma. - João defendeu o irmão ao ouvir a mãe criticando.
- Não defenda seu irmão ele deve aprender que desta vez ele deverá se casar com quem meus pais ordenar. - Otávio disse fazendo todos ficarem em silêncio. Após isso todos saíram para fazer algo em seu tempo vago.
Miriam foi para o jardim com Camille que estava falando sobre coisas fúteis que ela amava fazer, apesar de ser entediante para outros gostava apenas para passar o tempo e por este motivo, Miriam sempre a ouvia calmamente enquanto bebia um chá ou um suco enquanto aproveitava a tarde ao ar livre.
Já os demais residentes da mansão estavam no escritório de Otávio conversando sobre assuntos importantes sobre o futuro da empresa.
- Sr. Otávio pelo que presenciei na sala de estar\, seu filho não irá aceitar se casar com minha sobrinha. - A mulher estava sentada na cadeira a frente do homem que estava do outro lado da mesa batendo os dedos na superfície de vidro.
Ao ouvir o que a mulher acabara de falar, parou brevemente o balançar dos dedos e olhou para a mulher com os olhos afiados, eles sabiam que este casamento era importante para a família Sanjes assim como a família Oliver mas isso não daria o direito desta mulher ser tão intrometida e ficar lhe lembrando que seu filho estava dificultando as coisas.
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